As mãos de Dulce se moveram sobre o seu peitoral,
enquanto serpenteava pelo corpo dele esfregando seus lábios no rastro de pele
de seu pescoço, até chegar ao centro de seu peito, mesmo no lugar onde havia o
seu coração, um dos corações mais cheios de bondade que já encontrou na vida. E
o dono daquele coração merecia todo o amor que poderia lhe dar. Merecia todas
as formas de paixão que havia no mundo. Merecia tudo o que tinha. E por aquele
homem faria qualquer coisa. Até mesmo deixar de lado, de uma vez por todas, uma
e qualquer das convicções que ainda existiam em seu ser.

Dulce afastou os lábios de sua pele e ergueu a cabeça para vê-lo. E
precisamente tinha que ser isso? Franziu a testa em confusão. Não seria
capaz disso. Não, acreditava que não. Isso era algo que nunca na vida... Tragou
a saliva se imaginando fazendo isso. Sacudiu a cabeça em protesto. Não, isso
estava realmente dentro de suas convicções, e não a deixaria nunca. Não podia
se prestar a esse papel... Mas o que se sentiria se...? NÃO! Se repreendeu em pensamentos. Será
que ele se sentiria como ela se fizesse isso? Suspirou já não fazendo questão
de expulsar aqueles pensamentos de sua cabeça. Tinha certeza de que Christopher
sentiria o mesmo o que ela sentia quando ele lhe fazia isso. Mas ainda não
acreditava ser capaz... Era algo tão... Nem ela sabia como explicar. Antes que
ele fizesse isso nela, ela o via como algo tão abominável. Algo tão asqueroso.
Por que agora já não pensava mais assim? Alguma coisa em seu interior gritava a
favor disso, sabia que ele gostaria...mesmo sendo leiga nesses assuntos. Apoiou
o queixo na barriga de Christopher e observou seu rosto tranqüilo. Até mesmo
seu corpo estava tranqüilo, ele não mais sonhava com aquilo. Ao contrário dela
que sonhava com aquilo, mesmo estando desperta.

Dulce podia sentir o emanar das sensações criadas em
seu ventre. Ele já não queria, mas ela estava totalmente alerta. E lembrar-se
da noite passada piorou seu estado. Christopher a tocou com tanta paixão, com
tanto prazer, que Dulce também queria fazer o mesmo. Também queria aprender a
tocar com paixão, também queria sentir prazer nisso.

Moveu suas mãos pela lateral do corpo dele, baixando novamente os lábios sobre
a barriga dele. E sentiu-o estremecer ao contornar seu umbigo com a língua. E
ela decidiu que não mal nenhum em provar, se não gostasse nunca mais o faria e
sabia que ele entenderia. Mas havia uma coisa que não deixava tomar a
iniciativa disso. Era algo que não sabia como explicar, eram pensamentos bobos.
E se Christopher achasse que ela era uma... Paralisou os lábios e descansou sua
cabeça no abdome dele. Não podia negar que estava morrendo de medo. Não podia
negar que só de pensar no momento em que ela estaria fazendo aquilo, fazia seus
lábios tremerem. Estava nervosa, mas ao mesmo tempo queria ver como ele reagia
à sua carícia. Queria apagar qualquer lembrança de alguma outra mulher que
passara em sua vida. Pois ela sabia, que não seria a primeira vez que ele
receberia tais carícias de uma mulher. Ali era Christopher Uckermann! Atrás
dele havia milhões de mulheres, que se ele estalasse os dedos estariam fazendo
de boa vontade e felizes o que ela temia em fazer agora. Mesmo assim o medo
persistia... O nervosismo persistia. Mas Dulce sabia, que seria pior se
arrepender de algo que fez do que por não ter feito. O rubor tomava conta de
suas bochechas, sabia que parte de seu nervosismo era o seu pudor querendo
voltar a tona. Não... Não podia deixá-lo penetrar em sua mente. Seria como
Christopher dizia: “Ou se dá cem por cento, ou não se dá nada”.

Decidida, afastou o lençol do corpo dele e tragou a
saliva, a se ver tão perto assim de seu objetivo principal. Suspirou fundo fechando
os olhos. Seria mais fácil se não visse nada. Sim, seria mais fácil. Se afastou
da cama e ignorou o frio do quarto, ficou de pé e rapidamente fechou as
cortina, deixando o quarto totalmente escuro outra vez, sem que nenhum feixe de
luz penetrassem ali.

Mais uma vez deitou-se na cama lentamente para não despertá-lo. Não queria
despertá-lo. Queria surpreendê-lo. Dulce se pegou rindo de sua ousadia. Era
divertido sentir aquele frio no estômago pela ansiedade de saber sua reação. E
agora estava uma maravilha, não conseguia ver absolutamente nada. O abraçou
outra vez de lado, descendo a mão por seu peitoral, deslizando até que sua
palma estendida estivesse sobre seu ventre. Sentiu Christopher contrair os
músculos do abdome, e sabia que seus dedos frios eram os responsáveis por seu
sobressalto. Apesar do corpo inteiro quente, todos os seus dedos estavam frios,
gelados, como se tivessem os colocado em uma geladeira. E apesar da febre que
lhe nublava a visão, já não conseguia mais pensar em nada que não fosse aquilo.
No escuro se sentia outra pessoa, outra mulher... Uma mulher mais usada. Uma
mulher sensual que não tinha medo de provar das mais incríveis formas de
paixão.

Suspirou, percorrendo com as pontas dos dedos os caminhos de pêlos que havia em
seu baixo ventre, até onde se amontoavam abaixo dos testículos. Havia observado
com riquezas de detalhes o que existia ali. Christopher estava flácido como um
boneco de borracha e estranhou senti-lo assim. Era de costume sentir sua
excitação, era de costume senti-lo ereto em sua presença, com suas carícias...
E Dulce se deu conta de que queria transformar aquele boneco de massa, em um
boneco de aço com seus toques, com suas carícias...queria testar o poder que
tinha sobre ele.

Percorreu as pontas dos dedos por toda sua longitude
até parar em cima de sua glande, em sua suave caricia. Repetiu os movimentos
algumas vezes, sentindo que algo estava mudando ali. A escuridão repelia seu
pudor, não deixava que ele tomasse conta dela. A escuridão trazia uma nova
Dulce, a Dulce ardente que Christopher desabrochou em Vegas. Não podia evitar
querer seduzi-lo. Seu próprio corpo já estava totalmente seduzido de só estar
ao lado dele. E esboçou um sorriso, ao sentir que algo crescia entre suas mãos.
Estava conseguindo que ele se excitasse e ela, relutantemente, gostou de se
sentir-se poderosa. Envolveu sua parcial ereção entre os dedos e a apertou
suavemente, para depois voltar a acariciá-la com as pontas dos dedos. Desceu um
pouco e tocou-lhe o que havia abaixo, aquela parte era tão fria em relação a
outra. Mas Dulce sentiu que ao tocá-lo ali, sua virilidade pulsou batendo
contra as costas de sua mão. Estava a um passo de conseguir sua total
excitação. Talvez para conseguir isso...ela teria que apelar...

Projetou sua cabeça para frente, para ouvir a respiração dele. Estava profunda
como antes, sinal de que ele, mesmo dormindo, sentia o que estava acontecendo.
Sentiu vontade de beijá-lo na boca...

“Eu também não quero que se reprima. Faça o que sentir, sempre. Como hoje.”

De repente lembrou-se do que Christopher havia lhe dito. E de pronto soube que
isso a estimulou para que continuasse e que não se detivesse em qualquer
obstáculo. E ainda acariciando-o levemente, acomodou a metade do seu corpo em
cima dele, levando seus lábios para de encontro ao pescoço dele. O beijou ali e
foi descendo...descendo cada vez mais, até estar de novo com o queixo cravado
em seu ventre. E novamente sentiu seus lábios tremerem diante do que iria
fazer. Apertou os olhos para sufoca o nervosismo...e desceu um pouco mais...