Fanfics Brasil - Três Horas de Loucura - adaptada - Vondy

Fanfic: Três Horas de Loucura - adaptada - Vondy


Capítulo: 21? Capítulo

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Conforme Dulce previra, os boatos pararam naturalmente. Tudo havia voltado à normalidade, e ela esperava que continuasse assim. Mas suas esperanças foram por água abaixo após duas semanas, quando chegou ao escritório de manhã.
Ao retirar a capa da máquina encontrou, preso ao rolo, um envelope com seu nome. Logo reconheceu aquela caligrafia. Seu coração disparou e sua boca ficou repentinamente seca. Sentiu-se como se tivesse feito algo de errado e odiou Christopher Uckermann por provocar aquela estúpida reação nela.
O sr. Pardo logo a chamou para um ditado, e só depois das dez horas é que ela pôde abrir o envelope que guardara numa gaveta. Christopher Uckermann tinha usado uma folha do bloco de recados do próprio departamento de contabilidade. Certamente sentara-se na cadeira dela para escrever a mensagem, num estilo semelhante ao do bilhete que recebera junto com o jantar enviado pelo restaurante.
"A fim de desmentir minha teoria de que só nos encontramos em circunstâncias desastrosas, reservei para hoje à noite uma mesa num restaurante muito agradável e tranquilo. Fique pronta às sete. C. U."
Dulce leu, amassou o papel e encostou-se na cadeira, tentando conter a raiva. Que homem mais audacioso, petulante e convencido! Como podia ter tanta certeza de que ela aceitaria o convite? Convite? Aquilo era mais uma intimação!
Discou para o ramal da diretoria e ouviu a voz ríspida da sra. Gandia:
— É do escritório do sr. Christopher Uckermann. Em que posso ser útil?
— Por favor, gostaria de falar com o sr. Uckermann.
— Com quem estou falando?
— Com Dulce Saviñón, do departamento de contabilidade.
Fez-se um silêncio momentâneo e, quando a sra. Gandia voltou a falar, havia um tom desagradável em sua voz:
— Receio que ele não possa atender. O sr. Uckermann está presidindo uma reunião da diretoria. Quer deixar algum recado?


Toda a disposição de Dulce de ir à luta murchou como um balão de gás furado.
— Não, eu... eu ligo mais tarde.
— Como preferir. — O clique enérgico de um telefone desligando repercutiu no ouvido de Dulce.
Ela também bateu o telefone.
— Porcaria!
— Que linguagem, Dulce! E logo numa manhã tão bonita! — Lupe a repreendeu, bem-humorada, sentando-se despreocupadamente num canto da escrivaninha. — O que a deixou tão zangada?
— Oh... não foi nada, — Dulce tentou esquivar-se da curiosidade da amiga, mas ela não desistiu.
— Vamos lá... você pode contar tudo para a tia Lupita!
— Você parece uma investigadora da vida alheia! — Dulce brincou.
— Pode ser. Mas sabe que sou um túmulo e, às vezes, falar no assunto pode ajudar. Vamos, me conte tudo.
Lupe não era fofoqueira, isso ela precisava reconhecer. Em compensação, era teimosa como ninguém.
— Pois bem... É que recebi um convite de Christopher Uckermann para ir jantar com ele hoje à noite. Aliás, convite não é bem o termo. Aquilo foi mais uma ordem!
— Você deve tê-lo impressionado, e muito! — Lupe deu uma risadinha que Dulce não compreendeu. — Como é? Vai aceitar?
— Vou recusar — garantiu, franzindo a testa. — Tentei falar com ele por telefone, mas a sra. Gandia disse que ele estava em reunião.
Lupe arregalou os olhos, incrédula.
— Você está falando a sério? Vai mesmo recusar?
Dulce não podia explicar os motivos que a levavam a recusar o convite, e apelou para a primeira justificativa que lhe veio à cabeça.


— Não é aconselhável uma funcionária se envolver com o patrão. Sempre dá problemas.
— Concordo — Lupe falou, muito solene. — Mas é que Christopher Uckermann é um homem muito atraente. Se fosse você, eu não hesitaria em dizer sim.
— Oh, Lupe! — Dulce deu uma risada desanimada. — É que ele me apavora!
— Realmente, ele é um homem assustador. Mas eu adoraria tremer por causa dele — Lupe confessou, imitando um estremecimento de prazer. Dulce ficou rindo, mesmo depois que a amiga saiu da sala.

Naquela tarde, ela tentou novamente entrar em contato com Christopher Uckermann. Desta vez, foi informada de que ele saíra e não voltaria mais ao escritório.
Não lhe restava outra alternativa senão seguir as instruções do bilhete e ficar pronta à hora marcada. Ao chegar em casa tomou um banho e, bufando de raiva, escolheu um vestido cor de mel de mangas compridas, apropriado para as noites frias de Joanesburgo. O modelo sóbrio a fazia parecer mais confiante e segura. Prendeu os cabelos para cima, o que lhe deu uma aparência sofisticada. Maquilou-se discretamente, como de costume, pois sua pele privilegiada não exigia maiores truques.
Ao olhar-se no espelho da penteadeira, seus olhos fuzilavam de raiva. Christopher Uckermann conseguira ludibriá-la, obrigando-a a aceitar aquele convite. Apesar da alta posição que ele ocupava na empresa, faria com que aquele homem se arrependesse de sua atitude prepotente. A campainha soou às sete em ponto. Quando abriu a porta, ao invés de dizer todas as coisas que planejara, Dulce ficou olhando para ele, abobalhada. Christopher estava incrivelmente bonito naquele traje escuro, e toda a raiva que ela sentira desapareceu.
— Pronta? — A pergunta soou brusca, mas foi suavizada por um sorriso insinuante e um olhar de admiração.


— Sim, estou pronta. — Foi buscar o xale e a carteira, que deixara numa das poltronas da sala.
— Milagre! — ele exclamou, quando ela trancou a porta. — Nunca conheci mulher alguma que fosse tão pontual!
— Pois está conhecendo agora — ela replicou secamente, disposta a não se deixar dobrar pelo incrível charme daquele homem.
Quando entraram no elevador, Dulce lembrou-se imediatamente das horas que passara com ele, presos num espaço tão pequeno. Pela fisionomia de Christopher, adivinhou que ele pensava a mesma coisa, e ambos desceram os nove andares no mais completo silêncio.
O Jaguar vermelho estava estacionado na entrada do prédio. Mesmo irritada, Dulce não pôde deixar de admirar a beleza e o conforto daquele carro. O ar-condicionado mantinha uma temperatura gostosa, apesar da friagem da noite. Dulce falou pouco, e num tom frio e formal, até chegarem ao restaurante italiano onde Christopher reservara a mesa.
As luzes dos lustres espalhados pelas paredes de madeira eram suaves. Cada mesa, forrada com uma toalha xadrez em tons de vermelho e branco, possuía uma vela cuja chama dançava dentro de um frasco de vidro. Estava cheio, mas Dulce não prestou atenção às pessoas e concentrou-se no cardápio que o garçom lhe apresentou, tentando decifrar os nomes dos pratos. Por fim, desistiu e deixou a Christopher a iniciativa da escolha.
— Parece que você está aborrecida comigo por alguma razão — ele comentou, depois que o vinho foi servido.
— De fato — Dulce confessou, sem hesitar. — Seu convite foi inoportuno, pois você não sabia se eu estaria livre hoje à noite para jantar em sua companhia. Não gostei da sua atitude.
— Você poderia ter recusado — ele retrucou bruscamente, ofendendo-a mais do que o próprio motivo da queixa.


— Bem que eu tentei. Primeiro me disseram que estava em reunião, e depois que tinha saído e que não voltaria mais ao escritório. — Ela fuzilou-o com seus olhos dourados, acrescentando: — E se eu tivesse outro compromisso para hoje à noite?
— Você simplesmente o desmarcaria.
Ela o olhou, surpresa com tamanha arrogância.
— O senhor é sempre assim, tão autoritário, sr. Uckermann?
— Geralmente isso me ajuda a alcançar meus objetívos. — Ele acendeu um cigarro e a fitou de olhos apertados, através da fumaça. — E por que você não queria jantar comigo?
— Não gosto de misturar negócios com vida particular. — Um sorriso zombeteiro curvou os lábios perfeitos de Christopher.
— Corrija se eu estiver errado, mas não foi exatamente essa a sua atitude com relação a seu último patrão, não é?
— Guilhermo Ochoa era diferente — Dulce argumentou, tomando um gole do vinho.
— Diferente como?
— Ele não fazia pressões, nem era arrogante.
— Ele devia ser um chato.
— Se está tentando me aborrecer, saiba que já conseguiu!
— Eu já estava começando a criar uma superstição em relação aos nossos encontros desastrosos — ele começou a dizer, parecendo desviar-se do assunto. — E, como não admito superstições de qualquer espécie e tinha certeza de que você recusaria meu convite, não lhe dei chance para dizer não.
— Quer dizer que considera este jantar como uma espécie de experiência?
— Não totalmente. — A boca fez uma curvatura sensual e os olhos caramelos ficaram observando os seios de Dulce, que se agitavam com a respiração ofegante. — Você é uma mulher atraente, Dulce, e eu queria conhecê-la melhor...
Dulce estremeceu. Aquele homem a amedrontava por alguma razão que ela desconhecia. Talvez porque fosse agressivamente viril, ou porque ela temesse sua própria fraqueza diante de tanta masculinidade.


— Eu não passo de uma moça do interior, sr. Uckermann, e duvido que seu interesse por mim possa durar muito tempo.
— Esse é um desafio que eu gostaria de enfrentar. Dulce sentiu-se acuada.
— Sr. Uckermann... eu...
— Christopher, me chame Christopher — ele a interrompeu.
— Certo, Christopher — Dulce concordou, determinada a não ceder nem mais um milímetro. — Você deve conhecer muitas outras mulheres, bem mais interessantes do que eu.
Ele soltou a fumaça pelas narinas, antes de falar num tom sarcástico.
— Aliás, eu vivo cercado pelas mulheres!
— Pois eu me recuso a fazer parte do seu rebanho!
— Eu não julgo você dessa maneira, Dulce. — Christopher apagou o cigarro e esvaziou o copo de vinho. — Eu a considero um desafio.
— Desafio? — Dulce logo se pôs em guarda.
— Uma moça do interior, que nunca foi para a cama com um homem, é um desafio. — Ele sorriu cinicamente. — Você não acha?
— Está generalizando, ou essa é uma maneira sutil de afirmar que pretende me convencer a ir para a cama com você? — ela retrucou, com igual cinismo.
— Não é uma perspectiva excitante?
— Para ser franca, estou até achando engraçada.
Ele ergueu as sobrancelhas, surpreso, e parou de encher os copos de vinho.
— Posso saber por que acha tanta graça?
— Não tenho outra alternativa. Ou acho graça, ou lhe dou um tapa. O que prefere?
Christopher deu uma olhada em torno. Observando o restaurante lotado, resolveu responder jovialmente:
— Prefiro levar a coisa na brincadeira.
— Eu sabia que concordaria comigo. — Ela ergueu o copo, como que para brindar sua vitória.


— Nunca encontrei uma mulher tão repousante na minha vida. — Ele também ergueu o copo. — À sua saúde!
Dulce não comentou a observação e, quando o jantar foi servido, limitou-se a elogiar a cozinha italiana.
Christopher, por sua vez, só falou sobre as viagens que fizera aos vários continentes, e sobre os incidentes engraçados que aconteceram nessas viagens. Na hora do cafezinho, a conversa voltou ao campo pessoal.
— Você é filha única ou tem outros irmãos para continuarem com a tradição de uma família de fazendeiros?
— Sou filha única. Quando eu tinha dois anos, mamãe engravidou mas perdeu o bebé. Depois disso, ela não pôde mais ter filhos.
— E qual será o destino da fazenda?
— Acho que vou herdá-la — ela revelou, saboreando aquele delicioso café. Na verdade, só agora estava pensando no futuro da fazenda.
— E o que pretende fazer, se enterrar numa fazenda pelo resto da vida?
— Não sei. Pode ser que eu assuma o negócio ou contrate um administrador. E você? Tem irmãos ou irmãs?
— Tenho um irmão mais novo que se mudou para a Austrália há alguns anos. Ele é neurocirurgião e parece que está fazendo uma bela carreira.
— Casado?
— Ele casou com uma moça australiana e tem dois filhos. — A boca sensual adquiriu uma expressão cínica. — O coitado estava tão apaixonado que caiu nessa asneira de casar. Agora está amarrado a uma mulher, e ainda por cima tem dois filhos para sustentar.
Dulce sentiu um aperto no peito.
— Estou vendo que você não acredita no amor.
— Seria o mesmo que perguntar se eu acredito em fantasmas. — Ele deu uma risada debochada. — Realmente não creio nem em fantasmas, nem no amor.


Ela não insistiu no assunto e Christopher também não a encorajou. Mas Dulce conseguira descobrir algo nele que não a atraía. Era um homem que desprezava o casamento e não acreditava no amor. Coitada da mulher que se apaixonasse por ele!
Pouco depois, deixaram o restaurante e foram para o carro. A noite estava fria e Dulce sentiu um arrepio. Mas, ao entrar no carro, ficou mais aquecida e confortável e torceu para que aquela noite acabasse logo.
— Parece que conseguimos sobreviver a esta noitada sem maiores desastres — Christopher disse, otimista, e Dulce concordou com ele. Pouco depois, o motor do carro morreu justamente na avenida mais movimentada e ele precisou encostar na calçada. — Acho que falei cedo demais — Christopher acrescentou, descendo do carro.
— Você tem uma lanterna? — ela pediu.
— No porta-luvas.
Dulce pegou a lanterna e foi examinar o motor.
— O cabo elétrico desligou — avisou, dirigindo o facho de luz para a área do defeito.
— Que garota versátil! — Christopher comentou, ao religar os fios da corrente. — Você está me surpreendendo, Dulce. Acho que preciso conhecê-la melhor. — Ele limpou as mãos numa flanela e, em seguida, deu a partida.
— Só porque entendo de mecânica de carros? — ela perguntou, quando o Jaguar recomeçou a andar.
— Entre outras coisas...
— Como fui criada em uma fazenda, aprendi desde a criação de gado até o funcionamento de motores de tratores e caminhões — ela comentou, com um toque de zombaria na voz.
— Seu pai deve ter desejado muito um filho homem!
Dulce riu com o comentário.


— O que meu pai queria mesmo é que eu ficasse bem boazinha dentro de casa, brincando com minhas bonecas, em vez de segui-lo como uma sombra, às vezes penso que ele só me ensinava essas coisas para se ver livre de mim.
Dulce não falou mais nada. Ficou apenas sorrindo, até que perguntou:
— Você chamaria este incidente com o carro de uma desgraça?
— Está falando do desligamento do fio elétrico? Eu diria que não.
— Quer dizer que a nossa noite continua livre de desastres?
Dulce fez o possível para disfarçar um sorriso.
— Continua.
— Ainda bem! — Ele riu com tanta satisfação que quase a contagiou, mas ela controlou-se a tempo. Não queria dar muita atenção a Christopher, e muito menos encorajá-lo.

O assento do carro e o barulho do motor eram tão suaves que ela por pouco não adormeceu durante o restante do trajeto até seu apartamento.
— Enfim chegamos! — ele anunciou ao estacionar em frente ao edifício. Começou a desafivelar o cinto de segurança.
— Enfim... — ela repetiu, e também tentou livrar-se do cinto. Mas o cinto estava enroscado e ele precisou ajudá-la. Na confusão, suas mãos se encontraram e ele passou os lábios de leve sobre a palma da mão de Dulce. Era uma carícia casual, mas que lhe causou um aperto na garganta e uma palpitação no coração. Quando Christopher debruçou-se sobre ela, sussurrando seu nome, Dulce sentiu um choque elétrico percorrendo-lhe o corpo todo. Desvencilhou-se da mão que ainda segurava a sua e, abrindo a porta do carro, despedíu-se rapidamente.
— Boa noite, Christopher, e muito obrigada pelo jantar agradável.


Saltou do carro antes que ele pudesse segurá-la, mas Christopher, com incrível rapidez, saiu pela outra porta. Quando ela se deu conta, ele já estava a seu lado. Acompanhou-a até o elevador e depois até a porta do apartamento. Não disse uma só palavra e ela também não se arriscou a falar, até que Christopher sugeriu:
— Não me convida para um último cafezinho?
— Não! — ela respondeu firmemente, mesmo sabendo que estava sendo rude. Abriu a porta e, antes que pudesse impedir, ele a empurrou delicadamente para dentro, entrou e fechou a porta.
— Pare com isso, Dulce! Pare de bancar a virgem apavorada! — Ele a segurou pelos ombros com tanta força que chegaram a doer.
Virgem apavorada! Ele acertara em cheio e isso balançou as estruturas dela. Precisaria tomar mais cuidado. Não queria que Christopher descobrisse seus sentimentos. Ele não poderia saber o quanto a perturbava.
— Sua experiência deu certo, Christopher — ela disse secamente, mantendo-se a uma distância segura dele. — Até agora não aconteceu nenhuma desgraça, mas não abuse da sua boa sorte.
Ele apertou os lábios, contrariado,
— Está mesmo decidida a me manter longe de você?
— Eu estou decidida a limitar nossos futuros encontros aos assuntos profissionais, dentro da empresa,
— Por quê? — Os olhos caramelos de Christopher estavam fixos nos dela, causando-lhe uma perturbação difícil de controlar.
— Já lhe disse antes que não quero fazer parte do seu rebanho. Não quero ser mais um brinquedo à sua disposição.
— Não estou querendo me divertir com você!
— E o que está querendo?
— Nada que você também não queira. Na verdade... — Fez uma pausa e levantou o braço, como se fosse tocá-la, mas Dulce retraiu-se. — Bem, uma das minhas regras de vida é nunca me envolver com uma virgem. Só que eu quero você, Dulce, quero muito!


Ela sentiu o sangue sumir do rosto e depois voltar com força redobrada, tingindo-lhe as faces de vermelho vivo. Era uma moça de vinte e cinco anos e sempre se orgulhara de sua habilidade para contornar situações embaraçosas. Mas nunca lhe acontecera algo semelhante.
Havia uma só maneira de enfrentar aquela declaração tão chocante, dar uma reposta também chocante:
— Sinto muito, mas eu não sou um objeto disponível para a satisfação de seus desejos sexuais. Portanto, sugiro que vá procurar esse tipo de mercadoria em outro lugar.
Os maxilares dele se contraíram e os olhos caramelos tornaram-se quase negros. Ele se moveu tão rapidamente que Dulce não pôde livrar-se do abraço que a desequilibrou e lhe tirou o fôlego.
— Eu estava sendo honesto com você, mas se pensa que vou ficar aqui, engolindo seus insultos, está muito enganada! — Christopher disse com selvageria e, ainda com mais fúria, apossou-se de seus lábios.
O inesperado contato com aquela boca ávida e com aquele corpo excitado quase a fez perder a cabeça. Com o coração disparado e a respiração ofegante, ela colocou as mãos no peito dele e empurrou-o com toda a força que pôde reunir.
— Como se atreve! — gritou, exaltada. Mas Christopher segurou-a pelo pulso, prendendo seu braço por trás das costas. Sua boca foi silenciada com outro beijo, enquanto ele lhe desprendia os cabelos com a mão livre.


Ele acariciou-lhe os lábios lentamente, com um doçura inesperada, e, sem que Dulce se desse conta, entreabriu os lábios, correspondendo ao apelo daquela sensualidade irresistível. Seu corpo estremeceu ao sentir a boca invadida, numa intimidade que lhe ateou fogo às veias, e ela não tentou resistir quando os corpos se colaram um ao outro. Suas pernas estremeceram e ela precisou agarrar-se ao paletó de Christopher para continuar em pé, e aquela humilhação a fez voltar à realidade. Afastando-se dele, num esforço supremo, deixou-se cair sentada numa cadeira próxima, as pernas fracas demais para sustentá-la.
— Você não é tão fria quanto parece — ele comentou com um sorriso irónico. — Debaixo desse gelo arde uma fogueira. Mas eu só vou pôr mais lenha quando você estiver pronta para receber! — E saiu do apartamento, deixando-a sozinha e atônita.
Christopher descobrira e provara que ela era uma mulher como qualquer outra. Ele lhe despertara emoções e sensações que até aquele momento nem desconfiara que existissem.

O que Christopher dissera era um desafio. Dulce estava na cama, com aquela frase repercutindo dentro da cabeça, quando o telefone tocou. Quem seria àquela hora?
Era Lupe, preocupada com a amiga.
— Liguei para você antes, mas ninguém atendeu. Como foi? Tudo bem?
— Tudo ótimo. O sr. Uckermann já foi embora há mais de uma hora, e eu estava indo para a cama.
— Oh, desculpe. Amanhã nos falaremos.
— Lupe... Obrigada por ter se preocupado comigo — Dulce disse, antes que a amiga desligasse.
— Eu sempre me preocupo com as pessoas de quem gosto. Boa noite, Dulce.
Dulce sentiu-se reconfortada ao ver que seus pais estavam errados quando diziam que numa cidade grande ninguém se interessa por ninguém.


 


Comentem plixxx *-*


 


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Autor(a): natyvondy

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— O que aconteceu ontem à noite? — Lupe perguntou a Dulce com evidente ansiedade, logo que a viu pela manhã.— Nada que eu não pudesse manter sob controle. — Dulce respondeu, sabendo que isso era uma grande mentira e cruzando os dedos por baixo da mesa, com infantilidade.— Você vai ter um novo encontro com ele?— N ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 563



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  • stellabarcelos Postado em 10/09/2015 - 01:34:49

    Muito perfeito! Parabéns

  • larivondy Postado em 16/10/2013 - 01:04:16

    perfeeita *-*

  • PatyMenezes Postado em 19/02/2011 - 14:11:35

    Aaaah .... :)
    Final perfeito *-*

  • PatyMenezes Postado em 19/02/2011 - 14:11:35

    Aaaah .... :)
    Final perfeito *-*

  • PatyMenezes Postado em 19/02/2011 - 14:11:35

    Aaaah .... :)
    Final perfeito *-*

  • PatyMenezes Postado em 19/02/2011 - 14:11:35

    Aaaah .... :)
    Final perfeito *-*

  • PatyMenezes Postado em 19/02/2011 - 14:11:34

    Aaaah .... :)
    Final perfeito *-*

  • moreninhavondy Postado em 19/02/2011 - 14:09:10

    LINDO *--------------------*
    Amei o final *-*

  • moreninhavondy Postado em 19/02/2011 - 14:09:10

    LINDO *--------------------*
    Amei o final *-*

  • moreninhavondy Postado em 19/02/2011 - 14:09:10

    LINDO *--------------------*
    Amei o final *-*


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