Fanfic: Benditα Tu Luz ~♥ [TERMINADA]

Dulce franziu a testa, confusa.

- Você quer ir comigo?

- Eu não sei... – Dulce se impediu de falar, com medo de que ele a achasse uma idiota por não saber o que era um jet-ski.

- Só me diz que quer ir comigo. Vou te levar a uma praia que eu costumava ir quando era criança. Eu queria que você v... – Christopher se impediu de falar.

- Visse? – Dulce completou por ele.

- Sim.

Dulce esboçou um sorriso terno e apertou os ombros dele.

- Não ferirá meus sentimentos ao conjugar esse verbo. Já passei dessa fase.

Ele fechou os olhos ao senti-la retribuir o abraço. Beijou-lhe os cabelos e apertou-a mais contra si. Era inexplicável essa sensação de paz que ela lhe trazia. Era inexplicável a ternura com que ele a tratava. Seria muito estranho não vê-la mais. Era estranho, mas não sentia como se tivesse conhecido-a ontem. E aquilo o assustou. Não poderia criar laços com ela. Se afastou de uma vez, sacudindo a cabeça, enquanto levava as mãos ao rosto e a deixou no box.

- Há uma toalha no canto direito, e a pia está logo ao lado. Eu mandei lavar o biquíni que você usou ontem e está aí do lado da pia, para que você vista alguma coisa. – disse ele sem se virar para vê-la. – Ou prefere que eu traga sua roupa?

Dulce tragou a saliva, confusa pela mudança de humor dele.

- Bom, não vamos...sair mais?

Christopher, imediatamente, virou-se para vê-la.

- Você vai comigo? – perguntou ele, sentindo como uma súbita alegria tomava conta dele. E ao ver como ela apertava os olhos, ele sorriu sem pensar em mais nada. Queria ficar perto dela o máximo possível.– Então ponha o biquíni e o short.

Desceu o olhar para o corpo dela e tragou a saliva, sentindo que alguma coisa começava a se fazer presente na parte inferior do seu corpo.

- Você precisa de alguma coisa?

- Não. Isso é uma das únicas coisas que faço sozinha.

Christopher riu divertido, enquanto saía pela porta. Ainda rindo abriu seu guarda-roupa. Olhou um pouco para suas roupas, escolhendo o que vestir, e logo extraiu um short de florido azul com branco, e escolheu uma blusa regata branca, e uma sunga azul-marinho a tira-colo. Vestiu-se ali mesmo no quarto e se perfumou um pouco. Virou-se para frente do espelho vendo seu aspecto, e sentiu-se estranho. Apertou os olhos vendo seu reflexo no espelho. Parecia um adolescente, se arrumando para pegar a primeira namorada na escola. Christopher quase gargalhou ao se dar conta daquilo. Mas logo desfez o sorriso, ao se tocar de que tudo aquilo era para ela. Era ela que o fazia assim. Era ela que o deixava nervoso. Era ela que o deixava envergonhado. A noite de sexo fora boa, mas não foi boa o suficiente para ele morrer de amores e pedi-la em casamento de joelhos. Dulce era só mais uma entre todas suas mulheres. Era só mais um caso que viveu. Mas por que encarar desse jeito era tão difícil? Por que diabos essa manhã, quando acordou, passou mais de meia-hora vendo-a dormir?

Christopher sacudiu a cabeça. Não queria mais pensar por que diabos estava se obcecando por essa mulher. Com um grunhido de irritação, pegou o pente e passou por seu cabelo crespo. Amanhã já não haveria mais Dulce e ele. Amanhã, às dez horas, estaria voltando para sua casa, para sua família, para sua noiva e para sua vida. Olhou para a cama e viu a pequena mancha avermelhada nos lençóis e suspirou ao relembrar o que fizeram pela manhã.

Franziu a testa com desaprovação, lembrando que ele não foi um exemplo de paciência e cuidado. Arrebatou sua virgindade com brusquidão. Não a relaxou como deveria, nem ao menos lhe deu a chance de explorar seu corpo, nem ele o dela. Estava confuso. Realmente, foi o álcool ou estava tão louco de paixão que o fez se comportar como um monstro sexual? Suspirou, não sabendo o que pensar. Somente sabia que Dulce ficaria aqui, e com ela, ficariam as lembranças de uma noite muito especial.

- Christopher...

Ao ouvir a voz de Dulce enquanto pegava os lençóis e a colcha para levar ao banheiro, Christopher virou-se de uma vez, vendo-a com o olhar perdido em algum canto do chão, com a testa franzida e as mãos nas costas...tentando amarrar o biquíni. Christopher se aproximou dela sorrindo.

- Preciso que me ajude.

- Com todo o prazer, Senhorita Espinoza.

Christopher riu ao ver como ela fazia uma careta.

- Não gosto que me chamem assim.

- E como quer que eu lhe chame?

- De Dulce!

- Pois vou lhe chamar de María!

- Será a única pessoa que me chamará assim. – suspirou ela. – Acho até estranho quando me chamam pelos dois nomes.

De repente Dulce levantou a cabeça, ao se dar conta de que ele sabia seu nome e nem ao menos havia se apresentado no dia anterior.

- Espera um pouco. Como sabe meu nome?

- Pensei que nunca tocaria nesse assunto. – Christopher riu divertido. - Nem eu sei como você soube o meu nome também.

Os dois sorriram.

- Quem começa? – perguntou ela com a voz divertida.

- Você. – disse ele fazendo um laço nas tiras do biquíni dela. – Sobe um pouco o cabelo.

Dulce enrolou os cabelos nos dedos e os segurou com a mão no alto da cabeça, deixando as costas livres.

- Pois eu soube, quando o doutor veio me ver. Ele disse: “Cheguei Christopher!”.

- Eu digo que você tem boa memória. – disse ele dando o laço nas tiras do pescoço. – E digo também que esse biquíni está uma beleza...quero dizer...você está uma beleza nesse biquíni.

Dulce deu um sorrisinho, sentindo suas bochechas arderem pelo rubor. Christopher riu inclinando sua cabeça para frente, roçando os lábios na nuca dela. Dulce saltou para frente do arrepio que sentiu. E ele gargalhou, andando para ficar de frente a ela. Dulce soltou os cabelos, ele a olhou de cima a baixo, enquanto ela ajeitava o biquíni nos seios. E Christopher não evitou lembrar-se de Dulce desacordada na areia, enquanto ele tentava reanimá-la. Sentiu um aperto no coração, e decidiu, até o final do dia arrancaria a promessa dela de nunca mais tentar fazer algo para tirar sua vida. Tragou a saliva e a puxou para si, rapidamente. Enterrou a cabeça nos cabelos dela e absorveu sua fragrância. Dulce se abraçou a ele, em um misto de confusão e alivio. Sentir os braços dele era tão reconfortante. Seu abdome se contraiu e apertou mais o agarre entre os dois.

- Se eu não te soltar agora...não sairemos mais para nenhum lugar.

Dulce sorriu ao sentir os lábios dele roçarem seu rosto e logo a boca. Tocou seu rosto e roçou seu nariz com o dele, para logo soltá-lo.

- Achei que você tinha me convidado para comer.

Christopher jogou os ombros para trás e agarrou a mão dela, para se encaminharem à mesa. Os dois comeram, entre sorrisos e conversas. E o embaraço de mais cedo, já havia se apagado, deixando prevalecer a vontade de estarem juntos e aproveitarem todo o tempo disponível. Rindo, voltaram ao quarto, Christopher se dispôs a pentear os cabelos dela, e para a surpresa de Dulce ele fez muito bem. Aquele homem era um mistério e para sua própria preservação, seria melhor não conhecê-lo, se arriscaria demais sabendo tudo sobre aquele homem.