Fanfic: Benditα Tu Luz ~♥ [TERMINADA]

- Podemos conversar?

- Não. – e tentou fechar a porta outra vez, sem lhe dar a oportunidade de dizer mais. Porém Christopher não havia retirado o pé do umbral, fazendo com que a porta não fechasse. Dulce bufou de raiva sentindo um grande desejo de bater a porta com toda força para machucá-lo. Mas não podia, sua mãe estava dormindo há apenas dois metros, não podia fazer barulho.

- Por favor.

Dulce se surpreendeu com o pedido. Por um momento ficou um pouco atônita de perceber a mudança drástica no tom de voz dele. Foi saindo do quarto e fechou a porta com suavidade, agora totalmente fora do quarto, no meio do corredor enorme e vazio. Parou na frente da porta e tocou a parede. Do lado do trinco havia o quarto de seu pai e seu irmão, do outro não havia nada. E decidiu ir para o outro lado que era o mais seguro. Caminhou com cautela, tocando as pontas dos dedos na parede se situando como essas semanas.

Christopher caminhou atrás dela, analisando todos os seus movimentos, em total estado de alerta para lhe ajudar a qualquer momento. Chegaram até um tipo de ante-sala no final do corredor. Dulce alcançou uma cadeira e sentou-se, suspirando, esperando que Christopher lhe dissesse logo o que queria.

Dulce estava tão bonita, ainda estava com a mesma roupa, com a mesma maquiagem, com os mesmo acessórios, e os pés também continuavam descalços. Estava linda! Toda uma mulher em forma de uma menininha de pés descalços. Logrou esboçar um sorriso. Se encostou na parede de frente a ela e enfiou as mãos nos bolsos, tentando encontrar algo a dizer.

- Você... Você... – tartamudeou ele tentando achar uma palavra. – Você consegue voltar sozinha ao seu quarto?

- Óbvio que sim. – contestou ela com enfado, enquanto cuspia um pedaço de unha que roera. – Sou cega, mas não sou burra. Contei três portas até aqui.

Christopher sorriu assentindo, ela estava certa, três portas os separavam da família dela.

- Se não incomodar... eu prefiro que fale logo o que tem a dizer, porque eu terei que acordar cedo e como você sabe, eu dormi muito pouco de ontem para hoje.

Ele tragou a saliva, se ruborizando pela vergonha.

- A que horas sai seu vôo?

- Às nove.

- O meu sai as oito e não estou preocupado em dormir.

- Mas eu sou diferente de você, não costumo passar todos os dias dançando até amanhecer. Às vezes acordo quando o galo canta e vou dormir quando anoitece.

- Não costumo dançar todos os dias. Nem ao menos todos os anos. Foi uma ocasião especial para os dois.

- Não me diga... – debochou ela, sentindo como seu corpo a traía. Estava alegre pelo que ele disse. E franziu a testa para dissimular.

Christopher se desencostou da parede e sentou-se do lado dela, virando-se um pouco de lado, para passar o braço pelo respaldo do sofá. Dulce trincou os dentes sentindo a proximidade dele. Era pedir demais não ficar nervosa quando ele chegava muito perto. E estremeceu quando sentiu a mão dele afagar sua bochecha enquanto a virava de lado, ficando frente a frente com ele.

- Eu menti... – sussurrou ele diante os lábios dela, fazendo com que ela fechasse os olhos, sentindo como seu coração disparava.

Christopher colocou ambas as mãos no rosto dela e com os polegares acariciou os olhos dela. Dulce tragou a saliva, impedida de lhe empurrar. Não sabia como explicar essa força magnética que a atraía até ele. Nunca havia sentido isso com ninguém. E sabia que não conseguiria resistir. Ela estava com raiva dele, mas Deus sabia que não podia ignorar tudo o que ele a fazia sentir. Era poderoso demais para lutar contra. Nunca poderia ganhar. Queria estar perto, queria seus braços em volta de si, queria sua boca colada a dela, queria sentir sua língua, seus lábios resvalando por sua pele... Queria tudo outra vez.

Christopher percebeu como a respiração dela se acelerava assim como a dele, e nem ao menos haviam encostado os lábios um o outro! Seja o que fosse aquilo, era poderoso demais, e ela também o sentia. Ela também o sabia. Seus dedos começavam a tremer no rosto dela pela enorme necessidade sexual que sentia, assim como sentia a fervura de seu sangue voar por suas veias. E quando se deu conta do que estava fazendo, já estava beijando-a loucamente, entrelaçados em um abraço, enquanto suas bocas se devoravam mutuamente. Suas línguas se enroscavam, se estudavam, se compaginavam... Ela podia sentir o gosto do whisky provindo da boca dele, e aquilo a excitava, a fazia se agarrar mais nele para incitar mais ainda sua boca a beijá-la com o mesmo fervor que a sua. Não podia evitar que as sensações dessa manhã lhe voltassem uma e outra vez a cabeça. A sensação das mãos dele em seu corpo...

A sensação de sua pele nua contra a sua, de seu corpo fundido ao seu... Revirou os olhos fechados, cada vez mais ofegante. Queria parar, não queria sentir aquilo, mas era inevitável...

Em um momento de desespero, Christopher a colocou sobre o seu colo, separando as pernas dela de cada lado de suas coxas. A agarrou pelas nádegas puxando-a para ele, colocando-a em cima de seu membro inchado e dolorido pela necessidade. A resposta de Dulce era o que mais lhe assustava. Sentia como ela o abraçava pelo pescoço e aprofundava ainda mais o beijo. Os dedos dela enroscando em seu cabelo, puxando-o para si, se amassando a ele em um beijo que não podiam acabar, que não queriam acabar. Um beijo onde não conseguia controlar sua própria boca, que desejava mais e mais se fundir a dela. Subiu as mãos pelo perfil dela, desceu outra vez e não evitar colocá-las debaixo da blusa de Dulce. Sua virilidade pulsou ao sentir como ela contraía a barriga, enquanto ele a tocava com os dedos até chegar em seu sutiã. Ela grunhiu tentando se controlar, tentando não desejar aquilo... E fez uso de suas forças para tirar as mãos dele de seus seios. Não podia pensar com ele acariciando-a assim. Não podia pensar sentindo o corpo duro dele debaixo de sua suavidade atormentada. Mas também, não conseguia desgrudar a boca da dele. Não queria beijá-lo, mas ao mesmo tempo não podia deixar de beijá-lo. Se sentia como uma traidora, traindo seus próprios valores, mas não podia refrear a poderosa excitação que tomava conta de seu corpo.

E quando ele lhe acariciou as pernas, adentrando uma mão debaixo de sua saia, ela se sacudiu em protesto e, infelizmente, em ansiedade. Sabia como esses dedos a acariciariam. E sabia que se deliciaria com isso. O puxou mais para si, enquanto tentava tirar a mão dele dali. Coisa que dessa vez não conseguiu. Ele já havia afastado sua roupa interior. Ele já havia alcançado a umidade que ela exalava, já havia alcançado um ponto sem volta. Saiu do beijo, encostando a testa na dele, trincando os dentes para não suspirar. Mas já sua respiração... Ele sorriu mordiscando seu lábio inferior. Ela não conseguia esconder o tamanho de sua excitação. Queria tanto quanto ele. Sentia como ela lhe entranhava o pouco de unha que lhe restava em sua nuca. Precisava já se internar nela, assim como ela necessitava que ele a preenchesse.

- Dulce... – gemeu ele com desespero.

Não podia lhe dar um orgasmo no meio de um corredor, onde qualquer um poderia vê-los. Tinha que parar. Respirou fundo com medo de que ela o odiasse depois disso. Estava com medo de essa ser a última vez que a tocava. Estava com medo de ter que ir dormir do jeito que estava, atormentado como estava. Mas retirou sua mão de onde estava, deixando-a cair ofegante na curva de seu pescoço. A abraçou pelas costas e se envergonhou ao sentir como não conseguia evitar se esfregar nela. Estava muito necessitado. Doía, latejava. E ele agüentaria, por ela.

- Eu sou uma idiota mesmo... – sussurrou Dulce roçando a boca no pescoço dele, ainda ofegante.