Fanfic: Três Horas de Loucura - adaptada - Vondy

— Entendo... — ela murmurou, chocada com aquelas palavras.
— Tenho a impressão de que você me desaprova.
— Não estou em posição de aprovar ou desaprovar, sr. Uckermann — ela respondeu, fitando-o com frieza. — O que o senhor faz de sua vida é problema seu.
— O que faço de meus sentimentos, seria mais exato dizer. — Ele sorriu, ironicamente.
Depois disso, houve um silêncio gelado, que Dulce interrompeu ao consultar o relógio de pulso:
— Droga! Meu relógio parou!
— São quinze para as sete — Christopher Uckermann informou, franzindo a testa. — Receio que ainda vamos ter que esperar um bocado.
— Tenho a impressão de que já estamos aqui há horas. — Dulce suspirou, mudando de posição para ajeitar-se melhor.
— E eu continuo tendo a impressão de que já nos conhecemos de algum lugar. — Levantou as sobrancelhas, interrogativamente. — Não nos conhecemos?
Dulce lembrou-se daquela primeira noite em Joanesburgo.
— Eu não diria que nos conhecemos mas, se não me falha a memória, o senhor estava jantando no restaurante do Hotel Metropolitan há mais ou menos umas cinco semanas, e...
— E você estava jantando sozinha, na mesa ao lado da minha — ele completou. — Agora me lembro. Só que seus cabelos não estavam presos como agora, e você usava um vestido amarelo-ouro, que combinava com a cor de seus olhos.
O coração de Dulce disparou.
— O senhor não poderia ter visto a cor dos meus olhos daquela distância!
— Mas posso ver agora, não posso? — ele retrucou, fitando-a diretamente dentro dos olhos. — Ainda está hospedada no Hotel Metropolitan?
— Não. — Tentando controlar o tremor na voz que aquela proximidade lhe provocava, continuou: — Eu me mudei para o apartamento de uns parentes de Lupita Fernandes. Eles vão ficar fora por três meses e resolveram alugá-lo por esse período.

— Ah... sei. Mas, falando sobre o Hotel Metropolitan, lembro que ainda não comi nada hoje, e um daqueles suculentos contrafilés que eles fazem viria a calhar neste momento.
Dulce também não tinha tido tempo de almoçar e estava sentindo um buraco no estômago.
— Tenho um tablefe de chocolate na bolsa. Se quiser, podemos repartir — ofereceu, hesitante, derretendo-se por dentro como o próprio chocolate, com o charmoso sorriso que ele lhe deu.
— É muita gentileza de sua parte, srta. Dulce.
Enquanto cada um comia seu pedaço, Dulce começou a sentir uma sede terrível. Christopher Uckermann a olhou com curiosidade.
— Esqueci que toda a vez em que como chocolate fico morrendo de sede — ela explicou, com uma risadinha encabulada.
— Acho que chegou a minha vez de ser útil — ele disse, tirando um frasco prateado da maleta. Desenroscou a tampa e ofereceu-o, esticando o braço para ela.
— O que é isso? — Dulce perguntou, com a voz embargada. Sem querer, ele tinha roçado o braço no dela, fazendo com que todas as fibras de seu corpo vibrassem.
— É conhaque. Vai lhe fazer bem aos nervos.
— Eu não estou nervosa — ela respondeu, pegando o frasco.
— Então, por que suas mãos estão tremendo tanto?
— Deve ser de cansaço...
— De qualquer forma, vai lhe fazer bem. — Colocando a mão sobre a dela, ele levou-lhe o frasco aos lábios, e ela foi obrigada a engolir aquele líquido que queimava como fogo.
— Como é forte! — reclamou, fazendo uma careta.
— Logo vai se sentir melhor. — Forçou-a a tomar mais um gole, que desta vez escorreu pela garganta com mais facilidade.

—   Não estou me sentindo nada melhor. Estou é ficando tonta!
— Encoste a cabeça na parede e relaxe — recomendou ele, esvaziando o conteúdo do frasco. Depois de tampá-lo, recolocou-o na maleta.
— Tem certeza de que não tinha nada misturado a esse conhaque? — ela perguntou num tom bem-humorado, enquanto se apoiava a um dos cantos do elevador, fechando os olhos.
— Não costumo drogar minhas mulheres para seduzi-las, e quando resolvo seduzir alguma prefiro o conforto de uma boa cama.
Dulce abriu os olhos, apesar do peso que sentia nas pálpebras, com aquela resposta inesperada. O comentário criara uma atmosfera de intimidade entre eles e ela sentiu o sangue correr mais rápido nas veias.
— Já seduziu muitas mulheres? — perguntou, sem pensar. A gargalhada dele a fez ficar vermelha como um camarão.
— Você não deve estar muito sóbria, senão não me faria uma pergunta dessas.
— Tem razão, É que não estou acostumada a bebidas fortes. No máximo, tomo um copo de vinho e, assim mesmo, pela metade.
— E você, já foi seduzida?
A voz dele já era uma sedução. Apesar de sentir imediatamente uma fraqueza tomando-lhe as pernas, ela teve força suficiente para negar.
— Nunca... que eu me lembre.
— Que diabo de resposta é essa?
— Eu quis dizer que, se depender de mim, nada feito. — Ele ergueu-lhe o queixo, forçando-a a encará-lo.
— Você nunca dormiu com nenhum homem?

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Bjix da Naty