Fanfic: Addictive Life - AyA [Finalizada]

— Espero que você tenha pressentido que eu viria e não que estivesse fugindo! – surpreendeu-me.

Com ar de graça a morena entrou pela sala deixando o elevador fechar-se. Suas mãos vinham carregadas de compras largadas sobre o sofá.

            — Maite! – suspirei pasma.

            — Que bom que lembra meu nome... – sorriu virando para olhar-me – Alfonso me disse que poderia fugir! – falou divertida – não se preocupe, não vou contar isso a ele.

            — Eu não iria! – me vi dizendo como uma criança boba – Eu s-só...iria pegar minhas coisas!

Improvisei rapidamente. Algo totalmente válido quando não tinha nada a não ser as mãos para abanar. Maite suspirou e aproximou-se de mim.

            — Você iria... – afirmou – Não se preocupe, ele não vai reprimi-la por isso. – completou vendo meu rosto estreitar-se.

Fiquei em silencio olhando-a sem expressão. Será que pensava que eu era uma intrusa?

            — Posso ir com você pegar o que precisa! – sorriu.

            — Seria ótimo se fossemos agora! – falei rapidamente.

Pelo menos não precisaria dar mais detalhes ou ficar a sós com ela, teria uma desculpa para distrair-me por alguns momentos. Indo até o elevador Maite, apertou o térreo. Segui-a quando entramos. A situação era meio desconfortável chegando a ser constrangedor. Percebi que ela me olhava pelo espelho frente a nós, observava cada traço deixando-me envergonhada. Ela falara com Alfonso aquela manhã e me pergunto se ela sabia minha situação.

            — Sabe, Alfonso tinha razão... – quebrou o silencio marota – ...Você é linda Anahí!

Olhei-a através do espelho sentindo-me uma criança.

            — Obrigado... – dei de ombros.

Finalmente o elevador chegou, deixei-a sair a frente até seu carro, tão belo quanto o que Alfonso tinha. Sem palavras entrei no carona e esperei que ela se ajeitasse.

            — Acho melhor colocar o cinto...– disse colocando o próprio – não sou um “az” no volante.

Vi o modo com que ela colocara as chaves no condutor, aquele gesto dizia-me para fugir dali se quisesse sair viva.

            — Você sabe o que está fazendo ? – perguntei mirando-a.

            — Sei sei... – falou com um sorriso ligando o motor.

            — Espero que sim! – abotoei o cinto e tentei relaxar no assento.

Maite deu a partida e saímos do prédio, uma vez andando percebi que ela tinha segurança, mas não velocidade.

            — Então pra onde vamos?

            — Acho que pro norte! – disse sem certeza.

Maite assentiu trocando de faixa. Olhei as ruas a minha frente sentindo a tensão dentro do carro. Não sabia exatamente aonde ir, no apartamento de Christian seria o obvio, sendo que minha mochila estava lá, ou seja, tudo que eu precisava. O caminho foi silencioso e percorremos rápido. Não reparei mudança no semblante dela ao ver o bairro de classe média, no fundo sabia que ela era tão simples quanto Alfonso. 

            — Vou subir! – disse sem certeza – Você pode vir se quiser!