Fanfic: Addictive Life - AyA [Finalizada]

Desconfiei da sua resposta, mas relevei-a. Ficou claro que existia mais alguma coisa que ela ocultara. Resolvi não insistir, afinal não poderia ser nada mais serio. Mantive um silencio prazeroso depois disso. Ela a meu ver não queria adicionar nada a historia, tão pouco tinha algo a mais pra perguntar que fosse urgente.

            — Que acha de jantarmos pra acalmar os ânimos? – perguntei – Estou morto da fome! – acrescentei tentando animá-la.

Anahí sorriu fracamente baixando o olhar.

            — Talvez eu precise de um banho!

            — Faça isso então... – segurei-lhe o queixo acariciando-o novamente – ...Vou preparar algo enquanto isso.

Anahí segurou minha mão com ternura encaixando-a na extensão de sua face, o toque simples e afável que tinha o poder desumano de alterar meus sentidos. Vê-la tão doce recuperando-se aos poucos mostrando a capacidade que tinha de enfrentar os problemas.

            — Promete me responder depois? – perguntou encaixando seu olhar imensamente intenso em mim.

            — Tudo que quiser! – aproximei-me dela depositando um beijo lerdo em sua testa.

Afastei-me vagarosamente me dando conta que era impossível não querer beijá-la. Meu rosto manteve-se próximo ao seu mesclando nossas respirações, sentia seu hálito quente bater-me o rosto descompassando-se, podia sentir o sabor doce de seus lábios movendo-se contra os meus. Era torturante a maneira que perdia o controle quando tinha tal intimidade com ela. Queria desesperadamente tê-la completamente como a noite passada, fazer tudo melhor do que fora, queria amá-la, queria arrastar meus lábios por todo seu corpo descobrindo a mulher que desabrochara em meus braços.

            — Annie... – sussurrei alienado – Vá logo!

Senti seus olhos semicerrados abrirem-se assustados para encarar-me. Seria capaz de uma loucura se continuasse tão próximo. Afastei-me acariciando seu rosto, ela levantou-se em seguida e saiu acanhada da sala, não quis olhar pra trás e ver seus cabelos esvoaçarem na caminhada, seria insanidade não segui-la e vê-la se banhar. Tê-la nua em meus braços já fora prova de controle absurdamente demasiada pra mim, fora tão prazeroso, senti-me vivo e revigorado acariciando-lhe a pele tão macia, sentir seu calor envolto do meu enquanto meus dedos afagavam-lhe os cabelos. Ao mesmo tempo conheci o ódio arfar meu peito como nunca antes ao vê-la marcada. Doía e muito não poder fazer nada, mas tinha a esperança e vontade de contornar essa historia. Perdi-me em mais alguns pensamentos e levantei. Precisava trocar de roupa e quem sabe um banho. Segui ao quarto e fui direto ao closet ignorando a todo custo o barulho da ducha caindo. Separei uma muda confortável e fui ao outro banheiro. Banhei-me espantando o cansaço, em nenhum momento Anahí saiu de minha mente. Uma duvida tal ao próximo passo me afligia, mas acho que não era o momento oportuno a se pensar, precisaria de calma, tempo e um conselho de quem sabia lidar com isso. Vesti-me em seguida e fui à cozinha. Percebi que a despensa foi reabastecida, lembraria de agradecer Maite mais tarde. Não sabia bem o que preparar, virara-me sozinho por muito tempo, mas era diferente quando colocava Anahí no meio. Decidi a macarronada tradicional, se fosse acompanhado de um bom vinho ficaria perfeito. Passa o tempo, corto os legumes, jogo-os na panela, preparo a água e me distraio, não demorou muito pra que o perfume natural de Anahí invadisse a cozinha.

Olhei-a distraído e sorri ao vê-la tão naturalmente, as olheiras continuavam marcadas em seus olhos, a pele adquirira cor dando-lhe um aspecto mais saudável. Teria que me acostumar com a idéia de que ela ingeria algo que não fazia bem, que deixava marcas físicas e emocionais em seu corpo.

            — Quer ajuda? – perguntou-me desviando meus pensamentos.

            — Se você me prometer um sorriso aceito! – disse virando a tempo de ver seus lábios abrirem-se.

Seu rosto iluminava-se quando mostrava seu sorriso, vi seu semblante mais relaxado depois disso.

            — Por onde começo? – perguntou olhando o que fazia.

Mirei-a de soslaio observando se ela estava bem, não queria perguntar-lhe a todo tempo a mesma coisa.

            — Você pode arrumar a mesa – dei de ombros – Está tudo encaminhado por aqui.

Anahí moveu-se as minhas costas abrindo os armários exatos de pratos. Tirou dois e colocou-os sobre a mesa e seguiu arrumando-a. Peguei-me observando seus movimentos, o jeito que seus cabelos moviam-se e suas mãos tocavam as coisas. Tinha em minha cabeça a idéia de fragilidade que ela passava dando-me a vontade absurda de protegê-la.

            — Se você continuar a me olhar desse jeito...

            — Desculpe! – cortei-a sorrindo percebendo minha gafe – Não consigo resistir!

Anahí levantou o rosto dos talheres para olhar-me. Fora magnético o clima que se instalou, nossos olhares tinham o poder de trocar desejos, sentimentos. Cada minuto que contemplava-a percebia o que perdera sem ela.

            — O que viu em mim Alfonso? – perguntou.

Cada vez que ela dava uma indireta gostaria de abrir-me, mas era precipitado. Anahí não acreditaria como já havia dito, mas ela insistia nisso. Virei para as panelas e desliguei o que julguei pronto. Voltei a encará-la aproximando-me a passos largos até juntar seu corpo miúdo ao meu. Enlacei sua cintura entre as mãos e colei meu tórax em seus seios arredondados e perfeitos. Não resistia em fazer isso, era a moldura perfeita para meus braços. Droga!