Fanfic: Malas Intenciones - DyC

Christopher Uckermann:

Aquela mulher só pode ser maluca, ou a carência ta afetando o cérebro dela! As vezes ela é fria feito gelo, outras vezes é uma flor de delicadeza, depois se torna completamente instável! Foi vestida desse jeito pra boate, mas ficou nervosa só por que eu a agarrei! E é por que é casada e tudo, mas vai entender, nunca vi coisa assim!

Ela estava zangada comigo, mas eu tentaria amenizar as coisas, quem sabe com um pouco de conversa ela se acalmasse. Liguei pra ela assim que saí da faculdade, mas o celular estava desligado, então tentei o telefone fixo.

- Alô, Dul? - Disse assim que atenderam.
- Dulce está no trabalho, quem fala? - Mil idéias vieram à minha cabeça, será que era o marido dela? Não, ela disse que ele estava viajando, ela teria me avisado, devia ser o mordomo, sei lá.
- É Christopher, um... Amigo dela! Sabe me dizer que horas ela está em casa?
- Não, quer deixar algum recado?
- Ér... Não sei... Diga a ela que estou pedindo desculpas por ontem, e que me ligue quando voltar, tudo bem? - E então ouvi apenas o [i]Tu tu tu tu tu...[/i] O infeliz desligou na minha cara, que mal educado!

Dulce María:

Cheguei exausta em casa, e pra completar tinha que jantar com Alfonso. Assim que saí do banho ele chegou em casa também. Respirei fundo e fui fazer meu teatro.

- Oi meu amor, chegou cedo... - Ele não respondeu, nem me olhou. Respirei fundo tentando me manter controlada. Ele entrou no quarto, e foi tirando a roupa, e ignorou minha presença por vários minutos, até que eu ia saindo e ele segurou meu braço.
- Ligaram mais cedo atrás de você... - O olhar duro dele estava deixando meu estômago embrulhado. - Um tal de Christopher... - Ele semicerrou os olhos, e senti meu mundo girar. - Mandou te pedir desculpas pelo que aconteceu ontem a noite... E pediu que ligasse pra ele... - Engoli seco, e prendi a respiração enquanto colocava as idéias em ordem.
- Ér... Tudo bem, não deve ser nada importante, depois do jantar eu ligo pra ele...
- Não precisa se preocupar comigo meu amor... - Ele sorriu sinicamente, apertando meu braço com força. - Pode ligar pra ele agora mesmo...
- Já disse que não é nada importante...
- Por que? Algum problema em ligar pra ele na minha frente? - Ele apertou mais, e começou a machucar.
- Poncho você ta machucando meu braço... - Disse entre os dentes, mas ele nem pensou em me soltar.
- Responde! Tem algum problema em falar com ele na minha frente? Quem é ele?
- Christopher não é ninguém, é apenas um conhecido! - Puxei um braço em vão, me encolhi tentando fazê-lo soltar.
- Liga pra ele, anda! - Ele colocou o celular na minha mão, então não vi outra saída, senão ligar. Chamou algumas vezes e depois ele atendeu.
- Christopher? É Dulce... - Senti meus olhos encherem d`água. Além da raiva e da humilhação, estava tão decepcionada.
- Nossa até que em fim! Pensei que o otário do teu empregado não tinha dado o recado... - Ele disse meio irritado.
- Empregado? Que empregado?
- O que atendeu o telefone.
Quando ele disse aquilo juro que vi o mundo girar, e só não cai por que Alfonso ainda segurava em meu braço, me olhando com desafiante arrogância. Eu era péssima em mentir, improvisando piorou! Mas eu precisava! Meu plano dependia disso!
- Ah, claro, sei, sei... Não se preocupe com o que aconteceu ontem, imprevistos acontecem não é mesmo? - Disse tentando manter a naturalidade na voz.
- Está falando sério? Pensei que você tava `p` da vida comigo...
- Não, como eu disse acontece! Depois voltamos a falar sobre a quitação das dívidas, por que agora eu estou um pouco ocupada...
- Dividas? Do que está falando?
- Pra você também Chris, até logo... - Antes de desligar ouvi algo como "[i]Hã?[/i]". Joguei o celular de volta pra Alfonso, que soltou meu braço. - Feliz agora? - Massageei onde ele tinha apertado, e me virei a fim de esconder o rosto, banhado por uma lágrima solitária.
- Não, não estou... Por que ficou tão nervosa?
- Por que previ a sua reação! - Menti.
- Ele disse mais cedo que era um amigo, e agora você disse que era apenas um conhecido...
- As pessoas costumam banalizar o significado de certas palavras! O vi algumas vezes para resolver negócios e já me considera amiga? - Abri o guarda-roupa e fui tirando peça por peça freneticamente, até achar uma camiseta branca, simples, e um jeans escuro.
- Vai vestida assim ao Vegas? - Virei para encará-lo, com fúria evidente nos olhos.
- Perdi a fome. Vou ficar em casa revisando alguns papéis e... - Ele me interrompeu, passando o braço por mim, puxou o vestido que eu havia usado no dia anterior.
- Quero que use isto...
- Já disse que vou ficar em casa! - Disse entre os dentes.
- Sai com seu amigo de negócios, mas não sai com seu marido!
- Meu amigo de negócios me dará algum lucro no futuro!
- Eu sou seu marido!
- Não sou eu quem esquece disso quando cruza aquela porta Alfonso! - Disse apontando pra porta do quarto. Peguei as roupas e fui me trocar dentro do banheiro. Quando saí, ele ainda me esperava no quarto. Fui até a cômoda e tirei da gaveta o resultado do meu exame de gravidez, e soltei na cama ao lado dele.
- Pretendia contar de outra maneira, mas perdi a vontade disso também... - Não esperei para ver o que ele diria e desci as escadas de dois em dois degraus.