Fanfic: Addictive Life - AyA [Finalizada]

Addictive Life

Capitulo 34 – Desvendado o Passado P.4

Senti-me inútil por ver Anahí tão frágil e por ter que arrancar aquilo dela, fazê-la reviver algo que causava tanto sofrimento. Seus olhos entregavam-na, brilhavam e explodiam magoa, era difícil pra ela e tinha consciência, mas era necessário, precisava saber tudo mesmo cortando-me o coração. Via que estava disposta, me alegrava que confiasse em mim a algo que imaginara não ter feito nem com sua mãe. Ela continuou, escutei-a atento e paciente, dando-a tempo. Contou-me finalmente como encontrara a boate, entrara nela e bebera como nunca fizera antes.

            —...Foi quando ele se aproximou de mim e disse que podia amenizar minha dor... – fez uma pausa – Eu era tão imatura, estava tão cega Alfonso!

Dessa vez o tempo foi maior. Sabia o que viria a seguir. Levei minha mão a sua face brilhando através das lagrimas, sequei-as com cuidado enquanto ela desviava o olhar para próprias mãos apoiadas em seu colo.

            — Ele me deu à primeira... – cortou-se – Me droguei pela primeira vez! – disse por fim – Estava tão frágil que não pensei em mais nada, só queria esquecer os problemas e a droga fizera isso!

Seu semblante ficara desconexo como se revivesse a sensação que sentira naquele momento. Como queria fazer tudo diferente, queria voltar no tempo e apoiá-la em meus braços sussurrando que tudo ficaria bem. Ela não precisaria de droga nenhuma pra amenizar a dor, ela só precisava de mim.

            — Depois daquilo... – suspirou – ...Não consegui mais parar!

Vi toda angústia exposto por seu rosto. Aquilo foi o basta pra mim, não agüentava mais vê-la desse modo. Puxei-a para meus braços envolvendo-a como gostaria de abraçá-la quando viveu tudo isso. Imediatamente ela desabara e o choro tornara-se forte, como se reprimisse aquele sentimento há muito tempo. Podia imaginar todo resto da historia a partir daí. Voltara para casa e convivera com Juan numa prisão emocional, drogava-se para esquecer tudo. Simples. Acariciei-lhe os cabelos apertando-a em mim. Oh como queria protegê-la, sanar seu sofrimento e dar-lhe o que merecia.

            — Se acalme... – sussurrei-lhe – Isso é passado agora!

Deixei-a sossegar enquanto seu corpo tremia agarrando-se ao meu. Seus braços faziam pressão a minha volta passando-me a intensidade do seu sofrimento. Suas lagrimas saiam inflexíveis molhando-me a camisa, cada gota parecia queimar meu peito, era uma tormenta vê-la sofrer. Deslizei minhas mãos até seu rosto e trouxe-o pra cima até mirar-me. O enevoado azul trazia contornos vermelhos e aflitivos. Sequei cada lagrima com uma leve caricia de meus lábios sobre sua pele até cessarem definitivamente. Anahí não se soltou de mim em nenhum momento, quando seus olhos fecharam-se buscando a calma vi a personalidade marcante e forte que ela tinha. Percebia o quanto ela me faria falta se não estivesse ao meu lado. O dia inteiro pensara na noite buscando-a até mim e sabendo agora a historia completa queria-a mais e mais. Meus sentimentos eram reais, agora eu tinha certeza daquilo.

            — Se sente melhor? – afastei uma mecha loira que caia por seu rosto.

Anahí assentiu. Naquele momento existia apenas um fato que precisava saber. Achei que era mais fácil pergunta-lhe já do que investir no assunto depois, afinal o caso não iria fazer muita diferença no conjunto de fatos que ela me contara.

            — Tenho uma pergunta Annie... – comecei vendo-a abrir os olhos para encarar-me – Se estiver confortável gostaria de fazê-la, prometo que é a ultima! – acrescentei.

Devagar ela inclinou o corpo recompondo-se ereta. Assentindo deu-me sinal verde para continuar.

            — De quem, ou de que fugia na noite que te atropelei?

A pergunta tão simples a mim pareceu gelar seu corpo inteiro. Vi claramente um tremor passar em seus olhos e sua voz pregar-se na garganta quando tentou falar.

            — Eu...não lembro! – respondeu baixo.