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Christopher já não podia escutar nada do que
falavam, só puxava forte a respiração e segurava a mão de Dulce, encostando-a
em sua boca. Não estava agüentando vê-la naquele estado e não poder fazer nada.
O que aconteceu? Por que Dulce caíra? E rezou mentalmente para que não fosse
nada grave. Ouviu a voz de Pedro dizendo que sua pulsação estava fraca, e que
talvez tivesse sido uma queda de pressão ou uma baixa de açúcar no sangue.
Dulce já passara pela mesma coisa outras vezes, mas nunca caíra assim sem que
ninguém a amparasse. Havia batido a cabeça no chão com violência. Poderia ter
causado algum dano a sua cabeça. Todos ouviram o impacto e todos estavam preocupados
com aquilo, principalmente Christopher.

Revirou os olhos, sentindo como a falta de oxigênio lhe tirava as forças e
puxou ainda mais forte, mais alto... Até então sentir como o afastavam de
Dulce. Não tinha forças para reagir, mas conseguiu distinguir a voz de Poncho e
de Oso, quem deitaram-no no chão.

Poncho: Ele está ficando roxo!

Christopher abriu os olhos, ouvindo como homens carregavam o corpo de Dulce
numa maca... Tentou se levantar, mas Poncho não deixou.

Anahí: Christopher...por favor! (disse ela desesperada agarrando sua mão)

Virou o olhar para ela, sentindo como lágrimas se
acumulavam em seus olhos.

Poncho: Respira pela boca...tenta puxar o ar pela boca! Dulce já está no
hospital, não precisa ficar com medo...ela vai ficar bem!

Christopher olhava para ele como se não o conhecesse.

Christian: Anda Christopher, ela precisa de você bem! Respira pela boca!

Devido ao caos da situação, todos falavam quase aos gritos. Christopher apertou
a mão de Anahí, fechou os olhos e puxou a respiração pela boca.

Anahí: Outra vez! Outra vez!

Ele puxou a respiração outra vez, e outra vez...sentindo-se tonto ao perceber
que o oxigênio estava lhe chegando aos poucos ao cérebro. Seu peito subia com
força e cada vez apertava com mais força a mão de Anahí, forçando seus pulmões
a trabalharem. E logo todos se fizeram para trás para que um paramédico pudesse
passar. Ele se abaixou rapidamente, colocando o queixo de Christopher para
trás, enquanto abria sua boca para lhe fazer a respiração artificial.

Minutos depois ele já se encontrava sentado tomando um copo com água que Maite
lhe trouxera. Estava com o coração na mão, enfim, todos. Pedro havia ido com
Dulce na ambulância, mas ligou para Luisillo para saber como havia acabado a
crise de Christopher.

Estavam todos muito calados, esperando uma resposta
de Pedro, mas mesmo assim estavam aliviados por Dulce estar nas mãos dos
médicos. Maite abraçou Christopher e encostou a cabeça em seu ombro. Desde que
conseguiu restabelecer a respiração, estava sumamente calado. Não disse uma
palavra sequer. Como se ainda não acreditasse que aquilo acontecera. Fora tudo
tão rápido. Em poucos minutos Dulce passou mal, desmaiou, ele passou
mal...chegaram os paramédicos e tudo acabou como havia começado...do nada!

Agora Dulce estava inconsciente, longe dele e totalmente sem notícias. E o
pior, sem saber por que aquilo havia acontecido. Nessa manhã ela estava tão
bem. Tão animada. Será que ela estava doente?

Ainda se encontravam na mesma sala, pessoas espalhadas por todos os cantos. Mas
Christopher estava junto com Maite, Anahí e Christian que não lhe deixaram
sozinho em nenhum momento. Todos também permaneciam calados, estranhando aquele
clima ruim que pairava sobre todos. Infelizmente não foi a primeira vez que
isso aconteceu com alguns. Christian e Anahí passaram por isso algumas vezes, e
sabiam que todos ficavam extremamente preocupados com essa situação. E por
estar sumamente preocupado, Christian subiu a cabeça para ver Christopher e o
aconselhou:

Christian: Você deveria ir a um psicólogo tratar disso, Chris.

Christopher subiu a mirada até a dele e franziu um
pouco a testa, se perguntando o que tinha a ver seu problema com psicólogo.

Christian: Você já dezenas de vezes nos disse que essas suas faltas de ar não
tinham nada a ver com alguma doença. (Christopher assentiu concordando) Mas
isso está errado... sempre quando fica muito nervoso acontece isso. Mas nunca
você ficou tão ruim como hoje... Isso está errado. Você tem que ir a um médico.
Anahí: Eu concordo.
Christian: Você sabe o problema que eu tenho... E sabe quando estou assustado
eu fico como você ficou hoje. Mas eu tenho a plena consciência de que eu tenho
algo errado e faço terapia para acabar com isso. E hoje, posso te afirmar, não
estou totalmente curado, mas estou noventa por cento melhor.
Maite: Você acha que isso é Síndrome do Pânico?
Christian: Não vou afirmar porque não sou médico. Mas é, sim, um sintoma.
Talvez deva ser por estresse ou algo, mas eu aconselho a você consultar um
psicólogo.

Ele simplesmente ficou olhando para Christian. Não acreditava que tivesse
Síndrome do Pânico, mas realmente estava errado sofrer assim. Não era sano e
tinha que ser diagnosticado. Mas por hora não podia pensar em nada que não fosse
como Dulce estaria. Como ela estaria? O que ela tinha? O sentimento de
impotência era o que o decepcionava mais. Não sabia o que estava acontecendo e
muito menos o que fazer quanto a isso.

Mas aceitou o abraço que Maite lhe oferecia e se encostou nela, querendo ser
consolado. Estava com medo por Dulce. Mas tinha que estar confiante. Tinha que
colocar na cabeça que esse desmaio não era nada grave... E quando ela voltasse,
iria cuidar dela pessoalmente até que ela ficasse boa. Só queria saber como ela
estava... Se já havia sido medicada... Viu Luisillo andando até eles e
soltou-se de Maite, incorporando-se, esperando o que ele ia dizer.

Luisillo:
Pedro ligou.
Anahí: O que ele disse?
Luisillo: Já chegaram ao hospital, e que Dulce já foi encaminhada para um
quarto. Os médicos estão com ela no momento fazendo os exames.
Christian: E o que ela tem?
Luisillo: Não disseram nada ainda... Pedro disse que só depois dos exames.
Talvez passem a noite lá. Dulce tem que ficar em observação por causa da
pancada na cabeça.