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Christopher baixou os olhos e logo os subiu,
levantando-se.

Chris: Eu quero ir pra lá.
Luisillo: Não. Pedro disse que fossem todos para o Hotel, e que o programa de
hoje a noite foi cancelado. Ele pediu a todos que descansem e que ele mesmo vai
ficar lá com ela e ligar para sua família. Me proibiu de levar alguém para lá,
principalmente você.

Christopher se irritou com isso.

Chris: Principalmente EU tenho que estar ao lado dela nessa hora.
Luisillo: E o que você vai influir nisso? (Christopher o encarou irritado)
Nada! Vai ajudá-la como? Perdendo o ar...até sufocar?

Christopher quis ir pra cima dele, e Christian que já estava em pé o puxou de
volta.

Luisillo: Eu falo isso pro seu bem, Christopher! Fica quieto e deixa que os
médicos trabalhem. Pedro me garantiu que qualquer notícia ele vai transmitir a
todos. Ele pediu encarecidamente que principalmente você descansasse. E disse
também que pelo que conseguiu saber, não parece ser nada grave. Mas ficaram
preocupados pela pancada na cabeça e decidiram mantê-la lá, sendo observada de
perto.

Christopher o olhou desconfiado, mas se calou.
Realmente não seria de grande ajuda.

Chris: Amanhã cedo eu vou visitá-la e nem Deus vai me impedir!

Disse com convicção e logo pegou sem boné no chão e saiu caminhando para a
saída. Entrou na Van, vendo como os outros começavam a entrar. Um silêncio
infernal habitou a Van até chegarem ao hotel. Christopher não sabia nem ao
menos como se sentir naquele momento. Sua cabeça estava flutuando, mas tinha
certeza de que não conseguiria dormir essa noite. E ao chegar diante ao quarto
que estava dividindo com Dulce, ele sentiu como seu coração disparava...

Maite que vinha logo atrás dele, parou a seu lado e passou uma mão nas costas
dele.

Maite: Vou te fazer companhia...

Christopher deu um risinho sem graça e abriu a porta. E o cheiro de Dulce se
chocou contra ele com força, fazendo com o que o medo ressurgisse... mais uma
vez. Queria saber que ela estava bem. Mas por hora, estava de mãos atadas...

Os dois entraram no quarto e Christopher ligou as luzes. Maite colocou sua
bolsa em cima da mesa, vendo como tudo estava arrumado.

Maite: Pensei que o quarto de Dulce era uma zona... (riu sem evitar) Pelo menos
das últimas vezes que eu a visitei, estava uma bagunça.
Chris: Eu que arrumei a cama. (disse ele colocando a carteira ao lado de suas
coisas)
Maite: Não acredito!
Chris: Eu arrumei a cama. Ela arrumou minhas coisas... e separou minha roupa.

Maite sentou-se em um sofá e riu perplexa.

Maite: Coisas de casais. Pelo menos ela está te educando bem. Porque Guido não
se levanta da cama nem pra beber água. Quer tudo nas mãos.
Chris: Tem idéia de quanto tempo levei pra arrumar a cama? (ela riu incrédula)
Maite: Nunca arrumou uma cama?
Chris: Nunca! (abriu um sorrisinho)
Maite: Pra tudo tem uma primeira vez.

Christopher tirou um cigarro da gaveta, onde havia colocado pela manhã e buscou
o isqueiro.

Maite: Não acha que sua falta de ar é um bom pretexto para dar uma parada no
cigarro?
Chris: Estou ansioso... nervoso, receoso, medroso... e tudo de ruim no momento.
Não posso evitar querer fumar. E, por favor, não me prive disso.
Maite: Não estou lhe privando. Era só um conselho. (esticou a mão para a
carteira de cigarro e pegou um também)´

Uma batida porta ecoou no quarto.

Chris: Quem é?
Christian: Eu!
Anahí: E eu!
Poncho: E eu também!

Christopher riu ao ouvir as risadinhas detrás da
porta. Ele abriu a porta e encontrou com os três sorrindo. E as carinhas
angelicais que deram, fizeram com que Christopher caísse na gargalhada.
Primeiro Christian tirou uma garrafa de vinho das costas, depois Anahí tirou
outra e Poncho tirou outra, em seqüência.

Christian: O queijo está subindo.
Anahí: E Pedro ligou para avisar que Dulce já está medicada, que passa bem...e
que amanhã terá alta.
Poncho: Viemos comemorar.
Anahí: Bebemorar, meu amor.

E todos riram. Christopher se fez de um lado para que todos pudessem entrar.
Perguntou umas quinhentas vezes como Anahí sabia que Dulce e estava bem. E
quinhentas vezes ela respondeu ela detalhou a história. Mas Christopher só
ficou mais aliviado quando ele mesmo falou com Pedro. E com a ajuda do vinho
que trouxeram, ele conseguiu dormir. E os outros quatro ficaram até ele ferrar
o sono. Maite e Christian não agüentaram sair também, os dois se embriagaram
rápido e acabaram dormindo também no quarto de Christopher, no colchão reserva.
Anahí vendo aquilo riu sozinha com a taça encostada na boca. Mas ao alçar a
cabeça, se deparou com o olhar de Poncho... Tragou a saliva. Pensava que todos
haviam adormecido... Mas nem sequer falou com ele. Levantou-se da cadeira e
aclarou a garganta.

Anahí: Acho que agora ele está bem...

Disse mais para si do que para Poncho. Deu
meia-volta e saiu rapidamente do quarto. Um ambiente com Anahí e Poncho era
estranho. E ela não gostava de coisas estranhas. Buscou o cartão de seu quarto
no bolso da calça e parou a frente da porta, abriu a porta, mas antes que
pudesse entrar...

Poncho: Posso entrar também?

Ela virou a cabeça imediatamente para o lado, sobressaltada pela voz de Poncho.


Anahí: Que susto!

Ele riu, se escorando na parede.

Anahí: O que faz aqui?
Poncho: Os outros estão dormindo e eu estou sem sono.
Anahí: E o que tem a ver comigo?
Poncho: Você não está com cara de quem está com sono. (e abriu um sorriso
enigmático) O que acha de baixarmos para beber algo? Com certeza no bar deve
estar tocando alguma música.
Anahí: E você entende porcaria alguma de música Romena?

Poncho riu negando com a cabeça.

Poncho: Então podemos entrar, beber...e escutar músicas do seu notebook. O que
acha?
Anahí: Como sempre... uma péssima idéia. (encarando-o diretamente nos olhos)
Poncho: Bom, isso vai servir para te impedir de me deixar entrar?

Anahí trincou os dentes virando o rosto para frente
e suspirou forte, para se dar conta de que o queria ali dentro, assim como
queria o com certeza iria acontecer... Já não mais podia se perguntar porque
ainda o queria assim. Mas não queria perder tempo com coisas que ela não
poderia entender. Só sabia que queria...e que como sempre, faria o que queria.

Anahí: Não...

Poncho abriu um sorriso de orelha a orelha, vendo como ela entrava no quarto
deixando a porta aberta. Discretamente olhou para os dois lados do corredor imenso
e vazio. E passou uma mão no cabelo enquanto dava um passo à frente para entrar
no quarto.

Dulce:
Deus...

A voz sonolenta de Dulce fez com que Pedro desse um pulo do sofá que havia do
lado. Dulce havia dormido durante toda a noite. Nem ao menos havia acordado
quando as enfermeiras tiraram suas roupas e a trocaram por uma bata do
hospital. Os médicos fizeram questão de não medicá-la. Ele não entendeu porque
optaram por isso com tanta insistência, mas eles eram médicos, sabiam muito
mais do que ele o que estavam fazendo. Somente tiraram um pouco de sangue e lhe
colocaram um tubo de soro com glicose. Coisa que as enfermeiras trocaram pela
madrugada e colocaram soro normal.

Suspirou passando a mão no cabelo, enquanto bocejava. Fazia tempo que não
dormia tão mal. Estava preocupado por tudo o que acontecera, mas aliviado de
saírem hoje daquele hospital.

Aproximou-se de Dulce e lhe pegou a mão, vendo como ela tentava abrir os olhos.
Olhou as horas no relógio. Por Deus, sete horas da manhã! Foi até as janelas e
escorreu um pouco as cortinas, vendo a imagem de um novo dia ensolarado pela
janela. Ainda tinham que gravar o clipe...ainda teriam que sair nesse mesmo dia
para Transilvania, onde o resto da equipe os esperavam.

Dulce: Pedro...