Fanfic: Malas Intenciones - DyC

- Ei, eu não entendi o que aconteceu lá na mesa! - dei a partida no carro, e respirei fundo antes de responder.
- Você não entendeu nada? Era só o que me faltava...
- Posso saber por que está estressada?
- Um! Ninguém sabe da minha gravidez, nem Alfonso e você quase contou pra todo mundo! Dois! Desde quando a Maite te chama de `Ucker`? Não acha que estava íntimo demais? E três você não pode sair com ela, você é meu amante! - Apertei as mãos no volante, sem tirar os olhos do caminho, até que ouvi a risada dele. Olhei tão rápido que só o vi o sorriso esnobe, depois me concentrei no caminho de novo.

- Olha, pra começar eu e Maite não estamos íntimos, ainda que não fosse nada mal, dois, ela achou meu nome muito grande e perguntou se eu tinha um apelido, que é Ucker, e ela perguntou isso pra mim por que ao contrário de você, ela demonstra interesse em mim, três, se eu quisesse sair com ela poderia, por que somos supostamente amantes e não assumi nenhum compromisso de fidelidade, e quanto a maneira como te tratei, inclusive com relação à gravidez foi muito bom, por que pelo menos assim todo mundo notou que temos uma certa intimidade, por isso te chamei de Dul ao invés de `Dona`... - Ouvi ele resmungar, e quando o olhei de novo ele estava olhando pela janela.

- Olha, está certo sobre demonstrar certa intimidade entre nós dois, mas quanto à Maite nada feito! - Ele me fitou divertido, e fiquei vermelha, não de vergonha, mas de raiva. - Ela é minha empregada, e se sair com ela vai colocar todo o plano no lixo! Não pode se envolver com ela e nem com ninguém que me conheça...
- Ta... Eu não me importo, não estou sexualmente desesperado... - Ele resmungou alguma coisa olhando pelo vidro do carro de novo. Pelo menos deste problema eu tinha me livrado! Não tem nada pior do que sair com alguém e ver ela dando bola pra outra pessoa!

De repente entendi! Ele só tinha me agarrado pra ver como eu reagia! Pra provar que podia me ganhar, mas na realidade não havia nenhuma atração. Suspirei pesadamente, sentindo uma angústia tomar lugar da raiva. Talvez ser ignorada pelos homens fosse minha sina.

Ficamos calados pelo resto do caminho, deixei ele em casa e fui pra minha. Quando cheguei, vi o carro de Alfonso na garagem. Ótimo! Só o que faltava pra acabar com meus nervos, ele tinha chegado `de viagem`. Guardei o carro, e fui pra casa.

O encontrei ao celular, encostado na janela do seu escritório. Forcei um sorriso que não foi correspondido, e passei direto pro meu quarto. Parei de frente ao espelho pra tirar os brincos, e ouvi a porta se abrir atrás de mim.

- Amor, não esperava que voltasse hoje, pensei que só chegaria depois de amanhã... - disse com forçada amabilidade. Larguei os brincos e entrei no banheiro pra tirar a maquiagem.
- É, resolvemos o problema antes do previsto e decidi fazer uma surpresa... - Ele disse num tom seco, bastante familiar.
- Aconteceu alguma coisa amor?
- Onde esteve vestida assim? - Direto, essa era uma característica de Alfonso.
- Fui na festa de aniversário de Angelique... - Comecei a lavar o rosto.
- Quem é Angelique?
- Uma moça da empresa... - Enxuguei o rosto e voltei pro quarto, o encontrei com o cenho franzido. - O que?
- Desde quando se relaciona com suas funcionárias?
- Não sei, sempre procurei me dar bem com todos Alfonso... - Sentei na cama pra tirar as sandálias, e ele continuou me encarando com as mãos nos bolsos.
- Onde foi essa festa Dulce? - Rolei os olhos.
- Meu deus, que coisa! O que deu em você?
- Você não gosta de vestir essas roupas e não gosta de festas Dulce...
- Não Alfonso, você não nota quando uso essas roupas, e você não me leva a festas!
- Você nunca demonstrou interesse por festas...
- E você nunca mostrou interesse pelos meus interesses! - Respirei fundo, peguei minha toalha e entrei no banheiro. Não esperava ter que ver a cara dele tão cedo, e estava com uma sensação ruim. Durante o banho pensei em como diria a ele sobre minha gravidez, mas foi desnecessário, por que quando saí ele já estava dormindo.