Fanfic: Aconteceu no Verão (Terminada)

Daquela vez não
foi possível controlar nada. Anahí gritou tão
alto, que mesmo durante a tempestade seria ouvida até
a divisa com o próximo Estado.

Foi a vez de Alfonso.

Seus olhos chegaram a
ficar desfocalizados com a explosão.

Os dois gritaram e
gemeram juntos, os sons perdendo-se no fragor dos elementos, por todo o tempo
que o êxtase durou. O doce aroma do amor ergueu-se
entre eles, e milhares de gotículas de suor brotaram
no peito de Alfonso.

Anahí chegava ao final
de dois anos de abstinência. Todas as horas desagradáveis
se dissolveram naqueles segundos de prazer intenso, total e sonoro.

Depois do excesso de ação,
os corpos se relaxaram totalmente, e as respirações ofegantes começaram
a normalizar-se. O tempo, lá fora, continuava péssimo.
Ali dentro, instalara-se a paz dos cor­pos cansados.

O contraste era o ideal
para um cochilo, e foi o que aconteceu com Anahí.

Abraçada
a Alfonso, adormeceu.

Um estrondo se fez
ouvir, de tal forma que ela abriu os olhos, assustada, pensando encontrar pela
frente outra vez a prancha de surfe caída. A porta estava
escancarada, deixando a chuva e o vento entrarem. Anahí ergueu a mão
e esfregou os olhos.

Um raio desenhou três
silhuetas escuras contra a porta. Três homens corpulentos, usando
capas de oleado. Dois deles carrega­vam machados, e o terceiro, uma pá.

-
Com licença - disse o vulto do meio.

Todos entraram. A cabana
ficou muito pequena, de repente, e Anahí sentiu-se mais desprotegida do que
nunca. Uma lanterna foi acesa.

-
Ei, o que está acontecendo por aqui? -
disse Alfonso, aparen­temente também acordando.

O facho foi dirigido
para o rosto dele, depois para os corpos dos dois, ainda nus.

-
Opa! A gente é que pergunta isso, ora. Então
o salva-vidas está salvando uma vida, é?
Salvar os outros assim a gente também sabe... não
sabe, pessoal? - disse o que segurava as lanternas.

-
Então; quando é para salvar as pessoas,
quanto mais gente ajudar, melhor, não é,
moça? - disse um outro, rindo.

-
Esperem um pouco aí!

-
exclamou Alfonso, erguendo-se, ain­da nu, procurando seu calção
no chão.

-
Quem são vocês?

Apanhou a camiseta e
passou-a para Anahí, que começou a vesti-Ia. Enquanto Alfonso
apanhava o calção, alguém arrancava a ca­miseta
da mão dela.

-
Não
precisa, não. A gente não é
de cerimônia. Nem veio atrapalhar nada.

Alfonso passou um braço
protetor ao redor dela.

-
Calma, moço, só queremos nos esconder
da tempestade. Só isso. Como vocês...

A lanterna iluminava o
corpo de Anahí, que se vestia o mais depressa possível.

-
Essa moça aí é
muito bonita, não é, chefe? Bonita demais
até para um homem só.