Fanfics Brasil - Capítulo 2 Perseguida (Terminada)

Fanfic: Perseguida (Terminada)


Capítulo: Capítulo 2

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Essa
sensação de ser observada se desvaneceu na hora seguinte ao chegar ao povoado e
não ressurgiu novamente nesse dia. No momento em que Anahí se aconchegou entre
as peles de urso polar na pequena cabana para dormir essa noite, estava segura
de ter imaginado todo o assunto. Provavelmente tinha se tornado paranóica pelo
susto que Benjamin lhe tinha dado mais cedo, um susto que o adolescente não
tinha explicado de tudo.


Provavelmente
tinha sido melhor assim, decidiu. Os moradores das rochas eram sem dúvida,
alguma espécie de mito, uma lenda Esquimó tão antiga como o mesmo povo.
Entretanto, Anahí era uma científica até a medula dos ossos e devido a isso, se
asseguraria de chegar até o fundo da história. Não só porque isso seria o que
faria um cientista, mas também porque era consciente de que nenhum outro
antropólogo jamais havia descrito um mito sobre os moradores das rochas. Era
possível, pensou entusiasmada, que pudesse ser a primeira em seu campo em ter
ouvido alguma vez sobre isso.


E isso
ficaria impressionante em sua exposição de dissertação doutoral.


Mordeu o
lábio. Definitivamente chegaria ao fundo disto. Não só por sua tese de
doutorado, mas também para saciar sua curiosidade. Anahí tinha nascido com um
caso de curiosidade de quinze quilômetros de comprimento e um oceano de
largura. Conhecia si mesma o suficiente para saber que simplesmente não podia
renunciar e deixar estar. Além disso, do fato de que se realmente havia algo
para ser considerado ali fora, precisava saber o que era esse algo por motivos
de segurança. Ben e ela viajavam muito daqui para lá, pela tundra deserta com
muita freqüência, para deixar se soubesse.


Com um
esgotado suspiro, Anahí deu a volta dentro da cama de peles, usou seu cotovelo
como travesseiro, e fechou os olhos. Primeiro precisava dormir um pouco. Amanhã
se aproximaria da irmã de Benjamin, Sara, e esperaria contra toda esperança que
a menina de doze anos estivesse faladora.


E então ela
escutaria sobre os moradores das rochas dos quais seu irmão lhe tinha falado.




-Moradores
das rochas? - Sara desviou o olhar, voltando para seu trabalho fora da cabana
familiar. Estava nevando com força, de modo que se ocupou de sua tarefa rápida
e eficientemente. Levantando uma faca e brandindo para baixo, decapitou ao
ainda trêmulo peixe de um só golpe. Seu brilhante cabelo negro e comprido até a
cintura resplandecia com reflexos projetados pelas tochas próximas-. Não -
disse com voz fraca-. Nunca ouvi falar deles.


O olhar
verde-mar de Anahí se entrecerrou especulativamente. Acomodou ausentemente um
cacho loiro acobreado atrás de sua orelha enquanto considerava que fazer a
seguir. Não queria desgostar a doce menina, mas simplesmente não podia tirar da
cabeça os sucessos do dia anterior.


Na noite
passada Anahí tinha dado voltas na cama, incapaz de dormir. Benjamin havia dito
que ela estava sendo caçada. Um pensamento que a tinha perseguido até o ponto
de induzir o primeiro pesadelo que seu cérebro inconsciente tinha abrigado em
muito tempo.


De algum
jeito, durante o curso da agitada noite, se deu conta de que o enigma dos
moradores das rochas e seu desejo de desentranhar o que ou os quais eram ia
muito mais à frente do desejo de glória, ou do desejo de deslumbrar com seu
descobrimento à doutora Kris Torrence, a assessora de sua tese doutoral. Em
lugar disso se abatia sobre o horizonte que o propósito e a necessidade de
saber a resposta era para proteger a si mesma.


-Sara? -
murmurou Anahí-. Sei que não quer falar disso. E sei que estou rompendo cada
regra da investigação antropológica ao afetar sua vida em vez de somente
observá-la, mas eu... - Sua voz foi se apagando em um suspiro ao tempo que
afastava o olhar e subia seus braços para acomodá-los sob seus pesados seios-.
Estou assustada - sussurrou.


O corpo de
Sara ficou imóvel, uma ação que captou com sua visão periférica. Os batimentos
do coração de Anahí se dispararam quando permitiu a si mesma esperar só por um
momento que talvez a menina de doze anos se abrisse com ela. Não tinha mentido
sobre seus temores. Não queria passar nem sequer uma noite mais preocupada e
insone. Só desejava verificar que os moradores das rochas fossem um mito e
assim poder respirar com calma e afastar isso da mente por agora. Poderia
encontrar um modo de explorar o mito mais tarde.


-Pai diz
que se uma moça falar sobre eles poderiam escutá-la, e a levariam para que não
possa falar deles nunca mais. - Sara pronunciou as palavras em um sussurro
enquanto deixava a faca sobre a tábua de picar e girava lentamente em suas
botas de couro costuradas a mão para enfrentar Anahí. Seus olhos amendoados
notou Anahí, estavam cheios de ansiedade. Subiu o capuz de seu parka e se
agasalhou com ela -. Ele disse que nunca falássemos deles, pois o vento tem
ouvidos.


O olhar de Anahí
se encontrou com o da moça.


-Acredita
nisso? -murmurou com seus batimentos do coração acelerando de novo. Sua mente
lhe dizia que estava se deixando transtornar por um montão de histórias de
fantasmas contadas em acampamentos de verão, mas seu corpo reagia ao nervosismo
da menina como se ela não falasse mais que dos fatos -. Acha que o vento tem
ouvidos?


Sara
suspirou e deu de ombros ao tempo, se assemelhando por um momento mais a uma
murcha anciã de sua gente que a uma ingênua menina de doze anos.


-Não estou
segura. Mas é certo que meu titia falou deles uma vez, e logo desapareceu
apenas dois dias mais tarde. - estremeceu sob a parka, dando a volta para
fatiar e cortar em quadrados os trêmulos peixes-. Minha mãe sente profundamente
a falta de sua irmã do coração - sussurrou-. Como eu.


Os olhos de
Anahí se suavizaram compasivamente, embora a moça não pudesse vê-lo porque lhe
dava as costas.


-Sinto
muito, carinho. Como se chamava?


-Charlene.
A chamávamos tia Chari.


Anahí sorriu.


-Um
precioso nome.


-Ela era
uma dama muito formosa - disse Sara amargamente-. Provavelmente por isso a
levaram. -A faca baixou assobiando, separando a cabeça do peixe de seu corpo em
uma morte precisa e limpa.


O sorriso
de Anahí se extinguiu. Subiu o capuz de seu parka, e logo colocou suas mãos
enluvadas nos bolsos.


-Quem a
levou? -Sabia o que Sara ia dizer, mas por alguma perversa razão queria ouvir a
menina dizê-lo. Se pudesse obter que expressasse as palavras em voz alta,
talvez então lhe dissesse um pouco mais...


Sara
suspirou, deixando a faca outra vez. Deu meia volta sobre seus calcanhares para
enfrentar Anahí, e logo rapidamente desviou o olhar.


-Não estou
tentando te levar o contrário.


-Sei -
disse Anahí em voz baixa. E de repente entendeu que não importava quantas vezes
interrogasse à garota, Sara nunca se justificaria. Não sobre isto.


-Está bem,
carinho.


Os olhos
amendoados de Sara voaram para se encontrar com os verdes de Anahí. Mordiscava
seu lábio inferior ao mesmo tempo em que jogava uma rápida olhada ao redor, e
logo avançou lenta e cautelosamente ao lado da antropóloga.


-Só te
direi isto e nada mais - sussurrou, conseguindo a completa atenção de Anahí,
que a olhava com os olhos muito abertos-. Permanece afastada da tundra ou será
tão fácil de capturar como o é um peixe para o urso polar.




se tiver mais comentários continuo ainda hoje.


besos!!



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Autor(a): annytha

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1803



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  • carine Postado em 20/12/2010 - 20:25:13

    menina que susto que eu levei!
    kkk'
    mas poooxa, ja acabou???

  • carine Postado em 20/12/2010 - 20:25:13

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  • carine Postado em 20/12/2010 - 20:25:13

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  • carine Postado em 20/12/2010 - 20:25:12

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  • carine Postado em 20/12/2010 - 20:25:12

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