Fanfic: Rebelde ( a luta pela vida)

De manha no hospital

Ela acordou enjoada, vomitava por qualquer coisa

Sim, essas drogas já estavam destruindo seu
organismo

Já estava destruindo-a por dentro

Matando-a aos poucos

Como um suave veneno que aos poucos vai destruindo
uma pessoa



Cada segundo que passava parecia uma hora

Qnt mais ficava ali mais queria ir embora

Fugir dali pra qualquer lugar

Sabia que iria morrer, então qual a diferença
entre morrer em um hospital ou em um lugar do qual goste como uma praia, uma
fazenda?

Quer saber?

Muita! Pois só quando se sabe que a morte se
aproxima é que realmente começamos a valorizar a vida

A valorizar o que por tanto tempo nos pertenceu e
nunca lhe demos o devido valor

É quando sabemos que iremos morrer que finalmente
aclaramos a mente

Aproximamos dos amigos sendo eles novos ou velhos,
bonitos ou feios, bons ou ruins

Somente ai damos o verdadeiro valor e sentido ao
amor



Uma semana... Uma semana ali, naquele hospital,
isolada

Agora faltam 9 semanas para valentim  nascer

Mais parecia que quanto mais as horas passavam,
mais demora pra chegar o dia

Já não agüentava mais, queria acabar com tudo isso

Com toda essa dor

Agora estava em uma sala de exames

Exames esses que fazia todos os dias e já lhe
estavam cansando



Olhava pra todos os lados

Aparelhos, máquinas, médicos e enfermeiros 

Era tudo o que via

Sua visão já estava embaçada

Aos poucos foi fechando os olhos

Até adormecer após a anestesia



Já Miguel estava no quarto dela, esperando-a

Olhou pro laptop e lembrou-se do que havia lido da
ultima vez 



"Ultimamente, tenho pensado 

Quem ocupará meu lugar 

Quando eu me for, você vai precisar de amor 

Para iluminar as sombras do teu rosto

Se uma grande onda cair

E cair sobre nós todos

Então entre a areia e a pedra

Você conseguiria se virar sozinho?"



Aquele "refrão" não lhe saía da cabeça

Não conseguia simplesmente esquecer do que havia
lido

Não podia esquecer

Aquelas palavras não lhe saíam da cabeça

Fechava os olhos e td em q pensava era nela, em
Mia, pensava como ela se sentia, porque escrevera aquilo

Mais como sempre não chegava a conclusão nenhuma

Levantou o rosto respirando fundo



Miguel: O que estas sentindo preciosa?



Encarou o laptop

Seu coração batia acelerado

Queria ver o que ela tanto escrevia

Algo dentro dele dizia para lê-lo

Já sua razão não achava completamente certo

Considerava uma falta de privacidade



Não resistiu!

Pegou o laptop q estava ligado e começou a olha-lo

Achou uma pasta nomeada Diary

Agora msm ficou curioso

Abriu e começou a ler

Havia espécies de poemas, versos, textos escritos
por ela



Pobre garota perdida,

Você vagueia

Incessantemente pelo labirinto

Que você mesma criou,

Tremendo

De ódio,

Terror

Raiva,

Você dispara

Tentando apontar

Dedos

Para sombras

Na neblina,

Querendo que fantasmas

Assumam a culpa

Mas apenas

Seu próprio nome

Ecoa

Na escuridão.



Ele não entendia o significado de semelhantes
palavras

Não entendia ao certo porque ela havia escrito
aquilo

Continuou olhando



Para Miguel

Pq te amo



Você entrou na minha

Vida

De um jeito fácil ou suave,

Sem decisão

Ou confusão

Você veio como uma surpresa

Uma pessoa e um

Acontecimento

Que eu tinha que decidir

O quanto

Queria

Lutei,

Querendo você,

Sem conhecer você,

Sem ter certeza sobre você

Ou sobre mim mesma,

Ou como tê-lo.

Mas mesmo assim

Escolhi você,

Sem fazer idéia de como

Então você veio

Não de um jeito fácil ou suave,

Penetrando no meu mundo

Enquanto você e eu no

Dávamos

As mãos, 

E eu prometi a você uma

Eternidade

De amor e proteção.

Você me fez rir

Você me fez chorar

Mais agora eu te faço chorar

Não quero

Não posso

Quero acabar com tudo isso logo

Só preciso saber

Como...

Sim, ele chorava com e por cada palavra que ela
havia escrito

Não conseguia entender pq td isso

Ela queria morrer?

Simplesmente entregaria a vida assim, facilmente?

Continuou percorrendo os olhos por ali



...eu gostaria de me manter em segredo,

Como andar no escuro,

Se ninguém te conhece, ninguém liga

Portanto não parto o coração de ninguém com mina
doença.

Como num sonho eu me vejo

E estou de pé

Mas todo o meu tempo passo sentada

Estou sempre semi-adormecida

Não sobrou nada neste mundo

Ele morreu quando eu nasci.

Eu costumava ter um propósito

Mas não existe mais razão para isso...



Sim, ele chorava

A cada palavra lida mais uma lagrima escorria

Sofria por ler o quanto ela sofria

O quanto ela lutava

O quanto ela chorava



Queria parar de ler

Desligar aquilo e fingir que nunca soube do que
ela realmente sentira

Mais não podia

Iria a fundo saber dos sofrimentos dela,

De seu medo, de sua luta



Não faz sentido lutar comigo

Porque eu já perdi

Esta vida é apenas uma batalha

Que eu já lutei.

Todos os dias eu abaixo a cabeça

Me entrego a mim mesma.

Eu costumava ser forte

Eu costumava não precisar de ajuda

Eu costumava ser uma menina

Tornei-me uma mulher

Mais nem estou vivendo

Não sei o que sou.

Uma vida que se passa morrendo

Não é vida nenhuma.

Andando pela vida

E por este inferno

Realmente não pode durar muito mais

Perdi tudo que um dia tive.

Sei que poderia ser pior

Mas assim mesmo é bem ruim.



Ela tinha medo?

Estava cansada de lutar?



Miguel: Não desiste princesa, por mim, lhe
imploro.



Ele desligou o laptop e deixou-o de lado

Saiu dali e foi caminhando lentamente pra algum lugar

Parou em frente a porta da capela

Todos os dias ia la

Rezava

Rogava

Implorava

Tudo pela vida dela, de Mia

Da única que verdadeiramente amou



Minutos depois saiu dali

Voltou ao quarto dela que dormia profundamente

Passou a mão sobre o rosto dela e lhe deu um leve
beijo



Miguel: Não desista princesa



Ela se mexeu um pouco mais não acordou

Parecia entretida em seu próprio sonho



Miguel: Te amo



Beijou-a na testa e saiu do quarto

Foi a lanchonete

Bebeu um café enquanto tentava esquecer das
palavras dela



Não sabe ao certo quanto tempo ficou lá