Fanfic: Rebelde ( a luta pela vida)

Foram horas de espera, minutos intermináveis convertendo-se em dor, desespero, aflição

Não sabia o que sentir, muito menos o que fazer

Sentia-se perdido

Deslocado!



Levantou-se,
não agüentava mais ficar parado ali, era horrível aquele sentimento
inexplicável, tudo se misturava em seu interior, seu coração batia
acelerado, sua respiração estava agitada mostrando o quão agitado e
nervoso ele estava

Andava de um lado para o outro, cansando de esperar



- Você ta me deixando tonta andando de um lado pro outro, se acalme rapaz

Foi
o que disse uma mulher, ele a olhou fixamente, porém era impossível
decifrar o que seus olhos mostravam, olhou-a e não soube quem era, uma
mera estranha em todo caso, aproximou-se da mulher e abaixou-se ficando
na altura dela



Miguel: O dia que você estiver na minha situação eu também vou mandar você ter calma



A
mulher o olhou perplexa, nunca ninguém desconhecido havia tratado-a de
tal maneira, porém pode entender por seu olhar suplicante o quão confuso
ele estava

Ele percebeu que não havia sido muito agradável, sorriu-lhe nervoso tentando se concertar



Miguel: Me desculpe, mas estou nervoso e acabei descontando em você

- Não se preocupe, vejo em seus olhos sua aflição

Miguel:
Estou aflito, nervoso, a mulher da minha vida esta naquela sala e não
sei quanto tempo pq já cansei de olhar no relógio, e eu não sei o que ta
acontecendo, não sei como esta, não sei nada, nem se um dia poderei
voltar a vê-la

- Tenha fé que tudo dará certo



Fé? A muito tempo já havia se esquecido do real sentido dessa palavra, já não sabia mais o que significava ter fé.

Levantou-se dali e saiu correndo pelo corredor, nem ao menos se despediu da mulher, precisava fazer isso e seria agora

Parou
em frente ao primeiro lugar que havia ido quando já sentia que não
agüentaria, parou no mesmo lugar onde dias atrás havia ido buscar
conforto, força

Nunca acreditara muito nessas coisas, porém sentia que já não suportaria.

Entrou ali de cabeça baixa revivendo a ultima vez que estivera ali



A capela era até um pouco grande por ficar em um hospital, mais mto bem organizada

Um altar com uma bela imagem pintada no fundo

Pequenos candelabros pelo altar seguravam velas de todas as formas, cores e tamanhos

Olhava td aquilo calmamente

A tempo não entrava em uma igreja

Mais sabia q era preciso



Entrou em passos lentos e se dirigiu ao altar

Baixo a imagem ele se ajoelhou

Abaixou a cabeça e fez o sinal da cruz



Miguel:
Deus, sei que desde que meu pai morreu me afastei de ti, sempre
acreditei que em ti mais a partir daquele dia minha fé ficou abalada,
não tinha mais animo nem vontade de rezar, julgava-te culpado por
tirá-lo de mim, não aceitava tal fato, sempre achei que tinhas falhado
comigo qnd ele morreu e então quis me vingar, é certo que queria acabar
com Franco Colucci mais foi justamente nessa vingança que conheci a
pessoa que mais amo no mundo



Ele tentava em vão conter as lágrimas

Suspirou e continuou



Miguel:
Mia, minha amada que realmente me ensinou o significado do amor, de
amar e ser amado, ela me devolveu a vida de uma maneira espetacular e
por ela desisti da vingança e é por ela que também venho aqui agora, por
favor meu Deus não a tire de mim, sei o quanto ela sofre aqui, já
perdemos nossa filha, nossa princesinha, não quero perde-la também, não
posso perde-la. Sem ela juro que morro, ela é minha vida, minha razão
pra seguir vivo, não a tires de mim, lhe rogo, lhe suplico, aqui,
ajoelhado frente a tua imagem meu Deus, peço pela vida de uma pessoa
encantadora, que somente fez e quis o bem daqueles que a cercam, ela não
merece isso, por favor a salve.



Novamente estava ali, rogando por ela, pela mulher que lhe dependia a vida, afinal era por ela que ele vivia



Sua voz saía entrecortada

Passou mais um tempo ali

Rogando mesmo que em silêncio enquanto suplicava pela vida de Mia

Não podia perde-la

Não iria perde-la



Tentava conseguir encontrar alguma força que o ajudasse a superar aquilo, afinal logo ela estaria curada

Porém
ele não conseguia pensar nisso, não podia descartar a possibilidade de
falha, Mia estava fraca, não sabia se ela suportaria uma cirurgia tão
longa

Sentiu as lágrimas correndo involuntariamente por seus
olhos enquanto olhava fixamente o altar, a imagem da Virgem de Guadalupe
estava presa ali a parede, num tamanho um tanto grande, afinal era a
padroeira deles



Fez o sinal da cruz e se ajoelhou, precisava desabafar com alguém, sentia que ia explodir com tudo isso entalado em sua garganta



Miguel:
Já lhe pedi, já lhe supliquei pela vida dela, a amo e não posso
perdê-la. Passamos muito tempo separados, e agora que a tenho junto a
mim, não quero perdê-la, seria capaz de dar minha vida só para vê-la
salva, não conseguirei seguir vivendo se algo ruim acontecer naquela
sala de cirurgia, Mia é minha vida. Já lhe pedi desculpas, já lhe pedi
perdão meu Deus, mas hoje lhe suplico e imploro a Virgem de Guadalupe
que cuide da minha princesa, dando sabedoria e poder para aqueles que a
operam. Pode parecer egoísta de minha parte, porém só com em pensar na
possibilidade de perdê-la meu coração dói.



Ele abaixou a
cabeça, seu peito doía até que uma lágrima voltou a escorrer por seus
olhos, tentou falar mais alguma coisa, porém as palavras pareciam se
perder antes de chegarem a serem pronunciadas.

Negou com a cabeça
tentando afastar qualquer pensamento negativo, agora mais do que nunca
devia se apegar a esperança de vê-la curada, sã e salva.

Passou o dedo pelo lábio, ainda podia sentir o sabor do lábio dela sobre o seu num compassado beijo, talvez, quem sabe o último.