Fanfic: Nos Cαminhos dα Vidα ~☆

Dulce riu e assentiu.

Dulce: Estão todas preparando umas coisas. Vai ser muito engraçado!
Chris: Quem vai estar lá?
Dulce: Todos nós...já ligaram para o Poncho avisando, e ele ficou encarregado de chamar os outros.
Chris: E por que ele não me disse nada?
Dulce: Não? (franzindo a testa)
Chris: Não, passei um bom tempo com ele essa manhã e não me disse nada.
Dulce: Humm...que estranho! (olhando para o teto, pensativa) Ahh, ele deve ter esquecido, sabe como ele é! (rindo) Poncho é muito esquecido, uma vez...(rindo) ele parabenizou a minha mãe no dia do aniversário do meu pai...

Christopher mordeu os lábios sem achar nenhuma graça naquilo. Uma das coisas que mais odiava eram as lembranças de Dulce do passado, o passado tão marcante que teve com Poncho. Quando começava a contar alguma coisa dele, parecia que mudava o rosto dela, tudo parecia mais engraçado, melhor. E ele não suportava isso. Ele não suportava que ela, inconscientemente, o comparasse com Poncho. Inspirou profundamente, e logo soltou pela boca. Enquanto ouvia Dulce falar de outras coisas que Poncho esqueceu.

Dulce: Christopher...

Ele nem ao menos estava ouvindo-a, na verdade, não queria ouvi-la. Estava irritado.

Chris: Que? (indiferente)
Dulce: Você está muito estranho hoje. Aconteceu algo?
Chris: Acho que não acordei com o melhor humor do mundo hoje.
Dulce: Entendo. Mas...há algo que eu possa fazer para reverter isso?

Christopher não deixou de sorrir, ao ouvir a voz dela tão tranqüila. Era tão bom...

Dulce: Isso tudo por que vou estar solteiríssima na minha festa de aniversário?

Ele franziu a testa. Como assim solteiríssima?

Chris: Que? Não entendi a piada.
Dulce: Bom...(tragou a saliva) não somos namorados, estamos dando um tempo para você pensar.
Chris: Quem disse isso?
Dulce: Você.
Chris: Eu? Quando?
Dulce: Ontem.

Dulce estava com vontade de rir da cara que ele estava fazendo.

Chris: Só pode estar louca. Eu não lembro disso. Lembro que ontem passamos um dia maravilhoso, e que você me disse eu me amava...e eu também disse...
Dulce: Aquilo foi sexo. Já não tenho mais namorado para fazer amor.
Chris: Para já com isso, Dulce! (irritado) Brinque com qualquer coisa, menos com isso!
Dulce: Eu entendi que segunda-feira você me arrastou até aquele fim de mundo para acabar com a nossa relação.
Chris: E você disse que ia lutar por mim!
Dulce: Disse e fiz! Se não fosse por mim, não teríamos passado o dia juntos, ontem. Se não fosse por mim, estávamos 100% separados. Agora, querido, cabe a você decidir. Hoje estou solteira...por isso, nada de satisfações e nem de brigas, ok?

Dulce estava rindo por dentro, aquilo resultava muito mais engraçado do que previra. Mas insistiria nessa jogada, talvez pudesse dar certo.

Christopher por sua vez, estava soltando fumaça pelo nariz. Como assim solteira? Dulce só poderia estar ficando doida. Não tinha outra explicação para essa reação. Apertou os punhos, com vontade de estrangulá-la. Conhecia esse sorrisinho, o sorrisinho de quem estava disposta a aprontar alguma. Dulce sabia como irritá-lo, se sentia um fantoche nas mãos dela. Por Deus! Um dia ela iria enlouquecê-lo.

Dulce: Acho que deveria me beijar...(olhando-o de soslaio)

Ele arregalou os olhos sem entender.

Dulce: Presente de aniversário, não mais. (sorrindo abertamente) Só um beijinho...(sentando-se na frente dele) prometo que não vai doer.
Chris: Eu não entendo nada.
Dulce: Não precisa entender...(se acercando a ele) basta mexer os lábios, e colocar sua língua para brincar com a minha...

Ela riu alto, quando ele arregalou ainda mais os olhos. Dulce colocou as mãos no rosto dele, puxando-o para si. Roçou o nariz com o de Christopher, pressionando os lábios contra os dele.

Dulce: Estou com tanta vontade de cantar “Bésame sin miedo”...(rindo contra os lábios dele) você não tem noção.
Chris: Bésame sin miedo...como se fuera el último?

Ela sorriu, beijando-o rápido.

Dulce: Não…como se fosse o primeiro.

Ele abriu os olhos, sorrindo. Tirou as mãos dela de seu rosto, levantando-se da cadeira, para sentar-se no sofá ao lado dela. Dulce somente o observava, na expectativa do que ele iria fazer depois. De repente se viu arrastada para o colo dele, que a pegou com a maior facilidade do mundo.

Christopher passou uma mão nas costas dela, enquanto a outra estava descansada sobre suas coxas.

Chris: Como se fosse o primeiro?

Ela assentiu, rodeando-o pelo pescoço. Aproximou o rosto do dele, e não o esperou reagir, apartou seus lábios e os conduziu até os dele, que estavam imóveis, todavia. Roçou a ponta de sua língua entre os lábios fechados, incitando a abri-los, o que não demorou muito a acontecer. Christopher subiu sua mão até a nuca de Dulce, com o intento de prendê-la mais entre seus lábios. Suspirou, quando a língua dela tocou, timidamente no começo, para logo buscar um ritmo mais acelerado. Dulce inspirou o ar pelo nariz, enquanto sentia a respiração dele se chocar contra sua bochecha. Sentiu a força dos embates de Christopher, e isso só lhe dizia que ele estava querendo muito mais que um beijo. Raras as vezes que ele reclamava sua boca com tanta urgência, e, sempre que acontecia isso, os dois acabavam sem qualquer resquício de roupas e totalmente empapados de suor.

Tentou suavizar o beijo, mordiscando-lhe os lábios, absorvendo seu gosto, a textura macia de sua boca. Ouviu-o suspirar languidamente, enquanto sentia a úmida carícia em seu lábio inferior. Não evitou sorrir contra sua boca, desmanchando o beijo. O beijou na bochecha, no nariz, nos olhos, no meio das sobrancelhas, sem deixar de sorrir... Christopher sorriu, enquanto ela resvalava o nariz por sua garganta.

Dulce: Você cheira tão bem...(inspirando) amo o seu perfume...(depositando beijos em seu pescoço) amo você, Uckermann.

Ele encostou a cabeça no respaldo, contente pelas palavras. Era tão bom quando o beijava, o acariciava como estava fazendo agora.

Dulce: E eu não me importo...(voltando a beijá-los nos lábios) eu não me importo se tenha esquecido do meu aniversário, desde que fique ao meu lado o dia todo...me dando carinho...

se separou para vê-lo. Ele seguia de olhos fechados, absorto em tudo.

Dulce: Preciso de carinho hoje.
Chris: Carinho meu?(rindo)
Dulce: Sim...do seu carinho.

Christopher alçou a cabeça e capturou os lábios dela em um beijo, profundo, porém rápido.

Chris: Mesmo que eu não seja mais teu namorado? (sem abrir os olhos)
Dulce: Sim...(roçando os lábios em sua barbicha)
Chris: Então serei eu a erguer a bandeira branca?
Dulce: Sim...(deslizando a boca até a orelha dele) já disse que não serei eu a erguê-la. Quando me quiser de volta, saberá onde me encontrar...

Dito isso, ela se separou dele de uma vez, levantando-se do sofá. Ele abriu os olhos de uma vez, se perguntando por que ela não seguia beijando-o. A viu caminhar até a sua bolsa, para então aparecer com um cigarro na mão, e um isqueiro na outra.

Chris: Pára com isso...só te faz mal!
Dulce: Quando você parar eu paro também.

Depois de expulsar a fumaça pelo nariz, Dulce avistou um embrulho em cima da cadeira onde Christopher estava sentado. Ele sorriu ao vê-la olhar para o seu presente.

Dulce: Não vi isso quando entrei.
Chris: E não estava aí quando você entrou. (sentando-se direito no sofá)
Dulce: Você que trouxe?

Tragou a saliva, nervosa. Olhou rapidamente para o embrulho, e logo para ele, vendo-o sorrir e menear a cabeça, como se estivesse dizendo para pegá-lo. Estava se corroendo de curiosidade. Christopher não parecia muito satisfeito com aquilo, o que aumentou ainda mais sua curiosidade.

Dulce: Posso?
Chris: À vontade.

Dulce colocou o cigarro entre os dentes, e com as mãos livres pegou o embrulho. Roxo com laços prateados, olhou para Christopher de soslaio e o viu sério. Suavemente puxou em uma ponta do laço e o desfez na mesma hora. Retirou as capinhas de papel roxo, e sentiu o vidro da embalagem. Sorriu ao ver o que era, logo retirou o cigarro com uma mão, enquanto sorria olhando para ele.

Dulce: Tem o cabelo vermelho! (rindo)

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Christopher não olhou para ela, nem ao menos viu seu sorriso. Estava com tanta vergonha. Sabia que ela tinha odiado. Franziu a testa e desejou não estar lá nessa hora.

Dulce olhou para ele que estava sério, soltou a fumaça elo nariz e franziu as sobrancelhas em confusão.

Dulce: O que você tem?

Ele não respondeu, somente esticou a mão para ela, que demorou uns segundos a compreender que ele estava pedindo o cigarro. O viu colocar o cigarro na boca, sem nem ao menos se mexer.

Dulce: Está me assustando...me diz logo o que está passando aqui.

Ele a olhou de soslaio, mas logo desviou a mirada.

Chris: Não diga que odiou, nem jogue no lixo enquanto eu estiver aqui, ok?

Dulce ficou chocada com aquilo.

Dulce: E por que eu iria fazer isso?
Chris: Porque odiou.
Dulce: Está louco?
Chris: Quero que me desculpe, mas não encontrei outra coisa melhor do que isso.

Dulce franziu a testa, reprimindo a gargalhada ao se dar conta de que ele pensava que não havia gostado do presente, que na verdade, havia sim gostado. Só ficou um pouco surpresa ao ser ele a lhe dar uma boneca de Fada. Olhou outra vez a boneca, e sentiu um cheiro agradável atiçar suas narinas. A boneca era perfumada, e vinha com outra bonequinha pequena.

Dulce sorriu ao vê-lo jogar o cigarro no lixo. Caiu novamente no seu colo, fazendo-o pular do susto. O beijou entre gargalhadas. Christopher era tão bobo. Muito bobo. Dulce riu regozijada.

Dulce: Pensou que eu não havia gostado?

Ele assentiu.

Dulce: Acho que foi o presente mais significativo que ganhei. Depois do da minha mãe...que me comprou duas calcinhas, você bem que poderia ter comprado os sutiãs.

Christopher não conseguiu conter a gargalha, que soou como música nos ouvidos de Dulce.

Chris: Para que mais...se eu não quero te ver com nenhum? (rindo)
Dulce: Humm...(sorrindo contra os lábios dele) eu adorei Christopher, já sei até onde ela vai ficar no meu quarto...(se separando dele) a pequena ficará na minha bolsa, obviamente, não vai se separar de mim. Será que se eu fizesse uns pedidos...ela os realizaria? (dando um sorrisinho expectante)
Chris: Por que você não tenta?

Dulce sorriu, tirando a fada maior de dentro da embalagem. Sentiu o cheiro dela, assentiu.

Dulce: Tem cheiro de chiclete, muito gostoso.

Colocou sob o nariz de Christopher, quem sentiu também a fragrância que emanava da boneca, assentindo.

Dulce: E quero pedir a minha fada dos desejos...que o homem que eu amo...(olhou para ele de soslaio, vendo-o franzir a testa) me ame para sempre.

Ele trincou os dentes, sentindo suas orelhas quentes pela ternura da voz de Dulce.

Dulce: E quero pedir também...para ele erguer essa maldita bandeira branca o mais rápido possível, porque eu já não agüento mais essa indecisão. (olhando para a boneca como se estivesse conversando com ela) O que? Hã? (franzindo a testa) Repete que eu não estou ouvindo.

Christopher caiu na gargalhada, enquanto ela aproximava a boneca de seu ouvido.

Dulce: Eu pedir para ele casar comigo outra vez? É isso? (Dulce ficou em silêncio por alguns instantes, enquanto ele mordia os lábios para não rir) Não acha que eu esteja abusando de magnânima vontade, não? Sei, sei...acha que essa será a minha felicidade. Tem certeza de que eu seria totalmente feliz com isso? (franziu a testa olhando para ele, enquanto segurava a boneca na altura de seu ouvido) Ah é, tem razão, eu tenho plena consciência dos meus sentimentos por ele. Não, não sei se ele também tenha essa certeza. Como assim perguntar a ele? (voltou o olhar para ele) Pois... Christopher, Cassandra...
Chris: Cassandra?
Dulce: Minha fada dos desejos.

Ele riu incrédulo, e ela o acompanhou.

Dulce: Cassandra está querendo saber se você tem certeza de que me ama.
Chris: Mais do que certeza.
Dulce: Ele disse que tem certeza. (sorrindo) Ah sim! Então posso pedir isso para você? (rindo) Ahh, mas esse desejo tem prazo de validade para ser realizado? Já quero que isso aconteça. (Christopher riu da astúcia de Dulce) É, eu sei...se depender dele, morrerei solteira. Então o que quer que eu faça? Que? Não...não posso, isso não é coisa que uma moça de família faça...nem ao menos acho que surtiria efeito.
Chris: Isso está ficando interessante. O que ela quer que você faça? (rindo)
Dulce: Que eu dê o golpe da barriga.

Christopher caiu numa gargalhada profunda.

Chris: Creio que você ainda está bêbada, só pode!
Dulce: Shhh...ela está me dizendo algo. (Christopher silenciou) Ah é? (rindo contente) Não vai demorar nada?

Dulce desfez o sorriso, e ele franziu a testa em confusão.

Dulce: Cortou a comunicação!

E os dois caíram numa gargalhada estrambólica. Ele a abraçou outra vez, encostando a cabeça dela em seu ombro.

Dulce: Você vai hoje à noite?
Chris: Você quer que eu vá? (afagando-lhe os cabelos)
Dulce: Sim... (fechando os olhos) quero que esteja lá.
Chris: E por quê?
Dulce: Porque eu não quero estar um segundo longe de ti.

Ele sorriu contra o ouvido dela, que se arrepiou.

Dulce: Sim, hoje eu acordei com uma carência enorme. (ele continuou sorrindo) Sabe, eu tive um sonho muito ruim, que me fez lembrar do ano passado...

Christopher parou de mexer no cabelo dela, e endureceu o corpo. Não queria reviver mais aquele dia, nem hoje e nem nunca mais.

Dulce: Mesmo que estivéssemos separados, eu nunca mais te trataria como eu te tratei no passado. Nunca mais...

Ele suspirou recomeçando a afagar-lhe o cabelo.

Dulce: Você mereceu cada uma das palavras que eu disse hoje, na verdade, eu queria que todos soubessem o que você significa pra mim. E para mim, o mais especial que eu tenho hoje...(se separando dele para vê-lo) é você, e eu não queria perder isso.