Fanfic: Aconteceu no Verão (Terminada)

 - Foi -
apressou-se a responder Anahí. - Mas acontece que não
sabíamos que não era gelo comum... Ou
por outra, ficava em cima do gelo-seco, para não derreter fácil.

-
Era gelado demais.

-Era.
Quatro graus abaixo de zero. Era tão gelado que a língua
dela ficou grudada no gelo, assim que encostou.

-
Está brincando!

-
Pois é, agora parece engraçado,
até para mim, mas na hora fiquei apavorada, porque
vinha chegando gente, e ela com a cabeça no meio das pernas de
gelo de David, a língua grudada... Foi muito aflitivo.

-
Por que ela não puxou?

-Ela
puxou. Só que a pele não desgrudava.

No primeiro grupo dos
que chegaram, alguém sugeriu para jogar água
devagar na região, que iria soltando aos poucos.

A essa altura, Alfonso
ria, de imaginar a cena insólita, esquecido de sua
dor.

-
Alguém fotografou? - perguntou ele, dando
risada.

-
Um dos rapazes de nossa classe. Depois colocou no quadro da escola. Por um mês.
Jessica ganhou o apelido de Picolé, e pou­cos meses depois
viajou para longe - explicou Anahí. - Nunca mais voltou.
Meninos dessa idade são terríveis; não
perdoam nada.

Alfonso aprumou-se,
ainda com um sorriso nos lábios. -Não
sei por que estou rindo. Detesto situações que me deixam com
vergonha.

-
Eu também. Fico passada com isso -
concordou ela. - Deixe eu dar uma olhada, sim? Talvez você
tenha sofrido uma torção testicular.

O jeito como ela falou
informou a Alfonso que ele talvez preferisse não ser informado dos
detalhes. Não conseguiu evitar uma expres­são
horrorizada.

Anahí esticou a mão
para o elástico do calção. Ele afastou-se,
colocando as mãos nos quadris e tentando não
fazer careta. De alguma forma ela parecia diferente, como se tivesse uma
confiança que ele não entendia. Ainda que
estivesse nua, tinha uma postura que exigia respeito profissional, talvez o
mesmo tipo de compor­tamento que ele apresentava na água,
quando se dispunha a salvar alguém. Uma espécie
de respeito profissional. Ocorreu a Alfonso que ela poderia ser uma enfermeira.

Porém,
todos esses pensamentos racionais se foram, quando ela deslizou a mão
para o interior do calção, acariciando sua ereção,
depois desceu para os testículos, apalpando-os com
toda a delicadeza.

-
Assim dói?

Alfonso tinha os olhos
cerrados, para aproveitar melhor as sen­sações.

-
Não...

Talvez pudesse encontrar
vários
nomes para descrever suas sen­sações, mas dor não
seria um deles. Pelo menos não a dor física.
O mamilo estava roçando em seu peito, os dedos envolviam seus testículos,
e essas carícias provocavam um tipo de dor, que au­mentava a
vontade, o desejo. Os cabelos afloravam suavemente seu braço
e o hálito envolvia todo o ventre, dando a impressão
de estimular o erotismo da situação.

Com gestos firmes e hábeis,
Anahí retirou seu calção.

Não
ajudou muito.

Sem demora, ela passou a
peça vermelha pelos joelhos e pelos pés,
colocando-a ao lado deles. Emocionada, deparou-se com a ereção,
que, liberta, apontava em sua direção como uma seta.