Fanfic: Malas Intenciones - DyC

Christopher Uckermann:

Odiava concordar com pessoas pretensiosas, mas a mulher que me contratara, e que eu nem mesmo sabia o nome, tinha razão. Ela estava me oferecendo duas vezes o que eu costumava ganhar, e eu não faria quase nada! Iria receber pra fazer o que eu mais gosto, sair pra jantar, talvez uma balada...

Seria mais interessante se rolasse alguma coisa a mais, alguma coisa mais quente! Mas de primeira deu pra notar que a mulher é fria feito pedra, então era bom ir me preparando, por que essa pequena criatura me daria trabalho.

Recebi sua ligação meio dia.

- Alô?
- Christopher? Estou ligando pra marcar o lugar para que me encontre...
- Olha se não fosse pelo tom nas... Da sua voz eu não ia saber nunca que era a mulher que veio aqui ontem a noite... - Respirei fundo, por muito pouco não falei que a voz dela era nasalizada!
- Me chamo Dulce María! Mas meu nome não importa, quero que vá ao Vegas Hotel para almoçar comigo...
- Está me chamando pra sair? - Eu tinha acabado de acordar então ninguém poderia exigir muito do meu raciocínio.
- Tecnicamente? Estou! Já estou a caminho, não demore, por favor...

Confesso que estava ansioso. Sempre achei histórias em que a mulher trai o marido com o gostosão, divertidas! E nessa história o gostosão sou eu. Ri de mim mesmo, enquanto levantava da cama.

Não demorei muito pra encontrar o hotel que ela havia dito, mas quase não acreditei que almoçaria ali com ela! O lugar era incrível, de boa? Fiquei me achando! Como era muito grande tive que pedir informações a um segurança, e quando cheguei ao restaurante do hotel um garçom me guiou até uma mesa que ficava ao ar livre, com vista pra um lago.

Ela já estava lá, mas não percebeu quando me aproximei, parecia perdida em pensamentos. Na mesa sua taça continuava cheia. Sentei, e ela pareceu se assustar.

- Foi mal...
- Sem problemas, eu estava distraída... - Ela sorriu. Usava roupas claras e mais leves, não tinha nada demais, mas a deixava elegante. Estava mais bonita, mas parecia triste. Antes que eu respondesse um garçom se aproximou com o cardápio.

No cardápio tinham poucos nomes conhecidos, a única coisa que eu realmente entendi foi o preço absurdo de tudo.

- Quero o mesmo que ela... - Fechei o cardápio, desistindo. Ela sorriu divertida com minha confusão.
- E a bebida senhor?
- A mesma que a dela também... - Ela estreitou os olhos, e não entendi o por que. O garçom saiu, e relaxei.
- Espero que goste de salada e suco... - Revirei os olhos deixando o corpo cair na cadeira. Ela riu.
- Não podia ter me levado a um lugar onde cardápio é escrito em português?
- O Vegas pertence a meu marido.

E não precisou dizer mais nada pra que eu entendesse. Se o hotel era dele, ele saberia que a esposa tinha almoçado comigo ali antes que pudéssemos imaginar. E com aquela revelação também entendi uma coisa. Aquela mulher era podre de rica, e o que estava me pagando nem fazia cócegas ao seu bolso. Só uma coisa ainda não estava esclarecida...

- Por que quer que seu marido pense que o traiu? - Pensei que ela me daria uma patada como tinha feito até agora, mas ela apenas suspirou.
- É uma história complicada... Quer dizer... Não é complicada, mas um pouco dolorosa... - Ela sorriu tristemente. Fiquei sem jeito de insistir, mas ela o fez. - Há um mês descobri que ele tem uma amante... De primeiro pensei que podia ser passageiro, mas depois fiquei sabendo que já está com ela a quase um ano... - ela encarou o nada, fugindo do meu olhar.

Sinceramente? Não sei por que um homem precisaria trair uma mulher daquelas! Mas vai ver ele acha que tem um rei na barriga só por que é rico.

- Ei, não fica assim... - Foi a melhor coisa que consegui dizer, acredite. Eu não era do tipo de homem que sabia as palavras certas pra dizer a uma mulher.
- Estou bem... Não é com ele que estou preocupada agora... - O garçom voltou trazendo os pedidos. Pra minha sorte eles tinham a mania de oferecer as bebidas mais caras da casa, e então aceitei! O prejuízo ia pro bolso do Mané que traía a Dulce, então, quem ligava?

- Algo contra o álcool? - Ela riu, arrumando o guardanapo no colo. Fiz a mesma coisa.
- Não, meu médico me proibiu de beber....
- Uma tacinha não vai fazer mal... - Ela mordeu o lábio antes de falar.
- Estou grávida. - Quase levantei pra verificar o que ela havia dito. Não tinha o menor sinal de gravidez ali. Ela riu mais uma vez, eu estava me passando por idiota. - Estou com dois meses, mas como perdi o bebê na minha primeira gestação o médico me aconselhou a ficar longe de qualquer coisa que pudesse fazer mal...
- Sinto muito, espero que dê certo... - Ela sorriu como se estivesse agradecendo.