Fanfic: Aconteceu no Verão (Terminada)

O resultado dessa experiência
foi previsível. Nunca mais voltou a ver Millie.

Voltando ao presente,
percebeu que Anahí inclinava a cabeça, estudando-o através
do calção molhado.

-
Pensei que o frio encolhesse em vez de aumentar - comen­tou ela, batendo
em seguida a mão nos lábios, como se não
tivesse tido intenção de falar em voz alta.

Com os olhos presos ao
ponto onde a camiseta colava-se ao alto das coxas, exatamente os pontos que ele
gostaria de acariciar, foi como se ele também dissesse o que não
pretendia.

-
Nessas circunstâncias, não.

Anahí ergueu os olhos
por um segundo, fitando-o, depois voltou a baixar o olhar, como se estivesse
hipnotizada.

-
Se estiver muito desconfortável, seu calção
molhado... pode tirar.

Alfonso imobilizou-se. Não
conseguiu nem abrir a boca para arti­cular uma resposta; se fosse possível,
poderia jurar que sua rigidez aumentara.

Ela tomou a iniciativa.

-
Tenho algo que você pode usar para se cobrir -
anunciou ela, enfiando a mão na bolsa úmida.

Não
demorou a encontrar o que buscava. Um pedaço de tecido caiu dos
dedos trêmulos até o chão,
e ela abaixou-se para apanhar.

O movimento ergueu a
parte traseira da camiseta, torturando Alfonso, que quase deu dois passos para
o lado, a fim de obter a visão do ponto exposto, uma
atração quase irresistível. Anahí ergueu-se
naquele instante, sacudindo nas mãos um pedaço
branco de tecido.

-
Meu sarongue - anunciou ela, com voz alterada.

A peça
em questão não passava de um pano levíssimo
e trans­parente, com grandes hibiscos estampados. Talvez fosse bela e
decorativa, principalmente num corpo feminino, porém
a proteção fornecida era nula. Era uma espécie
de saia, pensou ele.

-
Essa coisa não cobriria nem uma unha.

Inesperadamente, Anahí
sorriu.

-
Temos aí muito mais do que um dedo inteiro, não
é?

Alfonso não
acreditou na própria reação. Estava corando!

-
Anahí!

O sorriso ainda
permanecia, mas ela tentou parecer mais contrita.

-
Desculpe, estou fazendo você ficar sem graça?
O que você acha, pensou ele.

-
Não...
Quer dizer, acho que... - começou ele, inspirando
profundamente antes de recomeçar. -
Bem, Anahí, quando eu en­trei, você estava praticamente
nua, e... Puxa vida, eu não seria humano se não
reagisse ao que vi.

Ela ampliou o sorriso e
intensificou o olhar, fitando-o com in­tensidade.

-
Você é linda...

O rosto de Anahí corou e
ela mordeu o lábio inferior.

-
Obrigada.

Ele sentiu necessidade
de completar o que dissera.

-
Seu corpo é... - começou
ele, sem conseguir completar. Ficou sem palavras para descrevê-la.