A hipótese não poderia ser descartada. Mas o choro
dela também não parecia fingimento. Algo acontecia, e ele não tinha a mínima
idéia do que poderia ser.

E se Dulce tivesse feito isso para não deixá-lo sair, tinha dado resultado. Ele
não sairia mais. Ficaria ali até que descobrisse o que estava passando.

Dulce: Vai... Pode ir...

Ela tentou se afastar dele, empurrando pelo peito.
Mas ele não a soltou, sua voz estava tão chorosa, que quase não conseguiu
pronunciar aquelas palavras.

Chris: Agora eu não vou mais.

E ela se irritou com isso, o empurrou de uma vez e saiu caminhando para o lado.
Não conseguindo entender porque estava tão frágil.

Dulce: E-eu não v-vou te o-obrigar a ficar aqui...e-encerrado c-comigo...
(soluçando)
Chris: Mas agora eu quero ficar.

Ela continuava chorando com a mesma intensidade que começou e ele já estava se
preocupando.

Dulce: P-por favor, s-sai...

Ele não lhe deu ouvidos. Tirou a camisa e a jogou em cima de uma cadeira.
Sentou-se na cama e tirou os sapatos, colocando-os debaixo da cama. Ficou em pé
novamente e desabotoou o cinto, e logo depois sua calça voava para a mesma
cadeira que estava sua camisa, sem antes tirar o celular e a carteira,
juntamente com o cartão de seu quarto. Colocou tudo na mesinha de noite ao lado
da cama de Dulce.

E Dulce ainda continuava chorando.

Dulce: C-Christopher não... (chorando) estou m-me sentindo c-culpada! Vai! Vai!
Chris: Não e não!

E pegou o telefone para discar a recepção. Pediu
muita comida para dois, em inglês, pois não entendia porcaria nenhuma do
dialeto romeno. Tudo sob a mirada de Dulce. Quando ele abaixou o auricular,
chegou perto dela e a puxou pela mão, até que se sentasse na cama outra vez. Se
abaixou para tirar os sapatos dela, enquanto ela soluçava constantemente como
uma menininha que acabava de ser posta de castigo. Tirou-lhe os sapatos, as
meias... E logo subiu as mãos para sua camisa. E a viu fazendo uma careta...de
dor. Ele arregalou os olhos, preocupado.

Chris: Onde dói?
Dulce: A cabeça...

E ele notou que ela havia parado de chorar, mas os soluços persistiam. Aquilo
lhe dava pena, odiava ver qualquer pessoa chorando, pior ainda Dulce. Não sabia
o que estava se passando ali... Mas tinha que cuidar dela de qualquer forma.
Não a deixaria abandonada assim.

Chris: Também né! Chorou mais que a Mia na primeira temporada de Rebelde.

E riu ao ver como os lábios dela tremiam, reprimindo um sorriso.

Chris: Chorona...

Ela finalmente deixou um sorriso transparecer e bateu nos ombros dele,
segurando-o firme. Ele sorriu satisfeito, pelo menos havia conseguido que ela
parasse de chorar.

Chris: E agora vou te dar um banho, e logo depois vou lhe dar de comer... Acho
que parte do teu mau humor é fome. Muita fome. (disse subindo a camisa dela)

Dulce: Não sou criança...
Chris: Hoje está se comportando como uma. Nunca vi uma mulher mudar de humor
com tanta facilidade! Agora acredito quando falam no quanto às mulheres são
volúveis! (disse ele rindo, enquanto jogava a blusa dela em cima da cama e
levou suas mãos para o botão de sua calça, o desabotoou e baixou o zíper)
Levanta um pouco os quadris...

Ela o fez e ele foi puxando a calça, até que a mesma saísse pelos seus pés.
Christopher ficou de pé e colocou a calça de Dulce na cama.

Chris: Vamos...temos que tomar banho antes que a comida chegue.

Estendeu a mão a ela, quem a tomou rapidamente. Christopher enxugou seus olhos
vermelho, que ainda persistiam em derramar lágrimas.

Chris: Por acaso essas lágrimas são pela maldita tpm?
Dulce: Sim... (fungando) pode ser... Contando de hoje, fazem trinta dias. Era
para ter chegado minha regra há dois dias atrás. Minha menstruação veio com a
metade do fluxo no mês passado, não sei o que está passando.

Ele colocou o cabelo dela para trás das orelhas e disse:

Chris: Talvez seja estresse. Ouvi dizer que o estresse influi nos hormônios das
mulheres. E mês passado não foi fácil para nós, quase não tivemos tempo nem
para respirar. E logo vieram as festas de final de ano...e essa viagem
cansativa.
Dulce: Sim, você tem razão...
Chris: Então vamos tirar esse estresse hoje...nada de muitos movimentos. Vamos
apenas nos deitar e assistir a um filme na TV, ok? E nada de filme pesado...vamos
ver um filme infantil, ou uma comédia romântica se preferir...farei os seus
caprichos.

Dulce esboçou um sorrisinho.

Dulce: Eu não mereço isso...
Chris: Não merece mesmo. (os dois sorriram) Mas aprendi que quando uma mulher
está de tpm...o homem tem que fazer tudo para agradá-la. Uma vez vi minha mãe
jogar um copo nas costas do meu pai, não estou preparado para um golpe desses.
(disse ele sorrindo)

Dulce riu e o abraçou, distribuindo beijos por seus
ombros.

Chris: Sexo hoje também não é permitido.

Ela gargalhou, apertando as nádegas dele e logo se afastou para vê-lo sorrir.

A campainha tocou. Os dois se viraram para a porta e depois se olharam.

Chris: Vai para o banheiro, deve ser o serviço de quarto.

Ela somente assentiu e deixou o dormitório. Christopher vestia a calça
novamente, quando a porta do banheiro se fechou. Então abriu a porta e viu um
camareiro parado a sua frente com o carrinho onde certamente estava a comida
que pediu. Deu passagem para que ele entrasse, e enquanto o mesmo colocava a
comida sobre a mesa, Christopher tirou algumas cédulas de sua carteira.
Obviamente, em dólar. Deu
a gorjeta ao garçom e o agradeceu, abrindo novamente a porta para que ele
saísse. Suspirou ao fechar a porta outra vez. Logo tirou novamente a calça,
enquanto se encaminhava ao banheiro. Bateu a na porta e ouviu a voz de Dulce
dizendo que estava aberta. Ele entrou no banheiro. Era um espaço grande para
ser um banheiro de Hotel, um espaço com Ducha de um lado, a pia de mármore
sofisticado. E logo a sua direita estava uma banheira de hidromassagem de cor
negra, que continha Dulce dentro. Bem relaxada, o cabelo preso na altura da
cabeça, que estava pendida para trás sobre uma toalhinha branca. Estava com os
olhos fechados, bem tranqüila, imersa naquele banho de espumas.

E ele não perdeu tempo, retirou sua cueca e bem
devagar se juntou a ela. Ela nem ao menos abriu os olhos, somente separou as
pernas para que ele sentasse no meio delas. Ao sentir como ele se sentava,
puxou-o pelos ombros para que se recostasse em seu corpo. E então se
incorporou, ao sentir as costas dele em seus seios.

Dulce: Que tal se passarmos a noite aqui?

Pegou uma esponja que havia do seu lado e começou a passar no peitoral dele,
suavemente, de um lado para o outro, em cima e em baixo. Christopher
fechou os olhos, recostando a cabeça no ombro dela, enquanto suas mãos
percorriam os joelhos dela, que estavam erguidos.

Chris: Amanhã amanheceremos sabendo como é ser um maracujá...

Ela riu por baixo, ouvindo como ele fazia o mesmo. Dulce inundou a esponja na
água perfumada e a levou para a cabeça de Christopher, despejando-a em seus
cabelos, e fez a mesma coisa até que estivessem encharcados.

Dulce: Você queria sair, não era?
Chris: Queria...
Dulce: E por que ficou?
Chris: Porque tenho que cuidar de você.
Dulce: Eu sou uma egoísta, não é?
Chris: Não...só é uma ciumenta compulsiva.

Ela riu, mas continuou lavando-o com a esponja,
agora por seus braços, enquanto ele continuava de olhos fechados.

Chris: Acho que ainda não caiu a ficha pra você...de que temos a imprensa
fonográfica inteira correndo atrás da gente.
Dulce: Que exagero!
Chris: Tanto exagero...que explica o por que de dezenas de homens com máquinas
de última geração estar acampando na frente da tua casa? Querem uma exclusiva,
baby! Coisa que a gente não deu a ninguém ainda.
Dulce: Pedro não vai conseguir conter por muito tempo a imprensa.
Chris: Bom, foi uma medida desesperada que tomou...ao preparar uma condição
para nos ter em qualquer programa.
Dulce: Acho que só tem uma coisa que será mais escandalosa que o nosso
envolvimento...
Chris: E o que é?
Dulce: Quando souberem que Christian é gay.
Chris: Disso você tem razão. Mas ele é muito discreto...
Dulce: Mas um dia vai vazar, Christopher. Pega nós dois de exemplo...
Chris: Sim, mas Christian não sai por aí beijando na boca de BJ.
Dulce: Mas também só anda com BJ. E você se dá conta de como Christian
desmunheca legal quando estão juntos.
Chris: É, até a voz fica mais fina. (suspirou) É difícil...tanta mulher doida
pelo Christian...e ele prefere o cabeleireiro.

Dulce riu sem evitar.

Dulce: Tanta mulher doida pelo Christopher...e ele só prefere a Dulce.

Ele riu apertando os joelhos de Dulce.

Chris: Como é que pode isso, não é? Tanta mulher linda me querendo e eu aqui,
agüentando teu mau humor.
Dulce: Humm, cuidado comigo Christopher. Não me dê as costas. (disse rindo)
Chris: O que? (desafiando-a com diversão) Ganharei um copo nas costas?
Dulce: Está bem perto disso.
Chris: Você seria capaz de matar o pai dos seus filhos?

Dulce riu. Colocou a esponja de lado e subiu as mãos para o pescoço de
Christopher, rodeando-o com os dedos.

Dulce: Sou capaz de te esganar...se sair da linha.

E apertou o agarre dos dedos no pescoço dele, enquanto ele somente ria.

Chris: Se fizesse isso...nunca você sairia na rua. Capaz de ser linchada ao
deixar meu lindo corpinho para a Terra comer. (ela tirou as mãos do pescoço
dele e o puxou mais para si)
Dulce: Ah sim...? (sorrindo)
Chris: E ainda eu viria pegar nos teus pés e assombrar teus sonhos todas as
noites. No mínimo você se suicidaria.
Dulce: Credo! Chega de falar disso!
Chris: E vamos falar de que então?
Dulce: Que tal do quanto eu te amo?

Christopher
abriu um sorriso.

Chris: Ótimo, melhor tema não há.