Fanfic: Aconteceu no Verão (Terminada)

Como o exterior
escurecia cada vez mais, foi capaz de observar seu reflexo na vidraça,
reparando que o cabelo encontrava-se com­pletamente embaraçado,
em estado lamentável, grudado ao rosto e aos ombros. Não
trouxera um pente, e olhou ao redor, procurando um. Além
da gaveta na única mesa, onde não havia nada, a não
ser formulários e uma almofada de carimbo, não
havia muitos lugares que pudessem conter um pente ou escova, de forma que
rapidamente se convenceu de que ali não havia nenhum. Ergueu a
mão
direita para enfiar os dedos nos cabelos loiros e desembara­çá-los
um pouco, usando a vidraça como espelho. Uma das unhas, porém,
prendeu-se num nó, e ela foi obrigada a tentar desembara­çar
o enrosco com a outra mão. Exatamente naquele instante, quan­do estava
com os dois braços erguidos, foi que a porta se abriu e Alfonso
entrou, trazendo sua bolsa amarela.

Se ele tivesse sido
atingido por uma arma de raios paralisantes, ou pelas novas armas elétricas
de defesa, o efeito não teria sido mais instantâneo.
Alfonso parou onde estava. A sacola caiu dos dedos inertes, e a boca se abriu,
permanecendo assim.

Mortificada, Anahí teve
vontade de sair correndo naquela posi­ção, como num filme de
horror dos anos oitenta. Resistiu e pro­curou controlar-se e raciocinar. Era
quase como tomar um banho com um estranho. Estava molhada, os dois braços
erguidos acima da cabeça. Praticamente nua com uma pessoa que não
conhecia até dez minutos antes.

Parecia mais um
pesadelo, não um sonho erótico.

Por um instante, pensou
que ele sairia correndo dali, mas não foi o que aconteceu.
Assim que recuperou a capacidade de se mover, o salva-vidas fechou a porta atrás
dele, para evitar que entrasse mais chuva. Ergueu o corpo, tentando dissimular,
mas não conseguiu tirar os olhos dos seios dela, mais
firmes e rijos em virtude do frio.

-
Está chovendo forte - afirmou ele
desnecessariamente. Abaixou-se para apanhar a bolsa plástica.
-
Trouxe sua bolsa, que apanhei na água rasa. Ela boiou, mas
não
achei a toalha. Uma onda deve ter levado.

Lá
se ia a oportunidade de cobrir-se com uma toalha seca. Na­turalmente o sarongue
estaria ensopado, e era feito de tecido trans­parente, portanto não
serviria. Parece que a única coisa disponível seria mesmo a
camiseta de Alfonso.

Anahí continuou movendo
os dedos até libertar a unha presa. Porém
não
baixou as mãos, para que ele não percebesse o que
acontecera.

Ao invés
disso, juntou as pontas dos cabelos e torceu tudo, para tirar o excesso de água.

-
Eu... Demorei porque fui até a estrada. Caiu uma árvore
na pista na curva de acesso. O vento derrubou - informou ele, sem
conseguir tirar os olhos do corpo dela. - Mas um homem da equipe
de emergência disse que um trator está
a caminho. Só que não vai ser possível
entrar nem sair da praia, pelo menos nas pró­ximas duas horas.

Apenas uma parte do cérebro
de Anahí escutava. Era como se fosse um sinal do destino. Uma resposta às
suas dúvidas. Entendeu que a praia estava interditada,
mas com a queda daquela bendita árvore, seu plano acabara
de receber sinal verde.

perdam os atrasos nas web, mas tento atualizar-la diariamente.

amo ler os comentários de vocês e saberam que estão gostando,

por isso acompanhe Concubina, e Perseguida, vão adorar garanto.