Fanfic: Eu te daria tudo

~°2007°~

Lembrar de pequenas coisas, como o gesto de Christopher
naquela noite, lhe confortava e muito. Pensar que um dia já passaram
momentos de total harmonia como daquela vez, lhe fazia bem. Pensar que
um dia já foram amigos, já foram amantes...
Dali até começarem algo a mais demorou um certo tempo, mas para Dulce, cada momento, cada segundo, lhe
valeu a pena.
Queria
respostas para a situação que estava passando agora. Queria encontrar
respostas para tentar descobri quando foi que deixaram de confiar um no
outro, de dividirem sentimentos, problemas, alegrias, tristezas... Só
que por mais que colocasse sua cabeça para pensar, não conseguia achar
respostas cabíveis a essas questões. Sentia vontade agora de escrever,
pensou em uma música. Claro. Do jeito que estava se sentindo agora, a
melhor solução que poderia lhe confortar, com certeza seria escrever,
pôr no papel o que sentia, seus medos, suas angustias. Sempre que se
sentia mal, era isso que fazia.




~°México, Julho de 2006°~

Estava tudo acabado.
Agora era definitivo, por mais que estivesse com o coração sangrando,
cheio de dor, desesperada para aceitar as possíveis desculpas dele, não
conseguia voltar atrás. Foram meses tentando tapar os olhos para não
enxergar a verdadeira pessoa que existia dentro dele, e no final o que
ganhou? Outra vez a fama de "cornuda" do México. Aliás, isso se tornara
habito desde que começara o romance com Guilhermo Ochoa, no final de
2005. Por amor a ele, Dulce aceitava tudo o que falavam a respeito de
seu namorado, sem se importar com os boatos da fama que os jogadores de
futebol e goleiros sempre tiveram. Acreditava de olhos fechados em
Memo, por ele arriscava tudo, e confiava na fidelidade do parceiro.
Essa não era a primeira vez que brigavam pelo mesmo motivo: Memo fora
visto com outra ,mulher, e ainda por cima, fotografados e saíram em
varias capas dos jornais e revistas de todo o México.
Desta vez estava decidida de que o ponto final que colocara em sua
relação com ele, era definitivo. Discutiram feio no apartamento dele.
Ela fora lá esperando que ele lhe desse alguma satisfação cabível, mas
para seu espanto, ele apenas lhe dissera as simples palavras:
Memo: Não era pra você saber, eu juro.
Como
assim não era para ela saber? Quer dizer então que ele pretendia
terminar a noitada com a prosti da vez e ir no outro dia a sua casa
fingindo que nada tivesse acontecido?
Quer droga! Nessas horas sentia o duro peso de ser uma pessoa pública.
Todos sabiam de sua vida intima, de seu namoro. Se terminava todos
sabiam, e queriam saber detalhes do que acontecera. O pior de tudo é
que se você não fosse uma pessoa do meio artístico, após o fim do
relacionamento poderia sair cada um para seu lado... passariam um certo
tempo se acostumando com a situação, e se recuperando de tudo. Mas pela
infelicidade de serem conhecidos no país inteiro, e fora dele também,
agora passavam por esse constrangimento de sempre terem que responder
algo a respeito disso.
Sentia um ódio tão grande de Memo. Desejava que nunca mais
aparecesse a sua frente. O fazia responsável por toda a sua dor, no
momento.
Semanas após o ocorrido, ele havia ido lhe procurar. Por
diversas vezes havia tentado contato com ela, mas Dulce preferiu que
não o visse, pelo menos não por enquanto. A dor que sentia dentro do
peito ainda era muito forte. Se perguntava se realmente amava Memo. Mas
ao final de seu pensamento, sempre chegava a mesma conclusão. Memo
fora, de fato, muito especial em sua vida. Passara com eles momentos
maravilhosos, momentos especiais. Era com ele que chegara ao ponto de
quase dividir a primeira relação mais intima que poderia ter com um
namorado. Era com ele que ela se atrevia a passar de alguns pontos que
o namoro lhe permitia. Dulce já não era mais nenhuma criança, mas ao
contrário do que todos sempre pensavam dela, sempre impora limites em
seus namorados. Dois anos ao lado de Poncho não fora o suficiente para
que conseguisse ter relações sexuais com ele. E com Memo, que estavam a
apenas alguns meses, sentia que com ele sim poderia viver essas
experiências.
Não sabia se o que sentia agora era por ter amado muito Memo, ou se era
apenas rancor. Na dúvida, preferia acreditar na segunda alternativa.
Pensar que o odiava, era a melhor solução.
Ela
estava lá, sentada na cadeira de frente ao espelho,parecia estar muito
pensativa, e escrevia algo. Desde o término com o tal goleiro do
América, aparentava desanimada, triste pelos cantos. Nos shows, já não
era mais a mesma alegria de antes. A amizade entre os dois, que havia
ficado abalada quando Dulce começou a namorar, parecia que agora com o
fim do namoro dela, não voltava ao que era antes. Ao contrário, parecia
que agora estavam ainda mais afastados. Ele não queria que isso
continuasse a acontecer. Sentia um carinho muito forte por Dulce.
Sabia que agora ela poderia estar precisando de seu apoio, talvez para
chorar, ou desabafar. Desde que resolveram selar a paz e se tornarem
amigos, ambos levaram essa idéia muito a sério. Christopher esteve ao
seu lado no término do romance com Poncho. Ele a consolou e a ajudou
naquele momento. Sempre lhe incentivava a se reconciliar com Poncho, já
que os dois não se falavam mais desde que terminaram. Por 1 ano tiveram
uma ótima amizade. Confiança, segurança... era o que tentava transmitir
a Dulce todo o tempo que estavam juntos.
Dulce conheceu Ochoa e logo em seguida começaram a namorar. Precisava
se afastar agora dela por ter um namorado? Lógico que não, a amizade
continuou a mesma coisa, isso não iria interferir em nada, ou será que
ia?

....[FLASH BACK]...
Ucker: E vocês já estão juntos de verdade? (perguntava a olhando nos olhos)
Dulce: Bom, nada oficial ainda, até a emprensa descobrir.
Ucker: Fico feliz por você Dul. Espero que ele possa te fazer feliz. (lhe sorria com sinceridade)
Dulce: Obrigada Chris. De verdade, não sei como posso te agradecer pelo apoio, pelo carinho, pela sua amizade.
Ucker: Eu sei como.
Dulce: Sabe? (perguntou sem entender)
Ucker: Não deixa esse goleiro te fazer chorar, já é um bom começo. (piscou para ela)
Dulce: Espero que não me faça mesmo. (ele se aproximou e lhe abraçou, ternamente.)
[FIM DO FLASH BACK]

Sabia
que não ocorrera como ele havia lhe pedido. Sabia que Dulce havia
chorado por tudo que havia acontecido. O goleiro a havia feito chorar,
e ele não estava lá para secar suas lágrimas e consola-la. Dulce
passara semanas sem querer se aproximar dos companheiros.