Fanfic: Addictive Life - AyA [Finalizada]

Seria capaz de dar uma resposta convincente? Não quero magoá-la mais do que já estava, quero apenas que fique claro que a quero sem expor o que a por trás disso.

            — Annie... – chamei-a quase em um sussurro – Eu vi em você tudo que eu procurava em uma mulher.

            — O que exatamente? – insistiu um tanto desconfiada e confusa.

Abri um sorriso apertando-a mais em meus braços, talvez ela não tivesse consciência afinal. Alias percebia a fundo como ocultava seus sentimentos, ignorava-os. Apenas por medo. Sabia que ela não conhecia o que há de mais profundo entre um homem e uma mulher, dei-me conta quando se entregou tão fortemente descobrindo sensações que eu próprio desconhecia. Porque só funcionavam quando era eu e ela. Eu tinha certeza disso porque a mim próprio me punha em sua situação, mas diferente dela eu sabia que era a...

            — O que Alfonso?!

Olhei-a percebendo meu devaneio, dei-lhe atenção tirando-a do pensamento e usufruindo a realidade. Adorava vê-la curiosa tentando desvendar-me assim como em momentos ela simplesmente dizia o que pensava. Elevei minhas mãos para sua nuca encarando-a.

            — Eu vi em você a menina doce e a mulher forte. – fiz uma pausa pensativa – Percebi o quanto é birrenta e teimosa... – sorri vendo-a fazer o mesmo – ...Descobri o quanto é meiga, o quanto consegue me danificar quanto sorri... – contornei seus lábios com os dedos – Deparei-me com seus olhos, com seu rosto delicado e seu corpo delineado perfeitamente pra mim...

Sentia o olhar dela revelar o quanto estava afetada com as palavras. Podia descrever facilmente o brilho por trás do marejo e afirmar que ela extasiava-se por aquilo, exatamente o efeito que desejara causar-lhe.

            — ...Vi seus problemas e o quanto necessita carinho... – olhei-a serio tocando-lhe o rosto – ...e compreendi que eu era a pessoa para te proporcionar tudo que não teve.

A confissão quase que clara em minhas palavras, merda! Se ela me desse qualquer resposta não valeria ao que seus olhos me falavam. Tão intenso, tão amplificamente exposto que era isso que ela desejara. Aquilo me enchia de esperanças e sentia muito por ela não entender o que se passava. Talvez fosse melhor por um lado... seria um combate emocional avassalador, sabia disso.

            — Alfonso... – sussurrou – Por favor, me beije!

Ouvi-la pedir o que eu desejara destruía-me. Por deus! O que mais poderia desejar agora do que beijá-la? Como fui grosseiro em renegar isso antes, agora percebo que ela poderia sentir-se rejeitada ao não fazê-lo. Aproximei meu rosto ao dela lentamente, não adiantaria pressa para o que poderíamos levar a eternidade pra fazer. Toquei-lhe os lábios e afastei-os para repetir o gesto. A boca de Anahí era tão suave quanto uma pluma. A maciez úmida de seus lábios necessitando o contato com os meus, buscando arrastá-los vagarosamente em uma tortura insaciável. Invadi-lhe a boca levando minha língua ao encontro da sua deixando o efeito colateral do encontro percorrer meu corpo. Era abalável a sensação, era única, intensa. As mãos pequenas e delicadas de Anahí chegaram ao meu rosto arrastando os dedos por sua extensão aprofundando cada vez mais o beijo. À medida que os movimentos se intensificavam, seus dedos buscavam apertar os fios barbudos por meu rosto. Era uma sensação imensamente prazerosa senti-la tomar atitudes, vincular suas mãos em minha volta e movimentar sua língua sem pudor. Maldito ar que nos falta e nos obriga a cessar.  Quando sua boca desgrudou-se da minha fora como perder uma parte essencial do corpo. Seu rosto manteve-se perto assim como seus lábios. Sua respiração ofegante dava-me prazer por deixá-la daquela maneira, não só eu sentia-me afetado. Trocamos um olhar cúmplice em seguida, seus olhos brilhantes tão próximo aos meus. Não evitei sorrir-lhe e não evitei intensificar o sorriso ao vê-la retribuir o gesto. Devagar puxei-a até a mesa e obriguei-a a sentar para jantarmos. Era sensato, ou do contrario esqueceria o que era macarronada a lá Alfonso.

            — Não acha melhor acender as luzes? – perguntou-me quando coloquei o prato pronto a sua frente.