Fanfic: Nos Cαminhos dα Vidα ~☆

Sorriu sabendo que a resposta seria negativa negativa. Isso se houvesse alguma resposta, que pelo silêncio, não haveria. Espera aí! O que estava acontecendo com ele? Essa manhã deixou claro que não queria mais nada com ela, e agora estava agindo como se estivessem como sempre, provocando-a, querendo que ela caísse em suas provocações. Aclarou a garganta, queria muito que ela caísse em suas provocações...que ela se jogasse em seus braços, beijasse sua boca com paixão, com ardor até se excitarem ao mesmo tempo, e depois buscar um modo de liberar tudo o que estavam sentindo. Suspirou quando uma parte de seu corpo começava a se animar pelos pensamentos.

Chris: Merda...

Deu meia-volta saindo daquele quarto. Desceu as escadas e saiu ao jardim, estalando os dedos para que Simba o acompanhasse. Foi andando em direção a piscina e sentou-se em uma das cadeiras, enquanto olhava para aquela micro-academia. Suspirou, lembrando-se como tomou Dulce naquele dia. Primeira vez que tomou Dulce tendo certeza de seus sentimentos, foi tudo tão apaixonado, rápido, intenso... A queria do mesmo jeito daquela vez, a queria abraçada ao seu corpo nu, queria senti-la tremer em seus braços. Queria ouvir novamente da boca dela...o quanto o amava e o quanto estava disposta a não voltar atrás. Deitou-se na cadeira e fechou os olhos, se sentindo realmente, em paz. Pelo menos mental, pois corporal, estava longe de ter paz.

Dulce saiu ao jardim, jogando os cabelos para o lado, enquanto colocava os óculos. Se olhou por um momento. Estava tudo bem. O viu deitado na cadeira com os braços em cima da cabeça, bem relaxado. Ela tragou a saliva. Ele nem ao menos sabia o tamanho da vontade que ela estava sentindo de deitar ao lado dele e se aninhar em seu peito. Mas não iria fazer isso. O daria tempo. Não o pressionaria. Enfim, ela havia prometido. As coisas seguiriam o curso normal, como tudo. Sacudiu a cabeça e buscou sentar-se, na outra cadeira. Porém, mal se sentou e a campainha tocou. Christopher se levantou de uma vez...olhando para o portão.

Ele ao ver como ela se encontrava vestida, a puxou pela munheca, sentando-a na cadeira outra vez.

Chris: Eu vou.
Dulce: Toma o dinheiro...(estendendo a mão para ele)
Chris: Pode deixar...eu pego no meu carro.

Ele foi saindo e Dulce o puxou pelo ombro. Colocou o dinheiro na mão dele, e fechou os dedos dele. Ele somente ficou vendo-a, enquanto ela o empurrava.

Dulce: Agora vai.
Chris: Teimosa...(saindo)
Dulce: Teimosa nada!

Dulce o viu caminhar até o portão e aproveitou para tirar a canga que estava amarrada sobre sua cintura, jogou a canga de lado e sentou-se na cadeira, para logo deitar-se de frente ao sol. Suspirou ao lembrar-se de tudo o que havia acontecido esse dia, no dia anterior. E concluiu que, estava contente do que havia passado, com certeza era muito melhor enfrentar a ira de Christopher...do que o seu desprezo.

Quase não acreditava que mesmo depois do que haviam passado juntos, conseguiram se ignorar por um mês, um mês inteiro. Se bem que com os compromissos que os dois tinham não era tão difícil se distanciar. Mas voltaram a se ver, voltaram a se falar...voltaram a se beijar, ela suspirou...voltaram a se entregar um ao outro, plenamente. Apertou os olhos. Ah como queria que ele estivesse agora a seu lado. Ah como queria sentir o gosto dos seus lábios outra vez, sentir suas mãos vagueando pelo seu corpo... Respirou profundamente, buscando serenar-se. Ela sabia que ele faria de tudo para se manter o mais afastado possível dela. E por alguns instantes ela se enfureceu. Já não estava adorando a idéia de passar o resto da tarde com Christopher. Não seria a mesma coisa. O queria como sempre, com seus mais primitivos desejos.

Chris: Onde eu coloco isso aqui?

Dulce abriu olhos imediatamente ao ouvir aquela voz, com aquele tom grave, sedutor. Sacudiu a cabeça decidida a não pensar nisso. Se ele estava ali era porque ela o havia pedido. Nada mais por isso.

Sentou-se, colocando-se de lado na cadeira, decidida a não fitá-lo com muita freqüência.

Dulce: Podemos comer ali no dec...você se opõe?
Chris: Não, claro que não. A casa é sua.
Dulce: Então está decidido. Coloca ali naquela mesa, vou buscar os pratos e os talheres. Gostaria de beber algo?
Chris: Pois...(com timidez) não sei.

Dulce sorriu ao notá-la, mas logo tratou de desfazê-lo.

Dulce: Pode eleger, refrigerante, água, suco, cerveja...se quiser algo mais pesado, no dec tem um bar, se sirva do que quiser.
Chris: Bom, eu fico com a cerveja.
Dulce: Já sabia. (sorrindo) Vou buscar as coisas...

Dulce notou que ele não olhou para o seu corpo nenhuma vez, não desceu o olhar do seu nem ao menos por um segundo. E deu as costas antes mesmo do que ela o fizesse. Observou-o caminhando e decidiu não sem importar com isso. Talvez ele não quisesse nada com ela, nem ao menos o importasse que ela estava com um minúsculo biquíni vermelho com bolinhas amarelas, já que havia visto seu corpo sem ele essa manhã. Será que com tanta intimidade entre eles, havia matado o desejo? Bom, o dela por ele, não. Mas o de Christopher? Será que havia acabado? Tragou a saliva com medo de descobrir a resposta. Então empreendeu uma caminhada rápida para o interior de sua casa.

Quando o viu sentado à mesa, quieto, calado e quase imóvel, exceto pelo seu peito que subia e baixava pelo ritmo de sua respiração...ficou temerosa com aquilo. Estava sendo muito difícil de tratar com aquela nova faceta de Christopher. Ele a havia acostumado a sorrir sempre, contar piadas, fazendo-a sorrir, sorrindo, brincando, tocando nela, sempre lhe parecendo quente e receptivo a qualquer hora. E desde ontem ele pareceu incrivelmente estranho, com aquela postura arrogante que lhe lembrava a mãe dele, frio...distante. Até estava receosa de falar alguma coisa que não o agradasse, esperando uma reação ultrajante por parte dele. Será que estava chateado a esse tanto com ela? Ou seria outra coisa? Bom, poderia ser estresse. E se fosse isso, talvez devesse se mostrar mais atenciosa, não queria lhe dar espaço para pensar em coisas que o afligia. Ou até poderia falar com ele sobre o assunto. Não sabia ao certo o que fazer, mas faria Christopher se sentir bem, ele gostando...ou não.

Dulce: Você se importa se eu ligar o som?

Ela ajeitou as coisas na mesa, sem erguer os olhos para ele, quem ao ouvir a voz dela se moveu um pouco.

Chris: Precisa lembrar que estamos na sua casa?
Dulce: É...(fingindo um sorriso) tinha me esquecido.

Foi até o bar e pegou um CD ao lado do aparelho de som que ficava ali. Decidiu colocar uma coisa mais animada, decidiu colocar Reggaeton. Ele ergueu uma sobrancelha ao ouvir aquela música e sorriu, negando com a cabeça. Isso era típico dela. Fechou os olhos enquanto não conseguia evitar que sua cabeça se mexesse ao som daquela melodia. E parecia que até mesmo de olhos fechados conseguia imaginar como seria se ela estivesse dançando.

Chris: Extremamente sexy...

Pretendeu se dizer aquilo em pensamentos, mas nem tudo era como ele queria. E Dulce chegou a ouvi-lo.

Dulce: Pensando alto, Uckermann?

Abriu os olhos de uma vez ao ouvi-la, e a viu sorrindo, enquanto se sentava na cadeira, tentando abrir a garrafa de cerveja que ela havia colocado de lado.

Dulce: O que acha de nos embebedarmos? E dançarmos Reggaeton até amanhecer?
Chris: Seria uma loucura...(tomando a garrafa de cerveja das mãos dela) eu não me dou bem com Reggaeton. (tirando a tampa da garrafa)
Dulce: E com a cerveja?
Chris: Isso já é outra história. (sorrindo)

Christopher lhe entregou a garrafa aberta, ela agradeceu tomando um gole rápido. Os dois começaram a se servir lentamente, admirando com um suspiro o cheiro que pairava da comida.

Dulce: Já faz quanto tempo que não se embebeda?

Christopher tomou um gole de cerveja e ergueu as sobrancelhas, surpreso pela pergunta. Dulce cortou um troço de carne e o colocou na boca, gesticulando com a cabeça para que ele respondesse.

Chris: Pois...como quase dois meses, em São Paulo.

Dulce tragou a saliva, assim como ele o fez, desgostoso pelo ritmo daquela conversa.

Dulce: Então acho que esse seu estresse todo deva diminuir um pouco depois de um porre.

Christopher franziu as sobrancelhas, estupefato. Ela nem ao menos quis prolongar o assunto. Aquilo era novo para ele. Estava até com vontade de sorrir por aquilo.

Chris: Você acha que é a solução?
Dulce: Remédio nenhum é a solução. (ele riu assentindo) Mas acho que te aliviará um pouco, como qualquer outro remédio.

Chris: Porém corremos o risco de que eu ainda fique pior do que agora.
Dulce: Isso é. Mas então, o que você diz?
Chris: Digo que só me embebedarei se você o fizer também.
Dulce: Ahaaa...agora estamos falando a mesma língua. (abrindo um amplo sorriso) O que quer beber?
Chris: O que você quiser.
Dulce: Sabe fazer suco de abacaxi?

Ele explodiu em uma gargalhada, enquanto ela dava um sorrisinho entre o contentamento e a perplexidade. Fazia tempo em que não o ouvia rir tão abertamente assim, e sinceramente, estava amando ouvir aquilo outra vez.

Chris: Eu não sei, mas podemos tentar.
Dulce: Ainda acho que você saiba cozinhar melhor do que eu.

Ele riu.

Chris: Creio que sim. Mas você pode me ajudar.
Dulce: A pineapple juice with vodka.
Chris: Onde ouvi isso?
Dulce: Vegas!

Os dois sorriram mirando-se fixamente um nos olhos do outro. E por um instante, vários flashbacks passaram por suas mentes. Vegas. Uma época tão diferente da atual. Uma época de descobrimento, uma época que nem ao menos sabiam que aquele dia fora o ponta-pé inicial desse grande sentimento que agora os unia.

Chris: Você se arrepende?

Ela nem precisou pensar muito para descobrir em que ele estava referindo. Estava mais que claro, ao ver nos olhos dele o brilho de tempos atrás.

Dulce: Nunca. Me lembrar daquele dia...é quase como flutuar no céu. Foi lindo...

Christopher sorriu ao vê-la radiante.

Dulce: Nunca pensei que minha primeira vez seria tão maravilhosa.
Chris: Acho que estava mais nervoso do que você.

Ela sorriu assentindo.

Dulce: Isso é verdade.
Chris: Agora me responde uma coisa...se não estivesse bebido naquela noite, teria feito tudo o que fez?
Dulce: Essa pergunta é difícil. (tragando a saliva) Eu estava consciente do que estava fazendo. Plenamente consciente.
Chris: Disso eu não discordo. Nunca teria feito nada se não tivesse certeza de que estava bem. (ela sorriu radiante)
Dulce: Eu tenho certeza disso...

Christopher então já não se sentia tão a vontade de debater aquele assunto. Levantou-se de uma vez, logo após juntar todas as coisas.

Chris: Vamos colocar as mãos para trabalhar agora.

Em seguida, Dulce se levantou, recolhendo as coisas que levariam para a casa,

Chris: Talvez deva deixar a comida aí...acho que mais tarde ficaremos com fome.
Dulce: tem razão.

Se resignou a limpar a mesa e recolher seu prato. O seguiu para o interior da casa, onde os dois começaram a trabalhar para descascar um abacaxi e a colocá-lo no liquidificador. A experiência resultou divertidíssima. Dulce deixou escapar duas colheradas a mais de açúcar e o suco estava quase um mel. Depois de limparem a bagunça que fizeram na cozinha, partiram de volta ao dec com uma jarra enorme de suco de abacaxi, com outra esperando-os na geladeira. Dulce se colocou dentro do bar e buscou uma garrafa de vodka.

Dulce: Essa está boa?
Chris: Se for a mesma que você tomou quando saiu com suas amigas daquela vez...muito obrigado, eu prefiro que escolha outra.

Dulce: Há há há...muito engraçado, menso!

Ele abriu um sorriso.

Chris: Você estava insuportável naquele dia.
Dulce: Desculpa.

Ele meneou a cabeça, aceitando-a. Dulce serviu ambos os copos e logo Christopher serviu-os com o suco. Distribuiu o gelo. E pegou um copo para levar aos lábios, estava temeroso de beber um suco feito pelos dois. Encostou seus lábios no copo e deu um pequeno sorvo, tudo sob o olhar de Dulce. Tomou um gole maior e mordeu um poucos os lábios.

Chris: Perfeito...muito doce, muito saboroso.
Dulce: Aprovado?
Chris: Aprovado!

Os dois sorriram e começaram a beber. Dulce aumentou ainda mais o som, fazendo a música atingir em cheio seus ouvidos. Ele tapou os ouvidos, vendo como ela se movia ao ritmo da música, enquanto saia detrás daquele balcão. Ele somente sorriu sentando-se em uma cadeira alta em frente ao balcão. Tomou mais um gole, enquanto ele mesmo tentava se entregar ao ritmo, deixando tudo o que lhe afligia, de lado... dando essa oportunidade a Dulce, dando a oportunidade a ela de lhe trazer paz, como ela bem entendesse. Dando a si próprio a oportunidade de se divertir ao seu lado, como bem entendesse...e planos para uma separação, por hora, estavam esquecidos.

Uma, duas, três, quatro horas se passaram. Muitos copos também. E os dois fizeram nada mais do que se divertirem plenamente, com brincadeiras, piadas, até jogos. Mas em nenhum momento se tocaram, mesmo depois de já haverem ingerido uma boa quantidade de álcool. Já era noite quando os dois saíram da piscina correndo. Dulce atrás de Christopher. Queria estrangulá-lo com suas mãos depois do comentário que ele fez ao modo como ela dançava nos shows, depois de vê-lo imitá-la em muitas situações. E não havia gostado de nenhuma delas.

Dulce: Cachorro!

Ele saiu correndo a gargalhadas de volta ao dec, se colocou detrás da mesa e ela não pôde pegar ele. Christopher a provocava e ela ficava mais irada. Pareciam duas crianças, isso sim. Dulce fez uso de suas forças internas para distraí-lo em tudo, para não chegar perto dele, nem lhe dizer algo desagradável, se limitaram a falar sobre trivialidades, coisas banais, que não os implicava. Nem ao menos da relação dos dois. Porém...isso estava ficando mais difícil a cada gole do suco de abacaxi com vodka, que os dois ainda tomavam.

Christopher correu para o lado e se esquivou das mãos dela, quando estas se esticaram para agarrá-lo. Ele seguia rindo dela, e correu até o balcão...com a respiração ofegante, ele se deixou cair no banco alto e a deixou pegá-lo.

Dulce: Nem que colocasse uma peruca ruiva ficaria parecido comigo!

Ele riu alto, quando a viu sentar-se no banco da frente. Os cabelos vermelhos encharcados, deixando rastro de água por onde passavam. A viu se servir de outro copo e fez o mesmo.

Chris: Naca!
Dulce: Naco!
Chris: Mensa!
Dulce: Menso!
Chris: Estúpida!
Dulce : Estúpido!
Chris: Te amo!
Dulce: Eu também!

Eles sorriram com o bate-rebate. Dulce tomou um gole grande ao se dar conta de que já não conseguiria manter suas mãos apartadas dele por muito tempo. A bebida estava lhe subindo a cabeça, tinha consciência disso, e ao ver os olhos dele cravados nos seus pela milésima vez na noite, ao ver esse sorriso sedutor que ele colocava no rosto...a embriagou todavia mais do que já estava. Ele não tinha idéia do tamanho de sua força de vontade, do tamanho controle que estava tendo que ter agora. Não era justo que ele a olhasse assim. Não era justo! Resolveu levantar-se, amarrou novamente a canga na cintura e torceu um pouco o cabelo para tirar um pouco da umidade. Ela virou o olhar e por inércia seu olhar se cruzou com o dele, que estava do mesmo jeito, com o mesmo sorriso, com a mesma sedução. Ela desviou rapidamente o olhar para o som e trocou de música. Tomou o resto de sua bebida, e ao sentir o olhar dele deslizando por seu corpo, se serviu de mais, sem se molestar em colocar suco. Bebeu tudo com nervosismo e tossiu, ao sentir o líquido rasgando seu esôfago. Ela fechou os olhos e quando os abriu, estava tudo mais colorido, mais brilhante, mais animado. Oh meu Deus! Estava bêbada!

Christopher sorriu ao vê-la começar a dançar ao som de reggaeton, e ainda começou a bater palmas tentando acompanhar o ritmo, para animá-la. Ela abriu um amplo sorriso, enquanto só o que queria era dançar. Christopher não deixou de acompanhar nenhum movimento dela, nem do mais simples até o mais complexos. Parecia uma Deusa. Seus seios se mexendo acima e abaixo, estavam hipnotizando-o. Nem ao menos batia mais palma para ficar lhe admirando com mais cautela. Tragou a saliva, sentindo como sua virilidade começava a dar sinais de vida, pela milésima vez nesse dia. Tudo em Dulce o enlouquecia. Pelos Céus, tinha tido uma ereção por ela lhe dizer que já havia escrito trinta poemas durante o espaço de cinco meses! Era pedir demais que ele não ficasse do mesmo jeito, enquanto ela dançava desse jeito. Era pedir o impossível!