Fanfic: Nos Cαminhos dα Vidα ~☆

Christopher sorriu e logo empreenderam uma caminhada, enquanto Dulce dava ordens de que o cachorro fosse do lado dela.

Dulce: É em situações assim que me sinto bem normal...

Christopher sorriu olhando para o lado.

Chris: Por acaso você é uma pessoa anormal?
Dulce: Claro que não, menso! (bateu no braço dele, sorrindo) Digo, porque faz tempo que não ando assim na rua, aqui no México principalmente. Temos que nos privar de muitas coisas com essa carreira...não podemos ir a uma festa sem que todas as atenções estejam em você, não podemos ir a um cinema em paz, gargalhar em uma praça de alimentação com suas amigas, não podemos namorar no meio da rua...

Dulce sorriu e olhou para ele, que havia colocado as mãos nos bolsos e sorriu olhando para o chão.

Chris: É verdade, não podemos nem nos embebedar esperando não sair no jornal do dia seguinte.
Dulce: Sinto falta dessas coisas, como você também deve sentir.
Chris: É...sinto falta, mas também gosto dessa vida corriqueira que levamos. É tudo muito interessante, é bem legal saber que há pessoas que admiram nosso trabalho.
Dulce: Ou nossa bunda...

Dulce falou entre dentes e Christopher virou de uma vez para ela.

Chris: Perdão! (chamando a atenção dela)
Dulce: Não era para ter ouvido...(sorrindo) falei baixo.
Chris: Minha bunda não está em questão.
Dulce (sorrindo): Desculpe, saiu sem querer...

Christopher estreitou os olhos, ainda não conseguia crer naquilo, não conseguia crer naquela nova faceta que Dulce estava demonstrando. Tragou a saliva, não podia se iludir, deveria esperar o pior dela, por mais que estivesse desfrutando daquela familiaridade que ela estava externando.

Chris: É bem bonito aqui...

Dulce assentiu olhando para os lados. As pessoas iam e vinham, casais de namorados sentados nos bancos do parque, pessoas se exercitando, correndo. Alguns lendo livros, solitários, velhos conversando, jogando xadrez nos tabuleiros cimentados. Apesar de ser noite, estava um ambiente bem ameno. E propício para os dois conversarem em paz. Nem ao menos lembravam de paparazzi algum, o segredo já não era mais segredo, então não tinham porque se esconder de ninguém. Tinham que encarar um ao outro e conversar. Simba rosnou e Dulce o deu atenção, afagando-lhe a cabeça, logo se encaminhou para um banco vazio e afastado dos outros, sentou-se e deu o disco para Christopher.

Chris: Que?
Dulce: Joga...(ele a mirou desconfiado) Pode jogar, ele vai buscar e traz de volta.

Christopher experimentou jogar, mas não colocou muita força e sorriu quando o cachorro saiu correndo para buscá-lo, e bateu palmas quando ele o pegou e o trouxe, afagou-lhe o pescoço e sorriu, retirando o disco da boca do cão.

Chris: Muito bom...
Dulce: Experimenta mais longe.
Chris: Não, Dulce. E as pessoas?
Dulce: Não precisa se preocupar. Simba é muito dócil, não morderá ninguém.
Chris: Tem certeza?
Dulce: Sim, sim, jogue para o outro lado então.

Christopher caminhou para detrás do banco e mirou a distância, atirou o disco e o cachorro saiu correndo na maior velocidade. Os dois sorriram quando o virão pegar o disco e voltar para a mesma posição. Christopher sentou-se ao lado dela no banco e a fitou, virando-se.

Chris: Lembro da última vez que usou essa toca...
Dulce: E quando foi? (olhando para ele, com um sorriso no rosto)
Chris: Quando foi na minha casa, me arrastar para aquela noite louca a beira-mar.

Dulce sorriu das lembranças, foi uma noite bem especial para os dois, muito especial. Christopher pegou o disco da boca de Simba e o colocou de lado, fazendo o cachorro se deitar aos seus pés, colocando a língua para fora.

Dulce: Meus cabelos chamam muito a atenção. Tenho que escondê-los de algum jeito.
Chris: É verdade. Você acha que eu estou chamando atenção?
Dulce: Você sempre chama atenção. (ele sorriu) E sabe disso...
Chris: Hum...eu não sabia, mas tudo bem, agora estou sabendo.

Dulce olhou para ele, quem sorria com malandragem.

Dulce: Minha mãe ficou muito feliz de que tenha tirado uma horinha da sua vida ocupada para dedicar a ela...
Chris: Não foi nada demais, eu quis ver com meus próprios olhos que ela estava bem.
Dulce: Muito obrigada.
Chris: Ela é minha sogra, não? (Dulce franziu a testa, mas não contestou) Se ela ainda é minha sogra, tive o dever de ir visitá-la.
Dulce: Mesmo assim, muito obrigada. Foi muito importante para mim também.

Dulce baixou a cabeça e ficou mexendo os dedos um no outro.

Chris: Sim?
Dulce: Sim...esclareceu algumas coisa na minha mente. (levando a mão à boca, para roer as unhas)
Chris: Eu fiquei muito atordoado com tudo.
Dulce: Eu também. (cuspiu um pedaço de unha fora) Deve ter sido um choque pra você...?
Chris: Sim, quase não acreditei quando vi.

Dulce: Quer comer algo? Tomar um sorvete?
Chris: Só se puder pagar pra ti.
Dulce: Nós dividimos, o que acha?
Chris: Não, eu quero pagar.
Dulce: Machista!
Chris: Um pouco, não vou negar.

Ele levantou-se sorrindo e virou para vê-la. Ainda se perguntando por que Dulce estava adiando mais ainda essa conversa, e por que ela estava tão tranqüila. Por acaso não se importava mais com os boatos? Estando ali, eles só confirmariam ainda mais o romance. Será que...? Não, tudo estava muito estranho, talvez depois da comida ela acabasse o namoro de uma vez. E depois que aparecessem fotos dos dois, desse dia, ela diria que foi ali que resolveram não continuar com o “Suposto romance”, que eram melhor amigos do que “Algo mais” que amigos.

Chris: Há alguma lanchonete aqui?
Dulce: Acho que vi uns quiosques por ali...não havia muita gente.
Chris: Depois voltamos para cá e terminamos nossa conversa.
Dulce: Sim...

Dulce se abaixou para colocar a coleira em Simba e saiu puxando-o, ao lado de Christopher.

Chris: Ele quase não correu.
Dulce: Não fomos embora ainda, mais tarde o colocamos para correr outra vez.
Chris: Tem razão...vamos?
Dulce: Sim...

Os dois saíram caminhando para onde havia os quiosques, com Simba andando tranquilamente do lado. Nem se quer abriram a boca para dizer algo, somente andavam, suspiravam e olhavam para os lados, com um pouco de receio, com um pouco de admiração pelo lugar tão bonito. Chegaram na frente de um dos quiosques, e procuraram uma mesa mais afastada por causa de Simba, que logo se deitou aos pés de Dulce, quando ela se sentou.

Chris: Me admiro como um cachorro desse tamanho seja tão tranqüilo.
Dulce: Herdou o temperamento da Dona... (Christopher sorriu juntamente com ela) Ele foi bem criado.
Chris: Suponho que sim. Mas e aí, o que vai querer?
Dulce: Um cachorro quente...cheio de ketchup, maionese. (umedecendo os lábios com a língua)

Christopher sorriu, enquanto chamava o garçom com uma mão. Fizeram seus pedidos tranquilamente, o Garçom olhou para os dois como se dissesse “Eu os conheço de algum lugar”. Christopher aclarou a garganta e ele logo saiu.

Dulce: Reconhecidos? (Christopher assentiu) Que merda...

Ele assentiu outra vez, e do nada, começaram a rir um do outro.

Dulce: Será que vamos ficar mais atolados?
Chris: Seguramente.
Dulce: E quem disse que eu me importo?

O sorriso de Christopher morreu de seus lábios. Ergueu as sobrancelhas em sinal de surpresa, e perguntou m um fio de voz...

Chris: Não?
Dulce: Não mesmo! (colocando os cotovelos na mesa) E não estou bêbada...(rindo)

Ele arregalou os olhos. Era difícil dar crédito a essa nova Dulce que estava surgindo ali. Mas como...? Franziu a testa fitando-a. Aquele que estava na sua frente não era a Dulce que conhecia. Será que a verdadeira foi seqüestrada? Será que o que está na frente dele era um clone? Riu do pensamento. Mas que aquilo estava estranho, óbvio que estava, Dulce não era assim...tão relaxada, logo depois de estourar uma bomba como aquela.

Aclarou a garganta, enquanto se acomodava na cadeira vendo que o garçom chegava com uma bandeja. Serviu a cada um e depois saiu olhando para Dulce de um jeito que o perturbou um pouco.

Ela sorriu percebendo o olhar a laser que ele lançou nas costas do garçom. Christopher a mirou e não evitou ruborizar-se um pouco pela descoberta de seus ciúmes. Disfarçou sorrindo e pegou seu cachorro quente, e franziu a testa quando a viu colocar um cachorro quente no chão, forrado com um guardanapo.

Dulce: Foi por isso que pedi três...ele merece também.
Chris: Vai dar refrigerante também?
Dulce: Não, senão é capaz de ele arrotar aqui e os outros pensarem que fui eu.

Christopher sorriu sem se controlar, e fechou a boca rapidamente, havia mordido um pedaço do cachorro quente. Dulce se derreteu com aquele sorriso, e parou no tempo, olhando para aquele rosto bonito ao qual não conseguia tirar da cabeça e do coração. Quis puxar a cabeça dele de encontro a sua e provar sua boca. Por Deus, estava necessitando um beijo. Mas teria que se segurar, ainda não havia nada acertado, ainda restava um dúvida que teriam que tirar, e se não fosse hoje, talvez enlouquecesse. Comeram tranquilamente sem dizerem nada, mais uma vez. Tomaram um pouco de sorvete, e novamente, Dulce comprou também para o cachorro que em uma abocanhada limpou tudo.

Chris: Eu estou impaciente...

Ela subiu o olhar e o encarou, enfiando a colher no sorvete de limão.

Dulce: E por que?
Chris: Não agüento essa situação.
Dulce: Vamos voltar para o banco?
Chris: Sim...

Dulce logo se levantou, enquanto Christopher ia até o quiosque pagar o que gastaram. Dulce puxou a coleira de Simba e saiu caminhando devagar esperando que ele logo chegasse a seu lado, coisa que não demorou a acontecer.

Chris: Eu estou nervoso.
Dulce: Pois não precisa ficar assim...
Chris: Eu estou com medo.
Dulce: Você me ama?

Procurou não olhar para ele, mas sentiu o olhar dele sobre sua silhueta. Suspirou fundo, enquanto esperava que ele respondesse.

Chris: Amo...

Dulce suspirou, aliviada por saber.

Dulce: Eu te amo também.

Dulce sorriu, mirando o chão e deu um gritinho ao se sentir puxada para o lado, em um abraço apertado. Simba se assustou e latiu um pouco, mas mesmo assim Dulce passou os braços pelo torso de Christopher e o agarrou em um abraço apertado. Christopher se curvou e encostou a boca na têmpora dela.

Chris: Que saudade...

Dulce sorriu, encostando a boca na camisa dele, inspirou aquele olor e suspirou, sentindo-se maravilhosamente bem. Ele apertou o agarre dos ombros dela e os dois sorriram. Chegaram ao banco quase andando de lado, sem que pudessem se separar do abraço que eles tanto sentiram falta. Por fim, sentaram no banco e Dulce bateu no ao seu lado fazendo com que Simba pulasse e deitasse no banco, ao lado dela. O cachorro, como sempre obediente, fez o que ela pediu e deitou-se, se esparramando no banco, colocando a cabeça no colo dela. Christopher somente sorria, enquanto chegava mais perto de Dulce, passando um braço pelo ombro dela.

Chris: Folgado, não?
Dulce: Demais...(olhando para o cachorro que quase fechava os olhos)
Chris: Dulce...
Dulce: Sim...
Chris: Me diga como ficou ao ver o que passou na Tv?

Dulce: Perplexa. Parecia que não estava acreditando, mas quando eles falaram das provas eu paguei pra ver e tomei na cara, logo na primeira foto tinha um beijo...e um beijo razoavelmente provando que nada daquilo era pra série nenhuma...nem pra nenhuma gravação.
Chris: É...eu vi a matéria, mas quando sua mãe me contou eu não consegui acreditar no que estava vendo.
Dulce: Você sabe o que teremos que enfrentar agora, não sabe?
Chris: Sei...(suspirando) você também tem essa noção?
Dulce: Sim...e é o que me amedronta. Não sei como lidar com isso.
Chris: Você deve alguma satisfação a alguém?
Dulce: Não, mas você sabe...
Chris: Sei o que você também sabe, nós já namoramos famosos, já namoramos nossos ex famosos...e nós somos famosos. Porém, a vida é nossa...não há mal nenhum em nos apaixonarmos por outra pessoa.
Dulce: Eu sigo essa linha de raciocínio, mas temos que estar preparados. (Christopher sorriu)
Chris: Pronta para a batalha?
Dulce: Sempre...

Os dois sorriram e Dulce se aninhou mais na curva do pescoço dele.

Dulce: Sempre tive medo de que descobrissem antes...
Chris: Por que?
Dulce: Porque eu não tinha certeza do que sentia por você...

Christopher sorriu contra a orelha dela, fazendo-a arrepiar-se.

Chris: E agora?
Dulce: Quer mais certeza que isso? (ele somente sorriu) Só estou receosa do que possa vir por aí. Fotos, pergunta e perguntas...imprensa inventando mil e uma mulheres, desenterrando histórias até encontrar a origem do nosso relacionamento. (suspirou) Vai ser difícil...
Chris: Mas isso é só no começo, e se passarmos por essa, será mais uma prova para o nosso relacionamento dará certo.
Dulce: Sim...(sorrindo)

Os dois ficaram em silêncio por algum momento, somente percebendo a presença um do outro. Dulce sorriu e se afastou dele.

Dulce: Você acha mesmo?
Chris: Claro...eu estou do seu lado e você do meu. (sorrindo) Se gaguejar na hora de responder, deixa que eu respondo por você, sei como você fica nervosa com essas coisas. (ela assentiu) Por isso, pode deixar comigo.
Dulce: Porta-voz de relacionamento agora?
Chris: É... só quero que não faça a mesma coisa que Anahí sempre faz quando perguntam sobre o nosso relacionamento no passado.
Dulce: Você fica chateado quando ela te desdenha?
Chris: Um pouco, ela fala como se tivesse perdido tempo comigo, como se eu fosse um trapo velho que cobriu as vergonhas dela por uns tempos e quando ganhou um “Victoria Secrets” me deixou de lado, como pano de chão.

Dulce o enlaçou pelo pescoço e sorriu, beijando-se na face.

Dulce: Tadinha da minha criança, tão rejeitado.
Chris: Sim, sempre.
Dulce: Não por mim...
Chris: Isso é passado.

Dulce então se lembrou do passado, e tragou a saliva, se arrependendo de ter dito aquilo. Enfiou o rosto na curva do pescoço dele e fechou os olhos por um instante.

Chris: Não duvido nada que amanhã já tenho as fotos daqui...
Dulce: E quem se importa? (ele sorriu) Eu não me importo...mais.
Chris: Muito bem falado.
Dulce: E creio que está ficando tarde para estarmos aqui. (se afastando para ver as horas no relógio)
Chris: Tem razão.
Dulce (levantando-se): Tenho que buscar meu pai no hospital as 9 em ponto...
Chris: Você ficará lá amanhã?
Dulce: Não, Dolores que vai. Mas eu vou a tarde...
Chris: Amanhã tratarei de relaxar, esses dias foram extremamente cansativos.
Dulce: Soube por minhas fontes que o Senhor quase não deixou o quarto essa semana...(sorrindo, enquanto se colocava em pé)
Chris: Povo fofoqueiro...(suspirando) mas é verdade, fiquei bem preocupado.

Dulce: Eu quase não dormi quando minha mãe tava na UTI, a cafeína me segurou por esses dias, mas quando minha mãe saiu...eu caí dura na cama, e acordei no fim do outro dia...(puxando a coleira de Simba para que despertasse)

O cachorro pulou do banco e se sacudiu dos pés a cabeça, se restabelecendo. Os dois logo saíram caminhando de volta ao carro. Dulce tirou as chaves do bolso e destrancou o carro, e Christopher abriu a porta detrás para que Simba pudesse entrar, fechou a porta ao ver o cachorro se esparramar no assento e logo puxou o braço de Dulce, impedindo-a de seguir para o outro lado. Desceu um degrau da calçada, deixando-a em cima do meio-fio, a abraçou pela cintura, enquanto ela o enlaçava pelo pescoço e a observou maravilhado e feliz por nada do que havia pensando, estivesse acontecendo.

Chris: Amanhã perguntarei como conseguiu manter essa calma toda...(ela sorriu) mas agora eu não quero saber...(se aproximando dela) não quero quebrar esse encanto.

Dulce inclinou sua cabeça para frente fechando os olhos, fazendo com que seus lábios se encostassem nos dela.

Dulce: Perguntas amanhã...(com os lábios grudados nos dele) porque agora só desejo beijos, quero descontar essa semana.
Chris: Vai dormir lá em casa?
Dulce: Não...(movendo os lábios) queria muito, mas não posso.
Chris: Eu entendo...

E não falaram mais nada. Apenas apartaram os lábios e se beijaram do modo em que precisavam imediatamente. Ela entranhou os dedos no cabelo dele, e virou um pouco para o lado separando os maxilares para logo se juntarem outra vez. Christopher se entregou ao beijo romântico ao qual compartilhavam, se sentia tão bem estar com ela, se sentia tão assustado ainda, mas depois desse beijo todos os seus medos se dissiparam, restou somente a perplexidade, ainda não conseguia acreditar que era mesmo Dulce quem estava ali, trocando um beijo com ele no meio da rua. E ao descolarem as bocas...eles sorriram e se beijaram mais uma vez, para logo se separarem de vez.