Fanfic: Nos Cαminhos dα Vidα ~☆

Quando viu essa reportagem por primeira vez sentiu o que ela estava sentindo e sabia que se fosse com ele, não conteria a fúria e iria partir para a agressão. Respirou fundo ao ouvir os apresentadores falarem de um milagre, no vídeo via mais uma vez as imagens do resgate e logo depois Dulce indo e vindo ao hospital, todos os dias. Suspirou, ela estava bem, não deveria mais se preocupar com isso. Deveria deixá-la à vontade para ficar com sua família nesse momento delicado. Levantou-se disposto a descer para desopilar um pouco. Essa semana não havia saído do quarto tentando reunir o máximo de informações sobre Dulce e sua mãe. Agora, estava aliviado, ouviu a voz de Dulce outra vez que lhe parecia muito mais confiante e alegre.

Dulce: Agora estou bem melhor...
Chris: Posso acreditar?
Dulce: Claro...(sorrindo) minha mãe está bem, então eu também estou.
Chris: Fico muito feliz...eu sabia que Dona Blanca não se deixaria vencer por uma coisinha assim...(Dulce sorriu)
Dulce: Graças a Deus que não.
Chris: Quero te ver...já não agüento mais.
Dulce: Eu menos...não tem idéia do quanto sinto a tua falta. (Christopher sorriu) E sabe...nunca pensei que um dia eu teria um namorado tão especial, mas tão especial como você. (sorrindo) E saiba que eu ainda te amo ainda mais por saber que você, Uckermann, é o homem mais maravilhoso do mundo.
Chris: Não diga blasfêmias, amada amante.
Dulce (sorrindo): Você e a palavra blasfêmia não combinam querido. (ele sorriu) Mas é sério agora, eu quero te agradecer por tudo o que me disse, pela paciência comigo e por esse apoio incondicional que você me devotou.
Chris: Nada mais que minha obrigação... (Dulce riu)
Dulce: Dolores veio me dizer como você falou de minha mãe em um programa, eu agradeço as palavras e ela também, que por certo, já perguntou por você.
Chris: Verdade? E o que ela disse?(ansioso)
Dulce: Disse que fazia questão da sua presença aqui...ela precisa que você assine um documento que mandou redigir e validar em cartório...(sorrindo)

Chris (sorrindo): Ah sim? E o que há nesse documento de tão importante?
Dulce: Um contrato nupcial...(sorrindo) repleto de clausulas.
Chris: Que beleza! (sorriu)
Dulce: E todas as clausulas dizem que você deve me dar filhos e me fazer feliz pelo resto da vida. (sorrindo) Ela disse que depois que você assinar ela poderá morrer em paz...(Christopher riu)
Chris: Humm, então vejo que terei que redigir um também. Só assinarei tal documento se ela me der a segurança de que assistirá nossa festa de Bodas de Ouro.

Sorriu ao relembrar a gargalhada de Dulce. Abriu a porta com um sorriso no rosto e baixou até o restaurante do Hotel.

Chris: Nada mais que amanhã Dulce María...nada mais...

Ele entrou na área do restaurante e sentou-se em uma mesa mais afastada. Olhou em seu relógio, passava da meia-noite. Pediu uma bebida forte, mais bem, um uísque com gelo, para refrescar um pouco sua cabeça. Uma bandinha tocava músicas velhas no canto do salão, e passou algum tempo curtindo aquilo, bebendo sozinho, mas com a cabeça e o coração todos voltados para uma só pessoa, em outro país.

Dulce entrou no quarto de sua mãe, que dormia tranquilamente, colocou o buquê de rosas do lado da cama dela, encostou-se na cama e ficou observando-a. Subiu uma mão e roçou seus dedos na mão direita dela. Olhou seu rosto, um curativo no lado esquerdo da testa, um arranhão do lado do queixo e outro do lado do olho direito. Estava viva, constatou ao ver como seu peito subia e baixava sem pressa. Sua mão cobriu a dela do modo mais sutil que encontrou.

Dulce: Que susto Dona Blanca...

Sua voz saiu quase inaudível. Dulce nem ao menos conseguiu lembrar como estava há uma semana atrás, desolada, quase morrendo junto a sua mãe. Sorriu ao relembrar como ficou feliz com a noticia de que sua mãe estava sendo transferida a um quarto e que já não corria mais risco algum. Passou a mão no cabelo da mãe. O que seria dela se não fosse essa mulher? Um nada talvez, com certeza. Sorriu regozijada ao ver mais uma vez o peito de sua mãe subir e baixar com o ritmo de sua respiração, como uma amostra de sua vitalidade. Estava tão feliz...que nem soube como começou a cantar...

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A ti que me diste tu vida, tu amor y tu espacio
A ti que cargaste en tu vientre dolor y cansancio
A ti que peleaste con uñas y dientes
Valiente en tu casa y en cualquier lugar
A ti rosa fresca de abril
A ti mi fiel querubín
A ti te dedico mis versos, mi ser, mis victorias
A ti mi respecto señora…

Cantava tão baixinho que quase nem ela conseguia ouvir. Parou de cantar e olhando para sua mãe pronunciou em voz baixa.

Dulce: Nunca mais vai dirigir...

Sorriu virando-se para se acomodar no sofá.

Blanca: Ainda lembro a primeira vez...(tragou a saliva) que cantou essa música para mim...

Dulce ao ouvir a voz da mãe, levantou-se de uma vez para vê-la. Aproximou-se dela e sorriu ao ver os olhos da mãe abertos.

Dulce: É uma das que eu mais gosto...
Blanca: Então por que parou de cantá-la?
Dulce: Eu não...
Blanca: Dulce, não me faça levantar daqui para me jogar pela janela.

Dulce sorriu divertida, negando com a cabeça, reprovando-a.

Dulce: Pois vá em frente...do jeito que seu joelho está é mais fácil sair plantando bananeira do que andando com os pés.

Blanca, debilmente, lhe sorriu com doçura.

Blanca: Ainda não acredito...(respirou) que pensaram que eu morreria. Que pouca fé têm em mim...como você diz, que família de Looosers eu tenho.

Dulce caiu na gargalhada, mas logo se recompôs ao ver sua mãe se mexendo.

Blanca: Suba essa cama menina...quero olhar pra você direito.
Dulce: Não pode se mover por causa do curativo em sua barriga...
Blanca: Inferno! (praguejou irritada) Já não agüento mais estar aqui...já não agüento mais comer sopas sem sal, tenho saudade até de me sentar no sanitário!

Dulce gargalhou, chegando mais perto de sua mãe, lhe deu um beijo na testa, e se afastou ainda sorrindo.

Dulce: Reclamona!
Blanca: Por isso já digo que quando sair daqui...quero dinheiro para outra cirurgia...
Dulce: E qual?
Blanca: Ora qual...colocarei silicone na bunda, obviamente! Não a sinto há dias!

Dulce não parava de rir. E a Blanca lhe encantava isso, pensar em não estar mais com sua família a enfermava, e se esse era o preço a se pagar por continuar com sua família, o faria sem pestanejar.

Blanca: Quero outro beijo...

Dulce prontamente o deu. Blanca apertou a mão da filha, olhando em seus olhos mais uma vez.

Blanca: Quero ouvir sua voz...termine a canção, por favor?
Dulce: Mãe...
Blanca: Cante Dulce...cante para mim...

Dulce se emocionou ao ver os olhos da mãe marejados, suplicantes, e não pode evitar que os seus também ficassem do mesmo jeito. Respirou fundo...

A ti mi guerrera invencible
A ti luchadora incansable
A ti mi amiga constante de todas las horas (sorrindo com os olhos marejados)
Tu nombre es un nombre común como las margaritas
Siempre en mi boca presencia constante en mi mente
Y para no hacer tanto alarde
Esa mujer de quien hablo
Es linda mi amiga gaviota
Su nombre es...mi madre

Claudia: Minha também...me inclua nisso...

Dulce virou-se para Claudia que entrava nesse instante. A irmã de Dulce sorriu ao ver a irmã e a mãe, emocionadas.

Claudia: Par de Bobonas!

Rindo, deixou a bolsa em cima do sofá e se acercou à cama da mãe, ficando do lado oposto ao de Dulce, quem viu a irmã se aproximar da mãe e lhe dar um beijo demorado na testa, para logo depois passar a mão ao longo do rosto dela e lhe beijar a bochecha. Sorriu apertando a mão da mãe, que lhe olhou rapidamente tentando sorrir.

Blanca: Primeira vez que eu vejo as duas ao mesmo tempo...
Claudia: É verdade! (sorrindo) E como a senhora se sente hoje?
Blanca: Inválida...

Dulce e Claudia sorriram e se entreolharam, negando com a cabeça.

Claudia: Pensei que a encontraria dormindo.
Blanca: Não consigo nem dormir de dor...
Claudia: Não tomou os remédios?
Blanca: Sim...
Claudia: Eu também vou ter que cantar essa música aí? (olhando para Dulce)
Dulce: Para mim não! (sorrindo)

Claudia riu sem ganas e voltou o olhar para a mãe, que fazia uma careta.

Claudia: Saiu tudo bem na cirurgia do joelho?
Blanca: O Médico disse que sim...que correu tudo bem.
Dulce: Temos pelo menos uma previsão de saída?
Blanca: Nenhuma...(bufando)
Claudia: Papai conversou com o médico, ele disse que talvez seja preciso ficar mais duas semanas.
Blanca: Quase um mês no hospital...(desgostosa)
Dulce: Melhor em um hospital do que em um caixão.

Claudia e Blanca olharam para Dulce, que franziu a testa olhando para uma para outra, sucessivamente. Blanca apertou-lhe a mão e sorriu.

Blanca: Se eu não fui nessa, vão ter que me aturar por muitos anos mais.

Dulce sorriu-lhe e lembrou-se do que Christopher havia lhe dito.

Dulce: Christopher me disse que só assina o contrato se assinar o dele também...(Blanca sorriu expectante.)
Blanca: E o que tem nesse contrato?
Dulce: Que a Senhora só poderá morrer depois que assistir nossa festa de Bodas de Ouro.
Claudia: Orale Blanca Matusalém!

As três começaram a sorrir, divertidas, na verdade, até para rir doía na barriga de Blanca, por isso moderou.

Blanca: Agora me conte Dulce...como Claudia ficou quando recebeu a notícia...(rindo)
Claudia: Gente, ela ainda ri! (perplexa)
Blanca: E você é uma chorona. (Dulce e Claudia sorriram) você sempre foi assim meu bem, quando nasceu, passou quinze minutos chorando direto.
Claudia: Nesse caso releve, foi muito difícil para nós...

Blanca tragou em seco ao ver os olhos da filha marejarem, quem logo a beijou demoradamente na testa.

Claudia: Eu morri de medo...
Blanca: Eu também...quando eu vi aquele carro vindo na minha frente, tentei puxar a direção para o lado...mas foi em vão, fiquei presa nas barras laterais. (tragou a saliva) A única coisa que lembro depois de apagar...foi de ter pensado em vocês, aí fechei os olhos e esperei...

Claudia respirou fundo, sentindo o nó na garganta lhe tirar o fôlego. Dulce apertou a mão da mãe e sorriu, tentando afastar as lágrimas que estavam tomando conta de sua visão.

Dulce: Mas que bom...(tragou a saliva tentando normalizar sua voz) que bom que não se foi. Quem tiraria as fotos comigo de dia das mães? Papai não gostaria de se vestir de mulher para me acompanhar...

Blanca sorriu e logo fez uma careta de dor. Claudia sorriu entre lágrimas e deu outro beijo na mãe.

Blanca: Faz tempo que eu não sou mimada assim...

Dulce saiu de perto da mãe e foi até a geladeira do quarto, se serviu de água e tomou de uma vez, para logo depois sentar-se no sofá, enquanto via a irmã encher a mãe de beijos.

Blanca: Mas me diga Dulce...você abandonou a banda assim? Não avisou a ninguém?
Dulce: Sim, em uma situação como essa ninguém iria interferir em minha decisão.
Blanca: E se eles dissessem...ou você volta ao México ou fica e mantém seu emprego. O que você diria?
Dulce: Bye bye! (sorrindo) Sem nem pensar duas vezes...
Claudia: Deixando o namorado Guapo lá, sozinho?
Dulce: Antes de tudo vem minha família...
Claudia: Hummm...nós somos mais importantes do que o Christopher? (sentando-se ao lado da irmã)

Dulce levou um dedo à boca, franzindo a testa pensando um pouco.

Dulce: Essa pergunta é difícil...
Claudia (sorrindo): Tem razão...mas só existe uma resposta. Para mim, existem dois tipos de amores, o de um homem e uma mulher...e obviamente pela família, amigos.
Blanca: Há amores e amores...e o que você sente por Christopher, logicamente não é o que você sente por mim.

Dulce assentiu, cuspindo um pedaço de unha fora.

Blanca: Você não foi feliz, enquanto tinha somente sua família...você sentia a falta dele, era visível. Mas seria do mesmo jeito no caso a família se voltasse contra você...e você optasse por ele.
Dulce: Por isso mesmo...sou feliz por ter as duas coisas.
Claudia: O difícil é manter essa estabilidade. Lembro-me agora...mamãe no começo não gostava de Rick, dizia mil e uma coisas dele...
Blanca (interrompendo-a): Henrique era um safado! Mas Claudia sempre fez questão por homens desse tipo... (Dulce sorriu) fazer o que...
Claudia: Mas ele mudou e ela percebeu isso!
Blanca: Sim...mas o mérito é seu, foi você que o mudou. (Claudia sorriu orgulhosa) E você tem que ir pelo mesmo caminho Dulce...(virou devagar a cabeça para olhar para Dulce) se dava demais na relação sem pedir nada em troca, homem não gosta de coisa fácil, e não estou falando de sacanagem (Dulce sorriu)...e parece que está acertando dessa vez.
Claudia: Eu sempre achei...(sorrindo) apesar de não ter sido tão difícil ele conseguir as coisas com você...

Dulce franziu a testa perplexa.

Claudia: Bitch!
Dulce: Eyyyy...(se fazendo de ofendida)
Claudia (sorrindo): Você não engana a ninguém querida...foi com sede demais ao pote! Como diz Ivalu...fez a Anaconda subir rapidinho! (gargalhando)
Dulce: Olha aí Mãe...
Blanca: Que linguagem horrorosa é essa?! (repreendendo-a) Ivalu...não é a melhor professora do mundo.

Claudia sorriu ainda mais.

Claudia: Mas sim, continuando...eu achou que você deixou ele de quatro com suas artimanhas.
Dulce: Que artimanhas? Se eu não sabia nenhuma!
Claudia: Por isso mesmo amor, homem adora bancar o professor.

Dulce olhou para a mãe que sorria, como se não estivesse acreditando que as duas estavam conversando sobre essas coisas na frente dela, e mais, em um hospital.

Claudia: Você é sexy Dulce...e você sabe disso. Aposto que depois que seduziu Christopher, que você o escolheu para lhe ensinar o caminho obscuro da vida...deu um tiro certeiro no coração dele.
Blanca: Por falar nele...quando a banda volta?
Dulce: Está previsto para amanhã.
Claudia: Será que todos vêm visitar a mamãe?
Dulce: Eu tenho certeza de que Christopher e Poncho vêm sim...
Claudia: Ex e atual...(sorrindo) Dulce você é ídola!
Dulce: Para de me insultar!
Claudia: Isso é um elogio!