Fanfic: Nos Cαminhos dα Vidα ~☆

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E Dulce
suspirou aliviada ao se dar conta de que não era o fim. Suspirou aliviada ao se
dar conta de que sua carreira não havia acabado, e sim estava parada
provisoriamente.

E sentiu que era em detalhes assim como esse de agora, ela e Christopher mais
juntos do que tudo, que valia a pena ter passado por toda a felicidade, por
todo o sofrimento que passou através desses anos.

Daniel,
Poncho, Memo...até chegar em Christopher. Nem sempre “a terceira tentativa era
infalível.” Precisou viver as piores humilhações que uma mulher pode viver para
encontrar sua metade. Precisou viver tudo isso para topar-se com o homem da sua
vida. O homem “sem rosto” de seus sonhos que tanto lhe reclamara que o visse,
que o visse com os olhos do coração. E hoje podia dizer, não era só seu coração
que o via, mas sim toda sua alma.

E sabia... que não tinha menor idéia do que aconteceria com sua vida amanhã.
Não tinha a menor idéia se seria uma boa esposa...quando resolvessem se casar,
óbvio. Não tinha a menor idéia se seria uma boa mãe. Mas tinha uma certeza...
Talvez uma certeza maior do que a própria morte... A certeza de que daria o seu
melhor para que isso funcionasse. Daria seu melhor por ser a companheira ideal
para Christopher, daria seu melhor para ser a mãe que qualquer filho se
orgulharia. Apenas, daria seu melhor, por mais que esse não fosse seu desejo
ser mãe...e ser esposa, tão prematuramente. Sentia não estar preparada, mas
isso não significava que ela perderia mais seu tempo se lamentando por erro
irreversível. Estava pronta para a batalha, podia vir o que viesse, ela estava
pronta para vencer qualquer obstáculo, começando por seus medos.

O filme terminou e as luzes se acenderam.

E os dois ainda se encontravam rindo das partes engraçadas do filme. Dulce
olhou para o lado e viu como ele se espreguiçava. Olhou em seu relógio...oito
horas da noite, comeriam rápido e rumariam para casa. Já não agüentava mais ter
tanta gente ao seu redor. Precisava estar com ele, a sós.

Dulce: Vamos...

Dulce pegou na mão dele e saíram caminhando rápido.

Chris: Pra que tanta pressa?
Dulce: Quero ir para casa!

Christopher
parou em seco, fazendo-a parar também. Segurou no braço dela e a virou
delicadamente.

Chris: está passando mal?
Dulce: Não.
Chris: Então?

E ela se virou novamente para a saída, levando-o consigo.

Dulce: Só quero ir embora.

Os dois saíram dali, mas antes que atravessassem as portas Christopher refreou
o passo de Dulce, para que pudessem ir mais devagar.

Chris: Vamos com calma, ok.

Ela suspirou resignada. Estava agindo como uma completa ninfomaníaca. Bom, não
era sexo o que queria... Pensando bem, talvez quisesse isso também, Christopher
estava mais sexy a cada vez que o olhava...que... Uhhh! Não sabia o que fazer.
Mas não era só disso que precisava. Precisava estar pertinho, ouvindo sua voz
rouca perto do ouvido, precisava sentir os braços dele enlaçando-a, mantendo-a
perto de seu coração, perto de seu corpo. Precisava ouvir palavras de carinho e
conforto. Precisava ser mimada essa noite. Precisava ser amada essa noite.
Precisava que Christopher lhe dissesse que tudo sairia bem depois do que
ocorrera nessa manhã. Precisava que ele lhe dissesse que sempre estaria ao seu
lado depois de amanhã...quando voltasse a encontrar-se em um palco pela última
vez com o projeto dos seus sonhos.

Suspirou resignada, daria o tempo de Christopher. Não queria soar tão
desesperada.

Dulce: Ok, ok.
Chris: Bom, então vamos comprar nosso jantar.

Logo chegaram na imensa praça de alimentação que havia no shopping. Comida para
todos os gostos. Difícil era escolher entre tantas gostosuras.

Chris: Você
vai querer comer o que?
Dulce: Mcdonalds...
Chris: Coincidimos em algo.

Os dois sorriram um ao outro e Christopher voltou a segurar sua mão. Chegaram
ao Mcdonalds e Dulce escolheu um Cheddar duplo, com batata frita grande e um
milkshake de morango. Christopher pediu o mesmo, e enquanto ele pagava, ela
comprou um sundae para beliscar. Sabia que estava comendo muito esses dias, mas
próxima semana começaria sua dieta. Não queria ficar uma baleia com a gravidez.
Devia maneirar um pouco nessas comidas por mais que sofresse com isso.

E assim chegaram no carro, Christopher com várias sacolas na mão, pois ainda
pararam em uma loja que vendiam doces e compraram mais um bocado de besteira.

Dulce: Ser feliz assim é gostoso... (disse ela raspando a colher no fundo do
copo do sundae para extrair até a última gota de chocolate)
Chris: Você quem o diga, né?

Ela riu.

Dulce: Deixa eu aproveitar, ok! Próxima segunda não vai ter mais nada disso,
vou começar a dieta que o médico me passou.
Chris: Quando você vai fazer novos exames?
Dulce: Depois de amanhã quando voltarmos do México. Minha mãe insiste em me
levar ao ginecologista dela. (e bufou contrariada) Não gosto de hospital...

Ele riu alto.

Chris: Você sempre sai do hospital com alguma doença...
Dulce: Cheiro de hospital me dá alergia.
Chris: Dulce, isso é coisa da sua cabeça.... Ijole! Por você...você tem alergia
a tudo.
Dulce: A tudo não, ein! Não tenho alergia a você.

Ele ergueu as sobrancelhas com divertimento e colocou o carro em movimento.

Chris: Pelo menos isso, não é?
Dulce: E mesmo se tivesse...eu preferiria passar o dia inteiro me coçando, do
que estar longe de ti.

Ele olhou
para o lado rapidamente, alargando sua mão para pousar na perna dela.

Chris: Você me ama, não é?
Dulce: E você não está feio de saber já?
Chris: Ainda estou bonito, pelo que sei.

Os dois gargalharam.

Dulce: Então não vou te enfear dizendo que te amo.
Chris: Eu quero ser feio, diga.

Dulce riu, rebuscando a sacola para encontrar as batatinhas fritas.

Dulce: Te quiero com todo mi corazon.
Chris: Não gostei. (e riu) Quero que diga algo que não seja uma fala de novela.
Algo que vem de dentro de você, realmente.
Dulce: Eiii isso veio de dentro de mim...
Chris: Claro que veio, né. (os dois gargalharam) Mas, digo, sem clichê.
Dulce: Algo original?
Chris: Sim, algo original. Você pode?
Dulce: Vamos ver se sim...

Enfiou uma batatinha na boca, enquanto pensava no que dizer.

Dulce: Não sei o que deu agora quando estávamos vendo o filme... Pensei no
Guillermo.

Christopher sentiu um arrepio ao ouvir o nome do ex-namorado de Dulce.

Chris: E isso por que? (perguntou ele curioso)
Dulce: Não sei... Ele veio na minha memória de repente. Lembrei de tudo o que
passamos juntos, lembrei daquele dia...lembrei da semana que passamos no seu
apartamento. Lembrei de muita coisa.
Chris: E por que lembrar disso logo agora?
Dulce: Porque foi onde começou tudo, Christopher. Tudo o que somos
hoje...devemos ao que ele fez comigo. Mas...e se ele não tivesse feito aquilo?
Será que hoje seríamos o que somos hoje?
Chris: Bom, ninguém sabe. Mas eu acredito que não. Você continuaria me tratando
como um lixo. (disse sorrindo)
Dulce: Não te tratava assim, Cielo.
Chris: Só não falava comigo. Eu era unicamente o par romântico da Roberta e só,
nada mais que isso.

Dulce: Não
sei o que acontecia comigo... Não consigo pensar o que seríamos de nós dois
hoje se nada daquilo tivesse acontecido. Se não houvesse a tentativa de
estupro, se não tivéssemos passado aquela semana no seu apartamento. Como é que
estaríamos hoje?
Chris: Sozinhos.
Dulce: Você acha?
Chris: Talvez sim, talvez não... Não tem como saber. Mas te conhecendo como te
conhecia, eu sabia que você nunca tomaria alguma iniciativa comigo.
Dulce: Será? Talvez um dia pudéssemos estar todos bêbados depois de um show...e
eu te diria um ‘Olá, bonitão, que tal?’

Christopher gargalhou, jogando a cabeça para trás.

Chris: Acho que só aconteceria se você estivesse tão bêbada como lá no Brasil.
Dulce: É... talvez sim. (admitiu ela) Mas poderia acontecer em outra festa,
quando você não estivesse rodeado de puta.
Chris: Orale...será que era isso que você tinha raiva em mim? Mas saiba que nem
sempre era só eu a estar rodeado de mulheres, seu namoradinho na época, o
grande Alfonso Herrera, também estava incluído no pacote.

Dulce suspirou melancolicamente.

Dulce: Você e ele juntos, não valiam uma cibalena.
Chris: Eiii! Ainda hoje é assim?
Dulce: Se ainda fosse assim, não estaria contigo, pode apostar.
Chris: E como eu sou agora?
Dulce: Você é o meu amor. Mas mesmo te amando não sou cega e nem idiota. Por
que você deixou aquele bando de loira passar a mão na tua bunda?
Chris: Passaram? (ele olhou para ela de rabo de olho, vendo como ele
entrecerrava os olhos com desconfiança.)

Ele riu divertido.

Chris: Isso é coisa que acontece quando nossa bunda é famosa.
Dulce: E só porque é famosa você vai deixar o povo passar a mão?
Chris: Sou simpático... (e abriu um sorriso)
Dulce: Ok, também vou ser simpática. Qualquer homem que quiser passar a mão em
mim, eu deixo....e em qualquer lugar.

Christopher deu uma risadinha.

Chris: Há!
Há! Essa eu quero ver...
Dulce: Você duvida de mim?
Chris: Duvido.
Dulce: Não me subestime, Luis Uckermann, cuidado comigo.
Chris: Não estou gostando desse papo... Vamos cortá-lo antes que eu me irrite,
ok. (Dulce riu com ironia) Agora, vai aí atrás e pega essa sacola verde...quero
te mostrar uma coisa.

Dulce colocou as sacolas de comida nos seus pés e se virou para trás. Havia
várias sacolas. Pelo jeito a mãe de Christopher passou o facão nos cartões
dele. Tragou a saliva envergonhada de seus pensamentos. Alexandra era a mãe
dele, e o dinheiro era dele...poderia fazer o que quisesse com ele. E onde
estava essa bendita sacola verde?

Dulce: O que tem na sacola verde?
Chris: Achou?
Dulce: Ainda não! (tirando umas sacolas do meio) Pelo o amor de Deus, você
comprou o shopping inteiro?
Chris: Estava precisando de umas roupas.
Dulce: E comprou pra mim também?
Chris: Encontre a sacola verde, que você verá.
Dulce: O que será que tem nessa sacola verde? (balbuciou revirando as sacolas)

E Christopher entendeu que ela disse isso mais para si do que para ele.

Dulce: Achei! (disse ela radiante, pegando a sacola na mão)

Christopher sorriu, ligando a luz interior do carro. Queria que ela visse bem
do que se tratava.

Dulce observou aquela sacola verde, logo percebendo que dentro dela havia um
pacote. Não era muito grande, na realidade era uma caixa. Descobriu a caixa que
havia dentro e com grande curiosidade, colocou-a em seu colo e logo olhou para
Christopher, quem estava sorrindo ao seu lado. Era uma caixa vermelha, com
rosinhas desenhadas. E pela risada dele, gargalhou abrindo a caixa. Por essa
cara de safado, tinha uma idéia do que se tratava, a embalagem também não
deixava dúvida. Gargalhou outra vez, retirando os vários papeizinhos que
cobriam o real “presente”. Christopher era um sem vergo...