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Mas não como a falta que sentia de Christopher,
não essa vontade louca de estarem sozinhos e escondidos de todos. Sentia falta
dele...sentia falta de estar com ele... Sentir seus beijos, de sentir seu
corpo, de sentir seu abraço, de ouvir sua voz doce carregada de paixão. Queria
estar com Christopher outra vez, mas como seu namorado e não como pai de seu
filho. Queria que tudo fosse como antes. Seria tão mais fácil...

Ele afastou-se um breve momento ao entreabrir os olhos e ver como uma luz
estranha piscava mais na frente. Christopher a abraçou contra si, encostando a
cabeça dela em seu ombro.

Chris: Paparazzi na área...

Dulce então se afastou dele e olhou para os lados, enxugando os cantos dos
lábios. Voltou a olhar para ele, quem estava sério.

Dulce: O que foi? Por que me olha assim?
Chris: Vai continuar desse jeito?
Dulce: Que jeito?
Chris: Foi só eu falar em imprensa que você foge como o Diabo foge da Cruz!
(irritado) Acabamos de falar que deveríamos estarmos mais juntos o possível!
(ela somente o olhava atenta) E entrou por um ouvido e saiu pelo outro... O que
acha que eles vão dizer? Que nós estamos namorando? (ele fingiu uma gargalhada)
Todo o mundo já sabe disso, meu bem! Seus pais e minha mãe estão aqui, o que
vai sair amanhã junto com essa foto posso até adivinhar... Dulce María e Christopher
Uckermann trazem os pais a Ibiza para comemorarem o noivado...

Dulce então gargalhou e ele não entendeu
nada.

Chris: E agora, o que?
Dulce: Você é muito bobo!
Chris: Boba é você!
Dulce: Eu não me afastei de ti por causa de paparazzi algum... (ele franziu a
testa, desconfiado)
Chris: Então...?
Dulce: Só quero sair daqui...(ele ficou olhando-a, sem entender) quero..
(tragou a saliva, baixando os olhos) quero te ter só pra mim... por um
segundo...

Ele ficou olhando-a do mesmo jeito, como se não estivesse crendo em suas
palavras...

Dulce: Quero conversar mais...quero acertar nossa vida e nossa relação... Nós
ainda temos muito o que dizer um para o outro. Não vai ser fácil esse mês...e
eu estou precisando da sua ajuda. Quero sentir que você quer estar comigo,
Christopher. Tenta me entender!

Ele deu um passo a frente e a puxou para si outra vez, e sem demora a beijou
outra vez. Mas não como antes. Não com ternura. E sim com possessão total.
Tomou a boca de Dulce com tanta vontade que ela ficou surpresa, e demorou um
pouco a corresponder. Sentiu a ávida língua de Christopher internar-se em sua
boca e tomou fôlego...estreitando-o contra si. Sentiu como ele segurava sua
nuca, abrindo ainda mais a boca para intensificar o beijo. Sentiu falta
disso... Sentiu falta dessa pegada que sempre a seduzira. Essa pegada que tinha
o poder de quebrar todas as suas defesas. Era impossível ficar estática com
todo esse homem querendo tudo dela. Era impossível não sentir esse desejo
abrasador por ele...mesmo depois de tantas vezes, de tanto tempo.

Abraçou-o mais forte ainda, colando seu corpo
ao dele, enquanto entranhava suas mãos debaixo de sua camisa negra. Ele
arquejou ao sentir como as mãos dela, que estavam frias, acariciavam suas
costas quentes. Descolou a boca da dela e a abraçou, roçando sua bochecha na
dela.

Chris: Melhor pararmos por aqui...já demos fotos demais para os paparazzi.

Dulce suspirou resignada. Não queria parar. E bufou, quando ele a afastou com
uma palmadinha no ombro. Deixou-o conduzi-la de volta ao bar, exatamente para a
mesa seus pais estavam. Sentou-se e abriu um sorriso para Alexandra, quem via
Christopher abraçar Dulce e puxá-la para si, protetoramente.

Em poucos minutos, começou uma banda animada e uma pessoa encarregada de
entreter os turistas estava pegando a todos para dançar. Christopher e Dulce
observaram os pais, que estavam bem animados. Dulce estava deitada no ombro de
Christopher, sentindo como o peso do cansaço começava a cair sobre o seu corpo.
Havia dormido pouco. Estava quase há duas noites inteiras sem dormir. Precisava
descansar. E rapidamente.

Chris: Quer subir?

Ela assentiu bocejando, enquanto ele via como sua mãe e os pais de Dulce
dançavam a Macarena. Os dois gargalharam subitamente, e se olharam.

Dulce: pensei que não ia viver para ver essa cena... (rindo)
Chris: Vivendo e aprendendo... E estamos novamente no baile da Terceira idade.

Dulce riu, em meio a um bocejo.

Chris: Quer que eu te leve pra cima? (ela assentiu não conseguindo parar de
bocejar) Não tem problema?
Dulce: Não...quando notarem que subimos, saberão que estamos muito cansados.

Christopher se pôs de pé, imediatamente.

Chris: Então vamos...

Dulce se ergueu e aceitou a mão que ele lhe oferecia. Os dois subiram em
silêncio, e se abraçaram quando o elevador se fechou, assim como continuaram
abraçados quando o elevador abriu. Pararam na frente do quarto de Dulce. E
Christopher, encostou uma das mãos na parede, esperando Dulce abrir a porta.
Quando ela o fez, olhou para trás, encarando-o nos olhos. Vendo que por trás
daquele olhar, havia alguma coisa.

Dulce: O que?
Chris: Que?

Ela cruzou os braços sobre os seios.

Dulce: Pede vai...
Chris: (franziu a testa): Pede o que?
Dulce: O que você quer...
Chris: Eu?
Dulce: Sim!

Dulce viu como ele suspirava olhando para dentro do quarto. E ela esboçou um
sorriso, virando-se para a porta.

Dulce: Vem...

Christopher franziu a testa, vendo como ela
entrava no quarto e deixava a porta aberta. Dentro do quarto, Dulce olhou para
trás e o viu do mesmo jeito.

Dulce: Não vai entrar?
Chris: E seu pai?
Dulce: E daí?
Chris: Se ele souber?
Dulce: Pelo menos fica mais fácil de dizer as novidades. Se ele já sabe que
dormimos juntos, pode ter uma noção do que se passa aqui dentro.

Christopher entrou no quarto e fechou a porta atrás de sim, não esquecendo de
trancá-la, bem trancada. Qualquer coisa, corria para o banheiro. Ele esboçou um
sorriso com tal pensamento e foi caminhando para a cama. Se jogou de costas,
vendo como Dulce tirava suas sandálias e entrava no banheiro. A brisa da noite
entrava com força total pela janela, fazendo o ar frio tocar-lhe a face. Ele
bocejou, também sentindo como o cansaço lhe fazia presa. Tirou a blusa,
jogando-a em cima da cabeceira da cama. Ouviu o barulho do chuveiro e deduziu
que Dulce ainda demoraria. Estaria esperando-a ali, deitado. Levantou-se e
tirou a calça, quem teve a mesma viagem da camisa. E logo desabou na cama outra
vez, sentindo seus olhos pesados. E decidiu esperar Dulce com os olhos
fechados...

Dulce saiu do banheiro, com a toalha enrolada sobre o corpo. E sorriu ao ver
como Christopher estava esparramado na cama. Veria aquilo todas as noites,
todos os dias... Dulce não conseguia acreditar que iria morar com ele. Não
conseguia acreditar que por fim, teria alguém para compartilhar tudo,
principalmente, sua vida. Embora tivesse a consciência de que tudo estava sendo
prematuro, nunca pensou que se sentiria tão feliz por isso. Christopher não
queria deixá-la. A amava, como ela o amava. Encontrara sua metade, encontrara
seu príncipe encantado...e queria que pelo resto da vida ele continuasse sendo.

Procurou vestir uma roupa interior limpa e
pôs um camisão de algodão sobre o corpo, começando a ouvir como Christopher
ressonava alto. Apagou as luzes, deixando somente que a luz da lua, iluminasse
algo. Deitou-se ao lado dele, se aproximando até conseguir abraçá-lo. Passou a
mão sobre seu peito, acariciando-o devagar. Não tinha sentido perder o sono
agora, quando há cinco minutos atrás, estava quase caindo. Dulce suspirou...
Deve ter sido o banho. Porém, já que não conseguia dormir, Christopher também
não ia fazê-lo. Um sorriso maléfico se desenhou em sua boca... enquanto passava
a perna por cima de sua coxa.

Dulce se aconchegou mais e falou-lhe ao ouvido.

Dulce: Cielo... (e prendeu o lóbulo de sua orelha entre seus lábios, assim como
ele fizera mais cedo)

Christopher grunhiu.

Chris: Quero dormir...

E Dulce riu, se erguendo para se colocar em cima dele. Christopher
automaticamente fechou os braços em volta de seu corpo, sentindo como Dulce lhe
beijava o pescoço.

Dulce: Estou grávida...(lhe disse beijando o canto dos lábios) e tive meu
primeiro desejo...
Chris: E qual seria esse? (falou ainda sem abrir os olhos)
Dulce: Humm... (e beijou-lhe a boca)
Chris: É melhor que peça agora que estou meio desperto...porque depois...
Dulce: Tudo o que eu quero...

E alçou a cabeça, para encostar suas boca diretamente no ouvido dele.

Dulce: É você...

Ele reprimiu um sorriso, ao sentir como ela
resvalava os lábios por sua bochecha até chegar a sua boca. E ele sentiu como a
língua dela resvalava sobre os mesmo, enquanto abria os olhos, vendo a sombra
de Dulce sobre si. Colocou as duas mãos no rosto dela e alçou sua cabeça,
interrompendo as carícias bruscamente.

Chris: Por favor...
Dulce: O que?
Chris: Dulce...não, não quero. (afastando-a)

Ela suspirou alçando as mãos para apartar as mãos dele de si.

Dulce: Por que não, oras?
Chris: Você...
Dulce: Estou grávida e daí? (ela escorregou para o lado, chateada, saindo de
cima dele) Não estou leprosa.

Christopher sentiu como ela virava as costas para ele, deitando de costado na
cama. Ele suspirou olhando para o teto.

Chris: Pelo que sei...(começou ele timidamente) mulheres grávidas não... (e se
calou bruscamente)

Dulce esboçou um sorriso silencioso. Homens...suspirou, não entendiam nada de
mulheres e nem de gravidez. E Christopher, uhh, era o que menos entendia.
Estavam ferrados. Totalmente ferrados. Seriam os pais mais inexperientes que a
face da terra já ouviu falar. E ela se divertiu com isso.

Dulce: Não o que?

Chris: Não...sentem te-tesão.
Dulce: Ah sim? (Dulce reprimiu a gargalhada)
Chris: Bom, foi isso que um amigo meu disse. (tragou a saliva) Ele também caiu
nessa...nessa de ser pai jovem... bom, não tão jovem quanto nós, ele tem vinte
e cinco... Mas...acabou indo morar junto com a mulher que ele engravidou...
Dulce: E?
Chris: Para que não haja brigas, nem discussões futuras, isso foi quando nós
dois estávamos separados naquela época... (ouviu Dulce rir) Estávamos no
México...e nos reunimos, você sabe. Aí começamos a conversar sobre nossas vidas
e ele me disse...
Dulce: Disse o que?
Chris: Ele me disse que a mulher dele nem suportava vê-lo de cueca.

Dulce franziu a testa, jogando-se para trás, para ficar de barriga para o teto,
interessada na história.

Chris: Sim...ele me disse que desde que ela soube que estava grávida...eles só
fizeram amor, quando o menino tinha três meses. Ou seja, passou mais de um ano
a ver navios.
Dulce: Cielo... (e riu um pouco) pelo que sei, quando a mulher está
grávida...digamos que...”ou é oito, ou é oitenta...”
Chris: Está me dizendo que...?
Dulce: Estou te dizendo que tem mulheres que sentem de menos...e outras...que
sentem de mais.
Chris: Você está classificada em qual desses tipos?
Dulce: Bom, não sei. O médico me disse hoje que meu corpo ainda está recebendo
pouca carga de hormônios, ou seja, ainda não mudei muito porque o embrião ainda
não se tornou um feto... Tipo...é como se o embrião comesse pouco...e feto,
como está em processo de crescimento, comesse mais.

Christopher riu,
fazendo-a rir também.