Fanfic: Nos Cαminhos dα Vidα ~☆

Dulce o abraçou pelo ombro e o empurrou para a cama, fazendo-o novamente colar as costas no colchão, soltou-se dele e sentou-se sobre ele, ainda unidos. Christopher respirou fundo, quando sentiu as mãos dela percorrerem seu torso, enquanto senti que ela se moveria contra ele, deixando-o mais louco do que já estava, mas antes que ela o tocasse mais, ele agarrou os punhos dela e virou-se bruscamente, fazendo-a cair de costas na cama.

Chris: Não...

Nisso haviam se desunido. Dulce, ofegante, franziu a testa na escuridão, confusa. Ele não... Ele não a queria mais? Estendeu a mão e alcançou algum rastro de pele de seu braço, e suspirou quando sentiu que ele se aproximava dela, ouviu alguns ruídos e sabia o que ele estava fazendo. Relaxou mais uma vez e suspirou, quando sentiu o vento gelado da madrugada refrescar sua pele.

Chris: Se que quisesse te deixar um filho...(deitando-se sobre ela) não seria nessa noite...

Beijou-a na boca suavemente, enquanto seus joelhos separavam as pernas dela. Dulce passou a mão no rosto dele, enquanto a outra o agarrava pela nuca. Apartou os lábios e o envolveu em um beijo rápido e profundo, para logo sussurrar-lhe ante os lábios...

Dulce: Eu vou enlouquecer sem ti...

Ele sorriu divertido, enquanto a sentia erguer os joelhos, impulsionou seu corpo e novamente se deslizou no paraíso de seu corpo. Beijou-lhe novamente a boca, rapidamente, para logo empreender uma viagem a seu pescoço, seu colo, seus seios... Dulce se arqueou para ele, ao sentir como ele mimava seus seios com adoração. Christopher sorriu esfregando seu rosto no vale...

Chris: Será difícil...?

Ele se alçou novamente e parou diante o rosto dela, ela o puxou pela nuca e tocou os lábios com os dele, languidamente. Ela tragou a saliva, para logo lhe responder...

Dulce: Será impossível...

Ele devorou a boca dela, enquanto empurrava seu corpo contra o dela, adotando um ritmo mais rápido e profundo. Não queria pensar se, no futuro, poderia viver sem isso. Vendo-a todos os dias, estar perto dela e não a ter. Seria difícil? Seria impossível? Não sabia... Mas sabia que seria necessário. O relacionamento dos dois precisava de uma estabilidade na qual não conseguiram por todo esse tempo. Precisavam de calma, precisavam de confiança... Coisa que Dulce não tinha por ele e talvez nunca tivesse. Ele sempre soube que nunca fora santo, mas por Dulce fez tudo para chegar perto de ser. E isso era o que o decepcionava mais, tentava dar o seu melhor, mas ela nunca reconheceu isso. O melhor mesmo era a separação, não havia mais dúvidas depois de hoje.

Dulce: Christopher...

Dulce murmurou seu nome, enquanto sentia seu fim mais próximo. O beijou novamente, deslizou as mãos pelas costas dele, úmidas pelo suor. Não queria que fosse a última vez. Pelos céus...amava esse homem mais que tudo. Não seria capaz de vê-lo com outra, não seria capaz de deixá-lo para que outra o desfrutasse, não poderia deixá-lo livre para querer outra pessoa. E não iria. Se ele queria guerra, guerra ele teria. Mas estava mais que decidida a não dar trégua para deixá-lo se afastar mais ainda de si. Estava apaixonada. Céus! Será que ele não percebia? Christopher não seria livre, não...ela não deixaria. E sabia, se não lutasse por esse relacionamento, ele não mais seria seu.

Encostou a bochecha na sua, ao sentir como os espasmos a sacudiam dos pés a cabeça, mordeu os lábios para não gemer e se arqueou a ele, soltando a respiração de uma vez ao sentir a intensidade das sensações. Não demorou muito para ele desfalecer em seus braços, quando sentiu o próprio orgasmo. Afundou os dedos em seu cabelo molhado, sentindo como ele tremia entre seus braços e arfava sobre seus seios.

Dulce: Espero...(procurando o fôlego) do fundo do coração, que se arrependa amargamente.

Ele sorriu com a cabeça encostada entre os seios dela, enquanto ela continuava a pentear seus cabelos para trás, com os próprios dedos.

Dulce: Rezarei para isso. Tenho certeza rapazinho...não agüentará muito...
Chris: E como pode ter tanta certeza?
Dulce: Só por juntar os fatos...

Christopher rodou para um lado, saindo de cima dela, logo a puxou para si, fazendo com que novamente ficasse de lados, com as pernas entrelaçadas. Dulce projetou os lábios para frente, do modo em que conseguiu tocar os dele, em um simples roce.

Dulce: Se você diz...que não subiu para mais ninguém, que não deseja mais ninguém, que não ama mais ninguém do que essa pessoa na sua frente. Então, tenho certeza de que não vai demorar muito até essa birra acabar...
Chris: Está enganada docinho...completamente enganada.
Dulce: Ok...mi Cielo, se você quer jogar, eu também entrarei na partida. Veremos quem será o ganhador...e saiba, não serei eu quem erguerá a bandeira branca.

Ele sorriu divertido, enquanto passava a mão sobre seus ombros ainda úmidos.

Chris: Eu adoro quando você brinca comigo desse jeito...
Dulce: Estou determinada, meu amor, determinada a recolocar na tua cabeça que você não pode mais viver sem mim, do mesmo jeito que eu não posso sem você.
Chris: Humm...(divertido) cuidado para não fracassar.
Dulce: Dessa vez não, querido. Quem fracassará será você. Enquanto você não se dá conta, preencherei sua vida como sua amante... (passando as pontas dos dedos nas costelas dele)
Chris: Que?
Dulce: Amante.
Chris: Por que amante? (subindo a mão para afastar os cabelos dela para trás)
Dulce: Porque teremos uma relação baseada somente no sexo. Já que não quer o meu amor, e nem quer me dar o seu...

Christopher moveu a cabeça para trás e gargalhou. Dulce franziu a testa, não entendendo o motivo da zombaria.

Dulce: Explique-se...
Chris: Que absurdo é esse?
Dulce: Não vejo nenhum absurdo.
Chris: Dulce, não se faça...
Dulce: De que, homem?
Chris: Não quero essa palhaçada de amante!
Dulce: Eu só penso em ti, no teu bem e você me descarta, ingrato!
Chris: Ingrato? Eu? (incrédulo)
Dulce: Então me diz...como vai voltar a fazer amor com alguém, se sabe que não sobe...(não se agüentou e riu) desculpa...(tragando a gargalhada) se não sobe para mais ninguém? Eu só pensei em você, e não me incomoda que me use...

Ele não agüentou ficar sério diante de um absurdo desses.

Chris: Eu não quero te usar. Nem ao menos quero nada com você...
Dulce: Ok, fingirei que acredito. (bocejando) Amanhã fingiremos outra vez, essa coisa de ser seqüestrada cansa muito, tenho sono.
Chris: Dulce, me ouve! (suplicante)
Dulce: Mais tarde, amor...

Beijou-o na boca e logo depois de afastou dos braços dele.

Dulce: Depois que voltar do banheiro, nem ouse dormir em outro canto, vou lhe seguir em todo aonde for...até se for para dormir dentro da banheira vazia.

Ele ficou incrédulo com aquilo, mas mesmo assim se levantou para ir ao banheiro. Dulce sorriu de sua façanha, não seria tão difícil conseguir o que queria quando estava tão obstinada a ganhar.

Dulce: Essa conversa era para ter acontecido desde que saímos do Brasil...

Ele que vinha saindo do banheiro, ouviu o que ela disse.

Dulce: Teria nos poupado muitas brigas.
Chris: Mas não podemos chorar o leite derramado, o que está feito já está feito.

Deu-lhe uma vontade de gargalhar quando ouviu o tom de voz sério. Poderia ser arrependimento? Dulce riu. Melhor ainda que fosse.

Dulce: Verdade, mas agora se deite, Carinho. Terá que enfrentar alguns quilômetros de estrada amanhã.

Ele bufou irritado, mas logo se deitou. Se afastou para o cantinho da cama com a esperança que ela não encostasse nele. Porém, revirou os olhos, contrariado, mal se deitou e a sentiu em suas costas, circundando em um abraço, beijando-lhe as costas, cobrindo-o os dois com o lençol. Apertou os olhos, suspirando.

Estava tudo acabado Dulce. Amanhã não haverá mais nada...

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Dulce tragou a saliva, apertando a mão dele entre as suas. O viu trincando os dentes, fitando-a com a expressão terna e apreensiva, totalmente confuso por aquele pedido que mais lhe pareceu uma súplica.

Dulce: Me diz como agir corretamente...me ajuda!

Ele não conseguiu nem ao menos abrir a boca, ela parecia tão mortificada, tão...desolada. Seu rosto pálido ressaltava ainda mais seus olhos vermelhos. E ali, vendo-a daquele jeito, se deu conta do que estava fazendo. Estava...abandonando-a. Estava deixando-a de lado. Estava tirando-a de sua vida.

Dulce: Christopher...não faça isso conosco! Por Deus!

Soltou as mãos dele, para logo dirigi-las ao rosto dele, atraindo-o até si.

Dulce: Por acaso você não vê que isso não vai melhorar as coisas? (falou com a testa franzida, tentando de alguma forma fazê-lo entrar em razão) Você está sendo muito radical! Não entende que isso só nos fará sofrer ainda mais!

Christopher tragou a saliva, correndo seus olhos naquela expressão apreensiva do rosto dela, se enxergasse bem poderia ver até um resquício de medo naquele olhar. Franziu um pouco a testa, sentindo as palavras dela flutuando sobre sua mente.

Dulce: Não vai adiantar nos evitarmos! Não adianta nada! (suspirando) Estamos juntos quase vinte e quatro horas por dia...não podemos simplesmente nos ignorar como da outra vez, não podemos estar separados, não...não mais! Entende isso de uma vez!
Chris: Não...
Dulce: Sim! Sim! (levantando a voz) Em vez de me deixar, o que deveria estar fazendo era me ajudar! Me ajudar! (apertando as bochechas dele, um pouco fora de si) Eu te amo! Por acaso não se deu conta? Eu te amo, homem! E decidi, de uma vez por todas, que não vou mais esconder isso de ninguém, que não vou deixar mais meu orgulho se sobressair. Não vou te deixar em paz Christopher, não até que seja meu outra vez!

Dulce respirou fundo, depois daquele ataque de palavras. Ele ficou chocado com aquela declaração. Ergueu as sobrancelhas ao vê-la tão determinada.

Dulce: Você pode usar de mil e um artifícios para me afastar, mas eu não vou! Grave isso na sua cabeça! Não vou! (suspirando) Enquanto eu ainda ver o amor que sempre me devotou nos teus olhos...não vou desistir de você. Não posso fazer isso comigo, nem muito menos contigo. Não posso deixar que você desista de nós! (acercou mais o rosto dele do seu) Enquanto houver sentimento entre nós dois, eu não vou permitir que me deixe...(roçando seu nariz no dele) eu quero ser feliz e quero fazê-lo feliz...

Christopher apertou o joelho dela, enquanto fechava os olhos, embriagado por tudo o que ela havia dito, tonto pelas loucas batidas de seu coração. Dulce tirou uma mão de seu rosto, deslizando-a até o ombro dele. Enquanto estava extasiado ao vê-lo se entregando silenciosamente, roçando seus lábios pela bochecha dela, com carícias lentas e suaves.

Dulce: Eu não tenho medo da minha necessidade de ti, Christopher. (acariciando-o no pescoço) E estou plenamente consciente de não deixar nossa felicidade de lado tão fácil assim. Se quiser me humilhar, se quiser brigar, o faça...o faça agora... Mas nem isso será capaz de me deter.

Christopher se arrepiou, dos pés a cabeça. Dulce estava falando a verdade. E estava feliz com aquilo. Estava...? Totalmente. Ela estava pronta para lutar pelos dois, provando realmente todo o amor que sentia por ele. Sentiu como ela encostava seu queixo no ombro, repousando sua cabeça na curva do pescoço dele. Deus! O que seria dele sem essa mulher? Inspirou fundo, sentindo seu cheiro entranhado em suas narinas. Como a amava.

Chris: Nunca te humilharia...
Dulce: Então não haverá nada que me faça desistir de você. (circundando-o com seus braços) Eu preciso de ajuda, Christopher. Preciso da sua ajuda!
Chris: Em que quer que eu te ajude?
Dulce: A me moldar a você.

Ela disse simplesmente. E ele sentiu os músculos de sua barriga se contraírem. Sufocou a respiração por alguns segundos, enquanto sentia ela se aferrar mais a ele.

Dulce: Não vou te cobrar nada, nunca... (abraçando-o) só me diz que vai pensar melhor, que vai esfriar a cabeça...que vai pensar nisso com calma. Não tome nenhuma decisão agora. (tragando a saliva) Eu sei que eu não sou a melhor das mulheres...que te decepcionei ontem, que fiz isso muitas vezes...que...que...(suspirando) mas eu não quero te perder.

Christopher se afastou dela e a mirou nos olhos, se encostando na porta do carro. Dulce suspirou tentando se acalmar, estava muito nervosa. Mordeu seus lábios, enquanto o via olhar para aquele campo aberto, arenoso, com algumas montanhas bem longe.

Chris: E como será se eu ceder ao seu pedido? (franzindo um pouco a testa, protegendo seus olhos dos raios de sol)
Dulce: Eu não sei.

Ele virou-se para ela, com um meio sorriso no rosto.

Chris: Sem promessas de melhoras?
Dulce: Só o que posso lhe dizer é que tentarei.
Chris: Já ouvi a mesma coisa sair da sua boca antes... Como vou poder ter certeza?
Dulce: Eu não posso afirmar que mudarei de um dia para o outro, mas eu posso afirmar que tentarei.

Voltou o olhar para suas mãos e tirou o anel de seu dedo médio, vendo a marca do mesmo em sua pele alva.

Dulce: Se eu não tentar, eu te perderei...

Ele assentiu, dando um passo a frente, no intento de fechar a porta do carro. Dulce colocou as pernas para frente. Christopher fechou a porta do carro e logo o rodeou para entrar no assento do motorista. Segurou o volante, mas antes de dar marcha no carro, virou o olhar para Dulce, curioso.

Chris: O que está disposta a fazer por mim, Dulce?

Ela nem ao menos virou para ele, e nem muito menos pensou duas vezes para responder àquela questão.

Dulce: Tudo o que estiver ao meu alcance.

Ele sorriu virando-se para frente, girando, por fim, a chave na ignição. Passou a primeira marcha, ainda sorrindo, e disse:

Chris: Boa resposta.

Ela sorriu, enquanto colocava o cinto. O carro quase flutuou naquela estrada, e por ser dia, puderam avistar as belezas de um lugar pouco conhecido dos dois. O verde contrastado ao bronzeado solo pedregoso. Paredões de pedras enormes, cercado de uma rala vegetação, o céu bem azul, o sol limpo sem nenhum resquício de nuvem. Christopher havia ligado o som, colocando bem baixo, como se só pudessem apreciar a música e ao mesmo tempo conversar. Não haviam trocado nenhuma palavra durante a metade do trajeto. Perdidos em meios de pensamentos e incertezas. Voltariam para a cidade, voltariam a ser o centro das atenções, voltariam para ser o famoso casal, onde os subjugavam, onde estavam metidos em escândalos, onde seriam apontados pelas pessoas, onde não poderiam sequer sair na rua sem ser abordados por alguém.

Dulce suspirou. Christopher não lhe respondeu nada. Como iria saber o que ele pensava disso tudo? Apoiou o cotovelo na porta, encostando sua mão na testa. Em poucos minutos estariam de volta. Suspirou outra vez. Queria tanto ser outra pessoa nessa hora, queria tanto que Christopher e ela fossem duas pessoas comuns, dois namorados comuns...sem ser perseguidos por ninguém, que não eram pressionados por ninguém, que não era nada mais que...um casal de namorado.

Queria tanto viajar com ele, onde pudessem conhecer os lugares juntos e desfrutar deles juntos, como dois namorados normais, sem que nenhuma fonte jornalística descobrisse o paradeiro deles. Queria tanto andar de mãos dadas pela praia, conversar tranquilamente em um restaurante, gargalhar em meio a um cinema lotado com um balde de pipoca...como um casal de namorados normal.

Encostou a cabeça no respaldo do banco e inspirou o ar, enquanto fechava os olhos desejando ter isso por apenas alguma semana. Nada mais seria como antes... Disso ela estava certa. Por mais que nesse mês não tenha demonstrado em público nada que os comprometesse ainda mais, sabiam que ainda especulavam muito sobre o romance dos dois, como também sabiam que alguns jornais já deram como certo do término do namoro entres os dois. Muito mais agora depois da entrevista do dia anterior, pensou ela com arrependimento. Desenterraram quase toda a história. Dulce, certamente como ele também, não sabiam de onde tiraram tanta informação, não sabiam de nada, não desconfiavam de ninguém. Era quase como achar uma agulha no palheiro. Não havia mais nada o que fazer, somente bastava aceitar, como sua mãe mesma havia dito. Aceitar...