Dulce: Vou tomar banho com ela...nós duas estamos precisando. Chris (em pé ao lado dela): É melhor deixá-la dormir, não? (se acercando para beijar sua filha na testa) Eu a levo...
Dulce: Não...ela vai tomar banho comigo. Temos que nos policiar para que ela sempre durma no mesmo horário. Amanhã é sábado e não estou afim de acordar cedo.

Dulce subiu com a pequena e Christopher desligou o aparelho de dvd, assim como também a TV. Colocou a mesinha de centro no lugar, enquanto catava as bonecas de Elena pelo meio da casa, colocou-as em uma caixa que havia debaixo da escada, pegou seu roteiro também e subiu para o seu quarto, a porta estava aberta, assim como as luzes do quarto e do banheiro. Guardou o roteiro em sua pasta, tirou seus óculos somente para coçar um pouco os olhos e logo os pôs de volta. Foi até seu closet e tirou sua roupa, ficando somente com uma cueca boxer preta, mas como ainda estava cedo para dormir, vestiu um calção que lhe chegava um pouco mais da metade da coxa, saiu do closet sem camisa e entrou no banheiro, escutando como Dulce pedia a menina para levantar um braço, para que ela lhe lavasse a axila. Christopher riu se encostando na pia, olhando as duas dentro do box pelo espelho.

Dulce: Está com soninho, meu amor?

Christopher a viu pegando nos braços outra vez, após desligar o chuveiro, enquanto sua filha deitava a cabeça em seu ombro.

Elena: Muito...
Dulce: Sim, eu vou apenas colocar seu pijaminha e seu papai vai fazer o seu leitinho... (abrindo a porta de vidro do box) Não é papai?

Elena virou-se para vê-lo. Christopher estendeu a toalha na frente de Dulce, fazendo com que Dulce a entregasse para ele enrolá-la na toalha, ficando nos braços dele. Dulce apanhou uma toalha para se enxugar...

Chris: Vou fazer o leite...(enxugando o cabelo dela)
Elena: Eu quero sorvete...
Chris: Sorvete somente amanhã.
Elena: Eu quero hoje!
Chris: Hoje é o leitinho, amanhã o sorvete! (disse ele com uma voz autoritária)
Elena: Simba gosta de sorvete de baunilha...(comentou a menina passando a mão no rosto dele) Vai dar a ele, papi?
Chris: Sim, princesa...

Dulce deixou o banheiro, após estender a toalha molhada, andando pelo quarto nua, como Deus a trouxe, fazendo com que ele sorrisse enquanto balançava a cabeça negativamente. Voltou com a filha nos braços, vendo que Dulce entrava no closet. Christopher abriu uma porta que dava acesso ao quarto da filha que era contíguo ao do casal, para assim estarem mais perto se ela necessitasse de algo. A depositou em cima da cama, retirou a toalha que a envolvia e enxugou seus cabelos lisinhos e pretos como o de Dulce quando era pequena.

Elena: Eu vi um sapuuu...na beila do riuuu...de camisa verde, a tremer de friuuu...não era sapuuu, nem peleleca...era Papai Kistopher, só de cueca...

Christopher gargalhou, se aproximando para beijá-la no rosto, abraçando-a pelos ombros, enquanto ela gargalhava. Dulce entrou nessa hora e riu da cena, para logo ir até o guarda-roupa de Elena, separar um pijama para ela e uma fralda para ela, para que não fizesse xixi na cama. Deixou tudo em cima da cama. E logo quando Christopher viu Dulce do lado, vestindo somente uma camisola preta de seda que lhe chegava até a metade da coxa, os cabelos vermelhos presos em um coque no alto da cabeça, deixando algumas mechas soltas caindo pelos ombros, totalmente sem maquiagem e sem chinelas, deixou Elena na cama para dar espaço a Dulce. Christopher apreciava aquilo, adorava ver a Dulce esposa e mãe de família, uma mulher séria e dedicada tanto à filha, como ao marido. E eram nesses detalhes que ele tinha a certeza de que havia feito a escolha certa ao optar por Dulce.

Chris: Agora vou baixar para fazer o leitinho... Cadê o beijo do pai?

Elena pulou em cima dele e lhe deu um beijo na boca.

Dulce: Já chega... deixa ele ir e venha cá, vou vestir uma roupa em você...

A menina soltou-se dele e Christopher saiu do quarto com um sorriso no rosto. Dulce então começou a vesti-la, primeiro a fralda, depois o pijama que se constituía de três peças, uma calça folgada, uma camisa de algodão e meias, tudo com os desenhos da Minnie. Depois de agasalhada, Dulce penteou os cabelos dela e ficou observando-a enquanto isso. A pele clarinha contrastando com o cabelo preto, a única coisa que havia puxado a ela, o resto tudo era de Christopher, o formato do rosto, os olhos um pouquinho puxados cor café, mais escuros que os dela. E sem falar na altura, Blanca lhe havia dito que Dulce tinha a metade da altura de Elena quando tinha a mesma idade. Sua menina seria uma linda mulher... Quem diria...quem diria que poderia chegar tanto a amar a criaturinha que há uns anos atrás lhe tirou de uma das coisas que mais gostava, que lhe tirou dos palcos, da música, do seu sonho... E hoje essa criaturinha era a coisa que mais amava na vida, assim como o pai dela. Suspirou... Nunca pensou que um namoro tão louco resultaria em um casamento tão perfeito. Bom, tinham seus pleitos de vez em quando... mas nunca se desrespeitaram, nem saíram de casa por causa disso. E Dulce ainda podia assegurar, que as reconciliações eram muito mais proveitosas do que antes. Pareciam que voltavam com mais força ainda para a família.

Chris: Vou colocar um pouquinho na água...acho que esquentei demais...

Dulce acordou de seus devaneios ao ouvir a voz de Christopher. Ele passou por trás dela e entrou ao banheiro. Terminou de pentear Elena e a tomou nos braços para colocá-la na cama. Subiu o edredom, e a colocou deitadinha na cama. A menina somente a olhava como se a imagem de sua mãe pudesse desaparecer para sempre assim fechasse os olhos. E Dulce não soube a razão para que seus olhos de uma hora para outra se volvessem mais e mais úmidos. Sentou-se na cama, depois de subir o edredom para cobri-la. Ficou olhando sua jóia preciosa como se fosse a primeira vez que estivesse vendo-a e se emocionou ao perceber que quanto mais aquela criaturinha crescesse, maior seria o seu amor por ela. Abaixou-se e lhe deu um beijinho na bochecha.

Dulce: Vamos rezar?

A menina logo sentou-se na cama e juntou as mãozinhas.

Dulce: Santo anjo do Senhor, meu zeloso guardador...
Elena: que a Deus te confiou... (falando pausadamente, tentando lembrar as palavras) a piedade divina...(sem deixar de olhar para Dulce, quem sorria) então te peço...sempre me preze, me guarde...me...”govene”...me ilumine...amém! (finalizou com sorriso)

Dulce riu enxugando os cantos dos olhos, enquanto a menina fazia o sinal da cruz e se deitava outra vez.

Chris: Será que ainda há espaço para mim nessa cama?

Dulce e Elena sorriram. Christopher deu a mamadeira com leite a menina que enquanto o tomava fechava os olhos, e eles sabiam que depois que ela tomasse o leite, já estaria adormecida por muito tempo. Christopher virou o rosto para Dulce, que via a menina encantada. Havia alguma coisa errada ali ou era impressão dele?

Após alguns minutos os dois já fechavam a porta do quarto da filha e com a mamadeira seca na mão, Dulce baixou para a cozinha. Christopher foi atrás dela.

Chris: Aconteceu algo hoje que não me contou?

Ela, quem estava tirando a comida do forno, respondeu sem virar-se.

Dulce: Não, por que me pergunta?
Chris: Pois, te sinto estranha... não sei... (sentando-se em uma cadeira do balcão)
Dulce: Não teve nada de diferente, bom, só a sua festa, nada mais...
Chris: Então...

Dulce colocou as panelas no balcão e subiu o olhar para ele.

Dulce: Alguma coisa te intriga?