Dulce voltou a esfregá-lo com a esponja, suavemente.
Dulce: Espertinho...
Chris: Então vamos nos conhecer mais a fundo.
Dulce: Como assim?
Chris: Eu pergunto e você responde. Você pergunta e eu respondo.
Dulce: Sim! (animada)
Chris: Mas é sobre tudo! Tudo mesmo!
Dulce: Humm...já não estou gostando disso.
Chris: Você tem medo de alguma coisa?
Dulce: Não, mas sei que vai me constranger muito algo.
Chris: Dulce, é só uma conversa de namorados. Talvez possamos conhecer um pouco
mais de nós dois.
Dulce: Tudo bem. Vamos, começa.

Christopher suspirou pensando em algo.

Chris: Primeiro namorado.
Dulce: Daniel.
Chris: Ele era feio demais, Dulce! (os dois gargalharam) Sua vez.
Dulce: Humm...qual foi tua pior travessura?

Ele riu.

Chris: Foi quando eu tinha quatorze anos. Fugi de casa para ir a uma festa...percorri
dez quilômetros de bicicleta para me encontrar com uma garota. (rindo) Que dia
aquele! Quantos anos você tinha quanto tomou o primeiro porre? E como foi?
Dulce: Tinha quatorze também. Estava em casa com uma prima e Ivalu e
aproveitamos a saída dos meus pais para roubar um barril de tequila. (sorriu)
Já deve imaginar como tudo acabou.
Chris (sorrindo): Sim...
Dulce: Me diga o que não gosta em
mim. E seja sincero.
Chris: Humm, deixa eu ver... (pensando) tem que ser só uma coisa?
Dulce: Ayy...tenho tantos defeitos assim? (ofendida)
Chris: Não tantos... (sorrindo) Mas não gosto dos seus ciúmes e muito menos da
tua insegurança.
Dulce: Não estou querendo me justificar, Chris. Mas acho que em relação a
homens, minha vida amorosa foi um desastre e isso fez com que eu me tornasse
uma maníaca ciumenta e insegura. E Foi! (enfatizou bem) Não é mais!
Chris: Espero que sim. Agora eu faço a mesma pergunta. O que não gosta em mim?
Dulce: Tua perfeição...

Ele retesou-se, surpreso com a resposta. E confuso
também.

Chris: Não sou perfeito.
Dulce: Para mim e para suas fãs você é. Todas sabem como você é...e é por isso
que te perseguem feito loucas e eu tenho que agüentar tudo calada! (fechando a
cara)
Chris: Não sou perfeito nada, mas não posso fazer nada se você me ama tanto
assim para não enxergar meus defeitos. (disse ele sorrindo com safadeza)
Dulce: Naquito mío! (rindo)

O abraçou pelo pescoço puxando a cabeça dele para trás. Encostou os lábios nos
dele e lhe deu um beijo suave.

Dulce: Qual foi a maior loucura de amor que já recebeu?

Christopher gargalhou.

Chris: Isso parece programa de TV.
Dulce: Responde! (beliscando-o)
Chris: Houveram muitas, não vou negar. Afinal pessoas famosas têm fãs. E em
relação ao Christopher profissional, acho que minha “personal perseguidora” faz
tudo por me amar demais, já sabe. (Dulce riu reconhecendo a fã de Christopher
que o seguia por todos os lados) Ahh nem te disse! Ela me mandou uma carta
dizendo o que achava sobre o nosso namoro.
Dulce: O que ela disse?
Chris: Que eu merecia coisa melhor.

Ele gargalhou, enquanto Dulce somente sorria com
timidez, um pouco ofendida.

Dulce: Ela não vai me matar, né?
Chris: Claro que não! Depois de dizer que eu merecia coisa melhor, ela me disse
que queria que eu fosse feliz com qualquer pessoa, até se fosse contigo, desde
que você me fizesse feliz também.
Dulce: Que linda!
Chris: Não, não é muito não.
Dulce: Ayy que horror! (ele gargalhou)
Chris: É brincadeira, tirando a obsessão, ela até que é uma pessoa legal.
Dulce: Não duvido nada ela estar aqui!
Chris: Provavelmente. (rindo) Mas agora vou responder sua pergunta... A loucura
de amor que significou mais para mim, foi a de uma certa ruiva
bêbada...gritando para quem quisesse ouvir que eu não via o estúpido amor que
sentia por mim.

Dulce esboçou um sorriso.

Chris: Até hoje nada me emocionou tanto como aquilo, por mais que no outro dia
fosse babado e vomitado. (ela riu)
Dulce: Pobre de minha criança... (beijando-o no pescoço) quem foi essa louca?
Chris: Sabe que eu não lembro. (e riu ao sentir como ela o beliscava na
barriga) Minha vez! Me descreva o casamento dos seus sonhos...
Dulce: Ayy, o de toda mulher eu acho... Um vestido branco glamouroso, uma
igreja linda e enfeitada com rosas brancas. Toda minha família reunida e meus
amigos também...e, obviamente, um homem que me amasse me esperando no altar. É
um sonho comum.
Chris: É verdade. Pensei que você fosse daquelas que gostaria de se casar na
praia, com uma cerimônia simples e reservada.

Dulce: É muito lindo também. Bom, não sei... o que
importa é que o homem que será meu marido me ame. O resto pode ser como for.
(suspirou) Agora quero ver a visão masculina do casamento perfeito.
Chris: Sinceramente nunca parei para pensar nisso. Na verdade, casamento nunca
foi uma coisa atrativa para mim, pelo contrário, era repulsiva. (Dulce tragou a
saliva) Mas acho legal isso de se casar na praia, em uma cerimônia simples e
reservada. Acho que não teria coragem de falar todas aquelas coisas, o tal dos
votos matrimoniais, na frente de tanta gente. Não, não! Nem de falar eu gosto.
Nunca fui do tipo de homem esbanjador, e nunca gostei muito de ser o centro das
atenções.
Dulce: Então festa grande está descartada?
Chris: Absolutamente.

Dulce tragou a saliva, sentindo-se estranha. Isso era um mau sinal.

Chris: Agora vamos apimentar mais as coisas... (rindo com malicia)
Dulce: Ayy meu Deus... (praguejando)
Chris: É para me dizer a verdade, Dulce María. Nada mais que a verdade.
Dulce: Ok... Manda!
Chris: Por que não houve sexo entre você e Poncho?
Dulce: Pegou pesado! (os dois sorriram)
Chris: Vai ter que responder. E não vou dizer que não quero entrar na
intimidade de vocês, pois não será verdade. Então retribua minha sinceridade.
Dulce: Tudo bem, Senhor Naco! Eu respondo!
Chris: ótimo... (rindo)
Dulce: Obviamente houve coisas mais quentes entre eu e ele. Afinal, foram dois
anos. Ele queria...queria muito, mas eu não queria. Tinha medo.
Chris: Medo de que?
Dulce: Não sei...só tinha medo. Poncho era muito de lua...sempre quando o via
ficava um pouco com o pé atrás, pois não sabia quem eu encontraria... o Ogro ou
o Príncipe.

Chris: Mas você sentia algo por ele? Ele não
conseguia te excitar?

Dulce suspirou um pouco, tentando se acostumar com essas conversas tão
explícitas.

Dulce: De fato, como é de costume...quando os beijos ficam mais e mais
intensos, as mãos não conseguem parar quietas. Como acontece com nós dois.
Somos humanos, não?
Chris: Pensei que tivesse me dito que ninguém te tocou como eu te toquei.
Dulce: Humm...realmente ele não chegou nem perto de você.
Chris: Explique-se.
Dulce: Poncho é homem, Christopher. E passamos mais de dois anos namorando.
Claro que ele já passou a mão em mim.
Chris: Até onde? (sério)

Ela tragou a saliva escandalizada.

Dulce: Por favor!
Chris: Até aonde, Dulce!
Dulce: Nos meus seios...na minha bunda...essas coisas!
Chris: E ali também?

Dulce riu sem evitar.

Chris: Estou falando sério, Dulce!
Dulce: Só quero saber porque se importa tanto em saber disso.
Chris: Porque quando começamos a nos relacionar mais intimamente...você me
passou uma imagem de santinha virginal intocável. Pura e casta. No flat mesmo,
eu me lembro muito bem das conversas que tivemos. E você me disse que era quase
BV. (exagerando, Dulce gargalhou) Agora quero saber se estou errado.
Dulce: Bom, intocável não. Mas nunca te menti quando disse que falar disso,
fazer isso me constrange, que sempre fui muito reservada sobre isso.
Chris: Mas?
Dulce: Pois...
Chris: Sim, verdade? Ele te tocou ali também.

Dulce ficou calada, reprimindo a risada.

Dulce: O que importa é que foi você quem trespassou a barreira, não? É isso que
importa.

Mais era tarde demais, o ciúme já havia tomado conta dele.

Chris: Se já houve de tudo...porque não consumou?
Dulce: Eu não disse que houve de tudo. Mas também não vou negar que já houve
algo. ALGO! SÓ ALGO! (enfatizando bem)
Chris: Acontecia muito frequentemente?
Dulce: Não, na verdade eram raras às vezes. Não tínhamos muita liberdade de
ficarmos a sós. Eu só tinha dezessete anos e depois começou Rebelde e foi
ficando mais difícil ainda..
Chris: Por favor, Dulce, tem menina de dezessete que já tem uma penca de
filhos.
Dulce: Mas isso não aconteceu comigo. Fui educada diferente. Fui educada para
perder a virgindade só depois do casamento.
Chris: O que de fato aconteceu, não? (ele riu sentindo que passava o enfado)
Dulce: É...como aconteceu.
Chris: E você gostou?
Dulce: Acho que se não tivesse gostado, hoje não estaríamos aqui, nessa
banheira...totalmente nus.
Chris: Vejo um pouco de lógica nisso.

Os dois ficaram em silêncio por alguns instantes.

Chris: Então quer dizer que Poncho não te atraía sexualmente?
Dulce: Pode ser respondido assim. (o acariciou nos braços e se aproximou a boca
de sua orelha) Ao contrário de ti...que basta me olhar para incendiar minha
pele.

Ele abriu um sorriso de orelha a orelha.

Chris: Qual tua fantasia sexual, Dulce?
Dulce: Acho que tudo o que sonhei nesse plano, nós já fizemos.
Chris: Como o que?
Dulce: Como naquele dia da praia....sob a luz da lua. Foi muito bonito aquela
noite e aquele dia que passamos ali. A adrenalina mil...
Chris: Sim... (sorriu) foi mesmo. Mas ainda não foi mais do que a primeira vez
que te fiz minha...
Dulce: Sim, para mim também.

Os dois suspiraram ao mesmo tempo perdidos em lembranças.

Dulce: Tantas coisas que passamos juntos...
Chris: Sim...tantas coisas lindas, outras nem tanto...mas que contribuem para
estarmos hoje assim tão felizes.
Dulce: Sim...(suspirou) Minha vez de perguntar...qual a posição que mais te
satisfaz?

Christopher abriu os olhos de uma vez e gargalhou.

Chris: Não! Tenho que olhar para o teu rosto agora! (virou o pescoço para ela,
vendo que ela ria com vontade) Dulce María me perguntando sobre posições
sexuais! (e se rompeu a rir)
Dulce: Responde!
Chris: Olha as coisas melhorando!

Dulce
bateu nas costas dele e ele se virou, deitando-se da mesma maneira, ainda
gargalhando.

Chris: Quer saber qual?
Dulce: Quero.
Chris: Qualquer uma quando estou dentro de ti.
Dulce: Gostei da resposta. (sorrindo)
Chris: É a verdade. Por mais que ainda deseje aquela nossa brincadeirinha de
Puerto Vallarta.
Dulce: Nem invente!
Chris: Já te fiz implorar uma vez, Dulce, não esqueça.