No espelho do camarim se pegou olhando para sua barriga, e se assustou com a súbita emoção que lhe preencheu o coração. E sacudiu a cabeça, sentindo como seus olhos marejavam. Cortou pelo meio a vontade de chorar e tratou de colocar um sorriso no rosto. Mas não contava que assim que colocasse os pés no palco, a súbita vontade chorar voltaria à tona. E nesse momento, Christopher foi imprescindível. Ele notou, em Cariño Mío, ele cantando sua parte com ela, baixou o microfone e gritou:

”Arriba, Cariño Mío.”

E ela abriu um sorriso enorme, vendo como se distanciava para dançar daquele modo que dançava...

E esse pequeno detalhe fez com que ela acordasse para show, para fazer de seu trabalho...uma diversão, como sempre. Assim como fora o da noite de ontem, na abertura oficial da Turnê Celestial na Espanha.

ZzZz: Christopher está vindo!

Disse a fã emocionada, fazendo com que Dulce se virasse para trás, ao ver como as meninas quase pulavam no pescoço dele. Suspirou, acostumada com aquela cena. Sempre era assim mesmo. E então, deixaram um pouco Dulce de lado, que aproveitou para escapulir para o check-in. Deixou a montanha de presentes no chão e tirou os documentos para dar entrada no check-in. Já com o bilhete nas mãos, Dulce ouviu o som dos flashes as suas costas.

Virou a cabeça e viu como Christopher estava mais atrás ainda cercado de gente. Virou-se uma vez ao ouvir uma moça da companhia aérea lhe pedir um autografo, o que obviamente ela não negou.

Mais alguns minutos, entre autógrafos e fotos, e mais sorrisos, ela acabou entrando na sala de embarque para esperar pelo vôo. Buscou um lugar mais afastado. Não havia muitas pessoas, e elas estavam todas dormindo, bom, quase todas. Sentou-se em uma cadeira e pôs os presentes em outro assento. Suspirou e ladeou a cabeça vendo como Christopher fazia o check-in. As portas de vidro deixavam todos a verem, assim como deixava que tirassem fotos dela.

Ela tragou a saliva, ao ver como uma menininha de mais ou menos dois anos lhe dar tchau. Ela sorriu enternecida e acenou para a menina. Era tão linda... Seus cabelos escuros, seu rostinho de bebê. Abriu mais outro sorriso, ela lhe abria um sorriso e agitava a mãozinha. Então viu Christopher chegando, um por um segundo seu olhar caiu sobre ele, quem se sentava a seu lado. Logo virou os olhos outra vez para a parede de vidro e seu sorriso desapareceu...

Não havia nenhuma criança. Como assim? Ela estava lá! A viu... Suspirou, meu Deus, já estava ficando louca, pensou praguejando em silêncio.

Somente havia alguns adolescentes, loucos para flagrarem algum movimento seu e de Christopher.

Mas não havia clima para aquilo. Não havia clima nem para conversar.

Chris: Sua mãe já reservou nosso quarto?
Dulce: Sim.
Chris: Ahh ok.

Dito isso ele tirou o notebook de sua bolsa especial e começou novamente a teclar e teclar. Ignorando sua existência. Seu único divertimento agora seria...óbvio, suas unhas. E logo levou a mão à boca.

Chamaram as pessoas de seu vôo e logo o dois saíram em disparada pelo portão de embarque. Se acomodaram em seus assentos, obviamente, Dulce na janela e ele no corredor como sempre. E novamente Christopher tirou o notebook de dentro da maleta e o acomodou na mesinha. Dulce deu uma espiadinha, olhou com interesse...mas somente viu que ele estava assistindo a um vídeo no youtube.com. Uma coisas de rock, que ela não suportava. Gosto mais estranho esse. Suspirou e logo virou a cabeça. Vendo a paisagem através da janela. Ainda estava escuro na Espanha, quase não dava para ver nada. Dulce bufou, e logo o sono entrou... E só foi fechar os olhos, que adormeceu.

Chris: Dulce...(a tocou de leve na perna) Dulce...
Dulce: Que?
Chris: Chegamos...
Dulce: Ok..

Christopher esperou que ela abrisse os olhos e desencostasse a cabeça de seu ombro. Mas ela somente voltou a fechar os olhos e a dormir.

Chris: Dulce, só estamos nós dois nesse avião. Acorde!

Ela abriu os olhos de uma vez, logo percebeu que estava de óculos. Tirou os óculos e se espreguiçou. Christopher já estava em pé com as coisas dela nas mãos. Ela ajeitou o gorro no cabelo e bocejou não querendo se levantar. Mas logo os dois saíram caminhando para fora do caminhão...

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Bom, a ilha era tão pequena que teriam que pegar um barco para fazer o trajeto. E, por sorte, o hotel que estavam hospedados disponibilizava esse barco.

Dulce: Creio que vou enjoar. (disse olhando para o barco ancorado na marina)
Chris: Eu também.

Do nada os dois começaram a gargalhar e foram entrando no barco. Acomodaram-se em suas poltronas e logo seguiram viagem por aquele mar de águas escuras. Realmente era lindo. Um espetáculo. Dulce olhou para a cara de Christopher que parecia pálido.

Dulce: Se sentindo mal?
Chris: Eu creio que sim. E você?
Dulce: Não me passou nada ainda, mas sinto minha barriga dar voltas.
Chris: Mas estamos perto, olha lá...é aquele Hotel.

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Dulce: Bonito.
Chris: Sim.

Christopher estava agoniado de tanta náusea, se andassem mais dois quilômetros, ele vomitaria nos próprios pés. Mas agradeceu a Deus por chegarem rápido ao destino. Desceram no mini-porto e logo foram caminhando. E logo avistaram Dona Blanca acenando. Christopher havia ligado para ela quando aterrissaram. Caminharam até ela, mas estacaram no caminho, ao ver as duas pessoas que estavam ao lado de Blanca. Os dois arregalaram os olhos, dizendo ao uníssono.

Dulce: PAI!
Chris: MÃE!
Blanca: Surpresa!