Chris: Estou me sentindo... (puxou sua mão que
estava com Dulce e se projetou para frente, encostando a cabeça no volante)
decepcionado. Você não tem idéia... Minha mãe fez isso comigo. (virou-se para
ela ainda com a cabeça no volante) Se coloca no meu lugar...
Dulce: Eu sei, Christopher. Imagino como esteja se sentindo... deve ser
difícil. Mas não fique assim com sua mãe....
Chris (rindo): E o que acha que eu devo fazer? Bater palmas e agradecê-la pelo
que ela me fez passar?

Dulce se calou. Christopher tinha todo o direito de
estar chateado. Mas com ela não... Não era justo. Fez tudo para bem dele. Se
decidiu se afastar foi porque acreditava que ele fosse feliz, para vê-lo bem.
Não era justo que ela também carregasse uma culpa nos ombros, onde fora a mãe
dele a única culpada. Suspirou. Mas também não colocaria mais lenha na
fogueira. Alexandra não merecia seu apoio, nem muito menos sua defesa...

Mas também não poderia deixar Christopher ir assim com a cabeça cheia de pensamentos
ruins. Ele precisava se acalmar. E o pior era que não tinha a mais mínima idéia
do que fazer para fazê-lo ficar ali... com ela.

Chris: Ela não se preocupou comigo... só se preocupou com o ódio que sentia até
você. Só isso... (suspirou) Não parou para pensar em nenhum instante em como eu
me sentiria. Isso é o que mais me chateia!

Dulce tragou a saliva.

Chris: Eu não posso estar no mesmo ambiente que ela. (passou as mãos no cabelo)
Eu me conheço. Eu sei que se eu permanecer aqui, nós brigaremos feio. E não
quero isso, não vou revidar, não vou fazer o mesmo que ela... Enfim, ela ainda
é minha mãe.
Dulce: Eu acho certo isso...
Chris: Por isso, é melhor para todos mesmo eu ir embora.
Dulce: Pra mim não vai ser...

Christopher virou o rosto para ela, quem estava com
a testa franzida como se estivesse contrariada com algo.

Chris: Você goste ou não... aqui eu não fico mais.
Dulce: Estou me sentindo culpada agora...

Respirou fundo. Era verdade. Havia provocado toda aquela cena. Se tivesse
somente se retirado e não deixado sua raiva fluir nada disso estaria
acontecendo. E Christopher ainda estaria feliz... Suspirou vendo como ele
olhava adiante com a mirada perdida. Assim como ela, sem saber o que fazer. Não
poderia obrigá-lo a ficar com ela, mas também não queria de jeito nenhum que
ele a deixasse ali sozinha. Enfim, tudo aquilo fora idealizado para ele e sem
ele, nada mais tinha graça...

E agora por sua culpa havia estropiado tanto o final de semana dele quanto o
dela. E mais do que isso, havia estropiado o sonho dele... e também as
esperanças de que um dia Dulce e sua mãe se levassem bem. Tragou a saliva,
sentindo um aperto no peito... Se arrependimento matasse... Dulce olhou para o
lado, admirando a noite naquele lugar. O céu sem nenhuma nuvem, as estrelas
brilhantes, o celeiro mais adiante... o celeiro... o celeiro...

Chris: Agora eu já vou indo...

Dulce arregalou os olhos de repente... e abriu um sorriso.

Dulce: Por favor, me espere um segundo. Por tudo o que mais ame, me espere
aqui! Não saia antes de eu chegar. (falando depressa devido à agonia)

Christopher ia responder quando ela saiu correndo,
entrando em casa feito uma bala. O que essa louca estava aprontando? Porque se
a conhecia muito bem, sabia que ali tinha algo. Dulce não de dar murro em ponto
de faca, e sabia muito bem o que estava fazendo. Virou a cabeça e ficou batendo
com os dedos no volante, observando a entrada da casa de Dulce, esperando-a
sair por ali a qualquer instante. E os segundos viraram minutos, os minutos
foram cada vez mais se arrastando... fazendo com que a paciência de Christopher
decaísse quase a estaca zero. Com um grunhido levou a mão a chave do carro e a
rodou, engatou a ré e pisou fundo no acelerador, fez o giro para um lado...

Dulce: ESPERA!

Christopher freou de uma vez, vendo pelo retrovisor que Dulce estava atrás do
carro. Ele colocou a cabeça na janela e olhou para a direção de Dulce.

Chris: Está louca por acaso?! (irritado pela imprudência de Dulce) Não viu que
eu estava dando uma ré!

Dulce foi andando para o lado da porta do passageiro e tentou abrir a porta,
mas não conseguiu. Christopher a destravou e Dulce entrou sem cerimônia
nenhuma. Jogou uma mochila jeans no banco detrás, e encarou a Christopher, quem
estava com a testa franzida se perguntando em silêncio o que ela estava
fazendo.

Dulce: Por que me olha assim? (ele continuava com a testa franzida) Você achou
mesmo que eu te deixaria ir assim? Ainda mais sozinho?
Chris: Dulce...você não entendeu? Eu estou chateado com você! (com cara de
“Hello”)
Dulce: Pois pode continuar...eu não me importo. Mesmo assim não vai me fazer
descer desse carro.

Ele grunhiu e virou para frente desconsolado, pois
sabia muito bem que ela não sairia mesmo do carro.

Chris: Quer respeitar minha vontade, por favor?
Dulce: Hoje não, talvez amanhã.

Christopher engrossou e saiu do carro.

Chris: Porra! Por que tudo tem que ser do seu jeito?! (levantando a voz)

Dulce não falou nada, somente se acomodou melhor no banco e colocou o cinto de
segurança.

Dulce: Ou é do meu jeito...ou ficará aqui! Pode escolher uma das opções.
(tranqüila e calma)

Christopher se encostou na porta do carro e colocou os cotovelos na janela,
fuzilando-a com a mirada.

Chris: Você está querendo me irritar é? Esse é o seu intuito?
Dulce: Não! Só quero que me leve pra onde você for... (virando-se para vê-lo)
Ou você não quer que eu saiba pra onde você quer ir?

Christopher fingiu uma gargalhada irônica.

Chris: Deus! Ainda vem me encher a paciência com desconfiança idiota, só me
faltava essa para completar a noite! (rindo)

Olhou para o céu e riu mais ainda.

Chris: O que eu fiz pra merecer isso? Por acaso eu sou uma pessoa tão ruim
assim?
Dulce: Ya quisieras... (rindo) Entra logo nesse carro.
Chris (voltando a vê-la): E por que eu faria isso?

Dulce: Não quero saber. Tenho um lugar ideal para
irmos.
Chris: Ah sim? E qual é?
Dulce: Entra no carro que eu digo.

Ele ladeou um pouco a cabeça, com a expressão desconfiada e lentamente entrou
no carro. Dulce deu um sorrisinho fechado, enquanto ele se acomodava no assento
com a expressão fechado. Christopher ligou o carro e engatou a primeira, em
ponto de partida.

Chris: Pronto... para onde vamos?
Dulce: Vai direto e depois da segunda arvore pega a direita, descendo a colina.
(disse Dulce olhando para frente)
Chris: Espero que não me meta em outra roubada.
Dulce: Ayy! Às vezes eu tenho medo de vocês, sabe? Parece o Diego falando com a
Roberta. (rindo) Como se eu fosse igual a ela! Por Deus!

Christopher disfarçou o sorriso e pôs o carro em marcha, conduzindo por onde
ela lhe disse. Desceram à colina se afastando da casa.

Chris: Por dentro não são... mas por fora... (sorrindo) São gêmeas!
Dulce: Tonto! (rindo) Para ali...do lado esquerdo.

Christopher apertou os olhos. estava vendo bem, ou
aquilo era o celeiro.

Chris: O que estamos fazendo aqui? (parando o carro e tirando a chave da
ignição)
Dulce: Bom, você disse que não queria mais estar na casa, não falou nada do
celeiro. (disse ela com a expressão divertida)
Chris: O que está tramando? (olhando-a de soslaio, desconfiado)
Dulce: Pois nada! (fazendo cara de anjo) Acho que precisa dormir um pouco, só
isso.
Chris: Quer que eu durma com as vacas?! (incrédulo)

Dulce riu, enquanto pegava a mochila no banco detrás.

Dulce: Acho melhor dormir com esse derivado de vacas do que com o outro. (disse
ela rindo de sua incredulidade) Mas não se preocupe, porque aí dentro só há
cavalos. (reprimindo a risada)
Chris: E por que diabos acha que eu vou dormir aí?
Dulce: Vamos descer primeiro. Dê uma olhada e depois vemos no que vai dar, ok?

Mais uma vez Christopher se calou e fez que ela estava dizendo. Obviamente, que
só estava curioso pelo lugar e não era porque Dulce mandava nele! Se disse em pensamentos. Ele
trancou o carro e a seguiu, ajudando a tirar uma pesada madeira do meio da
porta, logo depois abriu uma portinha ao lado e os dois ingressaram no ambiente
escuro, que obviamente, cheirava a cavalo e a fezes de cavalo misturado a feno
e a ração. Sem falar que não conseguiam enxergar um palmo adiante dos narizes,
enquanto ouviam os relinchos dos cavalos e suas respirações.

Dulce acendeu uma lamparina movida a querosene, iluminando, por fim o lugar.

Dulce: Não é que eu andei muito nesse lugar, mas pelo que me recordo, há um
cômodo lá em cima. (olhando para o lado, estendendo a mão coma lamparina para
iluminar o lugar) Ali oh, atrás.

Christopher avistou uma escada de madeira que dava
para um pequeno cômodo em cima de onde os cavalos dormiam.

Dulce: Uma vez ouvi meu pai dizer que um capataz vivia aqui... Mas isso faz
muitos anos. Nem sei qual o estado que está lá em cima... (começando a andar
até lá)
Chris: Só você mesmo pra me fazer subir até ali.

Dulce virou o pescoço para o lado, franzindo a testa.

Dulce: Você tem medo de altura?
Chris: Não, mas isso aqui... (abrindo os braços)
Dulce: O que tem aqui demais?
Chris: Eu já podia estar dormindo na minha cama confortável.
Dulce: Deixa de reclamar... (começando a subir as escadas) Segura aí embaixo.

Christopher ficou vendo-a subir e logo que Dulce alcançou o topo, ele começou a
subir.

Dulce: Até que não está tão mal. (espirra) Parece que foi limpado há alguns
dias atrás. Não tem muita poeira.
Chris: E você quer que eu durma em um ambiente assim?
Dulce: Eu trouxe uma rede e uma coberta limpinha.

Christopher bufou divertido, e riu surpreso. Os dois
ficaram olhando o ambiente e realmente tinha onde um espaço onde armar uma
rede, havia uma cadeira, uma pequena mesa com um rádio velho em cima dela. Mais
a frente uma portinha de madeira divisando dois cômodos. Dulce, com curiosidade,
e sem parar de espirrar, abriu a porta e viu que era um banheiro improvisado.
Olhou para o lado, não havia parede, ou seja, não havia nenhuma intimidade.
Tinha um tanque de madeira seco, um chuveiro em cima e uma pia velha do lado. E
pelo que parecia, era usado com freqüência, pois estava tudo limpo, ao
contrario do espaço de dormir que parecia inabitável há muito tempo. O cheiro
de mofo se misturava aos outros.

Dulce: Está limpo... (voltando ao “quarto”)

Christopher mexia no rádio, que apesar de velho ainda produzia algum ruído.
Conseguiu uma freqüência de uma rádio local que passava músicas sertanejas. Não
evitou sorrir, ao lembrar de épocas antigas... Uma época onde Dulce o ensinara
a dançar. Ele gargalhou sem querer, fazendo-a virar-se para ele.

Dulce: O que foi? (desenrolando a rede para começar armá-la)
Chris: Estava pensando...
Dulce: Deve ter sido uma coisa muito divertida para rir assim. (colocando os
punhos da rede no armador)
Chris: E como não ser? Já faz quase um ano que isso tudo aconteceu. (ainda
sorrindo, enquanto a via armar a rede, colocando a coberta dentro) Aquela
festa... Nosso beijo...

Dulce parou ao instante em que o ouviu mencionar do primeiro beijo. E sorriu de
costas para ele.

Dulce: Momentos bons.

Chris: Sim... Agora estamos aqui. E olha por tudo o
que nós passamos?
Dulce (rindo mais ainda): Muitas coisas sem dúvida...
Chris: E o pior, é que há um ano atrás não me imaginaria assim.
Dulce: Assim como? (virando o pescoço para trás, para vê-lo)
Chris: Nós dois assim...
Dulce: Como um casal de verdade?
Chris: É! Um casal de verdade. (encostou as nádegas na ponta da mesa e cruzou
os tornozelos) E apesar de tudo, não sei... apaixonado? (coçou a cabeça,
bagunçando o cabelo)
Dulce: Se você não imaginou, imagina eu!
Chris: Não sei, parece que foi ontem que você me disse na Colômbia que tinha
uma pereba na cabeça.

Dulce não se agüentou e virou-se para ele caindo na gargalhada. Ele riu também.

Chris: E aquelas histórias das lombrigas... (os dois riram mais ainda)
Dulce: Também lembro dos seus óculos... (ele riu)
Chris: Estão encostados...o uso uma outra vez quando estou sozinho. Venho
sentindo dor de cabeça quando leio. (suspirou) Mudamos muito, não?
Dulce: Me sinto muito diferente de antes.
Chris: Amadureceu, sem dúvida. (olhando-a com intensidade, por todo seu corpo)
Seu modo de pensar...seu corpo...
Dulce: Lhe digo o mesmo. (e riu com timidez)
Chris: Por mais que ainda esteja do jeito que eu quero, acho que melhorou uns
70 %.

Dulce
franziu a testa e mordeu o lábio inferior.

Dulce: E como me quer?

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Galera tenho uma ótima noticia!! Beta topou de dar uma entrevista pra mim!!

E vou posta-la aqui, no final de um dos caps de NCV!!!

As perguntas? Oras vc é quem faz!!

Deixe suas perguntas aqui!!! Pergunte o q quiser!!!

Duvidas sobre NCV, curiosidades, sobre BTL, nova temp de BTL...

O q quiser!!! Deixe sua pergunta aki!!!

Se eu nãoo postar amanhã, posto domingo!!

Brigadinhaah a todos que comentaram!!

Bjoks !