Fanfic: Benditα Tu Luz ~♥ [TERMINADA]

- Então já que você quer que eu conquiste sua compaixão. Você também terá que conquistar a minha.

Christopher riu divertindo, assentindo.

- Já apanhei de uma mulher.

Dulce explodiu em uma gargalhada, enquanto recostava a cabeça no peito dele. Christopher a abraçou e riu contra seus cabelos.

- Isso não é certo, sim?

- Claro que é! A menina pesava quase uma tonelada! – Dulce continuava sorrindo, o que aumentava ainda mais sua empolgação. – Me acertou com soco no olho, passei quase duas semanas com o olho inchado, depois desse dia nunca mais fui respeitado no colégio.

Dulce continuava sorrindo sem parar. Tateou o rosto dele e o puxou de encontro ao seu, roçou os lábios dele com os seus e o beijou rapidamente. E de uma hora para outra, levantou-se do corpo de Christopher e se colocou de pé. Christopher colocou as mãos debaixo da cabeça, em uma posição relaxada, enquanto via a sombra de Dulce tapar o sol de seus olhos.

- Só ganhará minha compaixão se... – e riu sem evitar.

- Se?

- Fica em pé.

Christopher levantou-se e parou ao lado dela, estava curioso.

- Tapa os olhos e tenta me encontrar.

- Que?

- Faz.

Christopher meneou a cabeça, divertido. Logo buscou sua blusa para amarrá-la nos olhos. Após isso. Christopher não via nem um palmo na frente de seu nariz. Estava tudo escuro. Estava como Dulce.

- Consegue ver algo?

Christopher virou-se de uma vez ao escutar a voz dela.

- Não.

Ela sabia que não podia ver nada. Dulce riu. “Agora somos iguais”, pensou ela. Caminhou um pouco para o lado, enquanto ele girava estirando os braços, dando torpes passos.

- Fala algo! Como quer que eu te encontre? – perguntou ele exasperado.

Dulce somente sorria.

- Não é tão simples assim, Christopher. - E saiu caminhando para o outro lado, para dispersar sua voz.

Christopher parou um pouco. Conseguia ouvir de onde vinha a voz, mas era difícil caminhar da maneira correta. Passaram um tempo somente em isso, se perseguindo. Dulce fugia dele e se escondia, se afastando para despistar a voz. Christopher se sentia diferente. Era muito mais fácil ver, era mais fácil enxergar o alvo e apontá-lo. Era muito mais fácil não ser cego. Muitas vezes brincou da mesma coisa com seus amigos, mas nunca levou essa brincadeira a sério. Era como quase não acreditar que realmente existiam pessoas cegas no mundo. E então chegou Dulce, o abraçando por trás e clareando sua mente pelo resto da vida.

- Como soube que eu estava aqui? Eu não disse nada. – murmurou ele passando as mãos por cima das mãos dela.

- Ficou um pouco difícil, tive que vir andando devagar para sentir tua presença. O resto foi fácil. Quando se é cego, nosso poder intuitivo é dez vezes maior. Você sentiu minha presença?

- Não. – e tirou a camisa dos olhos, apertando os olhos, se acostumando com a claridade.

- Então me diz, é fácil ou difícil se acostumar com a escuridão?

- Difícil. Muito difícil. – Christopher disse jogando a blusa de lado, dando a volta para abraçá-la.

- Bom, foi isso que pensei há doze anos atrás.

Christopher riu encostando a cabeça dela em seu ombro, enquanto a puxava para trás. Não sairiam dali até mergulharem um pouco. Subiu um pouco a cabeça e roçou os lábios nos dela, beijou-a ternamente e logo apartou os lábios incitando a fazer o mesmo. Dulce quase riu, era tudo o que mais queria, e retribuiu o beijo de boa vontade. Christopher se curvou e alçou-a da areia, enquanto as ondas banhavam seus pés. Dulce o saiu do beijo e o empurrou, fazendo-o colocá-la de volta no chão. Dulce levou as mãos ao botão do short e deu para Christopher, que o jogou em cima do jet-ski e logo a abraçou mais uma vez, levando-a consigo ao mar. Depois de alguns mergulhos, Christopher ficou de cócoras na água e logo a puxou para seu colo. Afastou os cabelos dela, que estavam grudados ao rosto, e tocou sua bochecha. Dulce sorria, enquanto encarava um ponto qualquer.

- Mais um beijo?

E ela assentiu tímida. Passou as mãos pelo pescoço dele e o trouxe mais para si, oferecendo seus lábios para o que ele quisesse fazer. Era tão bom beijá-lo, era tão bom deslizar seu rosto molhado contra o dele. Mesmo salgado da água do mar, seu beijo era tão doce, tão terno, tão suave.

Bendito el reloj y bendito el lugar
Benditos tus besos cerquita del mar

Christopher era um homem bom. Era como se conseguisse ver a luz que o envolvia. Era um homem de bons sentimentos. Um homem que se jogava ao mar para salvar uma desconhecida, não poderia ser um homem ruim. Um homem que fez a vida de uma cega mudar do dia para o outro não poderia ser um ruim. Não sabia como explicar, mas havia algo nele que lhe inspirava confiança. Sempre soube que podia confiar nele.

- Você precisa viver...

Aquela frase estava entranhada em sua mente. Christopher não apenas a salvou, como também lhe devolveu a vontade de viver, além disso, lhe deu a oportunidade de saber como era se comportar com um homem, de conversar com ele, de beijá-lo, de abraçá-lo, de senti-lo... Aquele prazer intenso, que a arrepiou da cabeça aos pés, aquele vendaval de sensações que brotaram de seu corpo. Nunca na vida pensou que alguém pudesse desejá-la. Ele a desejou, ele a desejava e tudo era tão sincero, tudo era tão verdade que chegava a emocioná-la. Ela também o desejava, sentiu como seu coração disparava ao perceber como se agarravam mais. Nunca esqueceria o que estava vivendo agora, e se deu conta, de que nunca esqueceria de Christopher também.

Sentiu como ele subia uma mão e abarcava um de seus seios, mas logo se retraiu, saindo do beijo com uma pequena gargalhada. Como se estivesse se contendo.

- Eu não estou acostumado a estar tão perto de sereias. – Christopher falou em um tom meloso que Dulce não evitou também gargalhar. – Por isso não controlo minha vontade de te tocar todo o tempo. As sereias são o meu fraco. – disse ele com a voz divertida.

- Sereia?