Fanfic: Addictive Life - AyA [Finalizada]

— Já passou! – sussurrei-lhe – Esqueça o que aconteceu.

            — Me desculpe! – suplicou com a voz arrastada.

            — Shhh... – calei-a.

            — Sou fraca Alfonso...uma covarde!

Afastei-me um pouco dela segurando-lhe o rosto obrigando-a a me olhar. Odiava vê-la repudiando-se, maltratando-se a si própria com palavras que não a condiziam. Ela não entendia as próprias qualidades, não via em si o que eu percebia de longe. O que atraiu-me, o que marcava sua personalidade.

            — Você acabou de abrir mão da droga Annie... – fiz uma pausa olhando seu rosto quase inexpressivo – Nenhuma atitude que você faça vale mais que isso.

            — Eu ia usá-la se você não aparecesse! Eu ia! – aumentou o tom com raiva.

Maneei a cabeça negativamente.

            — Como você já fez muitas vezes antes! – expliquei-lhe – Não é agora que você vai conseguir evitar. Leva tempo Annie!

Anahí pareceu relutar em sua própria resposta. Recostou-se no banco e olhou pra frente desviando seu olhar de mim. Observei seu perfil quieto querendo dizer-lhe algo mais que aquilo. Algo que a acalmasse, tirasse o peso de uma culpa que não era dela.

            — Não fique assim... – aproximei meu rosto do dela deslizando meu nariz por sua bochecha – Você já deu o primeiro passo.

Beijei-lhe a face demorando-me alguns segundos. Afastei-me e fechei a porta do carro correndo para o motorista. Anahí encolheu-se ao meu lado e observou a janela vidrando seu olhar, perdendo-se em seus pensamentos. E foi assim até o apartamento, até eu tê-la levado ao quarto.

            — Podemos cancelar a festa se preferir...

            — Não Alfonso, não é necessário!

Assenti beijando-lhe a testa.

            — Prometa que quando não estiver bem me falara! – pedi-lhe.

Ela concordou, aceitei aquilo sem esperar suas palavras, elas não sairiam. Abracei-a lentamente trazendo seu corpo junto ao meu. Anahí levou os braços envolta de minha cintura e manteve o rosto abaixo do meu pescoço. Inspirei seu perfume sentindo-a acalmar-se em meus braços. Seu vicio. Lembrei-me do que ela dissera em estar calma apenas sentindo minha presença. Deixei que aquilo acontecesse agora. Deixei-a acalmar a respiração e praticamente adormecer em meu abraço. Deixei-a com seu silencio dando-se conta que momentos como os de hoje seriam constantes, queria que ela entendesse e aceitasse isso.

            — É melhor eu me arrumar! – disse ela sem soltar-se de mim.

            — Como quiser... – respondi separando-me dela.

Sai em seguida com a sensação de que o susto havia passado, mas algo me faltava. Precisava conversar com alguém que me tirasse o peso que sentia em minhas costas. Era inevitável adiar. Precisava falar com ela. Aproveitei o momento sozinho e peguei o telefone. Só ela me entenderia. Só ela.