Fanfic: Aconteceu no Verão (Terminada)

Pode deixar que eu tiro -
disse ela. Baixou as mãos e enfiou os dedos nas laterais do cal­ção.
Naquele ponto, Alfonso sorriu. Só aquele calção
molhado impe­dia que ele a penetrasse.

Anahí ajoelhou, para
poder terminar de retirar a reduzida peça. Ele ergueu o corpo,
esperando assim auxiliá-la naquela tarefa. Bei­jou-a com paixão,
passando a língua por toda a extensão
dos lábios que se entreabriam para ele.

Por um instante, ambos
se esqueceram da tarefa, envolvidos no beijo provocante. Depois, Alfonso
percebeu que Anahí ainda não con­seguira sucesso em
deslizar o calção para baixo; esticou o elástico,
a seguir, tentando facilitar a penetração das mãos,
e cerrou os den­tes quando os dedos frios começaram a explorar sua pele
superaquecida.

-
Fique de joelhos - pediu ela. - Quem sabe fica mais fácil.

Alfonso fez o que ela
pediu, sem perguntar nada. A mão inteira de Anahí
estava em seu calção, fazendo uma tentativa razoável
para se desembaraçar da sunga interna, feita de tecido leve, em
trama lar­ga, como uma rede. Era confortável no calor, mas
certamente não combinava com unhas longas e dedos finos.

Alfonso sentia uma agonia
cada vez maior, pois sentia a mão an­siosa para realizar
o que ambos desejavam, e ao mesmo tempo não a podia conduzir para
onde a mais queria. Tentou guiá-la, abrindo caminho
para a direita e para a esquerda, tentando manobrar até que
a mão de Anahí conseguisse segurar sua ereção
ansiosa.

Repentinamente ela
parou, depois começou a sacudir com tanta força
que o corpo dele também começou a tremer.

-
Minha mão ficou presa!

Ele olhou para baixo,
avaliando a situação, mal acreditando no que viu. A mão
dela estava presa à sunga como um atum na rede, toda enrolada, com
os dedos emaranhados nos fios.

-
Mas o que...? - começou ele, parando à
medida que enten­dia visualmente o que estava acontecendo. -
Acho que devemos dar um puxão para o mesmo...

Anahí não
esperou. Puxou.

-
Lado!

Como Alfonso firmara a mão,
preparando-se para puxar com todas as forças, resistiu ao
movimento dela. Isso provou ser um erro. Seus testículos
foram apanhados por um feixe torcido da rede, que formou uma espécie
de torniquete.

A sala girou como
daquela vez em que tomara duas doses se­guidas de uísque
de milho no casamento do irmão.

O pior da dor demorara
alguns segundos para chegar, e logo ele largava o calção
e dobrava o corpo, numa tentativa de diminuir a pontada.

-
O que foi? - quis saber ela. - Foram as minhas...

Parou, sem saber o que
dizer. Bolas parece coisa de criança, gônadas
era um termo de estudo de anatomia, no ginásio, e testí­culos
era reservada para o uso de profissionais da área de saúde.

Com as mãos,
pediu calma, mais para si mesmo do que para ela, que não
sentia dor. Em seguida, apontou para baixo.

-
Minhas... Ficaram espremidas.

Ela somou a expressão
de dor e o gesto. Por fim, percebeu o que acontecera.

-
Deixe ver.

-
Como assim, deixe ver? O que tem aqui para ver?

Não
se tratava de um espetáculo circense em sua virilha, ora bolas. Não
poderia perder assim tão rápido a dignidade.

-
Estou ótimo, só preciso de um minuto!

-
disse ele.

Anahí ficou olhando para
ele, e repentinamente riu muito.

 Alfonso ergueu os olhos ainda magoado.

-
Bem, desculpe, é que me lembrei de outra cena que vi, não
sei por que... - começou ela, e caiu na
gargalhada outra vez.

-
Posso saber o que é tão engraçado
assim? - perguntou ele.

-
Desculpe, Alfonso, não é com você,
acredite - disse ela, beijando-o no rosto.

-
Acho que se eu der risada passa mais rápido a dor -
disse ele.

Anahí olhou para ele,
sorriu e beijou-lhe o rosto.

-
Uma vez, fui a um casamento com uma amiga minha. Uma festa muito requintada. Tínhamos
cerca dezesseis anos, e ficamos bastante impressionadas com as esculturas de
gelo que decoravam o bufê. Leões e unicórnios,
uma réplica da Pietà e
do David, além de alguns deuses e um enorme golfinho,
segurando na boca uma concha, onde estava o caviar...

-
Parece mesmo uma festa e tanto - comentou ele, erguendo
o corpo.

-
Foi, sim. Quer dizer, pelo menos até acontecer o... Acidente.
Depois, fomos obrigadas a ir embora.

-
E que acidente foi esse?

-
Estou chamando de acidente por educação. Foi bem de pro­pósito,
se quer minha opinião. A reputação da Jessica ficou arra­sada,
na escola. Acho que só não trocou de escola também
porque estávamos no último ano, e no ano
seguinte ela foi para uma facul­dade em Chicago. Mas até
hoje, na cidade, tem pessoas que cha­mam ela de Picolé,
um apelido que ela detesta. Melhorou a dor?

-
Melhorou. Mas o que ela fez?

-
Estávamos nós duas em frente à
mesa, e ela começou a olhar para a estátua
de David, querendo enxergar além da folha de parreira.
Depois disse que era como um sorvete, e quis saber que gosto teria

-
continuou ela, com ar de riso. - Olhamos para os lados,
não
vinha ninguém, e eu fiquei vigiando.

-
Ela foi lamber o...