Fanfic: Nos Cαminhos dα Vidα ~☆

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Seus olhos
pousaram em cima do Dançarino Espanhol de Gesso que Dulce havia lhe presenteado
há muito tempo atrás. Queria relembrar a dor que sentiu ao dar aquela estátua
para ela naquele tempo. Mas somente as lembranças do que viu estavam em sua
mente. Não podia sentir mais a dor. Não mais, quando essas duas estátuas que
representavam suas vidas, estavam prestes a se encontrarem e viverem juntas,
até quando existisse amor...

Caminhou de volta ao closet, ainda com os pensamentos embaralhados. Era tanto
que pensar. Era tanto a fazer. Estava cansado, precisava deitar, dormir...
esquecer um pouco essa loucura. Mas antes faria o que dissera a ela...deitariam
na rede armada na varanda e planejariam o futuro, juntos.

Buscou uma rede entre suas coisas. Havia uma somente e nem era dele. Era de
Dulce. A levou para a varanda e a armou direitinho. Ao voltar, ele sacou a
camisa pela cabeça e a jogou em cima da cama, depois de comer tomaria banho,
estava cheio de cabelo. Sentia-se um grude.

Ao descer, ele viu como ela estava lavando as poucas louças sujas. E sorriu, sem
querer perder essa chance de irritá-la.

Chris: Aprendendo a ser dona de casa, ein?
Dulce: Não começa. (disse ela sem se voltar)
Chris: Amanhã quero que cozinhe para mim... (e foi ao lado dela, empurrando-a
um pouco para lavar as mãos)
Dulce: Não sei cozinhar.

Chris: Vou
não me engana mais, ok! (ele a olhou, vendo como ela mordia os lábios,
reprimindo o sorriso) Sua mãe ensinou você a cozinhar. Dulce, como pôde mentir
esse tempo todo? (disse ele divertido, vendo como ela ria desmedidamente) Tudo
isso por preguiça?
Dulce: Ah...eu geralmente não gosto de cozinhar, mas tem dias que quero fazer.
Tipo, isso ocorre quase como um ano bissexto. (e sorriu)
Chris: Mas sabe cozinhar...e me fez acreditar que não sabia nem fritar um ovo!
Dulce: Mas faz muito tempo que eu não cozinho! Nem sei se sei mais.
Chris: Cadê a confiança entre nós? Por que teve que mentir ao invés de dizer a
verdade? Estou magoado. (disse ele com fingido descontentamento)

De repente ela ficou séria.

Dulce: Ay não Chris! Por favor, por isso não!
Chris: Como que por isso não, Dulce? (ele reprimiu a risada)

Afastou-se da pia e foi enxugou as mãos em um pano qualquer. Sentou-se na mesa,
e viu como ela terminava de lavar as louças. E jogou o pano que enxugou as mãos
para ela, quem o pegou no ar.

Dulce: Pelo o amor de Deus, não invente de ficar chateado comigo logo hoje!
(disse ela quase entrando em desespero) Logo no único dia que a gente tem pra
se curtir, pra namorar, ficar juntinho você inventa de ficar chateado comigo
por causa disso! Sem falar que hoje eu já deixei gente suficiente puta comigo,
e não quero que você entre nessa lista também.
Chris: Exagero! (disse ele antes de morder o sanduíche)
Dulce: Não faça isso, por favor!

Ele olhou para a cara dela suplicante e sorriu enquanto comia. Estendeu a mão
para ela, quem rapidamente a segurou com a dela, se aproximando dele.
Christopher se fez um pouco para o lado e a puxou para que ela sentasse em seu
colo.

Chris: Essa eu deixo passar, ok!

Ela se acomodou no colo dele e lhe sorriu docemente ao escutar o que ele
dissera.

Chris: Mas
só porque nosso dia foi extremamente difícil, para que fique claro... (ela
assentiu com a testa franzida) Não quero você mentindo para mim em hipótese
nenhuma. Se estiver com preguiça, ok, eu entendo. Mas nada de me esconder mais
nada.
Dulce: Não farei mais isso. (disse colocando as mãos no rosto dele) Não mais,
prometo.
Chris: Pelo nosso bem, espero que sim.
Dulce: Do mesmo jeito falo para você, seu abusado!

Christopher tragou a saliva, olhando nos olhos dela.

Dulce: Ultimamente você anda muito estranho... Ou está calado, ou está no
telefone, ou está no notebook, sem falar que agora você sai muito mais sozinho
do que comigo.

Ele deu um sorrisinho de canto de boca e deu uma mordida em seu sanduíche. E
logo tomou um gole de milkshake, que já estava quase um suco de derretido.

A resposta ficou no ar, mas ela não se importou, sentiu seu estômago roncar. E
esqueceu de qualquer coisa com a fome que estava sentindo. Pulou do colo dele e
sentou-se em outra cadeira, disposta a devorar cada uma das coisas que tinham
comprado. Christopher acabou antes dela, quem ainda comeu um pedaço de melão
que estava na geladeira. Sorriu ao vê-la comer tanto. Parecia aquela velha
Dulce que tinha acabado de conhecer depois do acidente na Colômbia. Ela comia
desse jeito, por mais que não estivesse grávida. Às vezes sentia falta daquela
camaradagem no qual se tratavam no passado. Tudo era tão ameno. Tudo era tão
simples. Se divertiam tanto juntos... Mas desde quando ele a beijou naquela noite
de festa no interior, ele sabia que estava chamando complicação. Amar ás vezes
era uma merda.

O amor o
deixava cego para alguns detalhes da vida. Detalhes importantes, por certo.
Vendo por essa perspectiva, havia tanta coisa para reparar entre eles dois,
precisavam preencher tantas lacunas para resolver suas vidas juntos que nesse
momento, não tinha a menor idéia de como resolver isso. Mas Christopher não era
burro, sabia que com o tempo eles aprenderiam a viver como uma família, por
mais que lhes custassem muitas noites de insônia.

Por enquanto estava gostando dessa vida a dois, mesmo que Dulce ainda fosse sua
namorada. Ainda não havia caído a ficha de que daqui a dois dias seria um homem
casado. Era difícil pensar em si mesmo como um homem casado. Deus! Nem mesmo
gostava de pensar nisso. Lhe dava arrepios de pensar na loucura que estava
fazendo. Sacudiu a cabeça para não mais pensar e jogou os trastes no lixo.

Chris: Vou tomar um banho...ainda tou cheio de cabelo.

Ela assentiu e ele saiu da cozinha, subindo as escadas.

Dulce suspirou comendo o último pedaço do melão. Queria tanta conversar com
Christopher pela noite inteira, mas estava morrendo de sono. Estava cansada.
Estava tudo no mundo. Precisava se deitar rápido, senão dormiria em cima da
mesa mesmo. Tratou de se espertar e se levantou da cadeira, arrumando a mesa.
Não dormiria agora. Nada atrapalharia essa noite. Tirou o casaco e o pendurou
no recosto da cadeira. E foi subindo as escadas, disposta a tomar um banho,
também.

Dulce: Não
invente de me dar sono, ok. Tenho que conversar umas coisas com seu pai. Coisas
importantíssimas, aliás... (e deu um sorriso) De vital importância para mim.
Graças a Deus que não entende nada do que eu digo, não quero alimentar esse
lado da sua vida com você ainda na minha barriga. Quando crescer vai entender o
que eu digo, ok. Só quando crescer.

Disse ela para uma certa pessoinha escutar. Coisa que ela não faria, por certo.
E ela sabia disso. Mas nem por isso se calava. Fazia um pouco mais de uma
semana que havia adquirido esse hábito de conversar com sua criatura. Criatura
sim, porque nem um feto era ainda. Subiu as escadas de duas por duas e entrou
no quarto, indo diretamente para a estante musical de Christopher, onde ele
colecionava os mais variados tipos de CD’s. Era tudo tão organizado, tudo por
ordem alfabética. Procurou na letra A, foi baixando e lendo os títulos, até que
sorriu, encontrando o que queria.

Foi até o banheiro com o Cd nas mãos e entrou através da porta escancarada. O
barulho do chuveiro e o vapor quente da água, fizeram com que ela sentisse
calor. Caminho até o pequeno aparelho de CD prateado que mantinha no banheiro e
o ligou, colocando o CD para tocar.

Dulce: Não agüento mais o silêncio dessa casa... (disse mudando as faixas)
Chris: Que?

Sua voz grossa reverberou as paredes, causando um eco gostoso. Assim como o de
sua risada quando ele ouviu a música que tocava.

http://br.youtube.com/watch?v=Tgl8mtu5IQo&feature=related

Chris:
Relembrando o passado?

Ela sorriu
enquanto se despia.

Dulce:
Estava com vontade de ouvir essa música...só isso.

O barulho
do chuveiro cessou e Christopher buscou a toalha branca com sua mão. Dulce
colocou sua calça e sua blusa no cesto de roupa suja ficando somente em roupa
interior, e buscou um elástico de cabelo dentro de uma das gavetas da pia.

Dulce: “Você me trata como uma princesa...Eu não estou... acostumada a
gostar disso. Você me pergunta como foi meu dia...” (cantou ela seguindo a
música)
E de repente ela gargalhou ao ver como ele saia do box.
Dulce: Você lembra quando eu cantei tocando violão?

Ele
assentiu com a cabeça, sorrindo, enquanto enxugava a cabeça com outra toalha.

Dulce: Que
vergonha, Jesus! (e gargalhou outra vez)

E foi nessa
hora que Dulce notou Christopher realmente. Como homem. Como seu objeto de
desejo. Tragou a saliva ao ver como ele estava com aquela toalha enrolada ao
redor de sua cintura, o peito agora bem definido, pela malhação e pela dieta na
qual estava se submetendo, gotejando. Não entendia o porquê dessa dieta. Mas
Christopher havia perdido bastante peso. Porém que o resultado estava
maravilhoso, isso era visível. Foi impossível não notar como os músculos dos
braços dele se sobressaíam a cada vez que ele passava a toalha por sua careca
lisinha. E tragou novamente a saliva, quando ele jogou a outra toalha de lado e
foi para frente da pia, pegando sua escova de dentes. Ainda teria sua chance de
passar a noite acariciando o coco da sua cabeça. Se sentia bem nos dedos. Era
macio. Era gostoso... Talvez fosse ainda mais gostoso, sentir como essa textura
se deslizava por todo seu corpo. Tragou a saliva, detendo seus pensamentos.

O olhou fixamente e logo se aproximou dele.

Dulce: Como eu era retardada, meu Deus! (disse se colocando ao lado dele na
pia, mirando-o profundamente pelo espelho) Acho que eu estava cega demais, não
sei... Me diz... como uma mulher pode não se apaixonar por ti a primeira vista?
Chris: Não sei disso não... (disse ele com um sorrisinho) Você demorou uns
meses pra se dar conta...
Dulce: Eu sou idiota, já sabe. (disse sorrindo, enquanto mexia nos cabelos para
fazer u coque no alto da cabeça)
Chris: Pior que sei, e o pior é que te amo assim, mesmo sabendo das suas
idiotices.
Dulce: Nós vamos ser felizes, não é?
Chris: Por mim, Dulce, você nem deveria me fazer essa pergunta. O que importa é
como nos sentimos hoje, e por mais que agora estejamos passando por um momento
difícil, eu não me sinto infeliz. Pelo contrário, acho que a ficha caiu
totalmente pra mim e eu tou feliz. E estou desejando logo que tudo aconteça

Dulce
franziu a testa e soltou um muxoxo.

Dulce: Seu presente está fazendo a minha ficha cair também... Ainda não parece
que seja um feito...não sei como explicar...mas é como se estivesse bem longe,
que um dia a cegonha vai colocar meu filho na janela.
Chris: Acho que você se sente assim porque sua barriga não cresceu ainda.
Dulce: Talvez sim...seja isso. Mas também não sinto os sintomas, só sono e fome
demais, mas parece normal, sabe... como se fosse só pela anemia. Não me sinto
como se estivesse grávida. Talvez eu tenha que me integrar mais a essas coisas
de mãe de primeira viagem... (e abriu um sorriso tímido) Não sei, comprar
roupinhas, ir atrás de formar um quarto, fazer aqueles cursos...
Chris (interrompendo-a): Eu já me imagino, você vestindo aquelas barrigas
falsas e dando de mamar para um boneco. (disse rindo)
Dulce: Ahh...todo mundo faz curso.
Chris: Nem todo mundo, amor.
Dulce: É, nem todo mundo. Mas me diz, você iria comigo ao curso?
Chris: Você já notou como você fala disso como se todo o mundo tivesse sabendo?
Será que eu tenho que avisar a você de que você é uma cantora famosa, que vai
sair do grupo pop mais famoso do momento para ter um bebê do seu companheiro de
banda?

Ela suspirou com resignação.

Dulce: Não sei mais como agir...

E os dois se calaram, sabendo que os dois compartilhavam do mesmo
questionamento, embora Christopher estivesse bem mais decidido que ela. E
enquanto aquela música soava, a mente dos dois viajou por um passado não muito
distante. Viajaram por várias lembranças, tristes, alegres, engraçadas,
dolorosas... as lembranças desse amor.

Dulce: “Você
é o mensageiro de coisas incondicionais... Você segurou a respiração e a
transportou para mim... Obrigada pela sua paciência.”

Ela sorriu ao ver como ele sorria. Christopher passou a pasta de dentes na
escova, balançando a cabeça ao som da música. E antes de colocar a mesma na
boca, ele pediu:

Chris: Canta o resto pra mim...
Dulce: Você quer? (perguntou ela divertida) tem certeza?

Ele assentiu enquanto começava a escovar os dentes.

Chris: Quero ouvir você dizer tudo isso para mim outra vez. (disse com a boca
cheia de pasta)

Dulce então sorriu, sabendo que ele estava relembrando aquela noite de lua
nova, com estrelas brilhantes e de mar calmo. E meneou a cabeça, olhando
diretamente em seus próprios olhos, se vendo como naquele dia, sentindo como
ouvir sua própria voz cantar essa música trazia consigo as lembranças daquela
noite perfeita, onde pela primeira vez admitiu para si mesma que estava
apaixonada por aquele menino que tinha a seu lado.

Você é o melhor ouvinte que eu já conheci
Você é meu melhor amigo
Melhor amigo com vantagens
O que me fez demorar tanto?

Ela sorriu
ao ver como ele dava com os ombros, como se respondesse a pergunta.

Eu nunca tinha me sentido tão bem assim
Eu nunca quis algo racional
Eu sei disso agora, ah
Eu sei disso agora

E ela assentiu veemente, fazendo-o rir, enquanto enchia suas mãos de água para
lavar a boca.

Você já me conquistou mesmo contra a minha vontade
Não se assuste se eu me apaixonar
Não se surpreenda se eu lhe amar por tudo o que você é
Eu não pude evitar
É tudo culpa sua

Ele lhe olhou de um jeito estranho, mas não disseram nada até a música terminar
com os sons da gaita vagando por todo o cubículo. Outra música começou e
Christopher se desencostou da pia, com os dentes brilhando em um sorriso de
cristal.

Chris: Então te conquistei contra tua vontade?
Dulce: Basicamente assim...
Chris: É, talvez eu tenha sido um pouco insistente. (disse coçando a barbicha
que lhe nublava o queixo) Paciência e persistência... o segredo do sucesso. (e
lhe piscou o olho) Não se esqueça disso. Antes me ignorava como se fosse a pior
merda do mundo, e olha como o mundo dá voltas... Agora você está aí, quase
rasgando a minha toalha com os olhos.

Disse isso rindo, enquanto ela franzia a testa com um sorriso de diversão
brincando em seus lábios.

Dulce: Digo o mesmo para o Senhor!

Chris: Nada
disso, nunca escondi esse olhar que te queria nua em qualquer lugar. Qualquer
um que olhasse para mim quando eu te via, me pegava no flagra.
Dulce: Ah sim?

E colocou um sorriso sensual na boca, enquanto levava as duas mãos para trás,
para desabrochar o sutiã.

Dulce: Você imaginava... (disse pausadamente para incrementar a sedução) assim?


E baixou as alças do sutiã, deixando seus seios a mostra.

O pudor já não mais existia entre os dois. Não tinha mais lugar para ele, o
prazer que estava estampado nos olhos de Christopher a enchia de orgulho e
excitação. A expressão de deleite que via nos olhos dele, minimizava qualquer
sentimento de vergonha que ela pudesse ter. E colocou outro sorriso sensual na
boca, daquele jeito que ela sabia fazer. E abriu mais ainda esse sorriso ao ver
como ele tragava a saliva constantemente. Os olhos dele não se desviaram de
seus seios, nem ao menos para piscar. E foi se aproximando dele, vendo como ele
se encostava na pia, lentamente. E Christopher subiu os olhos para ela,
hipnotizado em seus olhos amarronzados.

Ele sabia o que ela queria quando o olhava assim. E ele sabia o que ele também
queria quando ela o olhava assim.