Fanfic: Eu te daria tudo

É, ali era onde tudo começava...~°2007°~

Sentada e olhando pelo vidro da janela do hotel onde a banda estava hospedada, Dulce relembrava tudo o que havia se passado nesses últimos três anos. Os anos em que tudo começara a mudar em sua vida. Os anos que lhe pareciam os mais felizes, por ter o homem que ela tanto amava ao seu lado. Cada segundo, cada detalhe que passaram juntos, vinham em sua mente, como forma de poema.
Não entendia porque tudo isso estava acontecendo agora. Porque nada dava certo para os dois? Desde o inicio fora assim. Quando tudo parecia estar bem entre eles, sempre vinha alguém para acabar com o sonho dos dois.
Como explicar o amor que existia em seu peito, o desejo que sentia, a necessidade que tinha de amar aquele homem? Por que durante esse tempo, ele fora o único que conseguira toca-la profundamente? O único que a tivera tão intimamente. O único a quem ela havia se entregado de corpo e alma.

Voltava a recordar da época em que tudo não passava de uma linda amizade... Da época em que o amor deles começava a nascer... do dia em que vira em Christopher alguém mais que um amigo, alguém que lhe despertara certas sensações jamais sentidas até então...


~°Novembro de 2004°~

Agora sim, havia acabado de terminar definitivamente com Poncho. Estava se sentindo super mal. Aquele que ela considerava, além de companheiro, seu melhor amigo, se tornara a última pessoa da face da terra que queria ver em sua frente.
As brigas com Poncho só continuaram com o inicio de Rebelde. Apesar de terem combinado de evitar certas briguinhas em público, estava ficando cada vez mais impossível evitar que elas ocorressem na frente de seus colegas de trabalho. Por diversas vezes, Pedro Damián e os demais integrantes da RBD presenciavam esse tipo de cena.
Agora, passados dois dias da briga dos dois, e do fim definitivo do romance, eles se encontravam frente a frente outra vez, e tudo por profissionalismo, já que precisavam fazer um show.
Todos estavam quase prontos para o tão esperado primeiro show da banda. Como Pedro pedira, a banda faria alguns shows durante o inicio da novela, apenas para divulga-la. Mas apesar de não parecer ser uma coisa de tão importância assim, todos estavam bastante nervosos. A venda dos ingressos para o show de estréia, havia superado as expectativas. Todos se surpreenderam com a quantidade de pessoas que compareceram a casa de shows logo na primeira apresentação, em pouco mais de um mês de novela.
Já estavam a postos, apenas esperando a ordem de Pedro para que subissem ao palco. Mas antes que tudo começasse, ele pediu que os seis se aproximassem.
Pedro: Acho que não preciso dizer o quanto isso aqui hoje é importante. (começou a dizer) – Pode ser que não vá pra frente daqui há algum tempo, mas quero que saibam que hoje, aqui, agora, isso é SIM importante. Para todos nós. Começamos como uma brincadeira, mas só o fato de estarmos hoje aqui, prestes a realizar um show para três mil mexicanos, já é um grande passo.
Ucker: Três mil? (perguntou assustado)
Pedro: Sim, três mil. Não imaginávamos que iria vender todos os ingressos, e nem mesmo que fosse nos faltar...
Maite: Eu não posso acreditar. Três mil é muita gente! (indignada)
Pedro: Se tudo correr bem la no palco, vão se preparando, porque números bem maiores virão...
Pedro ainda disse algumas coisas. Todos deram as mãos, e juntos começaram uma breve oração. Cada um disse uma palavra, todos se abraçaram, e finalmente o momento tão esperado havia começado.

Tudo havia passado como num passe de mágica. Em um segundo subiram ao palco para que o show começasse, milhares de crianças e adolescentes gritavam entéricos por seus nomes... dançaram, cantaram suas músicas... e no segundo seguinte, com o show já terminado, já estavam voltando as suas vidinhas normais de sempre.
Dulce sentia suas pernas tremerem, e tinha a sensação de que a qualquer momento poderia cair no palco. Com o show já terminado, começou a tirar o figurino junto com os demais, no camarim. Agora que tudo já havia passado, respirava aliviada. Fora uma tensão muito grande tudo o que havia se passado, mas agora era como se tirassem um grande peso sobre suas costas. Estava morrendo de medo de que acontecesse alguma coisa errada, pela sua grande tensão. O peso do fim do namoro, e o clima chato que ficara com Poncho...
Não sabia se algum dia iria perdoar as palavras rudes que saíram de sua boca para humilha-lha, confiara tanto nele, e agora isso acontecia. Estava realmente magoada com Poncho, e não sabia, sinceramente, se algum dia poderia perdoá-lo.
Foi despertada de seus pensamentos quando percebe que alguém se aproxima.
Ucker: Ah, oi Dul, estão todos te esperando na van. O Pedro já te chamou umas mil vezes, mas você parece que esta no mundo da lua.
Dul: Oi Ucker... é, acho que me distrai um pouco pensando.
Ucker: É impressão minha, ou você não está nada bem ultimamente?
Dul: Não é impressão sua, eu não to bem mesmo não. (disse abaixando a cabeça)
Ucker: Se preferir, pode desabafar comigo se quiser... talvez assim se sinta melhor. (disse com sinceridade)
Dul: Obrigada Ucker. Acho que preciso mesmo desabafar com alguém.
Ucker: Ok, vou sentar no fundo da van hoje, se quiser, senta lá também e pode me contar tudo.
Ela esboçou-lhe um terno sorriso, e os dois saíram juntos em direção a van que levaria o grupo ao hotel.

Como dito, os dois sentaram no fundo da van, sozinhos, os demais se sentaram nos bancos da frente, e como viram que Christopher e Dulce pareciam estar conversando algo serio, preferiram não interrompe-los. Anahí, apesar de estar ficando com Christopher, não sentia ciúmes de vê-lo ao lado de sua amiga. E muito menos por ele ter ido sentar sozinho com ela no fundo da van. Ao contrario de Poncho, que apesar de já não ter mais nada com Dulce, parecia sentir raiva por vê-los tão próximos.
Passaram o caminho todo conversando. Dulce conseguira desabafar o que estava sentindo. Apesar de ainda não serem tão amigos para isso, tentara contar pelo menos parte do que acontecera com Poncho. Christopher já sabia que os dois haviam terminado, como amigo de Poncho, sabia de quase tudo que se passava em relação ao namoro dos dois. Sabia inclusive que parte do motivo do fim do namoro, fora por ciúmes da amizade de Dulce com ele. Por diversas vezes ele dissera a Poncho que não se preocupasse, pois sua relação com Dulce era apenas de amizade, e os únicos momentos que passavam mais próximos, era de puro profissionalismo. Mas Poncho era ciumento demais, e acabava sempre discutindo com um dos dois por causa disso.
Deveria ter se afastado um pouco de Dulce por causa disso, não é? Mas é claro que não. Gostava muito dela, como amigo é claro, e sabendo que ela estava passando por um momento difícil, porque ele iria se afastar? Fez apenas o que seu coração lhe pediu. A viu necessitando de um obro amigo, foi lá e ofereceu-lhe o seu. Faria isso com qualquer um dos outros quatro da banda, se precisasse, não é verdade?
Dul: Você acha que esse problema pode atrapalhar em alguma coisa a banda? Você sabe como ele está, tenho medo de que faça alguma besteira.
Ucker: Mas é claro que não. Acho que vocês dois já são maduros para saber separar seus problemas pessoais dos profissionais. Acredito que Poncho apesar de ciumento, sabe levar em conta o fato de que um depende do outro no grupo.
Dul: Eu espero que você esteja certo, Ucker. (ela abaixou a cabeça e ele segurou-lhe a mão)
Ucker: Não se preocupe linda. Todo mundo vai ajudar vocês dois a se acertarem. Não precisam voltar o namoro, mas pelo menos para saberem se tratar amigavelmente daqui por diante.
Dul: Obrigada por tudo. De verdade, não sei o que faria se não tivesse amigos como vocês. Alias, acho que lhe devo desculpas também, por não ter te tratado bem, nas ultimas semanas... não sei, acho que os problemas com Poncho me fizeram ficar bastante mal humorada.
Ucker: Ai Dul, você não precisa se desculpar por nada. Eu entendo a sua situação. E digo mais, pode contar sempre comigo se precisar. Lembra quando disse que ainda podíamos começar uma amizade verdadeira? Pois então, da tempo ainda, o que me diz disso?
Dulce:(ela sorriu) Ok, pode deixar que daqui pra frente vou aprender a ser sua amiga.
Ele lhe sorriu, e os dois passaram o resto do caminho conversando. Será que dali poderia realmente nascer uma nova amizade? Do jeito que as coisas estavam indo, parecia que sim.