Fanfic: Nos Cαminhos dα Vidα ~☆

Dulce acreditava muito pouco nessa hipótese. 
Talvez um enlace entre os dois nesse momento 
de suas vidas, jovens, cheios de vida... 
seria como uma gravidez na adolescência, 
roubando, consumindo toda a juventude 
que existiam dentro deles. 
Esse era um assunto muito sério. 
Com certeza nenhuma das duas famílias apoiaria isso. 
Com certeza ninguém apoiaria isso. Muito pior seus 
colegas de banda. Dulce já estava 
imaginando o fuzuê da imprensa ao 
saber que estava casada com Christopher. 
Talvez nunca mais os dois tivessem paz na vida. 
Suspirou com frustração. Ainda havia as mulheres. 
Sem dúvida seria muito desgastante brigar 
com tantas mulheres por ele. 
Já imaginava como seriam suas vidas. 
Dulce indo buscá-lo bêbado na casa dos amigos, 
com milhares de mulheres por todos os lados. 
Será que poderia confiar nele cegamente? 
Tinha tanto medo que ele lhe fosse infiel.
Talvez esse era o maior medo que tinha atualmente, 
sabia que sofreria muito.

Piscou os olhos rapidamente. Oh meu Deus! 
Seria tão mais fácil se nada disso houvesse 
acontecido. Seria tão mais fácil não estar 
apaixonada por ele. Seria tão mais fácil se 
Memo não tivesse desconfiado dela. 
Seria tão mais fácil até estar com Aaron. 
Mordeu os lábios sem tirar os olhos da pista. 
Seria tudo tão fácil... O difícil era querer o fácil! 
Um sorriso se desenhou em seu rosto. 
Christopher era o melhor que encontrou jamais. 
Uma palavra para resumi-lo: Maravilhoso! 
Lógico que havia coisas que não gostava nele, 
só precisava de um tempo para pensar, obviamente. 
E por mais que estivesse pessimista em relação 
a esse absurdo enlace, teria que confessar que 
se ele a pedisse realmente, ela o aceitaria sem 
pensar nas conseqüências. Aceitaria sim! 
Estava loucamente apaixonada por esse homem! 
Se ele pedisse para se fantasiar de vaca leiteira e 
ainda colocar um sino no pescoço, ela o faria sem 
pestanejar. Então por que não aceitar ser sua esposa? 
Por que não tentar ser feliz ao seu lado? 
Por que não lutar pelos dois? Precisava de uma vez 
por todas dar uma chance para esse relacionamento. 
Apostaria tudo no seu amor por ele, mesmo sabendo 
que isso não era o mais sensato a se fazer. 
Não queria mais ser pessimista. 
E também não queria mais se martirizar com aquilo. 
Se ele tivesse se arrependido dessa loucura, 
melhor ainda, não abrigaria mais nenhuma esperança 
para que isso acontecesse.

Chris: Você está chateada com algo?

Dulce se assustou um pouco ao ouvir a voz de 
Christopher, depois de quase uma hora na estrada.

Dulce: Não...

Chris: Pode ser sincera comigo. (preocupado) 
Se for algo que eu fiz..

Dulce: Não, bebê...tranqüilo, não foi nada.

Chris: Então...

Dulce: Mudemos de assunto.

Christopher se irritou e virou a cabeça para a janela. 
Dulce ainda não havia aprendido a confiar nele totalmente.

Dulce: Não quero que cheguemos nesse clima.

Chris: Nem eu. Mas eu te pergunto o que 
está havendo e você não me diz nada.

Dulce: Só não quero que nosso relacionamento 
se baseie no sexo.

Chris: E quem foi que disse isso?

Dulce: Ninguém, mas...

Chris: Nada de “mas”, Dulce. Você gosta...eu gosto, 
não vejo problema nisso. Não vejo problema em nos 
amarmos dessa forma também. Você fala como se 
nós fizemos sexo o dia inteiro, como se eu não 
pensasse em mais nada que não sexo, sexo, sexo, 
como se eu fosse um cachorro no cio. 

Esbravejou Christopher, enfadado pelo rumo da 
conversa. Enquanto ela dava um sorrisinho no 
canto da boca.

Chris: Nosso namoro é como todos os outros. 

Dulce: Está bem, está bem...eu não coloquei 
bem as palavras. Só acho que com nossa família 
toda ali não seja certo.

Chris: Pois muito bem, se tivesse me dito dessa forma 
eu teria aceitado numa boa. Te respeitaria esses dias 
e quantos mais você quiser. Se quiser fazer amor 
comigo somente no ano 2050, eu vou respeitar sua decisão.

Dulce: 2050? Não sei nem se estou viva nesse ano.

Christopher manteve o silêncio, ainda enfadado pelo 
comportamento de Dulce.

Chris: Precisamos acabar com isso de discutirmos por 
besteira. Se quiser me dizer algo, vá direto ao assunto, 
me diga na lata...será muito melhor do que tentar me 
agredir com palavras. Imagina quando estivermos 
casados, por qualquer coisa você vai me expulsar de casa.

Dulce: Ok, eu aprendi a lição. Me perdoa?

Chris: Sim. (sem se virar para vê-la)

Dulce: Quero um beijo.

Chris: Não.

Dulce: Por que não?

Chris: Porque você está dirigindo.

Dulce: Eu te amo, sabia?

Chris: Sim.

Dulce: Não vai tirar essa cara?

Chris: Nasci com ela.

Dulce: Fica ainda mais lindo, pode ter certeza.

Christopher ficou calado e Dulce aproveitou para sorrir, 
enquanto parava no portão do sítio. Buzinou duas 
vezes e um empregado veio abrir.

Dulce: Chegamos, e agora eu quero o meu beijo.

Christopher alçou a mão, colocando na nuca dela para 
puxá-la a um beijo sem muita vontade, ainda estava 
irritado. E quando fez menção em soltá-la, 
Dulce o puxou mais aprofundando o beijo, 
de um modo que ele não evitou corresponder. 
Ela o soltou sorrindo, e ele voltou vagamente à 
realidade, esse beijo o deixou tonto.

Dulce colocou o carro em marcha e atravessou o 
portão, adentrando nas terras de seus pais. 
Baixou o vidro do carro para sentir aquele 
cheiro de mato, que tanto sentia falta.

Dulce: Eu amo esse lugar!

Chris: Eu também. 

Dulce: E eu amo esse lugar mais ainda...
por você estar nele.

Chris: Você quer me amansar ou me engano?

Dulce: Você raramente se equivoca. 
Será que eu estou fazendo bem?

Christopher sorriu.

Chris: Ainda precisa tentar mais um pouquinho.

Dulce: Hum...deixa eu ver. E se eu disser que você 
dormirá comigo?

Chris: Onde?

Dulce: Na rede?

Chris: Não. Tem muita gente.

Dulce: No meu quarto?

Chris: Não...seu pai não vai gostar nada disso. 
Minha mãe ficaria horrorizada.

Dulce: Christopher...ela te viu passear na minha 
casa de cueca, ela não ficará mais chocada com nada.