Fanfic: Addictive Life - AyA [Finalizada]

Addictive Life

Capitulo 34 – Desvendado o Passado P.1

Revirei-me no sofá inquieta depois de algum tempo. Talvez cochilasse por alguns minutos, afinal o desconforto não era muito grande sendo que o estofado era mais cômodo que qualquer cama que já tivera. O que me intrigava era não conseguir deixar os pensamentos afastarem-se. Queria que Alfonso voltasse, mas repensei. Não queria enfrentar a conversa que tínhamos pendente e sabia que ele insistiria nisso. Tinha medo do que poderia revelar sendo que não conseguia mentir a ele. Mantive os olhos fechados e permaneci encolhida como um feto no espaçoso sofá. Foi quando percebera que o ar a minha volta mudara. O cheiro suave pareceu chegar em ondas, inspirei-o profundamente sentindo a calma aconchegar-se. Ele estava ali e não precisaria abrir os olhos pra sabê-lo. Fingi dormir arquitetando seus movimentos, desde largar a pasta sobre o sofá junto ao casaco e desabotoar a gravata. Seus passos silenciosos em minha direção fizeram meu coração palpitar com força. Seria capaz de ouvir o som martelando em meu peito não fosse estar concentrada nele. Aos poucos senti o acolchoado ceder conforme Alfonso sentava-se junto a mim, seu quadril ficou alinhado a minha cintura colando-se nela envolvendo seu calor rapidamente. Era química, pura e profunda química que nossos corpos trocavam. Deus! Ele nem me tocara e me punha dessa forma! Experimentei o formigamento da pele quando seus dedos deslizaram delicadamente por meu rosto. O toque tão suave e macio contornando minhas bochechas até o queixo. Instantaneamente relaxei deixando as sensações tomarem forma.

            — Tão doce! – sussurrou ele – Tão bela Annie!

À medida que seu sussurro batia a pele sua respiração juntava-se com a minha. Prendi o fôlego ao sentir seu rosto aproximar-se lentamente torturando-me ao percebê-lo tão meigamente entregue ao momento. Seu nariz roçou-se ao meu lentamente indo e vindo de um lado ao outro, minhas mãos involuntariamente deslizaram devagar para tocar-lhe o peito e a outra caiu sobre sua perna. Senti-o sorrindo ao perceber que eu “acordara” não que soubesse o contra, mas por me entregar tão fácil.

            — Olá – sussurrou.

            — Oi! – respondi no mesmo tom.

            — Sente-se melhor? – perguntou.

Concordei de leve. Ele não percebeu que quando sua presença fazia-se presente eu ficava bem, ele era meu bem estar parecendo depender viciosamente disso pra esquecer o resto.

            — Desculpe não acordá-la mais cedo... – deixou o tom de voz baixo – ...Queria que descansasse. Viu meu recado?

Assenti respirando fundo, ajeitei-me melhor no sofá ficando frente a ele. Não consegui assimilar o que se passava, meu corpo entrava em colapso arrepiando-se todo.

            — Se eu soubesse que acordar assim era tão bom...– sussurrei referindo-me ao agora – ...Poderia ter me acordado antes.

Alfonso riu baixo diante da minha confissão. Senti seu corpo inclinar-se devagar colando-se ao meu. Era o momento de esquecer tudo e senti-lo.

            — Abra os olhos pra que eu possa te ver! – sussurrou cruelmente arrastando seus lábios nos meus.

Entreabri-os sem fôlego sentindo a carne úmida e macia deslizar por minha boca. Apertei-lhe a camisa sobre o peito colocando toda sanidade no gesto, era impossível resistir aquilo.

            — Abra... – pediu novamente.

Estava disposta a abrir-lhe os lábios não os olhos. Imaginei sua língua tocando a minha enquanto minhas mãos passeavam por sua nuca. No ultimo fio de resistência levantei as pálpebras devagar.  Como um choque nossos olhos fixaram-se um no outro, não importa quantas vezes eu descreva, cada vez que eu o olho sinto algo acalorar-se dentro de mim.

            — Precisamos conversar! – disse mirando-me serio.