Fanfic: Aconteceu no Verão (Terminada)

Olhou ao redor do
aposento, procurando a sacola. Estranhou um pouco o barracão
onde se encontravam, pois de alguma forma esperava deparar-se com um celeiro. O
local servia como urna espécie de depósito
de materiais de salvamento e burocracia, onde ele jamais imaginara fazer amor,
principalmente no último dia de trabalho.

Podia-se afirmar que o
aposento era funcional, no máximo, e que era feio.
Cilindros de borracha e de cimento para demarcar áreas, coletes
salva-vidas alaranjados e um leve cheiro de maresia e umidade. Não
se tratava de um lugar confortável, nem elegante. Anahí
merecia coisa melhor, e ele sentiu pontadas de culpa, por oferecer somente
aquilo. Deu dois passos na direção da sacola amarela,
apanhando-a do chão, depois voltou-se para ela, por sobre o ombro.

As mãos
estavam levantadas, arrumando o cabelo, na mesma postura que o haviam levado a
tocá-la da primeira vez. A diferença,
agora, era que ao menos usava a reduzida parte inferior do biquíni.
A expressão era de uma loba faminta. Por ele. Começou
a procurar os preservativos, no interior da bolsa, terminando por derramar todo
o conteúdo no assoalho, tanto para facilitar sua tarefa,
como para colocar alguma coisa entre eles e o chão. Sentiu mais uma
pontada de culpa, pois Anahí merecia um lugar melhor do que aquele.

Sempre podiam
experimentar em pé.

Alfonso abriu a pesada
porta de aço, esperando assim esquentar o ambiente, cujo
ar-condicionado funcionava a pleno. De fato, a chuva e o vento que penetraram
pela fresta pareciam quentes em relação à
temperatura interior da cabana. Não estava preo­cupado com
a privacidade, porque no meio daquele temporal a praia estaria deserta. Mas
iria amenizar o efeito exagerado do ar-condicionado.

Voltou para o lado de Anahí
e estendeu o sarongue sobre a ca­miseta, depois ajeitou a sacola aberta sobre ambos.
Em seguida, deitou-se. Anahí estava em pé, com a caixa de
preservativos numa das mãos.

Lentamente ela baixou o
corpo, abrindo as pernas ao sentar sobre o colo dele, de forma que ele teve uma
visão torturante do interior das coxas, da penugem
loira e da penumbra abaixo, o que foi suficiente para deixá-lo
paralisado.

Era bom mesmo que ela
viesse, pois ele se considerava incapaz de mover-se.

Rasgando uma das
embalagens, ela se ocupou em ajustar o pre­servativo. Realizou todos os gestos
com movimentos lentos e de­liberados, ao mesmo tempo sensuais e eficientes. Alfonso
não
con­seguiu resistir ao movimento dos seios, que oscilavam ao seu alcance.
Esticou a mão e envolveu um deles. Anahí já
terminara sua tarefa, mas continuava acariciando a base com entusiasmo.

Tirou a mão
dele e deslizou-as pelos próprios seios.

-Você
quer?-ofereceu ela, acariciando-os de forma a expor os
mamilos.

Sem a menor dúvida,
pensou ele. Acontece que a visão das mãos
delicadas deslizando pelos seios arredondados era bela de­mais, e merecia ser
observada por mais algum tempo. Era como a visão de uma ninfa ou uma
fada se acariciando, com demonstra­ções evidentes de prazer.

Alfonso sentiu-se
pulsando sem controle, e percebeu que não con­seguiria
controlar-se mais. Não se importava com isso.

-
Venha até aqui.

Ela inclinou-se, uma
cortina de cabelos loiros roçando na pele sensível
do peito de Alfonso, despertando terminais nervosos que ele sequer conhecia.
Imaginou que aquilo seria suficiente para produ­zir um orgasmo, mas conseguiu
controlar-se, pensando em equa­ções do segundo grau, um
truque que aprendera ainda no colegial.

Então
Anahí resolveu fazer com que ele realmente se esforçasse.
Apoiou uma das mãos no chão, e a outra segurou-o
com firmeza, retorcendo-se de forma a alisar a si mesma com o membro em sua mão.
Alfonso, sem opção, ia entregar-se, sem a menor chance de se
controlar.

Por um capricho da
sorte, foi salvo por um acidente provocado pelo vento: Havia uma tábua
de surfe encostada à parede, próxima à
porta, e o vento, entrando sob ela, derrubou-a perto do casal, que empalideceu
de susto com o estrondo.

Os dois olharam ao mesmo
tempo para a porta, que estava com­pletamente aberta, deixando entrar um bocado
de chuva. Alfonso er­gueu o corpo e olhou para Anahí.

-
Posso?

-
Pode, desde que .volte exatamente onde estava logo depois. Promete?

-
Prometo - disse ele, erguendo-se nu e dirigindo-se para a
porta escancarada.

Fechoü-a
outra vez e puxou a prancha, que não se quebrara.