Fanfics Brasil - Três Horas de Loucura - adaptada - Vondy

Fanfic: Três Horas de Loucura - adaptada - Vondy


Capítulo: 28? Capítulo

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Capítulo 9

— Você não acabou de tomar seu uísque — Dulce disse tentando se acalmar, ao ver que Christopher tinha deixado derreter todo o gelo do copo.
— Pensei em guardá-lo para mais tarde, caso eu não consiga pegar no sono — ele explicou.
Dulce não sabia se Christopher estava falando sério ou se estava caçoando dela.
— Beba agora! — ordenou, autoritária. — Quando eu tiver terminado a massagem você estará suficientemente relaxado, e não precisará de nada para dormir.
Sob a penumbra da luzinha do abajur, o sorriso sensual chegou a ser diabólico.
— Isso me leva a ter pensamentos eróticos!
— Fique quieto! — ela o repreendeu rispidamente, a pulsação já começando a acelerar-se. — Tome seu uísque e vire de barriga para baixo.
— Certo, mamãe. — Ele riu, mas acabou obedecendo. Só que, ao virar-se, o lençol escorregou, deixando à mostra a parte mais clara de suas nádegas.
— Você tem aí algum óleo? — ela perguntou, desejando que sua circulação sanguínea retomasse o ritmo normal.
— No armarinho do banheiro tem um vidro de óleo de bronzear. — Serve?
Ela não respondeu e foi buscar o óleo. Ao entrar no banheiro viu que as roupas dele estavam jogadas sobre uma banqueta cromada, e a toalha molhada estava no chão de cerâmica. Estendeu-a no toalheiro e pegou o óleo no armarinho.
Ao voltar para o quarto, sentou-se na beirada da cama e puxou o lençol mais para cima. Sua atitude foi discreta, mas não passou despercebida. Christopher soltou uma risada abafada pelo travesseiro, e ela sentiu-se aliviada por ele não poder ver seu rosto pegando fogo.
Concentrou sua atenção nos músculos dos ombros que, pela largura, formavam um notável contraste com a estreiteza dos quadris. Realmente, Christopher era um homem de medidas ideais, e as mãos de Dulce tremeram só de pensar em tocá-lo. Resolveu esquecer seus pensamentos e concentrar-se na tarefa de relaxar aquele corpo tenso.  


Espalhou um pouco de óleo nas palmas das mãos. Seu coração começou a bater cada vez mais forte, mas não podia mais adiar o momento de tocar aquela pele bronzeada e tentadora. Começou pela nuca e ombros, descendo vagarosamente pela espinha dorsal, os polegares pressionando os pontos mais tensos e doloridos.
Sentiu que a tensão dele não se devia só ao esgotamento físico e mental dos últimos dois dias. Christopher se perturbava com sua presença e seu contato. Com isso aquela massagem não estava alcançando os resultados desejados.
— Relaxe, Christopher — pediu em voz baixa e pausada. — Tente relaxar, ou vou ter que desistir de ajudá-lo.
Ele resmungou alguma coisa de encontro ao travesseiro. Dulce viu um rádio sobre a mesinha de cabeceira. Ligou-o num volume baixo e reiniciou sua tarefa ao som de uma música suave, que produziu o efeito desejado. Os músculos de Christopher começaram a distender-se aos poucos.
— Hum... maravilha! — ele murmurou, preguiçosamente. — Onde você aprendeu esse tipo de coisa?
— Meu pai tem um problema na coluna que às vezes causa dores insuportáveis. Mamãe é enfermeira e massagista formada, e me ensinou o método para o caso de papai precisar quando ela não estiver disponível.
Christopher virou a cabeça no travesseiro, para olhá-la. Havia um sorriso tranquilo naqueles lábios sensuais.
— Ela treinou você muito bem!
Dulce já estava com os dedos e os pulsos doendo, mas valera a pena.
— Como está se sentindo?
— Nas nuvens! — E rolando na cama ele olhou-a com os olhos já pesados de sono. — Vai me massagear o peito também?
— Se você acha que está precisando... —ela retrucou, apesar da perturbação.
— Preciso, preciso muito — ele falou já se ajeitando melhor naquela cama enorme.
— O que você precisa é de umas boas férias — ela aconselhou, passando-lhe os polegares pela testa, pelas têmporas, até chegar aos maxilares rígidos. — Trabalha demais, Christopher, e quer fazer tudo sozinho.


— É um hábito antigo. — Ele suspirou e fechou os olhos quando ela começou a massagear-lhe o pescoço, os ombros e o peito.
— Não faz sentido ter um homem com a capacidade profissional do sr. Duarte, se você não dividir as responsabilidades.
— Isso é verdade.
— Então, por que não pensa seriamente nisso? — ela insistiu, adorando sentir aquela pele quente sob os dedos.
Ele ergueu as pálpebras sonolentas e deu um sorriso frouxo.
— Farei tudo o que você quiser.
— Você está caçoando de mim.
— Provocando. Você sabe que existe uma pequena diferença entre as duas palavras.
Os olhos de Christopher eram de um castanho intenso quando ele a fitou, e Dulce podia sentir-lhe o ritmo das batidas do coração sob os dedos. Um mútuo entendimento pareceu crescer entre eles, provocando em Dulce uma estranha sensação, que era uma mistura de medo e excitação.
Christopher ergueu as mãos e, alcançando o coque que prendia os cabelos dela, começou a tirar os grampos, um a um, deixando aquela massa ruiva cair suavemente. Colocou os grampos na mesinha de cabeceira sem tirar os olhos de Dulce, e começou a deslizar as mãos sobre aqueles cabelos, parecendo sentir um enorme prazer nisso.
— Christopher... — ela pronunciou o nome como se fosse uma súplica, mas as mãos dele não se retraíram. Ao contrário, tornaram-se mais atrevidas e, numa carícia sensual e persuasiva sobre a nuca, ele a puxou para si, até alcançar-lhe os lábios entreabertos.
A boca de Christopher era quente e tinha um leve gosto de uísque. Ele lhe deu um beijo úmido e sensual, que ela não conseguiu deixar de retribuir. Os dedos de Dulce se curvaram instintivamente sobre aquele peito nu, numa carícia involuntária. De certa forma aquele beijo caloroso, mas não muito exigente, espantou-lhe os temores e ela se entregou ao prazer daquele momento.  


As mãos de Christopher continuavam a acariciar-lhe os cabelos, pressionando-a de encontro ao peito musculoso. Por um instante ele abrandou a pressão e afastou-a um pouco.
— Você é tão linda, minha Dulce — murmurou, com voz rouca e cansada, acariciando-lhe o rosto e a curva do pescoço com mais ternura do que sensualidade. — Eu te quero tanto, mas acho que seria um fracasso se fizéssemos amor agora, e sei que para você a primeira vez terá que ser perfeita.
Ela passou-lhe os dedos de leve sobre as pálpebras, forçando-o a fechar os olhos.
— Agora durma.
— Você é um anjo. — Ele suspirou, com o rosto já livre daquelas linhas marcantes de tensão e o corpo relaxado.
Dulce ficou sentada ao lado dele até ouvir-lhe a respiração cadenciada de quem está dormindo. Se não soubesse que ele tinha trinta e oito anos, poderia pensar que fosse um garotinho de dez. Uma onda de ternura a fez beijar-lhe os nós dos dedos, dobrados sobre o lençol, antes de desligar o rádio e apagar a luz.

Saiu do quarto nas pontas dos pés, desceu a escada e deixou a casa. A noite estava fria, mas ela continuou sentindo aquele calor interno que Christopher lhe provocara.
No sábado Dulce acordou tarde e passou o dia todo pensando em Christopher. Pensou também em Lee e imaginou se algum dia saberia o que realmente acontecera a ele na China, há tantos anos. Christopher lhe ocupou a mente de tal forma que nem chegou a estranhar quando, à noitinha, abriu a porta do apartamento e o encontrou parado no corredor. Seria uma alucinação? Mas o beijo e o abraço apertado que ele lhe deu eram bem reais.
— Passei o dia todo pensando naquilo que você me disse ontem à noite — ele falou, tirando o casaco de couro preto e acomodando-se numa das poltronas da sala.
— Eu disse uma porção de coisas ontem à noite. Do que está falando?
— Bem, primeiro você disse que eu precisava de férias e, em segundo lugar, sugeriu que eu aproveitasse melhor o potencial de Jack Duarte.  


— E terceiro? — ela perguntou, levada por aquele sorriso brincalhão que pairava nos lábios de Christopher.
— Terceiro, vou seguir os seus conselhos.
— Então, vai tirar umas férias? — Ela não sabia se estava contente ou triste com a ideia de separar-se dele por uns tempos.
— Esta manhã decidi que vou para Londres. De lá, farei uma viagem pelas ilhas Britânicas e pela Europa.
— Que ótimo! — ela exclamou, forçando um entusiasmo que não sentia.
— Ôtimo seria você vir junto comigo.
Aquelas palavras insinuantes foram ditas a meia voz e ela levou alguns segundos para entender o significado.
— Não diga tolices. — Dulce riu, como se aquele convite fosse uma piada.
— Falo a sério. — Ele estreitou os olhos, observando-lhe as reações. — Venha comigo, Dulce, e eu a levarei a todos os países que conheço e aos lugares que visitei. Sou um bom guia turístico, apesar do meu fracasso de ontem.
Dulce levantou-se e foi até a janela, onde ficou olhando a rua. Tinha a nítida sensação de estar com uma faca apontada sobre o coração, e qualquer movimento em falso faria com que a lâmina penetrasse fundo.
— Venha comigo — Christopher insistiu.
Ela não conseguiu distinguir se aquilo era uma proposta séria ou uma cantada em bom estilo.
— Você está querendo que eu o acompanhe como sua amante? — perguntou, para acabar com a dúvida de uma vez por todas.
Ele foi para junto dela e roçou-lhe o pescoço com os lábios, provocando-lhe um arrepio de prazer.
— Os brasileiros têm uma expressão mais apropriada. Chamam isso de amizade colorida.
— Amizade colorida, amante! É tudo a mesma coisa! — ela exclamou revoltada.
— Dulce, escute. — Ele tentou uma nova carícia que ela repeliu, raivosa.
— E o que vai acontecer depois dessas maravilhosas férias que você programou? Diremos: "Adeus, foi tudo muito divertido", e cada um seguirá seu caminho?
— Vai depender de como nos sentirmos depois de ter passado seis semanas juntos — ele retrucou, transformando a indignação de Dulce em fúria.  


— Pois eu posso lhe dizer desde já como me sinto, sem ter que esperar tanto tempo. Você me enoja!
Christopher estava tão seguro de si mesmo e de seu poder de persuasão, que a olhou, espantado, fazendo mais uma tentativa de abraçá-la. Ela esquivou-se com tal determinação que ele parou, desconcertado.
— Você é mais forte do que eu, Christopher. Mas, se puser um só dedo em cima de mim, eu gritarei!
— Não vou fazer essa proposta de novo, Dulce, e sugiro que pense melhor sobre o assunto.
— Quem vai ter que pensar é você! Sugiro que leve uma daquelas mulheres que vivem lhe telefonando. Tenho certeza de que entre elas encontrará alguma bem mais adequada para aquilo que tem em mente!
— Não tenho dúvida disso!
— Eu sabia que concordaria comigo. Agora, se não se importa, gostaria muitíssimo que você fosse embora.
— Com todo o prazer! — Ele saiu batendo a porta com tal força que as vidraças da janela estremeceram.
Ela ficou parada, sem ação. Mas sua mente continuava a raciocinar. Então, sem nenhuma emoção atrapalhando seus pensamentos, tomou a única decisão possível para o seu futuro.
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O sr. Pardo tirou os óculos e limpou as lentes com um lenço.
— Não pode dar só uma semana de aviso prévio, srta. Saviñón!
— Como não posso? Posso, sim, senhor! Está no meu contrato de trabalho, se quiser dar uma lida.
— Mas como vou arrumar alguém para substituí-la em tão pouco tempo?
— Problema seu, não meu — ela retrucou asperamente, mas logo se arrependeu. Afinal, o sr. Pardo não tinha nada a ver com as desilusões amorosas dela. — Sugiro que promova Lupita Fernandez para o meu cargo e arrume alguém para ficar no lugar que ela ocupa.
Ele ficou pensativo por alguns instantes e depois concordou:
— Admito que ela tem capacidade. Pois bem, srta. Saviñón, vejo que não tenho outra alternativa senão aceitar o seu pedido de demissão.
Dulce agradeceu e voltou para a sua sala. Quando Lupe apareceu, meia hora depois, largou o trabalho que estava fazendo e convidou a amiga para sentar-se.  


— Quero lhe dizer uma coisa, antes que você venha a saber das novidades por terceiros. Acabei de pedir a minha demissão e na próxima semana estarei desligada da Empresa Uckermann de Engenharia.
Lupe arregalou os olhos.
— Você não está falando a sério!
— Estou. Pretendo voltar para Aberdeen, lá é o meu lugar.
— Mas... por quê?
— Você já deveria saber a resposta.
— Christopher Uckermann?
— Exatamente. Sei que é uma covardia de minha parte, só que não posso mais continuar aqui, Lupe. Não depois de tudo o que aconteceu entre nós dois.
— Acho que você me mandaria cuidar da minha vida se eu perguntasse o que aconteceu, não é mesmo?
— Prefiro não falar sobre isso. — Dulce mudou de assunto:— Sua irmã e seu cunhado vão voltar da Europa no domingo, portanto tudo se encaixará.
— E onde vai ficar até o dia da mudança?
— Já que é só por uns dois dias, ficarei num hotel.
— Essa não! Você não vai para um hotel! — a amiga contestou. — Tenho uma cama extra no meu quarto, e faço questão absoluta de que fique comigo.
— Não quero incomodar, e.. .
— Besteira! — Lupe a interrompeu. — Você vai para a minha casa e não se discute mais!
Ela não discutiu e aceitou de bom grado a sugestão. Só receava que Christopher a procurasse novamente, mas essa hipótese era improvável.
Passou o sábado arrumando o apartamento, para devolvê-lo tal como o encontrara, cuidando também de reabastecer a geladeira de mantimentos.
Lupe e sua mãe a convenceram a acompanhá-las ao aeroporto, no domingo de manhã, para receber Carolina e Carlos, e todos voltaram juntos para o apartamento. Assim, Dulce teve a oportunidade de devolver-lhes as chaves pessoalmente e agradecer ao casal pela hospedagem.  


Seu último dia no escritório transcorreu normalmente, graças ao seu autocontrole. Afinal, por que chorar? Ela fora suficientemente idiota para apaixonar-se por um homem que só lhe oferecera um lugar provisório em sua vida, e não iria ser mais idiota ainda chorando por
causa disso. Na terça-feira de manhã, ao se despedir, foi Lupe quem chorou. Dulce a abraçou.
— Você foi uma amiga sensacional. Nunca me esquecerei disso! — disse, emocionada.
Só depois de tomar a estrada para Aberdeen, em seu Fiat, é que Dulce se permitiu chorar. Mas procurou não fazer paradas desnecessárias, pois queria chegar o mais depressa possível em casa. Já avisara os pais por telefone, e não via a hora de abraçá-los.
 -------------
Apesar das providências, a mãe a recebeu com evidente surpresa.
— Não esperávamos que você voltasse tão cedo!
— Eu estava morrendo de saudade de casa. — Dulce tentou mudar de assunto, acrescentando: — Realmente, Joanesburgo não é o lugar ideal para se viver,
"Mas era, enquanto Christopher estava por lá", pensou. Só que preferiu guardar segredo sobre aquele desastroso episódio de sua vida.
— Achei que poderia ser útil na fazenda, enquanto não arrumo outro emprego — falou, com falsa animação.
Seu pai não se convenceu com aquela explicação, mas também não insistiu.
— Bem que eu estava precisando de uma ajudazinha — Fernando Saviñón admitiu.
Dulce jogou-se de cabeça no trabalho árduo da fazenda, sem um momento de descanso. Durante o dia, não era tão difícil esquecer, mas à noite martirizava-se com as lembranças de Joanesburgo.
Dissera que Christopher a enojava mas, no fundo do coração, sabia que o amava e continuaria a amá-lo pelo resto da vida.
Se Christopher tivesse dito que também a amava, teria deixado tudo para segui-lo até os confins da terra, admitiu para si mesma, três semanas após sua volta a Aberdeen. Naquela noite, fazia calor demais para dormir e ela foi até a varanda respirar um pouco.  


— Oh, meu Deus! Será que eu nunca vou esquecê-lo? — disse baixinho, cobrindo o rosto com as mãos.
— Cansada? — perguntou o pai, que aparecera inesperadamente.
— Sim, estou muito cansada — ela respondeu, sabendo que não estava mentindo completamente.
— Aconteceu alguma coisa em Joanesburgo, não foi? Alguma coisa que a deixou infeliz?
— Prefiro não falar sobre isso.
— É por isso que anda trabalhando desse jeito?
— O trabalho ajuda a me manter ocupada.
— Ajuda a não pensar demais, não é isso? Só que quando você fica sozinha, numa noite como esta, pouco adianta. Estou certo?
— Oh, papai! — ela exclamou, lutando contra o desejo de explodir numa torrente de lágrimas.
— Às vezes, desabafar também ajuda — ele sugeriu, afastando o cachimbo para o lado e passando-lhe o braço pelas costas.
— Acho que não. — Ela encostou a cabeça naquele ombro amigo. — Ainda dói demais para falar sobre isso.
— Bem, quando você achar que é o momento oportuno, tanto eu como sua mãe estaremos prontos para ouvir e ajudar no que for possível — ele se ofereceu, beijando-a na testa. — Não fique muito tempo aqui fora, apanhando friagem.
Novamente sozinha na escuridão da noite, Dulce começou a pensar no que estaria fazendo Christopher àquela hora. Será que ele tinha tirado férias, conforme planejara, levando alguma mulher em sua companhia? A ideia de que ele pudesse estar com outra mulher nos braços provocou-lhe a dor de uma punhalada. Os olhos se encheram de lágrimas e as estrelas do céu pareceram bailar sobre aquele fundo de veludo negro.
Era impossível continuar sofrendo daquela maneira, mas só depois de esgotar todas as lágrimas é que Dulce foi para a cama e acabou adormecendo de cansaço.
Após um dia de trabalho intenso, Dulce chegou uma tarde em casa, coberta de poeira até os olhos, e encontrou a mãe na cozinha.
— Chegou uma carta para você, de Joanesburgo — ela anunciou. — Coloquei no seu quarto.  


Dulce pareceu receber aquela informação com calma mas, por dentro, seu coração parecia prestes a explodir...
A carta deveria ser de Lupe. A amiga prometera lhe escrever, mas seu nervosismo devia-se mais às prováveis notícias da Empresa Uckermann de Engenharia, onde ela passara um período de sua vida que gostaria de esquecer.
Subiu ao quarto e encontrou a carta sobre a cama. Reconheceu a letra de Lupe no envelope mas, antes de abri-lo, resolveu tomar um banho e trocar de roupa. Na verdade, não estava com coragem para ler a carta. Desviou seus pensamentos para outras coisas.
Desde seu retorno a Aberdeen, encontrara-se várias vezes com Guilhermo Ochoa, reatando a velha amizade. Ele havia estranhado aqueJa volta, após somente três meses de ausência, mas não a pressionara com perguntas. Já na quarta semana de sua permanência em Aberdeen, tinham recomeçado os falatórios entre os amigos e conhecidos mas, desta vez, as insinuações sobre seu relacionamento com Memo não a atingiram.
Todos esses pensamentos lhe ocorreram debaixo de um refrescante banho de chuveiro, e ela aproveitou também para lavar os cabelos. Só não conseguia lavar a alma das suas dolorosas recordações, que aquela carta que a esperava sobre a mesínha de cabeceira certamente relembraria.
Finalmente, de roupa limpa e secando os cabelos, sentou-se na cama e abriu o envelope.
A amiga enchera as três primeiras páginas contando os detalhes da viagem de Carolina e Carlos, mas a partir daí começaram as notícias que ela tanto temia:  


"Outro dia encontrei a sra, Gandia, e até que ela se mostrou bastante simpática. Acho que estava tão preocupada com o patrão, que nem percebeu com quem estava falando e acabou soltando umas informações interessantes. O diretor da empresa anda trabalhando tanto ultimamente, que ela receia que acabe com um sério esgotamento nervoso. Disse que quando ele não está viajando a negócios fica no escritório até altas horas. Numa tarde dessas, quase desmaiou lá na sala dele. Dá para acreditar? Um homem forte daquele? Ele disse que foí alguma coisa que havia comido no almoço que lhe fez mal, mas a sra. Gandia é de outra opinião. Ela está quase ficando louca de tanta preocupação com seu querido chefe, e parece que tem toda a razão. Há alguns dias eu o vi de passagem, e ele estava mesmo com um péssimo aspecto. Parecia doente."



Lupe terminava a carta com os costumeiros votos de felicidades, e Dulce até chegou a sorrir com aquela ironia. "Felicidades, imagine só!", ela pensou.
Então, Christopher não tinha saído de férias e, consequientemente, não levara nenhuma mulher consigo. Isso deveria tê-la consolado um pouco, mas ficou ainda mais transtornada, pensando na saúde dele. Por que ele estaria se matando de trabalhar? O que estava querendo fazer consigo mesmo? Suicidar-se? Não conseguiu encontrar uma resposta às suas perguntas. Seria difícil que alguém conseguisse entender um homem como Christopher.
Gostaria de poder ajudá-lo, mas não acreditava que sua boa vontade fosse bem aceita. Tinham trocado palavras por demais ofensivas e não haveria possibilidade de um bom relacionamento entre eles. Além disso, Christopher não estava interessado em ajuda, e sim, em outro tipo de relacionamento.
Nos dias que se seguiram, tentou afastar da mente as preocupantes informações de Lupe. Christopher já deveria ter se esquecido dela há muito tempo, mas não podia deixar de afligir-se por causa dele.


 


Comentem plixxx *-*


 


Bjix da Naty



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Autor(a): natyvondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 563



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  • stellabarcelos Postado em 10/09/2015 - 01:34:49

    Muito perfeito! Parabéns

  • larivondy Postado em 16/10/2013 - 01:04:16

    perfeeita *-*

  • PatyMenezes Postado em 19/02/2011 - 14:11:35

    Aaaah .... :)
    Final perfeito *-*

  • PatyMenezes Postado em 19/02/2011 - 14:11:35

    Aaaah .... :)
    Final perfeito *-*

  • PatyMenezes Postado em 19/02/2011 - 14:11:35

    Aaaah .... :)
    Final perfeito *-*

  • PatyMenezes Postado em 19/02/2011 - 14:11:35

    Aaaah .... :)
    Final perfeito *-*

  • PatyMenezes Postado em 19/02/2011 - 14:11:34

    Aaaah .... :)
    Final perfeito *-*

  • moreninhavondy Postado em 19/02/2011 - 14:09:10

    LINDO *--------------------*
    Amei o final *-*

  • moreninhavondy Postado em 19/02/2011 - 14:09:10

    LINDO *--------------------*
    Amei o final *-*

  • moreninhavondy Postado em 19/02/2011 - 14:09:10

    LINDO *--------------------*
    Amei o final *-*


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