Blanca: Faz anos que ninguém habita aquilo ali. Às vezes os capatazes usam o banheiro...
Chris: Isso se nota. Mas passamos uma noite agradável, apesar de tudo... (olhando para Alexandra)
Alexandra: Eu arrumei sua mala bem direitinho. Espero que não a desfaça.
Chris: Não vai dar tempo, só preciso de um short e uma camisa. (rindo) Ficarei aqui na piscina com Dulce.
Blanca: Pois sim, fiz uns aperitivos. Já sei que Fernando chegar da cavalgada vai arrastar seu pai para tomar uma tequila como daquela vez que ele fez com você.

Christopher riu lembrando-se daquele dia tão agradável.

Chris: Aquele dia foi muito especial...e se for para repeti-lo, também aceitarei fazer parte da turma da tequila.

Blanca voltou o olhar, sorrindo, para Alexandra, quem não entendia nada.

Blanca: É...hoje vai ver seu filho e seu marido bêbados. (rindo)
Alexandra: Nada disso...nenhum dos dois irá beber enquanto eu estiver aqui.
Blanca: Não creio que isso importará a eles. Fernando gosta que todos os homens provem a ditosa tequila que fazem aqui nas redondezas. E não dou mais de cinco copos para seu marido estar para lá de Bagdá.
Chris: Eu fiquei com seis.

Alexandra franziu a testa não gostando daquilo, mas esboçou um sorriso. Iria deixar a todos bem a vontade, assim como ela procuraria ficar também.

Chris: Agora eu vou indo. Muito obrigada pelo café, estava tudo muito delicioso. (olhando para Blanca)
Blanca: Assim eu fico com vergonha! (rindo)
Chris: As senhoras irão passear?
Blanca: Sim. Vou mostrar tudo a sua mãe, tenho só que pegar Rico lá em cima, deve estar quase acordando.
Chris: Ahhh...(franziu a testa) Então vou indo...

As duas mães assentiram e ele saiu, deixando-as conversar em paz. E enquanto subia as escadas esboçou um sorriso... pensando que seu banho não seria tão monótono assim, só bastava tocar uma vez a porta do quarto de Dulce.

Olhou para trás enquanto chegava à frente da porta dela. Não queria que ninguém o visse entrar ali. Afinal, era a casa dos pais dela. E aquilo era sagrado. Bom, já fora profanado outras vezes, mas era bem melhor pensar que aquele ambiente nunca o fora. Rapidamente bateu a porta do quarto com as costas dos dedos. Enfiou as mãos nos bolsos da calça... Olhou para o lado e para o outro. Não havia ninguém. Suspirou... Não queria nem saber qual desculpa daria se o pai de Dulce ou a mãe dela aparecesse ali.

Chris: Rápido Dulce... (sussurrava ele olhando para os lados)

E quando alçou a mão para bater outra vez, a porta se abriu. E Dulce apareceu envolta a uma toalha. Ele não esperou ela convidá-lo a entrar, a fez para um lado e entrou de uma vez. Fechou a porta, passando a chave...e se voltou para ela quem o via com olhos especulativos.

Ele lhe sorriu docemente e levou as mãos a sua camisa, retirando-a de uma vez tudo sob a mirada confusa dela.

Dulce: Não estou entendendo nada...

Ela murmurou ao vê-lo sentar-se em sua cama, enquanto tirava seus sapatos.

Chris: Não é obvio? (levantando-se)
Dulce: Christopher...aqui não...
Chris: Eu quero tomar banho com você...estou sujo. (levando as mãos ao cinto, desabrochando-o)

Ela olhava para onde as mãos dele estavam e tragou a saliva.

Dulce: Você não tem roupas limpas aqui. (piscando os olhos para subir a mirada ao rosto dele) Por que não vai ao seu quarto? Lá também tem banheiro...

Ele baixou as calças, deixando transparecer uma cueca boxer bege com o cós azul-marinho. Ele colocou a calça em cima da cama e subiu o olhar para vê-la.

Chris: Por acaso eu não posso tomar banho com minha namorada?

Ela ficou observando seu sorriso sexy, e sem perceber, estava sorrindo como ele.

Chris: Eu sei que só fazem poucos dias...desde que nós...hum... (coçou a cabeça, franzindo a testa) sei lá...eu só quero ficar perto de ti...

Ela deu um meio sorriso e já havia esquecido por que o queria longe dali. Virou-se para o banheiro, fazendo com que ele a seguisse. Os dois entraram e Dulce, por segurança, fechou também a porta do banheiro com chave, enquanto ele ia até a pia se olhar no espelho.

Chris: Meus olhos estão vermelhos...

Ela chegou à pia e separou os produtos de cabelo, e ainda com a cabeça baixa deduziu:

Dulce: Você chorou, não? É compreensível que eles estejam assim.
Chris: Você viu tudo?
Dulce: Sim, e ouvi algumas coisas também.
Chris: Gritei muito com ela. (suspirou) Estava totalmente fora de controle...
Dulce: Não te condeno.

Ele suspirou.

Dulce: E como você se sente agora?
Chris: Me sinto melhor, mas ainda me revolta saber que minha própria mãe me apunhalou pelas costas...não é uma coisa que se aconteça todo dia.
Dulce: Só espero que isso não aconteça outra vez, isso sim.

Christopher apoiou os quadris na pia e virou-se de lado para ficar de frente a ela, cruzou os braços e ficou vendo-a, quem procurava alguma coisa naqueles produtos de beleza.

Chris: Você não confia nela, não é?

Ela parou o que estava fazendo e o olhou de soslaio.

Dulce: Quer que eu seja sincera? (ela sentiu que ele assentia) Não.

Ele apertou os maxilares e assentiu.

Chris: Não te condeno.

E ela se voltou para ele, confusa.

Dulce: Mas isso não quer dizer que não tentarei... (pousou uma mão nos braços cruzados dele) O que aconteceu ontem não mais passará, a menos que ela se meta entre nós outra vez... Isso eu não posso tolerar.
Chris: Sim, você tem toda razão. E vou conversar com ela sobre isso.
Dulce: No mais, tentarei ser uma nora boa. (rindo)
Chris: Bom, não sendo uma má...já está de bom tamanho. (ele sorriu) Não vou te pressionar quanto a isso. Nem seria justo que eu fizesse isso.

Ela abriu um sorriso enorme, enquanto subia mão dele de seus braços para a bochecha dele. Ela a apertou suavemente e passou a mão pelo rosto dele, radiante.

Dulce: Quando eu penso que já cheguei no meu limite...avancei mais um passo.

Ele franziu a testa, vendo-a recolher a mão.

Chris: Do que está falando?
Dulce: Da maratona.
Chris (franzindo mais a testa): Que maratona...
Dulce: Maratona do amor...

Ele riu, balançando a cabeça negativamente.

Chris: Só você... (rindo) Mas se você me ama...não quer dizer que ganhou a maratona?
Dulce: Não, para valer a pena...a maratona deve perdurar para sempre.

Ele ficou olhando para ela com um meio sorriso no rosto e pousou suas mãos nas orelhas dela. E a puxou para si, colando o rosto dela em sua clavícula desnuda. Receber beijos ali o fez sorrir. Entranhou seus dedos nos cabelos dela, e aspirou o aroma que ele exalava e suspirou.

Chris: Estou me sentindo bem...
Dulce: Eu também. (rindo) Me sinto em paz...
Chris: Sim... (sussurrou ele ao seu ouvido) em paz e amor...