Fanfic: Addictive Life - AyA [Finalizada]

Abracei-me tentando confortar-me, queria mais, necessitava-o, mas precisava vestir-me, ir a uma festa que não tinha idéia do que poderia acontecer. Comecei, sem muita vontade, mas não menos empenho. Olhei meu corpo no espelho antes de colocar o vestido. A vermelhidão ao redor dos seios dava-me volúpia, sentia-me quente ao pensar que Alfonso passara seus lábios ali. Era loucura, eu sei, mas droga... era imprescindível tê-lo. Deixei que a seda do vestido deslizasse por meu corpo marcando perfeitamente minhas curvas. Cabelo, maquiagem até o sapato e o perfume que trouxera em minha mochila fiz em seguida, visualizei-me de corpo inteiro sentindo-me diferente. Tive essa sensação uma vez antes, quando estava com Alfonso na ilha, como se fosse outra pessoa, sem problemas, apenas a Anahí que queria ser. E sabia que não era o vestido que me transformava nessa pessoa, dinheiro não me importava e nenhuma luxuria no mundo comprava o que tinha ao lado de Alfonso, era isso que me punha diferente: sua proteção, seu carinho...seu toque. Resolvi não perder mais tempo tendo a consciência de que já estávamos atrasados. Dei uma ultima olhada em minha aparência e segui para ele. Senti-me temerosa ao fazê-lo. Queria impressioná-lo, queria que ele visse e fosse acompanhado por alguém a sua altura. Cheguei à sala e encontrei-o de costas, pronto, devidamente vestido com seu smoking negro, os cabelos penteados pra trás. Extremamente atraente.

            — Mandarei ele para te ajudar, não se preocupe! – escutei-o falar pelo telefone – As coisas vão melhorar daqui pra frente. – completou.

Depois de uma pausa assentindo pra si mesmo ele desligou. Perguntei-me com quem ele falava ou porque o tom afetivo. Vi-o largar o celular no bolso e manter-se na mesma posição, como se pensasse, analisasse o seguinte passo.

            — Alfonso? – chamei-o.

Seus calcanhares giraram em minha direção. Foi quando esquecera tudo sentindo seu olhar percorrer meu corpo pausadamente. Um sorriso começou a crescer no canto de seus lábios acalmando-me prontamente, mas os segundos de silencio me deixavam ansiosa por um comentário seu. Ele se aproximou, parou a minha frente obrigando-me a baixar a face e mirar minhas mãos com vergonha. O salto alto deixava-me mais perto de seus olhos, o que dificultava o ato. Sem pressa sua testa lentamente encostou-se no topo da minha entre meus cabelos, suas mãos acariciaram meus braços nus de leve entorpecendo-me, obrigando-me a fechar os olhos e senti-lo perto de mim.

            — Você... – suspirou de leve – Você está linda Anahí!

Não soube reagir sentindo-o respirar tão próximo. Ergui a cabeça para mirá-lo, poder ver seus olhos despregarem sinceridade. Acabamos grudados novamente, parecia inevitável acontecer isso.

            — A mais bela... – sussurrou com um sorriso cúmplice beijando a ponto do meu nariz.

Obriguei-me a sorrir com ele e perceber que minha reluta era boba. O sorriso que ele trazia, o fulgor dos seus olhos me fazia à mulher mais linda do mundo.

            — Vamos admirável dama? – brincou soltando-se de mim e estendendo o braço.

Enlacei o meu ao seu. Andamos em um silêncio prazeroso até o carro onde nossas mãos entrelaçaram-se e acariciaram-se suavemente. Adorava seu toque por mais superficial que fosse, tornava-me única.

            — E Maite? – perguntei quando saímos sem ela.

            — Foi com o motorista... – disse prestando atenção na direção – Receio que nos atrasamos um pouco. – sorriu fracamente.

            — Um pouco quanto?

            — Tratando que a festa não começa sem mim...nada! – deu de ombros.

Aquelas palavras abateram-me o medo, dera um novo sentido à festa. Eu estava acompanhando o empresário Alfonso Herrera afinal, não o Alfonso que me olhava tão ternamente, não o Alfonso que fazia sentido a minha vida. Veria a outra parte de sua vida, a que ele permanecia quando não estava ao meu lado. A pergunta que me fazia e se eu poderia estar ao seu lado e me portar da maneira correta. Loucura, uma total loucura eu ter aceitado isso. Merda!