Fanfic: Addictive Life - AyA [Finalizada]

Addictive Life

Capitulo 39 – Novos Ares P.5

Bebi uma, e outra. Detive-me no terceiro copo seguido e quarto da noite quando risadas altas soaram as minhas costas, observei de soslaio algumas das modelos conversarem próximo a mim.

            — Não se preocupe, Evy dá um jeito, ela sempre dá! – falou uma extremamente convencida.

            — Dessa vez não “Becca” – argumentou outra – Ele veio acompanhado.

            — Isso nunca impediu! – replicou “Becca” – Apesar de ser a primeira vez que ele traz alguém! – completou descontraída.

As outras riram como se aquilo fosse uma piada. Aparentemente elas não perceberam minha presença por estar em uma diagonal encoberta por algumas decorações do balcão. Encontrei um espelho posto a minha frente que me dava à visão delas e de todo salão as minhas costas. Apertei o ouvido tentando decifrar o que falavam.

            — Vocês conhecem a garota? – a mesma “Becca” perguntou com desdém.

            — Não a vi pra falar a verdade, mas escutei sobre a “loira misteriosa” desde que desci do palco!

            — Eu a vi no banheiro! – surpreendi-me por ser a tal de “Becca”.

            — Jura Rebeca?! – escandalizou a outra.

Rebeca assentiu.

            — Ela é realmente muito bonita, tem bom gosto, mas eu acho... – sorriu olhando a frente – Que não é concorrência pra Evy!

            — Porque diz isso? – perguntou com cara de confusão.

Ela riu ironicamente.

            — A libélula já abriu as asas meu bem! – apontou o queixo para o ponto que ela olhava.

Pelo espelho tentei focalizar o alvo. Corri o olhar pela multidão e bati-me com Alfonso. Encontrei-o quase solitário distante da onde o deixara, uma mulher da sua altura, cabelos negros e corpo bem delineado, conversava animadamente jogando-se pra cima dele. Sorrindo, flertando. Era obvio. Merda! A tal de Evy era deslumbrante, charmosa, tinha desenvoltura e aparentemente classe. Qualquer homem morreria por ela, qualquer. Olhei-a tocar o ombro de Alfonso esfregando suas mãos por ali, troquei o olhar até alcançar o dele. Olhava-a de uma forma que não poderia decifrar o que sentia, ele sorria, mas não saberia dizer se era desdém ou algo sincero. Apertou-me o coração saber que ele tinha outras mulheres a sua volta. A qualquer momento ele poderia largar-me, esquecer que existia. Desviei o olhar incapaz de continuar aquela melação, meu estomago revirou-se novamente apenas de ódio por aquela mulher estar com ele. Por não ser eu que recebia sua atenção. Talvez devesse sair de sua vida de uma vez, foi babaquice tudo que aconteceu, um conto de fadas que não existia. Pedi mais uma dose dupla de bebida, alisei a borda do copo com os dedos pensativa. Qual seria o próximo passo? Alfonso estaria presente em meu futuro? Encontraria o corpo de minha mãe? Largaria o vicio? Droga! Dava-me medo pensar nisso. Desespero. Não queria pensar, não queria e não conseguia observar Alfonso com outra. Era assustador pensar em perdê-lo. Bebi um longo gole do liquido ardente. Minha garganta arranhou em seqüela, esquentou meu corpo apenas no quinto copo. Talvez a raiva que afligia meu peito decorresse isso. Larguei o copo e deixei meus braços caírem sobre o colo, às pernas cruzadas sobre a banqueta alta. Respirei fundo e o cheiro de Alfonso pareceu irradiar o lugar...

            — Será que você pode me perdoar? – sussurrou o próprio em meu ouvido.