Fanfic: Benditα Tu Luz ~♥ [TERMINADA]
- Agora talvez prefiram transar com a ceguinha do que mamar em uma onça, não? Até eu mesma que sou mulher achei a Ruiva uma mulher sem igual. Não pode ser exuberante e ter a elegância de Gabrielle, mas é muito mais atraente do que qualquer uma aqui. – suspirou olhando para todos que estavam calados. – Sinceramente, as mulheres somente são como um pedaço de carne pra vocês. Mulher não é gente, não tem sentimentos, não tem valores... só são um pedaço de carne. Só me pergunto eu... Que tipo de gente são vocês?
Ficou olhando para eles que fingiam não prestar atenção no que ela dizia. Anabelle se irritou com isso e levantou-se da cadeira de uma vez, bufando de ódio. Como era a única mulher no grupo, já escutou muita coisa imprópria para mulheres. Com exceção de Christopher e Enrique, Anabelle era tratada como um homem pelos outros. Os outros não mediam as palavras com ela, era como se ela fosse parte deles. Por um lado era bom, pelo outro já não era tanto, e sempre a irritava o pouco valor que eles davam a algumas mulheres, assim como fizeram com Dulce.
- E eu que pensei que a última noite seria especial. Pior que está sendo, de uma maneira negativa. Agora acho que a coisa ficou feia... – disse Enrique entornando o último gole de seu copo, para logo levantar-se e pegar o mesmo rumo de sua noiva.
Christopher ficou olhando para Enrique partir até mesmo entrar no hotel. Às vezes invejava um pouco da relação de Anabelle e Enrique. Eles eram tão grudados, se compaginavam em quase tudo. Tinham suas brigas, mas sempre acabavam bem. E o que mais invejava era que Anabelle gostava de Enrique pelo que ela era, e não pelo que ele tinha. Amava a Enrique e o demonstrava a todos. Não se escondia atrás de uma fachada, não fingia sentir o que não sentia. O amava e ponto, se os outros gostassem ou não a opinião era de cada um. Eram um casal que se amava por cima de tudo, se compreendiam e se ajudavam mutuamente. Eram os melhores amigos e os melhores amantes. Eram quase um, em dois corpos. Partilhavam risadas, experiências, convivências, até mesmo coisas ruins, mas sempre estavam lá, firmes e fortes, buscando um ao outro sempre, se apoiando um no outro quando era necessário. Entre os dois não havia o orgulho, entre os dois não havia o forte nem o fraco, havia somente, duas almas dispostas a amar e ser amadas da melhor forma possível, com respeito e gratidão.
Christopher se perguntava se alguma vez alguma mulher poderia sentir por ele um amor puro onde seu nome, sua família, seu dinheiro não coubesse. Queria uma mulher que brigasse por ele com unhas e dentes. Queria uma mulher que o valorizasse como pessoa e não como um cifrão. Queria alguém a quem pudesse partilhar suas coisas, entendê-lo e aconselhá-lo quando se fosse preciso. Queria uma companheira de vida. Uma mulher que o acordasse com beijos na orelha ou que lhe cantasse uma música boba para fazê-lo sorrir. Queria uma mulher que lhe recebesse de braços abertos quando chegasse de uma viagem cansativa. Queria uma mulher que se sentasse em seu colo somente de calcinha e que lhe afrouxasse a gravata enquanto ele contava como se foi na viagem. Queria uma mulher que ficasse feliz ao vê-lo, queria uma pessoa em quem confiar seus maiores segredos. Queria uma pessoa que desse estímulo para sua vida, que o fizesse gargalhar de suas próprias frustrações. Queria uma mulher quente, que saciasse sua libido a qualquer hora do dia. Enfim, queria uma mulher que nunca existiria...
Não precisaria de amor tendo uma mulher como essa. Não tinha tempo para amar, na verdade, nem queria. O jeito era se contentar com a que tinha, que infelizmente, não preenchia nenhum dos requisitos para a mulher de sua vida. Mas assim era a vida... Não podia se ter tudo...
Nem ao menos poderia ter Dulce essa noite. Talvez se contentasse com o cheiro dela impregnado nos travesseiros. Christopher tragou a saliva, sentindo-se estranho por se contentar com tão pouco. Ele nunca fora assim. Olhou para o lado e viu como Oscar chegava com o semblante sério. Ficou olhando o empregado que nem ao menos alçou o olhar para vê-lo. E com aquilo caiu a ficha de que tinha magoado-a profundamente. Agora podia relembrar com exatidão a expressão daqueles olhos opacos. E aquilo estava doendo em suas próprias entranhas.
- Afinal, o que essa moça te fez pra te deixar tão furioso? Está com raiva por que ela não quis também transar com você?
Havia só uma resposta, não havia aceitado a rejeição. O orgulho o impediu de ver as coisas com claridade.
- É perigoso!
Dulce não disse isso pelo caso de seu irmão chegasse a ver os dois juntos. Dulce estava com medo do que estava sentindo. Assim como ele mesmo estava. Queria Dulce, queria beijá-la, queria acariciar seu corpo, queria transar com ela, mas não queria mais nada. Nada sentimento. Tinha respeito, nada mais. No fundo estava irritado porque Dulce era a primeira mulher a lhe negar algo que queria. Nunca havia sido rejeitado por mais ninguém. E o que mais lhe impressionava era que Dulce, com sua baixa estatura, seu jeito simples, o rejeitou... quando muitas mulheres mais ricas, mais bonitas, mais elegantes nunca o rejeitaram. Um Casillas fora rejeitado pela primeira vez. E seguia querendo estar com a mesma mulher. Queria estar com essa mulher, dormir ao seu lado e amanhecer ao seu lado. Queria estar todos os segundos que restavam em sua companhia, queria lhe fazer amor quando acordassem, para que quando ela partisse ainda sentisse como ele fazia parte dela. Necessitava de um abraço e uma palavra de conforto, que em somente nela encontrou por muito tempo. Precisava de sua atenção assim como precisava de seu corpo.
Suspirou, fechando os olhos.
Nunca sentira uma conexão de corpos tão poderosa como ele teve com Dulce. Um roçar de pele, seu suave toque nas costas enquanto se uniam para cavalgar juntos pela estrada das sensações. Nunca na vida pensou que conseguiria dormir o tempo que fosse com uma mulher e sonhasse todo o tempo com a mesma mulher. Nunca pensou que seria tão confortável sentir a respiração de uma mulher se chocar contra seu peito. Nunca pensou que poderia sentir frio na barriga somente de pensar na próxima vez que a veria, que falaria com ela... E não agüentava pensar que tudo o que vivera com essa mulher, que conhecia somente há dois dias, poderia estar acabando para nunca mais voltar.
E pior, acabar como estava acabando, com mágoas, com desconfianças, com desentendimento. Não queria que a mulher, que lhe despertara tanta coisa que ele acreditava não existir em seu ser, fosse embora como se nunca tivesse existido. Precisava fazer algo. Precisava buscá-la. Precisava senti-la... E levantou-se sem perder tempo...
Dulce estava sentada em uma cadeira da sacada de seu quarto. Colocou os pés na cadeira de frente e inclinou a cabeça para trás, encostando-a no cume do respaldo. O vento soprava em seu rosto e deixava frio o lugar úmido onde secaram suas lágrimas. Essa havia sido uma dor que nunca conhecera, mas que por fim vivida, nunca mais queria viver outra igual. Quando se arrumou toda, não pensava que causaria tantas coisas assim. Por Deus, não sabia nem se era bonita ou feia! Se conseguisse ver, talvez não reconheceria o próprio rosto ao virar a esquina. O que causou tanto tumulto? Por que Christopher se comportou daquele jeito? Não podia entender. Não lhe fez absolutamente nada para que ele a humilhasse assim. Mas tudo bem... Já havia chorado o que tinha para chorar. Não havia mais nada o que pudesse fazer. Era melhor não ficar remoendo essa história. Nada mudaria o passado. Nada mudaria o fato de ter se entregado a um homem que não a amava e nunca a amaria, assim como ela nunca o amaria também. Eram dois estranhos que desfrutaram da companhia um do outro. Eram dois desconhecidos que o destino teimou em colocar no caminho um do outro. Tudo era uma bendita coincidência, nada mais. Dulce e Christopher eram pólos opostos, tinham vidas opostas e aquilo seria assim pelo resto da vida. Amanhã já não haveria mais nada. Somente as lembranças... essas malditas lembranças que teimavam em voltar uma e outra vez em sua cabeça.
Se ele pelo menos pudesse entender seus motivos...
Estava com tanta raiva de Christopher. Um dia era bonita e no outro ridícula! Cachorro! A enganou! E o pior de tudo era pensar que ele somente a usou para o sexo. Por todos os santos, queria provar como a ceguinha se comportava na cama! Chegava a estar com nojo de si por ter sido tão ingênua. Tragou a saliva se sentindo pior do que um pedaço de carne podre. Para ele era: sem sexo, sem nada. Não podia entender muito dessas coisas, mas sabia que os homens davam muito mais valor ao sexo do que ao amor.
Uma batida na porta a tirou de pensamentos...
Abriu os olhos, sobressaltada, e se desencostou da cadeira. As batidas continuavam. Se continuasse assim, sua mãe acordaria e seria pior! Levantou-se de uma vez e bateu o joelho na mesinha que havia no canto. A dor aguda lhe subiu lágrimas nos olhos. Colocou a mão no joelho direito e mordeu o lábio inferior para aplacar a dor. Dulce foi mancando até a porta, segurando nas coisas para poder se habituar. Chegou à frente da porta e tateou a área até dar, finalmente, com o trinco. Girou a chave procurando fazer barulho enquanto sussurrava “Já vai!”. Girou a maçaneta e entreabriu a porta, para poder ouvir algo. Mas nada ouviu, apenas sentiu o cheiro. E sabia de quem esse cheiro provinha.
Ela ele... Era Christopher.
Tragou a saliva se perguntando o que ele estava fazendo ali. Não queria sua presença. Já não o queria mais. Fez menção de fechar a porta e ele se adiantou colocando o pé entre o umbral e a porta. Estava sentindo nojo de si própria por ter se envolvido com alguém como ele. Tudo fazia pelo sexo. E o mais asqueroso ainda, ele não dissimulava que a desejava. Desejava a ela. Uma cega! Por Deus, esse homem não estava normal! Talvez fosse um louco, e tinha medo disso. Ninguém desejava uma cega! Seu pai lhe havia dito isso.
NCV???
http://www.e-novelas.com.br/?q=ler_novela&id=907
AE???
http://www.e-novelas.com.br/?q=ler_novela&id=840
Autor(a): kalu
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- Podemos conversar? - Não. – e tentou fechar a porta outra vez, sem lhe dar a oportunidade de dizer mais. Porém Christopher não havia retirado o pé do umbral, fazendo com que a porta não fechasse. Dulce bufou de raiva sentindo um grande desejo de bater a porta com toda força para machucá-lo. Mas não podia, sua m& ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 79
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stellabarcelos Postado em 13/05/2016 - 23:22:05
Meu deus que história linda! Chorei litros aqui!
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Rebeca Postado em 17/11/2015 - 02:40:26
Que droga, chorei horrores. Quero o felizes para sempre.... Bua ;(
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lyne_vondy Postado em 17/04/2015 - 00:32:08
oi, posso repostar sua fic?
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karolinedyc Postado em 21/09/2012 - 21:49:00
A web mais linda que já li! (L)
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dulyuckerforever Postado em 25/07/2012 - 17:58:43
Uma se não a melhor web que eu já li, muito boa, realmente muito perfeito, me emocionei e chorei principalmente no final! Parabéns!!
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dulyuckerforever Postado em 25/07/2012 - 17:58:43
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dulyuckerforever Postado em 25/07/2012 - 17:58:42
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dulyuckerforever Postado em 25/07/2012 - 17:58:42
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dulyuckerforever Postado em 25/07/2012 - 17:58:42
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dulyuckerforever Postado em 25/07/2012 - 17:58:41
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