Fanfic: Nos Cαminhos dα Vidα ~☆

Blanca riu. Dulce buscou todos os seus produtos de cabelo e os colocou na borda da banheira. Entrou na banheira que ainda não estava do total cheia, mas se encostou e ficou esperando, enquanto Blanca derramava algunas loções perfumadas e sais minerais na água.

Blanca: Dolores me disse que Christopher esteve aqui essa noite.
Dulce: Sim…(fechando os olhos)
Blanca: Fizeram as pazes?

Durante esse tempo em que estiveram separados, Dulce não escondeu absolutamente nada de sua mãe, nem ao menos as razões por esse afastamento. Blanca não falou nada, não lhe deu nenhum conselho, mas reprovou essa atitude, obviamente.

Blanca: Onde ele te levou segunda a noite?
Dulce: Ele estava com muita raiva de mim…(suspirou) pensei que ele ia me bater.
Blanca: Pelo que você disse no programa?

Dulce assentiu com os olhos fechados.

Dulce: Ele me levou para fora da cidade…fomos parar em Guerrero…
Blanca: Que? Para que isso? (perplexa)
Dulce: Ele alegou que queria conversar comigo longe de tudo…na verdade queria acabar o namoro.
Blanca: Acabou? O que seguiu? Onde foram parar?

Dulce abriu os olhos e a mirou.

Dulce: Passamos a noite em um Motel de beira de estrada, na verdade, uma espelunca no meio do nada. Ele me disse cada coisa…nunca o tinha visto tão raivoso, tão magoado como naquele dia.
Blanca: Eu o entendo…não está sendo fácil para ele, e você ainda ajuda com aquelas coisas que disse no programa.
Dulce: Eu sei, foi terrível o que eu disse. Não medi as palabras. (suspirou melancólicamente) Fui coagida pelas emoções do momento…não foi só ele que esteve pressionado, eu também fui…e muito.
Blanca: É…eu sei.

Dulce mergulhou para molhar o cabelo, para que sua mãe lavasse seu cabelo.

Dulce: Ele falou…falou, brigou, chorou…(sorrindo) mas no fim, acabei fazendo o que queria com ele.
Blanca: Não quero saber que métodos usou…me preserve disso, sou sua mãe, você ainda é minha pequena…não me desiluda.

Dulce gargalhou negando com a cabeça. Enquanto sua mãe mexia em seus cabelos.

Dulce: Já que me pede…eu lhe preservo.
Blanca: Muito bom.
Dulce: No outro dia ele ainda queria terminar…digamos que ele entendeu que o que passou entre a gente pela noite foi uma despedida.
Blanca: E para você?
Dulce: Não sei…foi um incentivo, foi como se estivesse me mostrando que me separar dele fosse a coisa errada a se fazer, que nem ele e nem eu queríamos isso. (suspirou) Acho que ele precisa de um tempo…não sei. Ele não está muito bem da cabeça. A brasileira não negou nada, parece que quer deixar todo mundo na dúvida.
Blanca: Você acredita nele?
Dulce: Sim, definitivamente sim. (sorrindo) É incrível como ele me ama. Parece um conto de fadas…ele é louco por mim.
Blanca: Nunca tive dúvidas. Mas e ontem? Ele ainda quis terminar?
Dulce: Sim. Mas o convenci do contrário… (rindo) fiquei muito triste, ele percebeu…e o pedi que pensasse melhor antes de fazer algo do que pudesse se arrepender no futuro, disse que não ia desistir dele e pedi que ele também não desistisse de mim. (suspirou) Ele concordou em pensar. E o convenci a passar o dia comigo…passamos um dia agradabilísimo. Perfeito. Não dou uma semana para ele acabar com esse tempo e voltar para mim.
Blanca: Para ficarem escondidos?
Dulce: Não. Todo mundo já sabe mesmo…não precisamos nos esconder mais.
Blanca: E se ninguém soubesse?
Dulce: Escondidos.

As duas sorriram.

Dulce: E não vou desistir mesmo. Por isso, espero que a Senhora arrume alguna comemoração no sítio esse final de semana. Faça uma comidinha gostosa, não precisa aquelas papagaiadas todas. Uma coisinha simples. Pedro já nos disse semana passada que sábado ele irá viajar e que volta só na segunda. Verifiquei minha agenda, não temos nada marcado para esse dia, nem para o domingo.
Blanca: Perfeito! Eu já ia fazer sem nem você pedir. (rindo) Mas estou mais tranquila de saber que não terá compromisos.
Dulce: Ihh…o que está planejando ein?
Blanca: Reunir a familia, só isso.
Dulce: Não quero muita gente. Somente nós…Claudia e familia, e a nossa. Ah e a familia de Christopher.
Blanca: Vai mesmo convidar a mãe dele?
Dulce: Pessoalmente!

Blanca riu com gosto, não acreditando muito naquilo.

Dulce: É sério!
Blanca: E como vai fazer isso?
Dulce: Não sei, ainda vou pensar em alguma coisa. Até amanhã ela já estará convidada.
Blanca: Sabe…(entranhando os dedos no cabelo de Dulce) quando conversei com ela na festa, ela me pareceu tão comum…não sei, ela não é como você disse, chata. (Dulce sorriu) Acho que ela está arrependida.

Dulce virou para sua mãe com a testa franzida.

Dulce: Sim?
Blanca: Sim. Ela me disse que Christopher passou a ignorá-la depois que vocês dois terminaram a relação naquela época. Ela parecia bem triste ao recordar.
Dulce: Mas é a mãe dele! Ele não deveria ter se afastado dela por minha causa.
Blanca: Sim…mas eu compreendo como é você gostar de alguém e ter que aturar os outros criticarem todo o tempo. Não é fácil, tenha certeza.
Dulce: É tem razão. Pelo menos na época em que eu sabia que a senhora não suportava mais o meu namoro com Poncho…não falou nada.

As duas riram.

Blanca: Não tenha dúvida de que naquela época vivia com a língua inchada. (Dulce gargalhou) Mas já passou, só espero que esse namoro com Christoher não te desgaste tanto. Aff…não entendo como podem se gostar tanto, mas sempre arranjam de colocar mil e um obstáculos na frente de vocês.
Dulce: Nada é tão simples.
Blanca: Vocês têm medo um do outro, eu acho que é isso.
Dulce: Nada de medo. (rindo) É um pouco de receio. Não temos a melhor das comunicações.
Blanca: Isso eu já percebi há tempos. (as duas riram) Mas como vai ser…hoje?
Dulce: Não sei de nada, mas creio eu que as meninas fizeram algo.
Blanca: Eu também acho.
Dulce: Papai deixou o carro?
Blanca: Já sabe que sim, desde ontem.
Dulce: Ayy sim, vi quando entramos ontem em casa.
Blanca: Não foi trabalhar?
Dulce: Não…(rindo) só dei alguns telefonemas e pronto.
Blanca: Louca para passar o dia sozinha com Christopher, eh?
Dulce: Um mês sem ele…

Sorrindo, deslizou para baixo na banheira, submergindo na água. Blanca enxaguou o cabelo. Dulce emergiu e viu seu sobrinho lhe entregando um patinho de borracha.

Enrico: Patito…tía Dul…

As duas sorriram. Dulce pegou o patinho e o colocou na água.

Dulce: Preciso de um analgésico.
Blanca: Beberam ontem?
Dulce: Um pouco.
Blanca: Um pouco?! (debochando) Quase dois litros de vodka é um pouco.
Dulce: Bom, meio termo, também não foi muito. Nem fiquei bêbada.
Blanca: Como não? Dolores me disse que Christopher te colocou para dormir, e que ele estava embriagado também.
Dulce: Então é porque ele nunca nos viu bêbados. Christopher não estava tão bêbado. Mas também não posso dizer que não estava.

Blanca riu, não entendendo quase nada do que ela disse.

Blanca: O que me preocupa é ele ter dirigido bêbado.

Dulce arregalou os olhos, preocupada. E se tivesse acontecido alguma coisa com ele? Meu Deus, se ele tivesse sofrido algum acidente?

Blanca: Talvez deveria ligar para ele.
Dulce: Isso mesmo.

Dulce levantou-se da banheira depois que terminou o banho, se enxugou rápido com uma toalha que sua mãe lhe entregou e saiu em disparada. Pegou seu celular e disco o número de Christopher. Esperou… Tocou até cair na caixa postal. Tentou para sua casa, e pouco depois de três chamadas ouviu a voz dele do outro lado.

Dulce: Você está bem?

Christopher franziu a testa olhando para os lados. O que Dulce queria com ele tão cedo? Bom, era o aniversário dela. Passou a noite pensando no que poderia dar, mas era difícil, agora estava parado em uma Rua repleta das melhores lojas de todo o México, mas não sabia o que comprar. Ela teve sorte de que ainda estava dentro do carro.

Chris: Estou…por que a pregunta?
Dulce: Ontem você não saiu muito bem daqui. Fiquei preocupada.

Ele sorriu, relembrando como conduziu tão devagar que levou quase uma hora e meia para chegar em casa.

Chris: Eu cheguei bem, não se preocupe. E você? Acordou bem?
Dulce: Sonhei feio.
Chris: Sim? Que compartilhar?

Dulce notou que ele não estava mais em casa, pelo barullo das buzinas dos carros.

Dulce: Já saiu de casa?
Chris: É…
Dulce: Ainda é cedo.
Chris: Vim comer fora, não estava com saco de fazer eu mesmo.
Dulce: Ah sim. Pelo que conheço de você, vai direto para Sandra comer a deliciosa panqueca.
Chris: Em cheio!

Dulce sorriu ao ouvir o seu sorriso. Depois fizeram silêncio. Será que ele não estava lembrando-se de seu aniversário? Ele não falou nada demais, nem sequer tocou no assunto. Humm, que estranho. Nem ao menos ontem ele falou nada respeito de hoje.

Dulce: Você está bem mesmo?
Chris: Pois sim. Você vai demorar muito?
Dulce: Não…vou me arrumar e vou indo, ainda tenho que aprontar meu cabelo, estava mais duro que não-sei-o-que. Dormi sem tirar o cloro.
Chris: O meu também amanheceu do mesmo jeito. (sorrindo)
Dulce: Humm…

Estava com vergonha de falar com ele? Ou era o contrário? Que estranho! Ele estava estranho! O que será? Será que era melhor preguntar? Ou ficar calada? Bom…nem idéia.

Dulce: Então…pois…tem certeza de que está bem mesmo?
Chris: Estou, Dulce. (sorrindo) Muito bem, te garanto.
Dulce: Ok, então coma direitinho e depois nos vemos.
Chris: Se cuida. Talvez em uma hora esteja lá.
Dulce: Se cuida também.
Chris: Sim, até mais.
Dulce: Até.

Ele desligou e ela ficou olhando para o celular com as sobrancelhas franzidas. O que estava acontecendo ali?! Ele nem ao menos lhe desejou felicidades, nem nada do estilo. Não mandou nem um beijinho.

Blanca: Vai logo se arrumar, tem que estar cedo lá.

Dulce saiu de seus devaneios ao ouvir a voz de sua mãe. Tragou em seco ainda com a dúvida persistindo em sua cabeça e se dirigiu ao closet. Blanca a seguiu, e Enrico também.

Blanca: Vai usar o que?
Dulce: Uma roupa confortável e levar algo para o figurino.
Blanca: Humm…

Dulce escolheu uma roupa e colocou de lado, vestiu uma roupa interior preta e terminou de enxugar os cabelos. Blanca ficou olhando as roupas de Dulce, todas separadas por categoria.

Blanca: Eu acho que você tem muita roupa, nem deve usar tudo.
Dulce: De uma vez não dá para usar tudo…(colocando a calça) eu preciso ter muita roupa.
Blanca: Você faz coleção de óculos? Só tem dois olhos. Para que isso tudo?

Enrico colocou um dos óculos de cabeça para baixo e sentou-se no chão para pegar uma das botas de Dulce.

Blanca: Deixe isso quieto, Enrico!

O menino soltou a bota e o óculos no chão e foi para perto de Dulce, fazendo cara de choro, se colocou atrás dela e abraçou a perna dela.

Enrico: Tía Dul…(Dulce ajeitou a blusa e olhou para ele) braço…

Dulce o colocou nos braços e o apertou, lhe deu um beijo no pescoço e o menino sorriu. Depois de algum tempo já estava pronta, com os cabelos penteados, perfumada, com a bolsa nos ombros, pronta para descer. Quando todos a viram, Dulce logo começou a sorrir ao ver que eles queriam festejar. E logo quando viu o bolo nas mãos de seu pai, sorriu mais ainda. Sua mãe a abraçou sendo a primeira a felicitá-la, depois foi logo toda a familia. Cantaram as músiquinhas, bateram palmas, assovios, próprio deles quando estavam juntos. Saiu abraçando um e outro, partilharam o bolo e Dulce comeu muito bem. Não queria deixar sua familia para ter que ir trabalhar. Por isso se permitiu ficar mais meia-hora. Depois disso, não lhe restou mais que entrar no carro e seguir para esse dia. Colocou uma música animada no carro, e tentou fazer desse dia, um momento especial e diferente do ano passado.

Christopher viu Maite em um canto falando ao celular, Christian em outro canto sem fazer nada e resolveu ir até ele. Sentou na sua frente e ficou olhando o alvoroço nos cantos.

Chris: E isso?
Christian: Vamos felicitar Dulce por hoje.
Chris: Sim? (sorrindo) E cadê o bolo?
Christian: Lá dentro…e ela, onde está?
Chris: Não sei, talvez em casa ainda.
Christian: Comprou algo?
Chris: Nem me fala…passei uma hora andando de Loja em Loja, vendo quase tudo, de roupa à jóia, até pensei em comprar um ipod novo…vi um muito legal.
Christian: Se for um roxo…eu já comprei.
Chris: Bom…(sorrindo) eu não comprei. No meu aniversário, ela me disse que qualquer presente material eu poderia comprar. Então…comprei algo que combinasse com ela. Aliás, duas coisas, mais uma eu deixei em casa. Não axei que era uma coisa ideal para se dar de aniversário.
Christian: Eu também comprei uma coisa que combine com ela. Quando não está contigo, e nem com o celular enfiado na orelha…o que mais ela faz é ouvir música.
Chris: Isso é verdade.
Christian: Mas me diz…já estão se falando?
Chris: Sim…

Christian: Até que enfim. Pensei que segunda sairia um barraco daqueles dentro da Van.
Chris: Eu estava mordendo minha língua para não falar nada. Mas já conversamos, estamos bem.
Christian: Melhor, não?
Chris: É.

Christopher não quis se aprofundar no assunto. Já que não tinha a real certeza do que iria fazer daqui por diante. Só sabia que estava ansioso para que ela chegasse, queria lhe ver… Desde que acordou nessa manhã, foi o primeiro o que pensou, foi a primeira coisa que lhe veio a cabeça, Dulce esmagaria de vez suas lembranças amargas. Chegava a estar nervoso. Sorriu incrédulamente. O dia de ontem fora tão especial. Agüentaram até que já não podiam mais estar com as mãos apartadas um do outro. Já não havia mais nada o que temer de agora em diante. Ela o havia chamado, por estar preocupada com seu estado. O trataria mal depois disso? Seria bem difícil. Agora era só esperar. Suspirou, olhando para todos os lados.

Christian: Onde está seu presente?
Chris: No meu carro.
Christian: Humm…(levando a mão à boca) isso aquí é uma tortura, nos obrigam a chegar cedo e ficar aqui esperando, sem ter nada o que fazer. Depois que Dulce chegar, ainda vai demorar ainda mais. Parece que vamos gravar só no começo da tarde.
Chris: Que eu saiba, temos uma entrevista pela manhã para uma revista.
Christian: Ihhh, não me lembrava disso. Para quem não veio ontem está muito antenado.

Christopher coçou a barbicha, com um sorriso maroto, ao lembrar-se de onde estava ontem nesse mesmo horário. Pegou um jornal que havia na mesinha central e o abriu. Somente passou os olhos pelas fotos, mas não deu importância a nada. Não conseguia se concentrar em nada, estava na expectativa de Dulce chegar. O celular de Christian tocou, mas ele nem ao menos baixou o jornal.

Christian: Ela chegou? Que horas? Agora mesmo? (Christopher baixou o jornal e olhou para ele) Ah sim…Dulce quando se senta para fazer maquiagem é um ano. Anahí também está aí? Ihh…agora que demora mesmo. Mas vou avisar a todos aqui. Um beijo, ahh meu amor, você tem que ligar hoje para sua mãe, não esqueça, diga a ela que mandei um beijo. Não fofoquem muito, você sabe que eu deixei de tomar café para comer esse bolo de hoje… (Christoher riu) por isso, deixe minha amiga bonitinha, afinal, é o dia dela, e ela merece. Não baby…(rindo) não estou duvidando do seu talento. Até porque não vai fazer nenhum penteado, só vai fazer o que faz sempre. (gargalhou) Você sabe que eu estou brincando, menso…

Christopher não acreditava que estava ouvindo aquele papinho meloso. Ergueu as sobrancelhas. Não tinha preconceito algum, mas ainda lhe era estranho aquilo. Porém, se Christian falava abertamente assim na frente dele, era porque confiava no amigo, e sabia que Christopher não o criticaria por suas preferências. Voltou a dar uma olhada no jornal e deixou Christian para lá.

Christian: Dulce já chegou…

Christopher baixou o jornal e olhou para ele.

Chris: Agora?
Christian: Sim, BJ me disse que chegou se lamentando e com o cabelo horrível. (Christopher riu sem graça) Ademais, Anahí está com ela na mesma sala, já sabe o que quero dizer? Agradeço a Deus por estar aqui.

Os dois sorriram a gargalhadas, já advinhando o papo das duas.

Christian: Já imagino Dulce falando…”Any, você está muito bem amiga, está muito parecida à Fada dos sorrisos.”

Christopher sorriu negando com a cabeça.

Christian: Ninguém aguenta aquelas duas quando começam falar de Fada. Não duvido nada que Anahí tenha comprado uma varinha mágica e uma fantasia para Dulce.
Christopher: Fada Loira e a Fada Ruiva.
Christian (rindo): Homem, essas duas são uma comédia.