Fanfic: Benditα Tu Luz ~♥ [TERMINADA]

- Ele está bêbado, Diego. – forçando o braço contra Diego, para não deixá-lo passar. - Não vale a pena, cara. Deixa disso. Vocês são amigos, porra! – virou-se para Christopher, que estava escorado na barra do bar, virando um copo de whisky.

Enrique conseguiu carregar Diego, que estava desolado. Dulce estava atônita ainda com tudo. Quando pressentira a briga, já havia se levantado da cadeira. Christopher estava diferente. Já não parecia mais terno. Desde que deixaram o “Terreiro dos Coqueirais”, Christopher havia mudado. Não estava gostando disso. Era melhor que ela saísse logo dali. Virou-se para o bar para pedir suas sandálias... E se sentiu como um corpo masculino se encostava nela. Sentiu como as mãos dele lhe seguravam os braços e sentiu um arrepio na nuca, ao sentir a boca dele deslizar sobre sua orelha. Queria poder virar-se e abraçá-lo como no dia de ontem. Mas não podia. Ele não parecia em condições de nada.

- Por que deixou que todos esses homens te tocassem? – sussurrou ele em seu ouvido, estremecendo-a da cabeça aos pés. – Você ainda não entendeu, Dulce? Se não for minha essa noite, não será mais de ninguém.

Dulce revirou os olhos sentindo-o morder sua orelha, enquanto a parte da frente do corpo dele se colava a sua parte traseira. Fez uso de suas forças, para não se virar para beijá-lo. Estava sentindo-se como ontem. A voz de Christopher, o cheiro dele enlouquecia seu corpo. Não evitou pensar no que fizeram essa manhã, não evitou sentir o corpo dele grudado ao seu como nessa manhã. Estava sentindo seu corpo em ebulição, começando a se erupcionar em jorros de larvas em suas veias, transformando-as em um rio ardente que transbordava em seu lugar mais íntimo.

- Se quando seu irmão for dormir, você não estiver no restaurante interno, eu te carregarei do teu quarto e não vou fazer o mínimo esforço para dissimular. Farei um escândalo. Se não quer vir por bem, virá por mal. E não te dou escolha, será do meu jeito.

Dulce ficou sem reação ao ouvir aquela ameaça. Virou-se de uma vez e o empurrou, fazendo-o cambalear-se na areia. Os dois eram o centro da noite, obviamente. Os olhos curiosos os olhavam de esguelha, de frente, detrás, monopolizando a atenção de todos. Até mesmo as dos amigos de Christopher.

- O que você tá pensando que é? O Faraó do Caribe que acha que é Deus para mandar em todos? – vociferou Dulce visivelmente irritada. – Eu posso ser cega, mas nunca fui burra!

Olhos se arregalavam por todos os cantos visivelmente perplexos, menos os de Christopher, quem já sabia que Dulce era cega.

- Quero que você e suas Malditas ameaças vão para o inferno!

Umas mulheres começaram a bater palmas e Dulce franziu a testa, atordoada. Enquanto ele se enfurecia ainda mais pela rejeição. Olhou para ela de cima abaixo várias vezes, e disse o primeiro que lhe veio à mente.

- Não tinha outra roupa mais decente no seu guarda-roupa? Se quiser chamar atenção prenda uma melancia no pescoço e suba no palco, sua ridícula! – esbravejou Christopher não podendo tirar os olhos de Dulce, de seu corpo, de seu rosto. Dessa imagem que sabia que nunca poderia apagar de sua mente, assim como não poderia apagar seu rosto enquanto lhe fazia amor.

Dulce se endureceu em seu canto, visivelmente perturbada com o que ele acabou de dizer. Seus olhos se encheram de lágrimas pela humilhação. Virou-se para o bar tentando conter a vergonha de ter sido chamada de “ridícula” na frente de todos, quem vaiavam a Christopher, que mandava todos calarem a boca. E mais vaias ecoaram naquele ambiente. Oscar olhou para Dulce com lástima, estendeu uma mão e segurou a dela em apoio. E quando ela subiu um pouco o rosto, ele pôde ver como as lágrimas brilhavam em seus olhos. Olhou a Christopher com indiferença e apertou a mão de Dulce mais uma vez em apoio, para logo soltá-la. Chamou a um garçom, quem logo o atendeu e aceitou substituí-lo, e tirou o avental. Pegou a sandália de Dulce e saiu do bar. A levaria para seu quarto, onde ninguém mais a faria sofrer.

Christopher não falou nada quando ela se foi. As pessoas arregalaram os olhos quando a viram armar a bengala para poder caminhar de braço dado a Oscar. Christopher não disse nada quando ela se foi, somente virou-se e continuou vendo-a ir. Vendo-a pela última vez... Tragou a saliva, enquanto passava as duas mãos na cabeça. Que Droga! Queria estar com Dulce! Tinha que estar com ela! Ela não podia ir assim! Não poderia permitir. Nem que pusesse todos os seguranças para barrá-la na saída ela não iria sem falar com ele, ela não iria sem lhe dizer “Adeus”... Foi caminhando para a mesa de seus amigos como uma pessoa fora de órbita. Esparramou-se em sua cadeira e nem se deu conta dos olhares inquisitivos que todos lhe davam.

- Chris... – o chamou Anabelle, fazendo-o erguer o rosto até ela. – Você passou dos limites...

Ele se escorou na mesa e pegou seu copo, mas antes que pudesse tragar, Anabelle o tirou da boca dele.

- Não deixarei você beber nenhuma gota a mais. – Christopher lhe colocou uma cara feia. – Você pode ser o dono do Hotel, mas eu não vou deixar você beber mais!

Anabelle era uma das poucas pessoas que conseguiam controlar os ataques de Christopher. Ela sabia como lidar com ele. Ela sabia como ser mais forte do que ele. E ele a respeitava por isso. A amava por isso, como amiga, obviamente. Anabelle tinha toda a intimidade para repreendê-lo na frente de todos, tinha toda a liberdade de lhe dar todos os sermões que quisesse, inclusive o seguinte:

- Não acredito que quis bater no Diego! Não acredito que humilhou àquela pobre moça!

Christopher, que estava com os olhos entreabertos, não desviou o olhar nenhuma vez do copo de Enrique que estava na sua frente.

- Por que a chamou de ridícula? Por acaso é cego?

- Não... – e ele riu sem evitar. – Ela que é.

- Não estou de brincadeira, Christopher! – Anabelle falou com impaciência, fazendo-o calar-se na mesma hora. – O que você fez com aquela moça foi ridículo! O ridículo foi você!

Christopher continuou olhando para o copo, enquanto as imagens lhe voltavam à mente.

- Nunca tinha me sentindo assim antes... – murmurou ela ofegante.

Tragou a saliva enquanto baixava a cabeça. Não conseguia pensar em nada. Sabia que estava sendo criticado, mas em sua cabeça não havia nada. Não havia culpa, nem remordimento. Somente havia a imensa vontade de estar junto a Dulce. Só podia pensar na hora que a veria outra vez, na hora em que os dois se beijariam, na hora que ele a despiria, na hora que ele a sentiria... Estava imerso em um mar de fantasias, onde só existiam Dulce e ele.

- Eu mesma te elogiei por ter te visto sair com essa garota. Sinceramente, achei uma coisa tão bacana. E agora que? Te vejo falando mal dela, te vejo desdenhando-a, te vejo ridicularizando-a, deixando que esses babacas a ridicularizassem. – Todos olharam para ela, quem suspirou com irritação. – Afinal, o que essa moça te fez pra te deixar tão furioso? Está com raiva por que ela também não quis transar com você?

Christopher subiu o olhar para ela com o cenho franzido, estava surpreso pela pergunta.

- Eu achei tão bom saber que a mulher que subiu o “vôo” de todos aqui... – Anabelle escrutinou a todos na mesa. – era a “ceguinha feia” que Christopher nunca pegaria na vida. – mirou a Diego que estava com os lábios franzidos em uma careta. – A ceguinha que deixou a todos de p...

Enrique colocou a mão na boca dela para que ela não dissesse, mas só conseguiu irritá-la ainda mais.