Fanfic: Nos Cαminhos dα Vidα ~☆

Estavam cercados. Mas não podiam se render. Agüentaram tudo esse mês, engoliram muitos sapos esse mês. E mesmo assim foi capaz de rejeitar Christopher no meio das câmeras. O magoou profundamente e sabia disso, sabia que ele estava temeroso de tudo agora. Teria que agir com cautela dessa vez. Agora estava tudo aclarado entre os dois, já não haviam mais segredos, já não... Abriu os olhos vendo a estrada na sua frente... Ainda havia um segredo entre os dois. Talvez o maior dos segredos entre os dois. O que Christopher faria se soubesse que a mãe querida e idolatrada foi até sua casa meses atrás com o intuito de acabar com a recente relação dos dois? O que ele iria dizer se soubesse que foi por causa da mãe dele que os problemas entre os dois começaram? O que ele diria se soubesse que foi por causa de Alexandra pediu para que ela o deixasse?

Sufocou a respiração, tentando mudar o rumo de seus pensamentos. Aquilo tudo era tão nebuloso. Sacudiu a cabeça, já não queria mais pensar em nada. Já não havia porque remoer as feridas do passado. O que estava feito, estava feito. Tinha que focar sua cabeça no futuro, em Christopher, em sua carreira, em tudo, menos nisso...menos no passado.

Chris: Você ainda não respondeu se me desculpa ou não por te trazer a esse fim de mundo.

Christopher a tirou de pensamentos. Queria lhe dar um beijo na boca por isso, muito agradecida pelo gesto.

Dulce: Se tivesse dirigido até Acapulco eu te desculparia.

Ele sorriu, assentindo.

Chris: É sério...quero me desculpar por te falar algumas coisas, não sei...algumas coisas desagradáveis.
Dulce: Tipo?
Chris: Bom...(tragou a saliva sem graça) é...eu sei que não esteve comigo só pelo sexo, pois...eu sei que não.
Dulce: Então por que disse?
Chris: Porque queria te magoar.
Dulce: Não conseguiu. (sorrindo) Está desculpado.

Ele virou a cabeça para ela, um pouco chocado.

Dulce: Olha para frente... (ele rapidamente virou e ela riu se acomodando no banco) Tudo para mim foi especial. Você me mostrou o amor de um ponto de vista que eu não queria ver, você me fez sentir coisas...que eu pensei nunca querer sentir. Não sei...(tirando os óculos) se um dia seu corpo atraiu o meu corpo, no fundo...eu sabia que o seu coração atrairia também o meu coração. E foi o que aconteceu...(umedecendo os lábios) como me disse ontem, eu nunca senti por outro homem...o que sinto por ti. E sabe...(virando-se para vê-lo) eu quero continuar sentindo isso por você.

Christopher tragou em seco, mas não se voltou para vê-la, somente apertou os punhos no volante e soltou um pouco o pé do acelerador.

Dulce: Eu sei que tudo foi difícil, eu sei que esse mês foi um dos piores da nossa vida. (ainda virada para ele) Mas não pudemos nos render, temos que lutar Christopher...e eu não poder, meu amor...eu não vou poder sem você.

Dulce se sobressaltou, quando sentiu que ele agarrava bruscamente sua mão levando-a até sua perna, apertando-a, buscando, torpemente, entrelaçar os dedos com os dela. Ele alçou as duas mãos até seu rosto, enquanto não tirava os olhos da estrada, roçou o dorso da mão dela com seus lábios e o beijou, inúmeras vezes.

Chris: Eu vou pensar Dulce...eu vou pensar...(beijando a mão dela) me dê algum tempo, eu só preciso disso...eu sei que não vou conseguir muito tempo... (beijando os dedos dela) eu preciso muito, eu preciso de ti também...muito...não esqueça, não se envolva com outro homem até que eu pense bem...preciso de paz, quero paz.

Dulce: E eu vou te dar...só me prometa que pensará antes de fazer algo.
Chris: Sim...(passando a mão dele em seu rosto) eu pensarei.
Dulce: Não vou te pressionar mais.

Christopher avistou um carro mais a frente e deixou a mão de Dulce em sua coxa, para logo trocar de marcha. Dulce olhou para o lado, reconhecendo onde estavam.

Dulce: Que tal se ficássemos em Cuernavaca? Poderíamos comer algo por aqui...comprarmos uns trajes de banho...passarmos o dia em uma piscina.
Chris: Acho melhor subir a os vidros, porque aqui tem muita gente.

Ela riu, notando o tom divertido no qual ele falou.

Dulce: Podemos comer em algum restaurante...voltarmos somente a noite.
Chris: E nosso trabalho?
Dulce: Eu não vou hoje.
Chris: QUE?
Dulce: Não vou, simples.
Chris: Dulce...é nosso trabalho.
Dulce: Hoje não me sinto bem...estou indisposta.
Chris: Não te vejo mal...
Dulce: Pois está cego.
Chris: Bom...você vomitou alguns minutos atrás... (erguendo as sobrancelhas) aliás, por que você vomitou?

Dulce suspirou e olhou para o lado.

Dulce: Estou grávida.

Christopher freou o carro bruscamente, fazendo os dois sacolejarem. Olhou para o lado com os olhos arregalados.

Dulce sufocou a risada, vendo-o espantado. Tirou o cinto de segurança e se inclinou para o lado enlaçando seu pescoço. Apoiou os lábios nos seus e logo se afastou dele, vendo-o com a mesma cara de antes. E não agüentou, deixou a gargalhada escapar de sua boca.

Chris: Qu-que?
Dulce: Tão grávida quanto a brasileira...

Ao ver que ele não movia nenhum músculo da face, ela levou sua mão à frente do rosto dele e estalou os dedos.

Dulce: Christopher...

Ele ainda estava paralisado. Escutaram buzinas atrás do carro.

Dulce: CHRISTOPHER!

Ele quase pulou do susto, voltando a si. Colocou o carro em marcha e seguiu pela estrada. Piscou o olho dezenas de vezes, enquanto ela não parava de rir.

Dulce: Se eu estivesse grávida...você casaria comigo?

Ele lhe lançou um olhar de reprovação.

Chris: Nunca mais faça isso. Nunca mais ouse fazer esse tipo de brincadeira idiota.

Ela tragou a saliva, temerosa. Já estava mais que claro, nunca faria uma brincadeira como essa. Focou a visão na estrada e se calou, do mesmo jeito que ele fez. Mas logo algo lhe inquietou...

Dulce: Desculpa.
Chris: Tudo bem. Por essa você passa sem nenhum arranhão.

Dulce olhou para o lado e viu a estrada que dava acesso ao sítio de sua mãe. Suspirou, queria tanto voltar ali outra vez. E logo fez uma careta ao ver a placa que dava as boas-vindas à cidade.

Dulce: E agora?
Chris: Que?
Dulce: Estamos de volta.

Christopher olhou para frente e viu um outdoor com a foto do RBD, com o comercial da série de “RBD La Famila” que estrearia no ano seguinte.

Chris: Estamos de volta...
Dulce: O que vamos fazer?
Chris: Vou te deixar em casa...depois vou à minha casa.
Dulce: Não tem nada do que eu possa fazer para mudar isso?
Chris: Do que está falando?
Dulce: Não sei...você poderia ficar um pouco na minha casa. Minha mãe chegará somente à noite, Paco me disse ontem ao telefone que passariam o dia com parentes, em um velório.
Chris: Está me pressionando?
Dulce: Não...quero somente te proporcionar um pouco de paz.
Chris: Rata esperta! (rindo) Já sei no que está pensando...
Dulce: Eu falei a verdade, não há nenhuma segunda intenção nisso. (aclarando a garganta) Bom...a uma única intenção, é assim...pequenininha... (ele riu com vontade)
Chris: Já vejo.
Dulce: Eu só quero estar perto de ti, nada mais que isso.

Ele virou para ela, que estava com o olhar fixo na estrada, sorriu virando-se para frente e assentiu.

Chris: Vai me dar paz?
Dulce: Até te dar de comer se quiser.
Chris: Hum...(radiante) isso soa bem.
Dulce: Bom...não é isso o que você está pensando. (virando-se para ele com cara de ofendida) Estou falando de comida...
Chris: Eu também.

Ela não soube o que dizer, tragou a saliva e sufocou uma risada de deboche por sua malicia.

Chris: Você vê malicia em tudo...(rindo)
Dulce: Não ria de mim, ok! Você que me faz ficar assim.
Chris: Eu? Agora a culpa é minha?
Dulce: Eu sei como você é ambíguo.
Chris: Quem foi ambígua foi você, Carinho. Eu só aceitei uma das respostas.
Dulce: Não estou falando de sexo, ok!
Chris: Nem eu.
Dulce: Você me entendeu, não? (ele assentiu) Então pronto.
Chris: Mas vem cá...você sabe cozinhar?
Dulce: Não, mas o microondas sabe.

Os dois riram. Christopher dobrou na esquina e entrou na Rua de Dulce.

Chris: Fico ou não fico?
Dulce: Você quem sabe.
Chris: Vai me dar paz?
Dulce: Acho que você sozinho, trancado em casa não seria uma boa idéia. Acho que não teria paz, mas já com outra pessoa...não sei, poderia te distrair.
Chris: Adoro distrações! (com um meio sorriso)

Christopher parou na frente da casa de Dulce.

Dulce: Coloca o carro para entrar...

Ele ficou pensativo por algum tempo. E Dulce se perguntou se ele iria ou não, e quando ele colocou o carro em marcha outra vez, temeu mais ainda. Christopher deu uma ré e colocou o carro na entrada da casa. Ela suspirou aliviada e muito contente, tirou o controle de sua bolsa e abriu o portão, em dois segundos o carro já estava na garagem, e os dois se preparavam para descer.

Christopher viu Dulce descendo do carro, enquanto ouvia os latidos de Simba.

Chris: Eu seu, eu sei...sou um idiota mesmo.

Bufou irritado por satisfazer todos os desejos daquela mulher. Saiu do carro e o trancou. Olhou para aquela casa, fazia tempo que não pisava ali, e sempre que estava ali...se sentia tão bem. Se sentia...em sua própria casa. Se abaixou e acariciou a cabeça de Simba, que estava a seus pés reclamando-lhe um afago, como se disse que também sentira saudades dele. Viu Dulce entrando na casa e decidiu segui-la. Viu aquela sala, ainda com a mesma decoração, era tudo tão bonito, tão aconchegante.

Dulce: Qual opção de paz você quer agora?
Chris: Comida! Quero te ver cozinhando...
Dulce: Tem certeza?

Dulce perguntou não muito convencida de suas habilidades com o fogão.

Chris: Não acredito que não vai cozinhar?

Dulce: Foi só uma isca! (rindo) Não sei fazer nada mais do que aquele sanduíche de peru...(caminhando para a cozinha) você lembra?
Chris: Até que era gostoso. (seguindo-a) Mas não, estou precisando de comida. De carne!
Dulce: Sentindo falta da Picanha?
Chris: Humm...demais.
Dulce: E da piranha? (falando baixo)
Chris: Que?

Merda, se disse ela em pensamentos procurando uma resposta.

Dulce: Disse que amei a picanha.

Christopher assentiu e logo se sentou em banco alto, colocando os cotovelos sobre a bancada.

Dulce: Se quiser ficar mais a vontade...te dou um short...
Chris: Posso ficar de cueca?
Dulce: Cl-claro que sim! Até sem se quiser. (nervosa)

Christopher caiu na gargalhada, enquanto ela erguia as sobrancelhas em confusão.

Dulce: Dolores e Paco só vão chegar à noite, depois das dez.
Chris: E sua mãe?
Dulce: Pois...ela está na casa de Claudia cuidando do Rico, Rick tem um jantar de negócios hoje e a babá não pôde ir hoje, está com infecção urinária.
Chris: Entendo. Ficará sozinha esse tempo todo?
Dulce: Não, ficarei contigo.
Chris: Hummm...(erguendo as sobrancelhas) ficaremos aqui sem comer nada?
Dulce: Pois...podemos pedir algo pelo telefone.
Chris: E logo me dará o short?
Dulce: Isso.

Dulce sorriu contente.

Dulce: E logo colocarei um biquíni, para tomarmos sol lá fora.
Chris: E depois?
Dulce: E depois...(desviou o olhar do dele) vamos...vamos...ver televisão?
Chris: E depois de ver televisão?
Dulce: Podemos...(tragando a saliva ao vê-lo olhar para seu decote) podemos...jogar baralho.
Chris: Jogar baralho?

Ele jogou a cabeça para trás soltando uma gargalhada. Ela riu sem graça e logo tratou de sair dali, pegou dois shorts de seu pai para Christopher. Obviamente, os menores e mais apertados. Ao voltar à cozinha, ele estava do mesmo jeito. Entregou-lhe os shorts e logo foi ao telefone, perguntou sua opinião para a comida e logo preferiram algo bem simples.

Dulce: Vamos subir?

Ele somente meneou a cabeça, positivamente. Os dois seguiram até o quarto dela. Bom, ela não sabia se deveria pedi-lo para ir ao outro quarto, ou se era correto estar no mesmo quarto que ele. Mas agora não importava, os dois já estavam dentro mesmo. Virou-se para ele que olhava tudo detalhadamente, constatando que tudo seguia do mesmo jeito e sorriu ao comprovar isso.

Dulce: Quer usar o banheiro?
Chris: Não precisa.

Dulce arregalou os olhos quando ele fez menção de tirar a camisa e logo recuou, quando viu a expressão dela.

Chris: Pensei que podia...
Dulce: Não, não...quero dizer, claro, claro que pode, fique a vontade.

Christopher franziu a testa, ela estava estranha. Dulce sentou-se na cama e o viu se despir da camisa, logo desabotoar a calça. Ela tragou a saliva, observando tudo aquilo mais uma vez, e era incrível como aquilo que já vira infinitas vezes a abalava do mesmo jeito, como se fosse a primeira vez que estivesse vendo-o. Ele tentou dobrar a camisa, e ela sorriu, ao ver o fracasso que ficou.

Dulce: Me dá...(estendendo a mão) anda, me dá a camisa.

Ele a entregou e ela dobrou em dois tempos. Christopher colocou os sapatos em um canto e logo colocou as mãos na calça, olhou para o lado e a viu fitando-o, e aquilo o fez ruborizar-se, mas bem, ruborizar de excitação ao ver a admiração em seus olhos, como ela tragava a saliva, nervosa como se fosse à primeira vez.

Dulce o viu ficar somente de cueca, para logo vestir um dos shorts que ela lhe emprestou.

Chris: Eu gosto quando me olha...

Ela aclarou a garganta, não querendo responder àquele comentário, levantou-se de uma vez e meneou a cabeça, partindo para seu closet. Ele sorriu enquanto subia o short. Foi até a frente do espelho e se viu um pouco. O short não lhe chegava nem até o joelho, tinha o cós de elástico e um cordão na frente, colocou o cordão para dentro do short e resolveu caminhar até onde Dulce estava, parou na porta, se escorando.

Chris: Quer alguma ajuda?